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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Gaaalooo!!! Um grito de Minas

Considerando que tem sido fascinante a experiência que estou vivendo, aliada ao compromisso com os leitores – Atleticanos e não-Atleticanos -, assumo a responsabilidade de postar no mínimo uma vez a cada dia. É evidente que nem sempre teremos assunto para o bom debate neste espaço, genuinamente do Galo.

Entretanto, a história do clube – e inúmeras vezes este blogueiro participando ativamente – me permitem arriscar nesta direção. Sendo assim, minha intenção passa a ser como primeira tarefa do dia publicar algo para a apreciação do Atleticano. Uma resenha virtual, podemos assim dizer.

Desta maneira, mesmo sabendo que a maioria dos Atleticanos conhecem a origem do grito de guerra “gaaalooo”, nunca é demais repetir sobre a criação do nosso mascote. Pouco tempo antes de trabalhar no jornal “Estado de Minas”, o chargista Fernando Pierucetti – que era conhecido como Mangabeira – contrapondo a quem desejava um índio como mascote, justificou sua escolha.

Instigado a criar mascotes para os clubes mineiros, optou pelo Galo para o Clube Atlético Mineiro, justificando que era um time de raça, que nunca se entrega e luta até morrer, como um galo de briga. Estas palavras fazem parte da nossa história e está no hino do nosso time do coração. Isto foi no distante ano de 1945, portanto tem mais de setenta anos. Em tempo: e carijó, ou seja, preto e branco.

Outros clubes inspiraram Mangabeira com ilustrações que acabaram sendo substituídas, por exemplo, antes de ser coelho o América foi pato, comprovando sua falta de tradição. O extinto Siderúrgica foi tartaruga e acabou ficando pelo caminho. Até o canarinho da Seleção é deste ilustre mineiro.

O Vila, um Leão que ainda permanece, até o meu Araxá – pelas águas do Barreiro e um ex-jogador – virou Ganso. Mangabeira ainda, por pura premonição, justificou outros mascotes e num deles homenageou a velhacaria, que os tempos e os fatos comprovam a cada temporada.

Falecido em 2004, Mangabeira deixou este legado e clubes que vieram depois disso ainda buscam identificação através do mascote. Em Três Corações, terra dos ilustres Pelé e Silvio Scallioni, o recém-criado Tricordiano (que sucedeu ao Tigre que era o Atlético/TC) optou pelo Galo. É o único lugar onde o torcedor não-Atleticano pode realizar o seu sonho. É comum ver no estádio local, torcedores de camisa azul, gritando com toda força “gaaalooo”!

O próprio filho do chargista, Edmundo, reconheceu, em 2010, que o Galo causou grande impacto na vida do pai, que era americano. O grito de guerra da Massa Atleticana ganhou as arquibancadas a partir dos anos 50, quando o então ídolo da Torcida, Zé do Monte, entrava em campo com um Galo nas mãos. Daí até hoje é isso que conhecemos, fazemos parte, causando inveja aos não-Atleticanos, notadamente de times mineiros.

15 thoughts to “Gaaalooo!!! Um grito de Minas”

  1. Belo post!
    O CAM foi abençoado pela percepção artística de grandes artistas como o chargista Mangabeira e o compositor Vicente Mota.
    O primeiro, ao eleger o galo carijó como o mascote do CAM; o segundo, por ter composto o maravilhoso hino do clube, e não só por ser o único cantado a plenos pulmões nos estádios brasileiros por sua apaixonada torcida, mas por ter sido escrito na 1ª pessoa do plural (“Nós somos do Clube Atlético Mineiro/Jogamos com muita raça e amor”…
    Obras-primas!
    Gols de placa!

  2. A obra de Mangabeira é de uma importância sem igual. Pensar que a primeira palavra que falei antes mesmo de papai e mamãe foi Galo. E bastava um foguete estourar, algo ganhar o chão ou qualquer barulho mais forte que o grito infantil de Gaaaaloooô ecoava pela casa. Era arrepiante estar no Mineirão ouvindo 100mil a entoar, dissipada e visceralmente aquele canto que mais parece um grito de guerra: ga-lo, ga-lo, ga-lo. Os garotos fundaram o Clube Atlético Mineiro, mas foi Mangabeira que nos deu nossa essência com o batismo de Galo. Um iluminado!

  3. Caro Eduardo. Os ventos litoraneos de Vitoria-ES me levaram pra este blog. E tá dando praia ein! Parabéns! Virei fa. Abraço capixaba mas com sangue Atleticano! Aqui é Galo p###a!!!!

    1. BH é Galo, Vitoria no Espírito Santo é Galo, tem até torcedor mineiro de time sem tradição que também grita Galo. O mundo é Galo, caro Fernando.

  4. confesso que não conhecia seu trabalho e deste o dia da inauguração venho acompanhando, muito bom sempre coerente até nas brincadeiras…sucesso…abraço

  5. comecei a ler sua coluna deste da primeira achei interesante,pois faltava algum que fala sobre o nosso galo,e não misturar politica e possiçao partidaria,parabnes Galooooooooooooooooooooooooo

  6. Emocionado, li o seu belo texto “Gaalooo!!! Um grito de Minas”. Como filho do Mangabeira, fico profundamente agradecido por suas palavras e pela lembrança da obra do meu pai. Ao mesmo tempo, coloco-me a sua disposição para sempre que precisar de alguma informação a respeito dos mascotes. É graças a iniciativas como a sua que a memória da criação do meu pai é preservada. Mais uma vez obrigado. Edmundo Pieruccetti.

    1. Caro Edmundo, seu comentário é que emociona ao blogueiro. Vindo lá do Araxá, em 1974, já conhecia e admirava o saudoso pai, seu e dos mascotes mineiros. Ele me presenteou com dois deles: Galo e Ganso, pela ordem.
      E veja, só caríssimo Edmundo, quantas coincidências para um Atleticano e araxaense. Galo e Ganso tem penas e bicos, começam com G e os nomes oficiais iniciam com A (Atlético e Araxá), e as camisas são listradas em preto e branco.
      Salve Mangabeira!!!

  7. Prezado Eduardo, parabéns pelo espaço , te conheci através do documentário “Pra quem tem fé” em homenagem a nossa épica campanha na copa do Brasil de 2014, te achei uma figura bacana e agora descobri que também é um ótimo colunista. Aqui em Pouso Alegre, no sul do estado, a nossa torcida teve um crescimento muito grande nos últimos anos, apesar da grande influência paulista na região, abraço!

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