Vigília e espera pela fumaça branca e preta

A mais que previsível queda do Cuca foi anunciada ainda ao final da manhã de ontem, via redes sociais. A situação se tornou insustentável e qualquer tentativa de adiamento seria ainda mais danosa ao ex-treinador e, ao que nos interessa, o Galo. Existiram lá razões de ordem administrativa em protelar por um dia e duas noites o distrato contratual. Se foi amigável, se existe multa, se outras alternativas que a cornetagem das redes sugerem, não vou me ocupar. Reafirmo meu pensar sobre o Alexi Stival. O treinador das maiores conquistas e glórias do Galo de todos os tempos, pena que nas duas oportunidades abandonou o projeto e foi atrás de outros desafios. Concomitante, depois disso, em duas oportunidades, o treinador não conseguiu repetir esse sucesso e acumulou passagens melancólicas à frente da equipe. Venceu!

Entramos agora na fase das especulações sobre seu sucessor. Imaginava eu, um jornalistazinho – na visão de tudólogos (sujeito que é chato, frustrado que se acha iluminado) – que a solução já estivesse embrulhada para ser revelada em ato contínuo. Afinal, Galo escaldado – referência em sentido amplo, desde gestão até a Massa – não admite reviver essas transições como em tempos recentes. Que nada! Daí, em função desse jeito novo safista de empoderamento, cabe ao Torcedor socar os rabos entre as pernas até que o tudólogo defina. Surgem então especulações, falsas ou verdadeiras, de que fulano recusou o Galo que já vai atrás do beltrano para lá na frente anunciar o sicrano. Nessas condições, nestes tempos que refiro, já experimentamos muito limão azedo e com pouco caldo. Fazer o que? Pergunte, se tem coragem, qual a formação dentro do futebol de quem decide. A mesma minha, só que não tenho grana. E converso e digito como todo bom corneteiro, mas tenho diploma de jornalista profissional.

Esse papelote e outro na área jurídica em nada contribuem à minha cornetagem. Minha credencial vem de outras cadeiras. Digo, nem existiam cadeiras, do cimentão mesmo e do sol na cara do lado contrário aos vestiários do saudoso Mineirão. Dos tempos que mataram com a gourmetização do futebol, fazendo do melhor do mundo – Braziiiil – virar pequenininho. Igual time emergente e decadente. Acabaram com o futebol brasileiro e, no nosso caso, mataram a verdadeira Massa que lotava Mineirão. Hoje é self, Arena, acústica, grama sintética, salários exorbitantes (chegou a atrasar e cobranças pipocam ontem foi relacionada do Deyverson) e o futebolzinho deprimente. E, alguns saudosistas – onde me incluo – ainda acreditam em mudança de rumos. Como? Se se anuncia uma novela para a nomeação, digo contratação, de um novo treinador. Entre os disponíveis no mercado interno ou até mesmo do velho mundo. Sampaoli não me seduz, mas admitiria. Outro argentino não. Nem Sul-Americano.

Ontem desenterraram uma sugestão que fiz tem mais de seis anos, Beccacece, como se fosse atual. Para depois mandar informação que ele teria recusado. Fonte interessada, por política interna de outra corrente, em tumultuar ainda mais o ambiente. Deve ter pensado que hoje eu daria essa bomba. Tenho quase 68 anos de vida, 43 de OAB e 35 de jornalismo. Ah! Dessas todas e somando com a condição de torcedor passam de 200 anos, cumulativamente, claro. Não sou tão juvenil quanto pensaram. Fato é que, esse caso foi direcionado e intencional, outros igualmente seguem contaminando as redes sociais e grupos Atleticanos. Quem perde é o Galo e, por via de consequência, todos nós Atleticanos. Desde os gestores, comissão técnica remanescente, jogadores e o maior patrimônio que vem sendo vilipendiado pelos demais, o Torcedor do Galo. Tomara que hoje, logo na primeira hora, ocorra o anúncio e desminta o texto diário que o blogueiro preparou enquanto o dia clareava. Assim, como eventualmente brinco sobre alguns jogadores, vai lá arrebenta em campo e queima a minha língua. Nada disso ainda aconteceu, mas confesso que agradaria a bolha na boca.

Enquanto isso, sob o comando do Lucas Gonçalves – que sempre assume nas geladas transições – vamos amanhã a Salvador tentar iniciar a reação no Brasileirão. Em suas interinidades, deixou boa impressão numa que sequer entrou nos registros da história, ao iniciar o estadual de 2021 com garotos da base. Depois em jogos isolados não foi feliz numa ocasião e na última afastou o fantasma do rebaixamento. Se tivesse eu diploma de tudólgo Atleticano – sorte da Massa minha desqualificação – deixaria ele e isso que temos priorizando fugir do risco ameaçador do grupo de baixo. E promover, gradualmente, o aproveitamento de jovens que querem mostrar serviço lentamente nos jogos restantes. Inviável, uma vez que o Torcedor é imediatista. E não é para menos, foi o prometido na transição do modelo de gestão. Ontonce, como se diz pelo longo território mineiro e Atleticano, quem pariu mateus que o embale. Ou seja, quem criou expectativa e não entregou que resolva. Começando pelo anúncio do treinador.

Sobre o elenco, onde parece que vai virar a janela com o buraco claro e explícito da falta de um defensor e um volante, é o que temos e vamos ter de enfrentar até a virada da temporada. Planejamento nas coxas, no meio da temporada – tipo trocar pneu com carro andando ou hélice de avião em pleno voo – dá nisso. Podem gostar ou não gostar do que pensa o Torcedor, que tem toda liberdade de vir aqui e – concordando ou discordando – expor seu pensar e seu sentir. Sempre foi assim, eventualmente aparecem alguns que contestam o texto do blogueiro. Acho saudável, só evito e atiro na lixeira agressões e grosserias. Teve até quem mudou o nick e tenta ajustar seu texto diferente do anterior, mas tá comportadinho. Deixa. Coitado, ler todo dia e tentar se manter no sonhado anonimato não é mole. Es not mole não!

Enfim, pelo urro e pelo berro, queremos definição. Já!

*fotos: flickr/Atlético