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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

No sol e fiel como a sombra

Se nos últimos tempos nossos embalos passam pelo “eu acredito” e “aqui é Galo, por..”, tivemos em Roberto Drummond (saudoso e inseparável amigo deste Atleticano que escreve todos os dias este blog) certamente a frase mais saborosa sobre o nosso Galo. “Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o Atleticano torce contra o vento.” Ele deixou várias outras, que pretendo – paulatinamente – reproduzir aqui com as bênçãos do próprio, com certeza.

Digo isso, para chegar numa das inúmeras faixas que iluminavam a Torcida Atleticana e chamava a atenção do todo o Brasil logo após a inauguração do Mineirão. “A Torcida do Galo fica no sol, mas é fiel como a sombra.” Naquela ocasião, os adversários se revezavam, uma vez que o América ainda tinha alguma representação. Mas o outro lado da lagoa zombava e a faixa era uma resposta à provocação, já que chegaram a entoar “toma sol e nós na sombra”.

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Isto porque, quando da inauguração, decidiu-se que americanos ficariam do lado esquerdo da antiga área de cadeiras cativas, onde hoje ficam a imprensa e o Galo na Veia. Os emergentes não-Atleticanos ficavam do lado direito dessa área mencionada. Já os Atleticanos, no setor central exatamente em frente, ou seja, do outro lado.

As versões para essa definição são inúmeras, nunca soube ao certo como foi tomada tal decisão. Estejam certos de que a partir dessa publicação vão surgir outras explicações, todas elas de “fonte segura”. Na verdade, nem mesmo a atual administradora do estádio soube informar ao certo a razão dessa colocação das torcidas no estádio.

Uma das versões dá conta de que os representantes dos outros dois clubes chegaram mais cedo ou o do Galo se atrasou e acordaram pela escolha de posição onde deixasse o seu torcedor protegido dos raios de sol. Existem pessoas que sustentam que foi realizado um sorteio.

A meu juízo e até por conveniência da minha condição de Atleticano, tenho cá minha explicação pessoal. Como “aqui é SÓ Galo”, mas sabemos que é leitura obrigatória dos nossos contendores, aqui vai um prato cheio para as dezenas de e-mails recebidos dos simpatizantes do outro lado da lagoa.

torcida
Fotos: UAI/EM

A massa ficou naquela posição, ao meio do campo, por uma razão muito simples. Como sempre foi e continua sendo a maior torcida de Belo Horizonte e de Minas Gerais, nos jogos com um ou com o outro, bastava ocupar o nosso espaço e agregar a área do time ausente, pois só assim seria possível acomodar a maioria no estádio.

Ainda assim, como velhinho e ancião que sou (e me orgulho de sê-lo), cansei de constatar que, somados nosso espaço e o remanescente, a Polícia Militar sempre agia no sentido de “empurrar” a torcida menor para acomodar o Atleticano. Afinal, até hoje os lugares de um único estádio, seja Mineirão ou Independência, não são suficientes para acomodar a maior Torcida da cidade e mineira.

Não foi sem razão que o Galo, por sugestão deste blogueiro na época, lotou os dois estádios para uma única partida. Quando a nossa Casa ficar concluída, teremos de alugar os estádios remanescentes para repetir a dose. Só assim, ambos irão espantar as moscas.

13 thoughts to “No sol e fiel como a sombra”

  1. Com certeza o Estadio do Galo sera maravilhoso e tem que ser , vamos construir um belo estadio , para que não venham com chacotas depois. Aqui é GALO até depois da morte, pois minha alma é Atleticana até a Eternidade!

  2. Amigo Dudu, boa tarde.
    Como sempre, uma crônica brilhante.
    Que continue assim .
    Aqui é Galo Porra!!!!!Bica Eles Bicudo!!!!!! VOLTA KALIL PELO AMOR DE DEUS!!!!!!

  3. O futuro estádio, se sair, deve ser democrático! Sugiro uma rampa popular atrás de um dos gols, comportando minimamente 20.000 torcedores.

  4. Bom dia, Eduardo. Bom texto. Como sei que lê os comentários, gostaria de deixar um tema para os próximos: o estádio do Galo. A última noticia que li nos jornais foi no sentido de que o Galo baixou o orçamento do estádio, pensando em algo mais condizente com a realidade brasileira (pensava-se num custo de 500 milhões e agora diminuiu o projeto para 250 ou 300 milhões, tendo inclusive a matéria informado que o Galo já teria o aporte de um terço do valor). O que quero enfatizar é que o Penarol inaugurou recentemente um estádio orçado em 150 milhões de reais, para 46 mil pessoas, ou seja, porque não podemos pensar em algo parecido? Algo mais simples, sem luxos, sem mármore, enfim. Faz-se um setor no estilo Muralha Amarela do Borússia, a preço popular, e as demais áreas destinadas àqueles que possuem melhor condição financeira. O sonho pode se tornar realidade e o clube não fica refém dos custos de construção do estádio.

    1. Excelente visão, comungo dela. Essas “arenas” luxuosas são um delírio megalomaníaco que além de deixarem os clubes devendo as cuecas, elitiza mais ainda o futebol, que é uma paixão de Massa!!!!

    2. O problema do projeto do estádio nem é mármore ou luxo excessivo como no estádio do Corinthians, é que o projeto envolvia um shopping adjacente, um parque e área verde de lazer, porque o escoamento da Massa vai ser difícil na via expressa, um centro de convenções maior que o Expominas e três níveis de arquibancadas. Também li essa matéria, e parece que reduziram o estacionamento, não vai ter mais centro de convenções e serão dois lances de arquibancadas, o que me agrada mais, fica com menos clima de “arena moderna”. O arquiteto que projetou, o Bernardo Farkasvölgyi, é atleticano e disse que manteria o fator caldeirão, que até melhoraria em relação ao Horto pela proximidade maior, então espero que não abra mão dessa área sem cadeiras.

  5. Ja fui no mineirão com 120.000 e sempre empurravamos porque a torcida do Galo sempre foi maior isso é fato. Eduardo sabe alguma coisa sobre o estadio do Galo que não sabemos?

  6. Eudardo, eu tenho uma “birra” danada com essa história de chamar estádios de futebol de arena. Isso se aplica a certsos campinhos do interior, que são de areia…daí, certo que fossem chamados de arena. Posto isso, peço a você, se você concorda comigo, que fale com a diretoria do Glorioso que, pronto nossa casa própria, não a chamem de arena, mas de estádio do Galo, pois acredito que terá gramado e não areia.
    E dá-lhe Galo, carajo.

    1. Compartilho dessa aversão ao termo arena, muito coxinha para meu gosto. Sempre digo, vou ao campo, a ortodoxia atleticana não me permite usar outro termo. Saudações alvinegras!

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