Considerando que tem sido fascinante a experiência que estou vivendo, aliada ao compromisso com os leitores – Atleticanos e não-Atleticanos -, assumo a responsabilidade de postar no mínimo uma vez a cada dia. É evidente que nem sempre teremos assunto para o bom debate neste espaço, genuinamente do Galo.
Entretanto, a história do clube – e inúmeras vezes este blogueiro participando ativamente – me permitem arriscar nesta direção. Sendo assim, minha intenção passa a ser como primeira tarefa do dia publicar algo para a apreciação do Atleticano. Uma resenha virtual, podemos assim dizer.
Desta maneira, mesmo sabendo que a maioria dos Atleticanos conhecem a origem do grito de guerra “gaaalooo”, nunca é demais repetir sobre a criação do nosso mascote. Pouco tempo antes de trabalhar no jornal “Estado de Minas”, o chargista Fernando Pierucetti – que era conhecido como Mangabeira – contrapondo a quem desejava um índio como mascote, justificou sua escolha.
Instigado a criar mascotes para os clubes mineiros, optou pelo Galo para o Clube Atlético Mineiro, justificando que era um time de raça, que nunca se entrega e luta até morrer, como um galo de briga. Estas palavras fazem parte da nossa história e está no hino do nosso time do coração. Isto foi no distante ano de 1945, portanto tem mais de setenta anos. Em tempo: e carijó, ou seja, preto e branco.
Outros clubes inspiraram Mangabeira com ilustrações que acabaram sendo substituídas, por exemplo, antes de ser coelho o América foi pato, comprovando sua falta de tradição. O extinto Siderúrgica foi tartaruga e acabou ficando pelo caminho. Até o canarinho da Seleção é deste ilustre mineiro.
O Vila, um Leão que ainda permanece, até o meu Araxá – pelas águas do Barreiro e um ex-jogador – virou Ganso. Mangabeira ainda, por pura premonição, justificou outros mascotes e num deles homenageou a velhacaria, que os tempos e os fatos comprovam a cada temporada.
Falecido em 2004, Mangabeira deixou este legado e clubes que vieram depois disso ainda buscam identificação através do mascote. Em Três Corações, terra dos ilustres Pelé e Silvio Scallioni, o recém-criado Tricordiano (que sucedeu ao Tigre que era o Atlético/TC) optou pelo Galo. É o único lugar onde o torcedor não-Atleticano pode realizar o seu sonho. É comum ver no estádio local, torcedores de camisa azul, gritando com toda força “gaaalooo”!
O próprio filho do chargista, Edmundo, reconheceu, em 2010, que o Galo causou grande impacto na vida do pai, que era americano. O grito de guerra da Massa Atleticana ganhou as arquibancadas a partir dos anos 50, quando o então ídolo da Torcida, Zé do Monte, entrava em campo com um Galo nas mãos. Daí até hoje é isso que conhecemos, fazemos parte, causando inveja aos não-Atleticanos, notadamente de times mineiros.
Belo post!
O CAM foi abençoado pela percepção artística de grandes artistas como o chargista Mangabeira e o compositor Vicente Mota.
O primeiro, ao eleger o galo carijó como o mascote do CAM; o segundo, por ter composto o maravilhoso hino do clube, e não só por ser o único cantado a plenos pulmões nos estádios brasileiros por sua apaixonada torcida, mas por ter sido escrito na 1ª pessoa do plural (“Nós somos do Clube Atlético Mineiro/Jogamos com muita raça e amor”…
Obras-primas!
Gols de placa!
Acompanho seu comentário, especificamente em relação à Mangabeira e Vicente Mota.
A obra de Mangabeira é de uma importância sem igual. Pensar que a primeira palavra que falei antes mesmo de papai e mamãe foi Galo. E bastava um foguete estourar, algo ganhar o chão ou qualquer barulho mais forte que o grito infantil de Gaaaaloooô ecoava pela casa. Era arrepiante estar no Mineirão ouvindo 100mil a entoar, dissipada e visceralmente aquele canto que mais parece um grito de guerra: ga-lo, ga-lo, ga-lo. Os garotos fundaram o Clube Atlético Mineiro, mas foi Mangabeira que nos deu nossa essência com o batismo de Galo. Um iluminado!
Caro Eduardo, estou emocionado com suas palavras já tinha um tempo que não “escutava” lia essa linda história do nosso galão. Abraço direto de São Luís/MA
“São GALO” torcida do Galo doidoooooooooo na Ilha. #AquiÉGalo Nordeste #SãoGaloNews https://twitter.com/saogalo /// facebook.com/saogalonoticias
Caro Eduardo. Os ventos litoraneos de Vitoria-ES me levaram pra este blog. E tá dando praia ein! Parabéns! Virei fa. Abraço capixaba mas com sangue Atleticano! Aqui é Galo p###a!!!!
BH é Galo, Vitoria no Espírito Santo é Galo, tem até torcedor mineiro de time sem tradição que também grita Galo. O mundo é Galo, caro Fernando.
confesso que não conhecia seu trabalho e deste o dia da inauguração venho acompanhando, muito bom sempre coerente até nas brincadeiras…sucesso…abraço
comecei a ler sua coluna deste da primeira achei interesante,pois faltava algum que fala sobre o nosso galo,e não misturar politica e possiçao partidaria,parabnes Galooooooooooooooooooooooooo
Emocionado, li o seu belo texto “Gaalooo!!! Um grito de Minas”. Como filho do Mangabeira, fico profundamente agradecido por suas palavras e pela lembrança da obra do meu pai. Ao mesmo tempo, coloco-me a sua disposição para sempre que precisar de alguma informação a respeito dos mascotes. É graças a iniciativas como a sua que a memória da criação do meu pai é preservada. Mais uma vez obrigado. Edmundo Pieruccetti.
Caro Edmundo, seu comentário é que emociona ao blogueiro. Vindo lá do Araxá, em 1974, já conhecia e admirava o saudoso pai, seu e dos mascotes mineiros. Ele me presenteou com dois deles: Galo e Ganso, pela ordem.
E veja, só caríssimo Edmundo, quantas coincidências para um Atleticano e araxaense. Galo e Ganso tem penas e bicos, começam com G e os nomes oficiais iniciam com A (Atlético e Araxá), e as camisas são listradas em preto e branco.
Salve Mangabeira!!!
Prezado Eduardo, parabéns pelo espaço , te conheci através do documentário “Pra quem tem fé” em homenagem a nossa épica campanha na copa do Brasil de 2014, te achei uma figura bacana e agora descobri que também é um ótimo colunista. Aqui em Pouso Alegre, no sul do estado, a nossa torcida teve um crescimento muito grande nos últimos anos, apesar da grande influência paulista na região, abraço!
Com certeza.Boa lembraça.
Dudu, boa sorte aí no blog, mesmo sendo cruzeirense sangue azul, sou um admirador do seu trabalho! Abraços
Leo Lamounier
Grande Léo, é com alegria que recebo sua mensagem.
Parabéns pela homenagem ao grande Mangabeiras. Eterno!