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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

A grande razão de me permitir sonhar

Já contei em algumas oportunidades aqui no Canto do Galo sobre minha infância em Araxá e o encaminhamento a descobrir o Clube Atlético Mineiro. Quem na minha faixa etária que morava no interior, sabe tão bem o quanto a influência do rádio era RJ e SP, televisão demorou um pouquinho. Além de preta e branca, poucos tinham aparelho e era comum assistir na casa dos vizinhos. Futebol, quando muito, mostrava um ou outro gol. Partidas quase nenhuma.

Mas meu primeiro jogo e a condição de torcedor de arquibancada foi no Estádio Fausto Alvim, onde o Ganso – Araxá de preto e branco vertical (nada é por acaso) – mandava seus jogos. Não perdia uma partida debaixo de um sol escaldante de domingo, via de regra 15h, quando tivemos um time maravilhoso para o interior de Minas. Sei a escalação de cor, mas entre eles estava meu primeiro ídolo do futebol.

Spencer, um jovem em torno de 18 anos, que foi de BH para Araxá e comandava aquele time da minha cidade ao lado de outros que marcaram época. Cabelos longos, como os que eu usava na ocasião, além de craque era cobiçado pelas moçoilas da cidade. Pouco tempo depois foi campeão brasileiro pelo Galo. Foi ele que recebeu a falta que Oldair converteu em gol na vitória sobre o São Paulo. Seu Edu, até pouco tempo massagista do Galo, era um voluntarioso lateral esquerdo do Ganso.

Foi nesse ambiente que me moldei na condição de torcedor. O ganso eu assistia e ouvia quando os jogos eram fora de Araxá, já o time do meu pai – atualmente chamo de flamídia – pelas rádios Globo e Tupi. Belo Horizonte, a mim, era tão e somente a capital de Minas Gerais. Isso aprendi nas aulas do Grupo Escolar Delfim Moreira, até que fui conhecendo – lentamente – as mesmas cores P&B do Galo. Foi um cunhado, também já contei muito sobre Fausto, que me encaminhou para esse caminho sem volta.

Mudando para Belo Horizonte, contrariando orientações de priorizar os estudos fui conciliando – mais ou menos esse compromisso com meus pais – e deixando o Galo tomar conta da minha alma e do meu coração. Hoje, por onde passo e sou identificado, as primeiras palavras são em torno do Galo. Depois até demonstro outras preferências, mas a prioridade é o nosso time. Se for Atleticano, convivo bem, ainda que pensemos diferentes noutras questões. O Galo é mais importante.

Fiz essa pequena digressão para reafirmar algo que está explícito em minha pessoa. Se sonhei em momentos cruciais da nossa história porque razão deixaria de continuar acreditando. Já voltei para casa arrasado ao ver meu time ser derrotado e perdendo títulos por total incompetência e tantas outras vezes roubado. Nem por isso me abalei. Agora, em que pese a instabilidade que estamos atravessando, somos penta mineiro e estamos nas quartas – a um passo das semifinais – das Copas Libertadores e do Brasil.

Recentemente, em 2021 – apenas três anos passados – ganhamos Brasileiro e Copa do Brasil. Naquele ano também o mineiro e chegamos às semifinais da Libertadores. Confio na repetição desses títulos brevemente. Afinal, sou Atleticano, meu time é o melhor entre todos do planeta. Que se danem o resto, até selecinha. A grande razão em me permitir sonhar é que ser Atleticano é muito mais que ser torcedor. Eu sonho! Eu acredito!

Em tempo: dia 12 será na próxima quinta-feira. Pra cima deles Galo!

*fotos: Pedro Souza/Atlético

17 thoughts to “A grande razão de me permitir sonhar”

  1. Atleticanos, sigamos no caminho certo, obviamente com percalços e dificuldades. Que a gente nunca perca a capacidade de criticar, mas que tenhamos sabedoria pra isso. Hj, ao meu ver, criticamos muito mal, o que é tão ruim qto não criticar. Criticar os 3 zagueiros com fundamento, é bom pro Galo, dizer que o Galo não funciona com 3 zagueiros porque nunca funcionou, é falta de argumento. Criticar alguém porque tem muitas ideias, é uma ode à estupidez! Só tem muitas ideias quem é capaz de tê-las! Sendo mais específico, achar que Battaglia está improvisado, que tem que jogar de volante, é ser cego pro tanto que ele está bem nessa posição (e o ótimo Franco? Não aparece mas é fundamental. Alguém outro dia o criticou dizendo que não lembra de gol ou chute a gol feito por ele. Qta limitação de pensamento e de entendimento do jogo). Já condenaram o Fausto Vera, o Bernard nunca jogou nada, varias verdades absolutas, soluções prontas dos entendidos. Arana é lateral, Saravia tbm, Rubens titular. Ninguém falou ainda que Vargas e Kardec são, tecnicamente, muito melhores que o Deyverson. E tem “torcedor “ que vai pra arena mrv gritar o nome dele eqto outro jogador cobra um penalti!?!? Ridículo!! E a playboizada que frequenta o campo hj, que contracena e faz selfies durante um jogo do Galo quer a nike no lugar da adidas. Hj cantam que o Galo é o time da virada, o time do amor. Esse é o Vasco. Sou da epoca que o Galo era o time da virada, e o time VINGADOR. Por fim, quem classifica o Galo como o maior de Minas, apequena o Clube. E viva os professores pardais. Aguardo ansioso o dia em que perceberemos que é melhor entender quem pensa muito do que optar pelo oposto. Escolho o muito, sempre, pensar muito, querer muito (Minas é pouco pro Galo), ganhar muito. Pros mais jovens lembro que em 71, ganhamos o brasileiro com o volante Oldair de Lateral esquerdo. Telê tbm improvisou, com sucesso, Renato Morungaba como centroavante em 87 e em 2013, tivemos Gilberto Silva fundamental como primeiro reserva da zaga na Libertadores. Desculpem o longo texto, quem não tiver paciência, não leia. Vejo aqui que tem quem não assiste jogo do Galo, dependendo da fase, pra não passar raiva. Imagino esses em 1993! Eu não consigo, só nao vejo o Galo se não puder. Já sai de BH há alguns anos, sou servidor publico federal em Brasília, mas o Galo não sai de mim. Assisto quase 60% dos jogos do Galo no campo, tanto em BH como fora. E sigamos! Contra o fogo amigo e sempre a favor do Galo! SAN

  2. Caro Eduardo,
    muito interessante sua história em Araxá e adjacências. Eu como morador de Uberaba na minha infância não perdia jogos do Uberaba Sport Clube, enfrentando adversários regionais como o Ganso, o Nacional de Uberaba, o Fluminense de Araguari entre outros.
    Com relação a sua biografia senti falta das passagens do Padre Torga, responsável pelo endireitamento de vários alunos que iam nos caminhos tortuosos
    abraço

  3. O time do nosso CAM está nas mãos de Milito e seus parceiros de comissão técnica, portanto, que façam acontecer da forma que todos nós estamos sonhando e acreditando.

    E cabe aos jogadores a entrega total e absoluta nestas partidas que decidem vagas para seguir nas copas que tanto queremos ganhar e comemorar.

    No Brasileirão, que estamos muito mal na tabela pelo time que temos, é sonhar com G4, se bem, como narrou o amigalo JBHGALO, têm um Diretor (ou CEO) (ou imcopetente) lá dentro, que pra variar, abriu a boca para falar besteira dizendo que temos um time para terminar tipo no meio da tabela… não basta os graves defeitos da Arena pra resolver e ainda vêm dar pitaco na colocação do time… esse perdeu a chance de ficar calado.

  4. Finalmente , dia 12 vou conhecer a conturbada arena . Nunca perdi uma classificação , ou um jogo qualquer , só vivenciei dois empates amargos dificeis de digerir. 200 reais , passagem e ingresso, razoavel , já me increvi. Num casamento de uma sobrinha minha , sabado passado em BH , tive o prazer de conhecer o galo doido, que chegou no final da festa e arrasou. Um artista, animador de plateias, atleticanas ou não , sendo agora imitado por outros mascotes , que não chegam nem perto. Carisma , preparo fisico , espetaculo.

  5. Bom dia. Guru e AmiGalo! Uma história muito bonita e interessante essa sua, como muitos que vieram do interior de Minas. Uma época, que as pessoas tinham muita dificuldade financeira e os filhos, se esforçavam em trabalhar para ajudar em casa e estudar. Pedir esmolas era uma afronta, a dignidade vinha primeiro, Eu, sou Belo horizontino, mas meus pais e antepassados eram do interior, mas com DNA, Atleticano, sem exceção, Eu, me lembro de meu pai, em levar-me ao Independência ver o nosso Galo. Lembro-me, que acabava o jogo, e via de regra saiamos vencedores, ia-amos à pé, até o bairro Bonfim, onde moravamos, sem antes passar no Café Palhares para comer um sanduiche de pão com pernil e um refrigerante e o meu pai uma cachacinha da boa. Sequiamos, felizes para casa, até sonhava, era e é, uma paixão que não se acaba nunca, mais tenho um herdeiro, que é Atleticano até a alma. Eu acredito nessa administração, porque, acho eu, que estão querendo fazer igual o flamídia e o Palmeiras, que até pouco tempo estavam numa lama danada, quando eles arrumaram a casa, ficaram sem dívidas, olha a potencia financeira que são hoje. Quando acabarem nossas dívidas, seremos tudo aquilo, que os quatro erres prometeram. Pra quem viu tantos dirigentes ruins e que prejudicaram o Galo.., estou confiante e veremos que estamos no caminho certo. EU ACRETIDO ! AQUI É GALO, P@##RR#

    1. Palavras inspiradoras, meu caro Atleticano da Velha Guarda. Emocionei-me, confesso sem nenhum constrangimento! Oxalá elas atinjam a alma de todos os ATLETICANOS. Abraços!

  6. Saudações Alvinegras. O Atleticano sempre será um sonhador, sempre verá esperanças onde os outros veem um resultado impossível, o Atleticano é mestre em sonhar e acreditar e principalmente em lutar. Contra tudo e contra todos, e ultimamente temos q lutar até contra o fogo amigo, são novos tempos, falar de derrotas e destilar críticas rende sempre muito mais. Percebo isso nos grupos de zap do Galo que participo> Domingo em todos meus 5 grupos de zap a resenha acabou cedo, se fosse derrota iria render até segunda de manha as críticas estariam rolando. Resultado dos novos tempos.
    Prefiro sempre ver o copo meio cheio, aprendi a ser assim com meu saudoso Pai, o maior Atleticano que ja conheci.
    Que os Deuses do futebol nos reserve grandes momentos após essa data fifa.
    Eu acredito sempre
    Aqui é Galo porra. Forjado na dor na injustiça e no amor

  7. Salve Massa e Guru

    “Se sonhei em momentos cruciais da nossa história, porque razão deixaria de continuar acreditando.”
    O problema Ávila, é que para que seus sonhos possam se tornar realidade, precisaria da ajuda do clube.
    Mas como sonhar, se a própria gente da SAF e diretoria através de um CO incompetente, vem a público falar que nosso elenco é para 7º a 9º lugar no brasileiro?
    Novamente este senhor, cujo histórico não é lá estas coisas ((vide problemas na Arena (ponto cego, gramado e acústica)), porta do banheiro, retirada de torcedor do estádio) entre outros, abre a boca novamente, pra brochar o torcedor atleticano.
    Quer dizer que aquela história de um dos maiores da América, agora virou coadjuvante de brasileirão? Talvez por isto estamos vendo a “vontade” dos jogadores em campo.
    Parabéns a Igor Tep que fez o papel do torcedor e não aceitou esta idiotice!!!
    Se a SAF e a diretoria pensa pequeno, a torcida não e não vamos aceitar um time de 20 milhões de folha, com toda estrutura de fazer inveja e uma torcida de 9 milhões de apaixonados se contentar com 7º a 9º lugar.
    Se o objetivo destes cara era este, compraram o clube errado, cambada de incompetentes!!!

  8. E por falar no Ganso cabe registrar o vexame protagonizado pelos dirigentes daquela prestigiosa instituição: roeram as cordas e, na última hora, desistiram de disputar a Série B do Campeonato Rural. Que o Padre Torga excomungue todos eles.

  9. Bom dia Eduardo de Avila. Icone da atleticaniedade. Com um grande e saudoso atleticano da gema o Peter Joviano Coutinho, aprendi lá no bar do Salomao o conceito de amor, que segundo Peter Joviano, é a paixao coada pelo tempo. Então poderia afirmar que você ama o Galo. Perdizinha, Juiz de Fora, Sul da Bahia, Uberaba, Araxá e por todos os lugares pelos quais andastes guardam , com certeza, marcas indeleveis de sua iconica atleticaniedade. Parabéns! Aquí é Galo !

      1. De fato, cometi um erro imperdoavel de esquecer de citar Patrocinio. Peço sinceras escusas a Denga, torcedora simbolo do Galo naquela cidade.

    1. Por isso que a gente não larga de frequentar esta clareira da Atleticanidade, ou só rodeá-la, capinada e demarcada com esmero e temperança pelo Ávila, que é onde se depositam cumbucas de todo conteúdo , para além até do amor e (des)amor ao GALO, O MAIOR DE MINAS, como a oferta de hoje do DOMINGOS SAVIO , que, replicando o amigo dele Peter Coutinho, nos sensibiliza com a captura do que é o amor: “é a paixão coada pelo tempo”. E como é!

    1. Amigalo ZÉ EUSTÁQUIO.

      Sobre o gramado que você comentou ontem em cima daquilo que escrevi, também concordo com a sua colocação… e temos que criticar mesmo esta situação pois é um absurdo uma Arena de Futebol que custou a bagatela de 1 BI, ter um gramado tão ruim… é a “nossa” casa e somos felizes de ter uma, mas carece de melhorias em alguns aspectos.

  10. Bom dia. Vivi coisas semelhantes na minha pequena Bicas ( juiz de fora faz parte da região metropolitana de Bicas). Só que lá a rivalidade era entre Esporte ( vermelho e branco) e Leopoldina( preto e branco e galo como mascote). Sou torcedor do Esporte. Fazer o que? Só torço p um Galo rs.
    Porém, como em Araxa, Bicas e toda a região da zona da mata foi tomada pela influência dosss carasss cariocasss. Infelizmente.
    Mas façam um teste: pergunte a um torcedor pq ele torce pro flamerda.
    Ele não saberá te responder.
    Nos, atleticanos sabemos. E somos muito mais que torcedores: SOMOS ATLETICANOS, forjados na injustiça e na garra, nas dificuldades que juntos superamos. Somos aquela torcida que mesmo no auge, tem que provar que somos bons. Faz parte. O que motiva um CAMpeao é a sua vontade. Isso não nos falta.
    Sigamos.

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