Por Amanda Aleixo
Eu gosto muito de Jazz. Gosto tanto que sou capaz de ouvir Kind of Blue – obra prima de Miles Davis – por horas a fio. Mas, confesso que não sei explicar o porquê comecei a gostar desse estilo musical – que não é bem a cara da juventude moderna. Com o Galo é a mesma coisa.
Você e eu, caro leitor, amamos, choramos, torcemos, mas não sabemos ao certo quando essa paixão começou. É verdade que algumas memórias nos marcam e, no meu entendimento, é nesse momento que o futebol transcende.
Recordo que depois do divórcio dos meus pais, a paixão atleticana ficou “de lado”, pois minha mãe não tinha muito interesse na coisa e eu era apenas criança. Ficou, portanto, a cargo do novo namorado dela – hoje meu padrasto – a missão de reacender a paixão alvinegra. Juntos, fomos nas duas versões do Mineirão; compramos o manto alvinegro; cantamos, choramos e sofremos em 2013; ficamos sem chão depois que o Victor meteu o pé naquela bola e gritamos “é campeão”, depois daquela campanha incrível. O Galo ajudou a transformar dois estranhos em família!
Hoje, já casada, vamos eu, meu padrasto, meu marido e meu irmão torcer para o nosso Galo. O cônjuge ainda precisa ser convertido, pois caiu na besteira de torcer para o Vasco. Triste realidade, não é? Mas antes que você ache que esse texto está muito emotivo e pessoal, eu explico: hoje é domingo, dia internacional da família. Agora me diga se tem coisa melhor que torcer paro o Galo junto com quem a gente ama?
O Galo é assim: é paixão que reúne gente de todos os tipos. É quase uma comunidade religiosa, temos nossos devotos, nosso São Vitor e muita empatia uns pelos outros. A lição aqui é a seguinte: leve seu filho, sobrinho, enteado ao estádio e faça questão de manter a tradição de torcer na família. O Galo não só nos mata do coração de vez em quando, ele também é um meio para construir relacionamentos incríveis.
O texto de hoje não é para cobrar técnico, diretoria e nem criticar – não que não seja importante de tempos em tempos -, mas para relembrar que o Galo une gerações e cria memórias fantásticas. Eu tenho muitas e você?
Chegou…
chegou sim a emoção de todos Atleticanos , os mais de 8 milhões de fanáticos torcedores começam essa semana com os olhos voltados para os jogos do Galooooooooooooooooooooooooooo no Campeonato Brasileiro, com o EU ACREDITO na conquista do brasileirão.
Vamos Galooooooooooooooooooooooooooo
Raça,Raça,Raça
Uma vez até morrer !
Boa tarde, Amanda Aleixo e demais AmiGalos!
Temos dois gostos em comum, cara Atleticana: a música e o Galo. Mas eu, com meu espírito de contradição, não entrei aqui exatamente para concordar com você. Mais para lembrar que Kind of Blue, por exemplo, e outros clássicos do jazz, da MPB e do progressivo, ouvidos com atenção serão assimilados por gente de qualquer idade ou geração, pois se trata de música atemporal. Como o nosso Galo: atemporal… Eh, Galo!
Saudações Atleticanas
Concordo com você, Rubens 🙂
O que quis dizer é que não vejo tanta gente da minha geração apaixonada pelo Jazz como eu! Grande abraço
Boa tarde Amanda e amigos do Galo. Somos uma família com um século de paixão pelo NOSSO GALO. Meu pai respirava Galo, nas derrotas argumentava, defentia com unhas e dentes o Galo, fazia calar muitos torcedores contrários com argumentos infindáveis. Família de onze, pouco dinheiro, muitas dificuldades, mas alternadamente todos nós fomos levados ao Mineirão quando éramos crianças. Minha primeira vez foi em 1971, Galo 1x 0 S.Paulo, gol de falta do Oldair. Não esqueço até hoje, a charanga tocava ” Pergunta pru Joao” , Mineirão lotado. Meu pai faleceu 2 meses antes do NOSSO GALO conquistar a Libertadores, e a pedido dele uma réplica da Taça foi levada até seu jazigo. Galo eternamente .
Grande história, Ricardo! Tem jeito de não torcer para um time desses? 🙂 Grande abraço
É muito especial transmitir não só nossos genes, mas a alegria de ensinar uma pessoa tão pequena a gritar “Galooooo!”, toda vez que escuta um foguete ou o time faz um gol.
Bom dia Eduardo, Atleticanas Atleticanos. Bom dia, Amanda. Mais um belo texto. Obrigado. Eu não tive o privilégio de torcer para o Galo em família quando criança, pois, sou único atleticano numa família de dez cruzeirenses. Mas, pude fazê-lo com meus filhos em casa e em várias idas ao Mineirão. Realmente é um programa familiar por excelência.
Bom dia massa Amanda e Guru. Compartilho com vc amanda esta mesma constatação. A coisa é hereditária e passa de pai para filho, está no DNA. Por isto somos diferentes e únicos. Não somos a maior, mas simplesmente a melhor torcida do Brasil, e a constatação disto é resumida numa frase já dita por vários que passaram ou estão em nosso convívio no momento: “Aqui entra funcionário e sai torcedor”.
É isso aí, JB 🙂 Galo sempre!