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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

De alma lavada

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

De alma lavada. Era assim que o velho Januário se sentia sempre que o Atlético ganhava um jogo importante ou algum título, por menos expressivo que fosse. Como sempre fez durante a sua vida, ficava de cócoras, agachado, enquanto pitava o seu cigarro de palha na porta da cozinha de sua casa e se dividia entre ouvir o inseparável radinho de pilha e os fogos de artificio que o “seu” Izalino, o dono da quitanda, estourava sem parar.

Quando o arbitro Anderson Daronco apitou pela ultima vez encerrando o jogo na Arena da Baixada e o placar indicava que o Galo era também campeão da Copa do Brasil a exatos 13 dias da conquista do Campeonato Brasileiro de 2021, o velho Januário experimentou uma sensação que jamais havia vivenciado nos seus mais de 80 anos de vida e de atleticanidade.

Com a alma mais que lavada, Januário, agachado como sempre na porta da velha cozinha de sua casa, ficou por um tempo que não sabe precisar fitando o infinito com a cabeça envolta em mil e um pensamentos, nos quais os gols da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro se misturavam e ele, magicamente era quem dava a assistência fatal para os artilheiros alvinegros, em particular para aquele incrível super-herói que o fez, pela primeira vez em sua vida se interessar pelos personagens da Marvel. Ah! E, ele até se esqueceu de acender o seu indefectível cigarro de palha.

Um dos fogos de “seu” Izalino espocou bem próximo de seu telhado e o despertou daquele sonho surreal. Depois de abraçar e beijar a mulher, os filhos, os netos, os sobrinhos e os bisnetos que se reuniram em sua casa para acompanhar a final com ele, o velho Januário, chorando sem parar, saiu pelas ruas da vila e foi até a quitanda de “seu” Izalino que estranhou ver o velho amigo perambulando por ali àquelas horas da noite. Abraçaram-se sem trocar uma só palavra. Não era necessário. Um sabia exatamente o que o outro estava sentindo.

E a magia da atleticanidade que durante a temporada transformou torcida, dirigentes, funcionários e jogadores em uma massa única, uniforme e compromissada, explica o porquê Januário quis abraçar o dono da velha quitanda. Não há solidão nesses sentimentos. Há uma identificação que transcende ao óbvio e ao material.

Velho Januário são muitos. Hoje, em cada esquina, em cada rincão do planeta, você encontra um Januário, preto e branco no DNA e no coração, todos com a alma mais que lavada. Este apoteótico 2021 é para muitos galistas o melhor ano de suas vidas e, seguramente, é, também, o mais revolucionário dos 113 anos de existência do Atlético. 

Se de um lado as conquistas dos dois maiores títulos do futebol brasileiro em uma mesma temporada, demarcadas pelo futebol de um time que, em um nível de excelência fantástico, mostrou uma resiliência impar, uma capacidade de superação inquebrantável, uma vontade de vencer incontrolável e um querer ser campeão inabalável, significaram para o mundo atleticano a redenção, de outro, foram o prenúncio de uma nova era em preto e branco.

Assim, de alma lavada, atleticanos de todas as gerações, etnias, origens e religiões, homens e mulheres, brancos, negros, índios, orientais, héteros e homossexuais, crentes e ateus, místicos e céticos, ricos e pobres, patrões e empregados, Januários de todos os lugares e de todas as idades, se irmanam em uma comunhão espiritual sem precedentes e se embriagam, ainda que muitos não literalmente, em justa comemoração. Afinal, o Galo é campeão. Aliás, é, mais de uma vez, bicampeão.

É tempo de festas, de curtir os títulos, de recarregar as baterias. É tempo de comemorar e de confraternizar. É tempo de celebrar a atleticanidade. Mas, também é tempo de muitas reflexões.

Ah! É também tempo de muitas especulações. A roda da vida não para. Como diziam os antigos, sai da frente que atrás vem gente. E o atleticano, claro, já pensa no futuro. Mas, isso é assunto para outro ensaio. Por ora, de alma mais que lavada vou comemorar. E sei que não estou sozinho. Não é mesmo?

15 thoughts to “De alma lavada”

  1. Por fim, eh importante desmistificar as mentiras: o time escalado pelo Cuca, nao foi o pedido pela torcida. A grande maioria criticou o Zaracho em 2020, pela grana investida nele. Com Cuca, Zarachoi virou o segundo maior craque do time, jogando em diversas posições. Tanto no Racing como no Galo do Sampaoli (ou do Lucas Gonçalves kkkk) ele kogavade forma diferente. A torcida preferia Guga ao Mariano. A torcida criticou o Vargas (por ter sido indicado pelo Sampa) e o Tche Tche (pela indicado cuca). Ambos foram importantes. A torcida criticou (muito) o Allan. Ou seja, EH MENTIRA, que o Cuca escalou o time pedido pela torcida, Cuca escalou o time apesar da pressão da torcida. Ate porque se ele ouvisse todo mundo, o hyoran seria titular. Entao eh importante falar a verdade. Everson, Mariano, Nathan Silva, Allan, Zaracho, Vargas, jogaram, porque o Cuca escolheu, mesmo com q torcida pensando contra. Se contestar, gilbertosilvalover, eu posto os comentários pra provar. Zaracho jogou mais com Sampaoli, com Lucas ou com Cuca?

  2. Abraço pra todos os amigos Atleticanos, bi campeões! Parabéns aos jogadores, ao treinador e comissão técnica , à diretoria e à torcida! Sobre a discussão sobre qual o melhor Galo, julgo tão sem sentido qto à enquete que rolou sobre quem foi melhor, Galo 2021 ou palestra 2003. Falta de assunto. Sobre o yale, nao comento (como tbm nao falo sobre “santos de Pelé “, sobre “gerson”, sobre “garrincha” ou nenhum outro qualquer tema que nao seja sobre p Galo, obviamente, todas as referências que não envolvam o Galo, são ridículas, na dúvida, leiam o título do blog!). Na minha opinião, existem os melhores, e os vencedores. Todo meu respeito aos melhores, que forjaram nossa identidade e construíram o Galo de hj. Mas torço pra vencer. Pra mim, o Galo entra num jogo ou campeonato, pra vencer, não pra jogar bonito. Alguns não entendem, preferem perder seu tempo desqualificando esse ou aquele ao invés de comemorar. Cuca Lover, pra mim e o mesmo que Atleticano. Tivemos melhores, maior, não. Luisinho melhor que Leo Silva; Leo Silva maior que Luisinho. Torço e defendo o Galo, e quem vence com nossas cores. Ps: sobre o yustrich, recomendo que leiam sobre qdo o grande Ze do Monte acompanhado do grande Lucas Miranda, conseguiram a demissão do “homão “, porque ele nao permitia que bebessem uma cervejinha. Yustrich e tão campeão brasileiro qto o Dorival Jr eh da libertadores. Ps2: inseto,seus argumentos são fracos pra caraio, vc nao convence ninguém. Ps 3: Pergunta: vc tem ido ao campo pra conferir in loco o que a Massa pensa sobre o Cuca? Ou sobre o q vc “pensa” sobre o Cuca? Ps 4: Gilberto silva foi importante no título de 2013, era um volante que virou zagueiro (ja havia jogado na zaga qdo jovem, no coelho e no Galo), e experiente, participou de jogos decisivos, como a semi final na argentina, qdo Leo e Réver estavam suspensos. No mesmo jogo que Rafa Marques tirou uma bola na linha, de cabeça, deitado dentro do gol. PS 5 o futebol so existe por causa do Galo,. Tem os que preferem o “futebol bailarino “, tem os que valorizam os técnicos “pré-campeões “, e tem os que querem vencer, acho q a maioria, afinal nosso hino diz “vencer, vencer, vencer”. Sou Cuca lover, Telê lover, hulk lover, rei lover, Réver lover, Luisinho lover, enfim, sou Galo, mas quero sempre vencer, e todo o meu respeito aos que venceram com nossa camisa, de tanta história e que teve tanta gente boa que não conseguiu vencer. Desculpem o texto longo, mas achei importante esse desabafo. Quem acompanha o blog, sabe pra quem é. Tem um panguá que torceu contra o ano inteiro, e se deu mal no final. O Manso venceu, o tolo perdeu! O Galo ganhou, com o Cuca, com o Réver , e, apesar de vc!! Ano que vem, volto, rebatendo e defendendo o Galo e quem nos representa, contra aqueles que torcem pra ter razão!

  3. Pelo menos o que é inegável o que aconteceu com o Cuca e não chegou nem perto com o Sampaoli.
    Mariano, Zaracho e Allan passaram de dispensáveis (até odiados?) no início do ano para titulares absolutos e que contribuíram imensamente para o melhor ano do Galo!

  4. Boa tarde

    Viva Dudamel! Viva Ricardo Oliveira! Viva Maicon Bolt! Viva Goleiro de Boné! Viva Afogados da Ingazeira!
    Sem vcs, não estaríamos vivendo os melhores dias da vida do atleticano.

  5. O mais engraçado é que o tal inseto se mete onde não foi chamado. Não se contenta em comentar o texto do dia, tem que dar pitaco nos comentários também. Eta mala pesada……

  6. Muito bom otimo texto.
    Não poderia tamber deixar de enaltecer o documentário Lutar, Lutar, Lutar, que foi exibido ontem na ESPN Brasil, com participação do Eduardo Avila e de Grandes Atleticanos. FANTASTICO, EMOCIONANTE. Parabens Galo, por trazer muitas alegrias para esta nação, e para este momento tão dificil que ainda estamos passando.
    Que venha 2022.
    Desejo um Feliz Natal e Prospero ano Novo a todos que acompanham este espaço.

  7. Bom dia Eduardo e amigos do Galo. Ficamos realmente emocionados com o documentário sobre a HISTÓRIA do Clube Atlético Mineiro, exibido ontem a noite no canal ESPN . Confesso que até eu que sou hereditariamente Atleticano, com 63 anos de idade, desconhecia muitas fatos importantes da HISTÓRIA DO NOSSO GALO, bacana demais. Parabéns pela sua participação.

  8. Perdoe-me, Dias Gomes, mas foi com a alma lavada e enxaguada que eu comemorei todos os títulos vencidos pelo Galão da Massa em 2021. Abraços a todos os amiGalos!!!!

  9. Ontem , ao atender uma sugestão de leitura do DOMINGOS SÁVIO , encontrei na coluna do Cosme Rimoli a mesma referência sobre o ponto de inflexão que traçou nosso destino nesse 2021 de títulos e glórias .

    A atitude pública do HULK lá no inicio dos trabalhos possibilitou ao treinador tornar-se ele (treinador) o mais exaltado profissional da história mundial , quiçá estelar .

    Naquele momento em que nosso artilheiro disse ” deixa jogar , cara-pálida ” nascia o time que a TORCIDA escalava e pedia .

    Mas , justiça seja feita , só um técnico poderia cumprir a missão a que se propôs HULK e seus companheiros :
    CUCA , o MANSO , o PALESTRANTE , aquele que humildemente se curva ao que vem de DENTRO de campo , de quem sabe onde a porca torce o rabo .

    Ah ! , o ÂNGELO também trouxe ontem uma ótima referência de matéria da ESPN : uma entrevista com o Gilberto Silva .

    E eu vou levando meus comentários com parcos conhecimentos , sem nenhuma “criatividade” , haja vista não ser chegado às letras nem ao eruditismo , recursos só usado pelos que dominam a arte da escrita .

    Mas ” o MANSO ” tornou-se um adjetivo bem usado por aqui no correr do ano , não é mesmo ?

    1. Prezado Barata, permita-me o necessário alerta (quer dizer, acho que é necessário): não confundam “O MANSO” (CUca) com “OS CORNOS MANSOS” (aqueles que tiraram o sofá da sala). Abraços!

      1. RIBEIRO ,

        não , eu não esqueço do MANSO .
        Ele faz parte da resenha , não é mesmo ?

        Se você observar bem , e eu acredito que você tem essa capacidade , praticamente as minhas postagens com o tema “Cuca ” são respostas aos “cucalovers”.

        Eu gosto de falar sobre futebol, discutir futebol, debater futebol, principalmente agora que não posso mais jogar .

        Então , meu caro , vou no embalo das pautas : se querem encher o espaço com VIVAS ao Cuca me reservo o direito de comentar sobre .

  10. Bom dia, Max e Canto do Galo!!!

    Ótimo texto, Max, Parabéns!!!

    Sobre o Atleticano penso que este existe numa alma única, independente de qualquer caracterização exterior.

    Não importa, pois, para uma alma alvinegra saber ou ser lembrada se é branca, se é preta, se é hétera ou não, se é brasileira ou javanesa, ou se é pobre ou se rica, se mora em Dubai ou no Aglomerado ou se é isso ou aquilo.

    O atleticano é sobretudo A MASSA!!!

    O que importa para a alma alvinegra é isso, ser MASSA, ser Galo e isso basta.

    Nem importa tanto os títulos, motivo por que, independente deles, o atleticano continuou a ser sempre atleticano, não só na alegria, mas também na tristeza.

    Agora, na alegria, a alma atleticana está feliz e canta “O Galão ganhou, ai, credo!!!” e muito bacana esse momento.

    Mas quando o Clube caiu para a Segunda Divisão a MASSA foi junto e cantou o Hino mais lindo do Mundo para dizer “na alegria e na tristeza, eis aqui!!!”.

    Então, essa de querer caracterizar a alma atleticana com várias adjetivações, para criar sustança de atleticanidade, não carece.

    O atleticano, no íntimo, nem gosta de futebol, pois gosta mesmo é do Atlético.

    E viva o Galo!!!

    E vamo que vamo!!!

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