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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Hoje é dia de decisão e foguetório

Em meio à epidemia, ao receio e insegurança que ela nos trás, me permito voltar ao ano de 2013. Precisamente no dia 24 de julho, uma quarta-feira, quando Belo Horizonte amanheceu com as cores do Galo enfeitando as ruas da cidade. Uma semana antes, dia 17, fiz uma viagem maluca até Assunção (a primeira vez que sai do território nacional, acredite) e voltei derrotado, mas cheio de esperança no milagre Atlético Mineiro.

Acordei cedo e, confesso que cheio de esperança de uma a virada como a que já havia acontecido na fase anterior com o New Old Boys. Voltamos da Argentina com dois a zero no lombo, e o empate aqui – no finalzinho – levou a decisão para penalidades e assegurou essa vaga na final. Marcos Rocha e Richarlyson fora do time, pelos cartões, e o General Donizete sem condições ideais para uma partida dessa relevância.

Agora, abandonando o 2020, estou em transe naquele dia, o mais importante da minha vida Atleticana.

Tento trabalhar, mais para o dia avançar até à noite, mas não consigo concentrar em nada. Troco telefonemas com o amiGalo Sérgio Amaral, que veio da Brasília com seu filho Renato, o Henrique não pode vir. Minha filha e seu filho ficarão no setor GNV e nós dois na área de imprensa.

Estimo que lá vamos encontrar com a Janice, Luciano e Sérgio Moreira, entre tantos abnegados e apaixonados com essa nossa louca paixão. Sem Marcos Rocha, a solução imediata é o Míchel, já do outro lado Júnio César. No meio de campo, repete a dupla Pierre e Josué, que atuou no Paraguai. Sinto, de coração, que podemos virar esse placar. Se possível nos 90 minutos para não prorrogar a partida e o nosso coração.

Lembro-me da atuação pífia do Ronaldinho na primeira partida, que saiu de campo P da vida com o Cuca. Do gol, a meu entendimento, mal anulado do Tardelli, do empate que esteve nos pés do Jô antes do segundo gol adversário, e – claro – deste tento com a ajuda do Alecsandro. Se uma ou duas dessas lembranças tivesse sido diferentes – hoje, 24 de julho de 2013 – teríamos uma tarefa mais amena para fazer explodir a Massa Atleticana.

E se, a exemplo do jogo com os argentinos, o gol que empata a decisão só acontecer no apagar das luzes (força de expressão conveniente), vamos ter prorrogação. Na outra vez, foi direto para as penalidades. Meu coração irá resistir? Meu, o seu, o daquela multidão no Mineirão (a Conmebol tirou o jogo do Horto, PQP!), e dos milhões de Atleticanos pelo mundo. Muitos deles com fuso horário e ligado com a gente que vai ao estádio.

Prorrogação não, pelo amor de Deus, um lance fatal pode decidir e se for contra a gente não volto pra casa. Dali já fico no Cemitério da Paz, na confluência das avenidas Catalão com Américo Vespúcio. Nem precisa me enviar para Araxá, me depositem mais perto. Vai ter tanta gente pra dizer “tá vendo, foi se envolver demais com esse time e não aguentou”. Então, se não for campeão, vamos abreviar tudo.

E, to aqui pensando, se tiver prorrogação e não sair gol, de novo penalidades? Meu Deus! Me poupe! Lá no Horto deu certo, mas no Mineirão tenho lembranças daquela partida com o São Paulo. Eu estava atrás do gol, onde Márcio Paulada, Cerezo e Joãozinho Paulista isolaram a bola. Não faz isso comigo. Mas, se quiser me testar, faça que numa eventual decisão nas penalidades seja do mesmo lado. Um raio não pode cair duas vezes no mesmo lugar.

PQP! Minha cabeça tá a mil. Já imaginei do melhor ao pior cenário. O pior é um único, não ser campeão, fim de linha se isso acontecer. O bom pode ser leve ou – como sempre – sofrido nas conquistas do Galo. Tempo normal com folga no placar é o ideal, campeão com três gols de diferença vai ser arrepiante até o final.

E se for uma vitória por dois gols, teremos mais 30 minutos para conseguir o título. E se ainda, não resolver e for para as penalidades. Se o coração resistir e São Victor operar os milagres que fez frente ao Tijuana e New, me dê força e saúde, pois só vou chegar em casa amanhã e manhã. Já antevejo a sede do Galo em explosão. A Praça Sette, da Savassi, avenidas e ruas da cidade ensandecidas com o grito de Galo que vai levar a maioria dos moradores para as janelas.

Que assim seja meu Deus. Mostre mais uma vez que é Atleticano. Hoje, a partir das 16 horas – ao vivo para quem tá em estado de delírio – o jogo das 21h30min de 24 de julho de 2013 e que vai terminar na madrugada seguinte. Eu acredito! Que Deus comprove sua Atleticanidade!

Agora de volta a 2020, asseguro que vai ter foguetório e gritos de Galo ao final deste domingo pelas janelas de Belo Horizonte, de Minas Gerais e pelo resto do mundo. Anote!

*fotos: Bruno Cantini/Atlético

5 thoughts to “Hoje é dia de decisão e foguetório”

  1. Emoções e alegrias revividas na final da Libertadores 2013, hoje reprisada pela TV Globo MG. 

    Saudades de um grande time do Galo, com vários craques, competitivo, confiável e campeão.

    No YouTube, há o vídeo integral da transmissão. É só copiar e colar conforme abaixo.

    Jogo Completo – Atlético Mg 2 X 0 Olimpia – Libertadores 2013

  2. Boa Noite,

    Hoje fiquei sabendo que na cidade onde morei o foguetório foi muito legal.
    Após ler este texto maravilhoso fiquei emocionado, como foi bom este dia e este resultado.
    Como aquela turma do Galo batia bem um pênalti, isto foi embora com cada um que saiu do Galo, hoje virou nosso carma, ter um batedor bom, Fábio Santos em 2020 deverá ter poucas oportunidades, então tem que achar outro a altura.
    Esse carma demoliu alguns dos artilheiros que passou no Galo, como o Lucas Pratto que até jogar no Galo nunca havia perdido, e depois de perder o primeiro com o manto, recusou bater outros.
    De lá para cá foram muitos perdidos e algumas eliminações por causa dele, então é um fator a ser treinado e muito.
    Bom final de Domingo para todos.

  3. As lembranças desse dia voltam! Cheguei por volta das 15 hs nos arredores do Mineirão. Eu estava confiante. Apesar da longa espera, o tempo passou rápido, conversando sobre o Galo e sobre o jogo com os amigos, nem vi passar. O primeiro tempo foi modorrento, mas a entrada de Rosinei no intervalo, no lugar do Pierre, inflamou o time. Rosinei fez a melhor partida da sua vida, jogando pela direita, de onde deu o passe pro nosso primeiro gol. Outro jogador que sempre destaco, que pra mim foi o melhor jogador da partida, foi o Josué. Ele é injustamente pouco lembrado pela Massa. Donizete (machucou-se e era reserva desde as quartas de final) e Pierre merecem todas as nossas homenagens, deixaram seuS nomes marcados em nossa história, mas o melhor volante que tivemos nesse período, foi o Josué. Outra grande contratação indicada pelo mestre Cuca, que o havia lançado no Goiás. Como era bom, nosso time! Todos que nos representaram nessa conquista épica, terão meu respeito eterno! SAN

  4. Muitos meses sem postar nada aqui. Mas diante desse maravilhoso texto, Eduardo, não me contive. Me vi sentindo a mesma emoção, a alegria, a lágrima, a dor e o êxtase daquele dia inesquecível: Galo Campeão da Libertadores 2013!!!!!

    Vou (re)assistir como se fosse a primeira vez… Viva o Clube Atlético Mineiro, o Galo mais lindo do mundo! Lutar, Lutar, Lutar, Vencer, vencer Vencer, esse é o nosso ideal!

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