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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

QUE CLÁSSICO É ESSE? É PRECISO CONTAR PARA OS JOGADORES ATLETICANOS

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

Será mesmo verdade que para os dois times este jogo do próximo domingo vale apenas a disputa pelo primeiro lugar na tabela do já tão desacreditado e menosprezado campeonato mineiro e nada mais?

Embora o time azul não tenha mais o brilho de outrora entendo que é inegável que este confronto desperte nos atleticanos emoções e sentimentos especiais. Ah! E, claro, a reciproca é tão verdadeira quanto.

Tradicionalmente a semana que antecede àquele que é chamado de superclássico das Alterosas é temperada por provocações mil de lado a lado, outro tanto de expectativas, prognósticos, vaticínios, curiosidades e histórias regadas de paixão, humor, picardia, algumas verdadeiras, outras nem tanto.

Confesso, entretanto, que percebo atualmente um clima diferente, morno, nada parecido com o de outros tempos quando a cidade parava e o único assunto em todas as rodas, bares, lugares, escritórios, ruas e casas era o superclássico.

E não é apenas a situação atual do hoje chamado jocosamente pelo atleticano de ex-rival que está na raiz desse arrefecimento emocional em torno de um jogo que tem uma história incrível, entrecortada por momentos sublimes e outros de triste memoria para ambas as torcidas.

Infelizmente vivemos o auge da era do ódio e da intolerância. Pandemia à parte, o que por si só já é desalentador e broxante, a guerra eclodiu na Europa e em outras partes do mundo os conflitos continuam na ordem do dia. Aqui no Brasil a violência explode, é banalizada e normalizada. Ônibus conduzindo jogadores são apedrejados e atacados por bombas atiradas ora pela sua própria torcida, ora por torcedores adversários, invasões de campo, jogadores agredidos física ou moralmente, ataques racistas e homofóbicos.

Fora da órbita do esporte também não é diferente. Crimes brutais aqui e ali. Uma nova onda de vídeos com cenas de violência explícita, selvageria hedionda, vem infestando uma vez mais as redes sociais como se fossem peças ou quadros de humor. Doentio é pouco. O ódio e a intolerância estão derretendo o pouco de humanidade que ainda nos resta.

Em meio a tudo a isso o elenco supercampeão do Brasil tem que buscar por onde se motivar, se incentivar e entrar em campo com sangue nos olhos, pois, ainda que não pareça, é exatamente isso que a sua torcida espera e, claro, o que as histórias do confronto e do clube exigem.

O jogo contra o “Pousão” na quente Pouso Alegre e para o Galo tão frio quanto o carnaval que passou é um ótimo termômetro. Se de um lado o lanterna do campeonato entrou em campo elétrico e supermotivado e realizou talvez a maior partida de sua história, de outro ficou claro que o time atleticano estava muitos decibéis abaixo no que se refere à motivação.

Embora devamos reconhecer que isto faz parte do futebol, que não existe um jogo igual ao outro e que, assim como os nossos humores variam e são cíclicos, a motivação e foco também oscilam, é imperioso que se trabalhe para minimizar os efeitos negativos destas flutuações. Não canso de dizer e repetir que nada na vida é retilíneo e, muito menos, indefinidamente ascendente.

A vida é feita de bons e de maus momentos, de altos e baixos. O desafio é buscar ficar a maior parte do tempo no topo ou perto dele e a menor parte do tempo no limite inferior desse ciclo inevitável ou perto dele.

O velho, emblemático e saudoso Zé das Camisas, inegavelmente o maior garimpador e formador de talentos da história do Atlético não se limitava apenas a fazer as suas famosas peneiradas e a revelar futuros craques para o Glorioso. Ele também transmitia como ninguém conseguia fazer a sua imensurável paixão pelo Galo. Muito se fala hoje em dia em DNA do Galo. Zé das Camisas era tipo um transmissor natural de DNA.

E como ele fazia isso? Ele reunia os garotos à sua volta e lhes contava a história do Atlético de tal maneira que despertava em todos eles uma atleticanidade para alguns, até então, absolutamente insuspeita.

A forma como Zé das Camisas apresentava o rival azul para a garotada incutia em cada um deles a vontade imorredoura e quase obsessiva de vencer, vencer e vencer aquele adversário. O 9 x 2 era lição de casa obrigatória. Ensinava-lhes o hino de Vicente Mota e dava a cada verso um sentido épico e apaixonante. Foi com seu “Zé” que eles aprenderam o que significavam as expressões Campeão dos Campeões, Campeão do Gelo e Galo Forte Vingador.

Pela boca de Zé das Camisas os garotos que sonhavam fazer história no Atlético conheceram vários super-heróis que passaram a povoar o seu imaginário e a ser referência de uma carreira ideal: Mário de Castro, Said, Jairo, Kafunga, Lucas, Guará, Lauro, Lêro, Alvinho, Zezé Procópio, Carlyle, Alfredo Bernardino, Nívio, Zé do Monte, Murilo Silva, Mão de Onça, Tomazinho, Ubaldo Miranda, o Miquica, Marcial e muitos outros. E descobriram, por exemplo, que Dondinho, pai do Pelé jogou no Atlético. Um dos garotos, trazido para o clube por Barbatana, que teve a sua paixão pelo Atlético despertada por Zé das Camisas chama-se José Reinaldo de Lima, um cara que hoje é chamado de Rei. Outro, um tal de Cerezo.

Keno deu nesta semana uma entrevista coletiva e falou do clássico desse próximo domingo. Deu a impressão de que ele e seus companheiros, cuja grande maioria ainda não viveu em sua plenitude o clima desse jogo e nem vivenciou em campo essa rivalidade em grau máximo, estão cientes da dimensão desse confronto e da importância da vitória.

Que clássico é esse? É preciso contar para os jogadores do Atlético. Que clássico será esse? Vai depender do que contaram aos jogadores atleticanos sobre ele. Que o espirito de Zé das Camisas os iluminem.

12 thoughts to “QUE CLÁSSICO É ESSE? É PRECISO CONTAR PARA OS JOGADORES ATLETICANOS”

  1. Concordo plenamente e fico bem puto com essa meninada que agora chama o outro time de ex-rival,
    Não exite ex, até a torcida do América me irrita, quando cisma de cantar contra o Galo.
    Todo jogo é uma oportunidade de vingaça, acompanho o Galo no Mineirão e no Indepa, desde 1974, vi muitos momentos ruins e momentos fantásticos. Tou na encolha, esperando vingar aquela derrota em Lagoa Santa.

      1. Grande Eduardo, boa tarde.
        Eu tenho o galo na veia preto e a pergunta tenho que com pra o ingresso para o jogo de amanhã?

  2. Jogo para entrar ligado, todos com sangue nos olhos.
    Até hoje eles lembram do ano passado, o Galo não levou a sério e perdeu. Uma vergonha.
    Este jogo tem que entrar com a faca nos dentes, tem que ser encarado como decisão, para eles é jogo da vida.
    Se o Galo jogar com seriedade até o final, acredito numa vitória tranquila. Agora, se estiver com preguiça, vai complicar.

  3. Olá amigos da bola!

    Se jogar pra frente, dois pontas abertos, marcação alta, toque de bola, repito, toque de bola em velocidade, time ligado!….

    É goleada!

    Agora, se jogar com a proposta que Mohamed implantou: lentidão no toque de bola, chutão a todo instante, marcação atrás, desligado…. Complica!

    Acorda Mohamed!

    Não pensem que o Cruzeiro vai jogar atrás, pelo contrário!

    Os caras vão marcar alto e colocar velocidade e muito toque de bola!

    Treinador deles é bom! Ofensivo, corajoso, arrojado….

    Abre olho MOHAMED!

    Acho que o Galo trouxe gato por lebre

    Esse timaço e nós torcedores, merecemos muito mais

  4. GOSTEI DOS TONS FILOSÓFICO E HISTÓRICO DESSA COLUNA. NÃO INTERESSAM AS CIRCUNSTÃNCIAS DO JOGO. O GALO TEM QUE VENCER. NÃO PODEMOS AJUDAR NA RESSUSCITAÇÃO DAS MARIE. O NEGÓCIO É BOLA NA REDE. DISSE BEM O BLOGUEIRO, É PRECISO PASSAR PARA OS JOGADORES O ESPÍRITO DO GALO E A NECESSIDADE DE VITÓRIA NESSE CLÁSSICO.

  5. bom dia Eduardo e massa e max Pereira. espero eu e milhões de torcedores do galo que os jogadores sabem ok é um clássico. repito se o galo entrar com salto alto é derrota certa. clássico não tem favoritos as cabulosas vá jogar o jogo da vida delas. então El turco e jogadores abrem os olhos. mas na vamos ser cego o zerinho tem um treinador que acertou o time delas enquanto EL turco acabou ok cuca tinha deixado uma equipe que passava medo qualquer equipe no brasil hoje até URT ganha da equipe amontada por EL turco. a zaga virou uma peneira o meio do campo uma avenida espero que não temos outro vexame contra o zerinho. ótimo final de semana a todos amigalos. vai galooooo.

  6. Bom Dia! Apenas um pequeno pitaco: conforme J. Nicola (UAI) o eventual SAF do CAM pode ser de até 4 bilhões. Portanto, “o apressado come cru”. Muitos vão recorrer ao travesseiro, para se consolar.

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