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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

“Não sou freira … nem sou puta”

Essa expressão do título vem da letra de “Pagu”, assinada por Rita Lee e Zélia Duncan, em homenagem a uma mulher – Patrícia Galvão – feminista e ousada dos anos 30 do século passado. Sobre ela escritora, redatora, militante e tantas outras atividades nenhuma relação com o proposto ao debate. Tampouco com o futebol, mas era uma pessoa a frente do seu tempo e que não era santa e muito menos bandida. Discriminada pelo seu modus vivendi.

Pois bem, vivemos tempos difíceis, notadamente no nosso Brasil, onde os extremos passaram a vigiar as pessoas e exigirem delas comportamento que julgam adequados. Meu estilo de vida, nem sempre discreto, incomoda muita gente. Próxima ou mesmo quem sequer nada sabe a respeito do meu dia a dia. Aqui no blog, sistematicamente, aparecem – são poucos, mas existem – cobradores daquilo que nem são credores.

Dito isso, vou ao que me sugere debater nesta terça-feira. O Galo, nossa paixão centenária – que vivemos intensamente e alguns como eu tem mais de meio século – aderiu à proposta de Sociedade Anônima do Futebol. Durante o processo de transformação, com transparência ou não, o tema foi debatido exaustivamente entre Torcedores e gestores. Muitos, não eram poucos, cobravam e sugeriam não trazer aporte financeiro externo (internacional) e que deveria ficar nas mãos de Atleticanos.

Acompanhei tudo isso, não mais e nem menos que a média dos leitores e Torcedores, até que se desencadeasse da maneira agora conhecida. Entre esses que criticavam o risco de moeda vinda do exterior, alguns – agora sim em menor número – seguem resistindo e até insinuando ter havido maracutaia nessa transação. Minha rede social segue recebendo muito material, a maioria memes fake, que sem ler caem na lixeira. São, pelo que demonstram, torcedores de dirigentes. Ex-dirigentes.

Tem até os correligionários de interesses políticos internos e externos, são infalíveis e atentos nas cobranças, que sem se olhar no espelho exigem de conselheiros, imprensa (incluindo o meu caso de estar blogueiro) e quem se atrever em pensar diferente que sigam a sua cartilha. Eu seguirei! Não aos patrulhadores, mas com minha Atleticanidade. No ônibus que me levar aos jogos do Galo, seja onde for.

Quanto aos compradores das ações da SAF, que já foram chamados de Mecenas – por gente que agora critica -, de benfeitor pelo blogueiro durante bom tempo, que sigam como agora os trato como investidores e sócios. O sucesso do empreendimento dos capitalistas será motivo de comemorações do Atleticano. Não creio que irão bancar prejuízo financeiro e técnico como experimentamos – com toda fidelidade – por décadas.

Se a eles o que interessa é lucro financeiro, quero crer, que o resultado técnico irá balizar esse ganho. Continuarei apoiando, indo aos jogos, sendo sócio torcedor e proprietário de cadeira cativa (duas), e tudo que puder contribuir. Não vou jogar pela janela, do apartamento que moro ou do ônibus que nos leva aos jogos, mais de 50 anos de Atleticanidade pelo fato de capitalistas – segundo as regras legais atuais – terem assumido o comando e gestão do meu Galo.

Minha condição de cidadão brasileiro, mineiro, araxaense e belo-horizontino (cidadania honorária) por uma gentil concessão do então vereador Bocão, Atleticano de alma e sentimento, me permitem continuar torcendo pelo time do meu coração. Acho que a direção Atleticana, nas mãos de gente que é também apaixonada pelo clube, pode nos redirecionar aos bons e recentes tempos. Eles são os mesmos que viabilizaram os títulos de 2021. Não são santos (isso nem existe), mas também não são bandidos, como alguns tentam – dissimuladamente – sugerir. Cuidado com o espelho!

*imagens: arquivo do blog

29 thoughts to ““Não sou freira … nem sou puta””

  1. O atleticano , cansado e perplexo , desanimado ante toda incompetencia e descaso com seu , nosso , amado clube , ver , no ano da ianauguracao da nossa arena , a temporada acabar melancolicamente , EM JULHO , pasmem, amigalos. Nao bastasse o crime perpetrado em 2022 , por estes que estao na diretoria, com perdas astronomicas de receitas , por um abandono de continuar a trajetoria de 2021 , vencedora , lucrativa e que acenava ser o inicio de uma nova era. Nada, acabaram com o time , dia apos dia e seguiram 2023 na mesma, mesmissima toada. E , o crime maior, NADA FOI FEITO PRA MUDAR ESTE QUADRO. Desconstruindo o time, vendendo bons jogadores e trazendo refugos , quase que diariamente. Treinadores do pior nivel , com o aval destes que estao no clube hoje , no comando e nao explicam a ghestao lesiva e prejudicial ao clube , impunes , inclusive , livres de uma investigacao do poder publico . 2022 e este ano , 2023 , anos que implantaram no galo , terra arrasada ; e o que fica , o que sobra ao atleticano , o que restou deste fim de feira , ter que torcer para milagres acontecerem , no brasileirao e libertadores : o nque resta ao atleticano : o pensamento obrigatorio e logico , apos comprarem o clube , sanarem a divida por eles aumentada exponencialmente , o pensamento , logico e obrigatorio : AGORA QUE SAO DONOS DO CLUBE , terao de administra lo de uma forma responsavel e lucrativa , o clube que detonaram e espezinharam neste bienio 22 em 23 . Esta , a nossa torcida
    .

  2. Bom dia Eduardo! Como sempre, um brilhante texto. E acho que você tocou no ponto fundamental. Os 4R’s são empresários de sucesso, em todos os seus ramos. bancos, financeiras, construtoras e hospitais. Como torço para o Galo, não me interessa se eles vão ficar cada vez mais ricos, desde que o nosso time dispute e ganhe títulos. Nasci em 1.957 e ví o Galo ser campeão em 1.971. Depois disso continuei atleticano independente das vitórias e conquistas. Mas depois de 2.013 gostei do que ví e não quero menos. E aí que você tocou num ponto fundamental. Este processo da SAF, para ter sucesso vai depender de uma base forte, para revelar talentos e automaticamente gerar receitas com as vendas, de um time de sucesso, para que o lucro aumente com estádio sempre cheio, sócios torcedores pagando o carnê, e títulos e premiações. senão estará fadado ao fracasso. E como o fracasso não faz parte da vida dos 4R’s, boto fé demais. GALO SEMPRE!

  3. Bom dia!
    No caso da SAF tenho, particularmente, exercido o “benefício da dúvida” a favor dos “mecenas/investidores”, conhecidos, também, como 4 R’s.
    Segue uma entrevista interessante do Rubens Menin!
    Pode ser verdade!? Pode!
    Pode ser mentira!? Pode!
    Contudo, deixo a conclusão a cada um, como eu, atleticano de coração, mas lúcido.
    Sds.

    https://neofeed.com.br/negocios/exclusivo-rubens-menin-detalha-a-saf-do-galo-e-por-que-entrou-nela-sim-e-um-negocio/

  4. Concordo com o blogueiro democrático, em gênero, número e grau. Contudo, registro o que o blogueiro certamente sabe, que não existe almoço de graça, neste tipo de negociação. Não estou insinuando nada, só não sou bobo de acreditar em 313 milhões de perdão, até porque, conforme já disse também aqui, não acredito em Papai Noel, Duende e muito menos da Mãe Dinah… Enfim e resumindo: não falo mais deste tipo de problema e vou continuar TORCENDO, E MUITO, ATÉ MORRER, se antes o futebol não acabar… (no sentido de deixar de ser um atrativo que valha a pena ver e torcer, porque, óbvio, não acaba nunca….).

  5. Bom dia, todos! No próximo 13/12 farei 50 anos de uma vida muito bem vivida. Desde criança vibrei e chorei pelo Galo, já chegando aos 40 anos imaginava que não viria o Galo ser campeão. Em 2010 um amigo comprou uma casa pelo “minha casa minha vida” e disse: “acho que termino de pagar a casa e o Galo não será campeão”. Pois em 2013 veio o tão sonhado título e em 2014 o segundo. Em 2021 aconteceu a apoteose do atleticano. Digo isso, porque durante todo essa história atleticana foi narrada sempre com a palavra “dívida”. O medo do Galo sucumbir aos problemas financeiros sempre foi um fantasma para mim. Agora passamos para a SAF, o medo é outro, mas estará presente. Entre a certeza da morte e a dúvida pela vida, através da SAF, fico com a segunda.

  6. Bom dia. Acho que muitos estão apenas externando a insatisfação de como foi conduzido todo esse processo. Tem vários pontos escuros, se olhar tudo que aconteceu nestes últimos 3 anos é complicado ver e analisar como tudo se desenrolou e a urgência como tudo foi colocado agora no final. Creio que a maioria que criticou esse processo apenas quis proteger o galo, pois não era ‘normal” o que estava acontecendo e aconteceu com o clube. A SAF ia vim de qualquer jeito, mas precisava ser desse jeito? né. Sigamos né, afinal o Clube ainda detém 25% e é sócio da SAF. Me preocupa o que o Menin e o CEO falou sobre as dividas e como será o planejamento para paga-las. Se pegar entrevistas de 2019 foi a mesma coisa, prometeram um planejamento… e agora não falou nada novo, só que nada se confirmou do que ele planejou lá atrás e pelo contrario a vaca sumiu no brejo… E o que mudaria agora? gestão mais profissional? antes não era? ou vão andar com os pés no chão? isso pode limitar o time? pois dinheiro no futebol some rápido dependendo das decisões. Se o gasto não for bem planejado em algum ano, dá zebra, impactando a gestão futura e o time. Parece que vão trabalhar com a corda no pescoço até 2027. Torcer pra tudo dar certo…vamos ver como será isso e continuar a cobrar, não é carta branca. Somos sócios disso tudo ainda, só vale o que vale pela torcida que segue, consome, assiste, acompanha…O clube ainda somos nós, só entra em campo por nós atleticanos. Um clube sem sua torcida não é nada, perde a razão de existência. Saudações…

  7. Ontem ( e hoje ) o ATLÉTICO comemora 10 anos da conquista da mais empolgante Libertadores de todos os tempos .

    Data compartilhada nas redes sociais até mesmo por narradores e comentaristas de outras plagas .

    Mas, por aqui , nenhuma lembrança.

    Claro , estão a construir uma nova identidade , a partir do ZERO .

    Porque a HISTÓRIA DO CLUBE ATLÉTICO MINEIRO não entrou no pacote da compra , e nem poderia , pois ela JAMAIS ESTARÁ À VENDA .

    1. Barata, qual a sua maior proeza para assistir um jogo do Galo? Com 17 anos arrumei um emprego no armazem do Raimundo Aleixo, la em Bom Despacho. Quando recebi meu primeiro salário, tinha um jogo, no sábado, nove da noite, Galo x Coritiba pelo Brasileiro. Paguei o ônibus da Santa Maria as seis horas da tarde, desembarquei na rodoviaria 20:30, embarquei numa daquelas kombis que iam para o Mineirao. Cheguei o jogo já tinha comecado, mas vi o gol do Romulo, ponta esquerda. Cortou pra dentro e tá no filoooo, diría Fernando Sasso, goooolllllll do Gaaaloooooo, diria Viligonzer. Encerrado o jogo, voltei pra rodoviaria e dormi no banco, para esperar o ônibus de 05:30 do domingo para voltar a Bom Despacho. Então meu camarada, deixa de ser pirracento e vamos seguir com o Galo….kkkkkkkk

  8. Bom dia Massa e Guru

    Sobre a SA, mesmo com restrições pela falta de transparência como foi tratado o assunto, continuo com minha pergunta e devidamente comentada pelo amigalo Miguel Schettini.
    Se o time estivesse bem, ganhando partidas, classificado para a copa BR, brigando pela liberta e bem no brasileirão, a gritaria seria a mesma?
    Ruim ou bom, o certo e que ao contrário do que vinha ocorrendo, agora o clube tem dono e duvido que vão rasgar dinheiro em contrações esdrúxulas. Não vão poder mais repassar a culpa pelo endividamento e a farra dos empresários deve acabar.
    SAF ou não, como ja disse, o manto, o escudo, o hino serão os mesmos e quando o time estiver ganhando vou gritar Galo e não ASA ou GSA ou qualquer outra sigla que queiram taxar o clube pós SAF.
    Mas aqueles que estão pulando barco por causa disto, ainda da tempo, façam uma vaquinha e paguem nossas dívidas, claro sem esquecer de fazer os investimentos que precisamos.

  9. Eu não queria que Dario, o Peito de Aço saísse do Galo. Eu era uma criança, não entendia muitas coisas. Eu sonhava com uma volta de Dario ao Galo. Vi ele ser artilheiro por onde ele passou. Como pode o Dadá Maravilha ter saído do meu time do coração? Mas eu não era dono do Galo. Cresci, fiquei velho e ainda não entendo muita coisa. Só sei que nunca fui e nem serei dono do Galo. Ouso dizer que nem mesmo os que compraram a SAF do Galo são seus donos. A propósito, no hino mais lindo entre todos os hinos de clubes de futebol, não diz que somos donos do Galo, mas pelo contrário, diz que “Nós somos do Clube Atlético Mineiro”.

  10. Caros,

    Na senda da PATRULHA <<< tem um dos DONOS atuais do NOSSO GALO, pelo menos UM dos Quatro, dizem, ser urubu de carteirinha… em letras CLARAS e RETA, quem é esse sujeito? …em princípio Ñ tem problema algum. FATO!!!…o problema são qnd os INTERESSES se misturam! Aí, sim!!!

    Dizem q o SAUDOSO, bom Presidente dos melhores, mas ñ O MELHOR e nem o MAIOR, porém EXCELENTE Elias Kalil, vejam bem, (dizem), ninguém sabe ninguém viu, uma LENDA, dizem q ELE tinha uma queda pelo urubu…o fundamento da LENDA é o fato Dele ter levado tanto as finais do Br80 e principalmente a Libertadores81 na FLAUTA DOCE qnd o negócio era PAULEIRA!…Em sua defesa, O Bom e Inesquecível ELIAS jamais poderia imaginar q ali nasceria a RIVALIDADE DEFINITIVA entre clubes de estados diferentes no Br…(Embora, só confirmando ELA, os urubalinos muito HERNESTOS a NEGUEM d pé junto!)

    A gente ATLETICANA, os que NUNCA ABANDONAM ou se ACOVARDAM nas dificuldades, sabe q o jg próximo do Br é FUNDAMENTAL (todo PRÓXIMO jg é fundamental. FATO!)..Entretanto, contra o urubu é JG duríssimo, NÃO É BRINCADEIRA, e deve ser tratado como uma GUERRA sim Señores y Señoras…é assim q eles NOS recebem na Cidade Marabichosa, tal inimigos mortais!!

    Não espero nada menos e q o urubu SEJA MUITO, extremamente, digo, MAL RECEBIDO em Belo Horizonte durante toda a estadia por aqui, é só o q desejo do Fundo do Meu Coração Atleticano, além claro, dentro de campo, A VITÓRIA!!!

    Apenas para lembrar q NÃO se trata apenas de mais um JOGO!!! Quem não se dá ao respeito NÃO merece respeito…Vejam o q disse o Dr LEVÍTICO, nº24:19, 20, PRIMO-IRMÃO do Nosso Levir Culpi: … ‘Se alguém causar defeito em seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito: (…), olho por olho, dente por dente; (…).

    VAMU GALOOoooOO!

  11. Segue abaixo um verso do poeta amazonense Thiago de Melo em homenagem a todos os ATLETICANOS que, como eu, enfrentam a inexorável mudança com altivez, ou seja, ligando a seta do FEDA-SE para o que nos incomoda e seguindo em frente com aquilo que realmente importa.

    “Faz escuro, mas eu canto,
    Porque a manhã vai chegar.
    Vem ver comigo, companheiro,
    A cor do mundo mudar
    Vale a pena não dormir para esperar
    A cor do mundo mudar
    Já é madrugada, vem o sol, quero alegria,
    Que é para esquecer o que eu sofria.
    Quem sofre fica acordado defendendo o coração.
    Vamos juntos, multidão, trabalhar pela alegria,
    Amanhã é um novo dia”

    Abraços e um bom dia a todos os amiGalos!!!

    ps.: O ônibus já iniciou uma nova jornada! Entre! Divirta-se! Viva! É mais tarde do que você pensa!

  12. Bom dia xará e amgalos!
    Excelente texto Gurú! Onde é que eu assino? Como diz aquele ditado “vamos devagar com o andor porque o santo é de barro”…

  13. Bom dia, Eduardo e demais correligionários.

    Tenho procurado ficar à margem da discussão desse processo de SAF porque já aprendi há algum tempo ser inútil nadar contra a correnteza.

    Mas, mesmo após concluído o processo, estou a todo momento vendo e ouvindo argumentos que tentam justificar a transação mas que, em minha opinião, se baseam em premissas frágeis e distorcem a opinião contrária. Aí eu acabo entrando numa seara na qual me esforço para ficar longe. É da minha natureza.

    Primeiro, ser contra ESSE PROCESSO da SAF não é, NECESSARIAMENTE, ser contra a própria SAF, ser contra ‘A’ ou ‘B’ ou ser a favor de ‘C’ ou ‘D’ e, menos ainda, ser mais ou menos atleticano como tentam sugerir alguns. As coisas quando desandam para esses argumentos buscam apenas ‘enquadrar’ quem pensa diferente e não se contrapor ao pensamento alheio. É uma forma de debate muito injusta.

    Segundo, há críticas pontuais relevantes que ficam escamoteadas a partir daqueles argumentos acima ao invés de serem respondidas com clareza. Quais os dados que ampararam o valuation inicial do clube em $2,8 bilhões? Por que esse valuation, usado para buscar investidores estrangeiros, foi abandonado e colocado em seu lugar outro de $ 2,1 bilhões para efeito de venda para os 4 R’s? Quem atestou esses valuations? Quem viu e conferiu esses valuations? Os vendedores que também se tornaram compradores? Apenas eles? Não parece muito estranho isso? Apenas para comparar, no valuation inicial, o patrimônio líquido do clube seria de $ 1 bilhão e para adquirir 75% das cotas, seria necessário entrar com $3 bilhões. Com um pouco mais dos $913 milhões da transação ocorrida, seria possível comprar apenas 51% do clube. Essa mudança do valuation, ‘capando’ $700 milhões do patrimônio líquido do clube foi muito conveniente para os novos compradores, que também eram os vendedores…

    Terceiro, por que a proposta inicial de 51% do clube, sem Arena e sem CT, valia $1,4 bilhão e se arrastou por mais de um ano e depois, 75% do clube foi vendido por $913 milhões com Arena e CT num processo que não durou 30 dias? Nessa circunstância, soa como escárnio a fala do presidente Coelho de que ‘quem tivesse proposta melhor que apresentasse’. Ora, se não apareceu comprador com o valor inicial, será que não apareceria proposta melhor nesse novo valor se fosse dado tempo para essa proposta aparecer? Isso explica o atropelo da aprovação? A falta de transparência? Vendedores se confundindo com compradores? Por que não suspender o processo de venda e oferecer a novos interessados? É ilegítimo o questionamento desse processo tal como se deu?

    Quarto, desde a entrada dos 4 R’s no Galo, foram várias promessas descumpridas, houve um assustador aumento das dívidas, a venda de ativos que outrora equalizariam essa mesma dívida e que viraram fumaça, a despeito do seu valor ter triplicado. Pois bem, a ‘promessa’ agora é que o clube ficará na mão de ‘atleticanos’. Até quando? Negócios são negócios! Banqueiros são banqueiros! Leio que nos EUA, o time de basquete de Michael Jordan, que teve campanhas pífias em 13 anos sob seu comando, agora é vendido, com o vendedor lucrando 10 vezes o valor investido inicialmente. Negócio brilhante! Será essa a meta dos nossos banqueiros atleticanos? Há no acordo de acionistas uma cláusula barrando a venda para grupos estrangeiros ou de não-atleticanos? Se não, esse argumento da ‘atleticanidade’ dos compradores será apenas mais uma promessa ao estilo ‘engana-trouxa’ tão praticada pelos 4 R’s para atingir seus objetivos.

    Por fim, e talvez o mais importante. O torcedor que se auto-elogia por ser apaixonado apenas com o time em campo, que bate no peito para dizer que não se interessa com essas questões de gestão do clube, não percebe que essa alienação e falta de cobrança é que permitiram chegarmos a essa dívida bilionária. Que um bom ou mau negócio de uma SAF irá impactar DIRETAMENTE a performance do time dentro de campo não por uma ou duas temporadas, mas por um longo prazo, se não for por todo o sempre. Foi sempre baseado nessa alienação e passividade da torcida, sempre feroz apenas com quem ousa apontar os desmandos e maracutaias, que pessoas de má fé ou simplesmente incompetentes entraram no clube e minaram seu futuro através de ‘negócios’ escusos. É uma pena que o próprio torcedor não se preocupe com o futuro de seu clube!

    Finalmente, peço desculpas pela extensão do texto, mas não há como apresentar esses argumentos em meia dúzia de linhas. Prometo voltar para meu cantinho e silenciar a partir de agora.

    https://ge.globo.com/basquete/nba/noticia/2023/07/24/nba-aprova-venda-de-charlotte-hornets-por-r157-bilhoes.ghtml

    1. Que bom ler seus argumentos. Saudáveis e que merecem atenção, consideração e reflexão, bem diferentes de memes e agressões de alguns que apenas repassam material produzido nos porões de outros interesses. Valeu, Jorge!!!

    2. Prezado JORGE19, sua presença é sempre salutar nesse espaço. Alvíssaras! Já tivemos alguns diálogos muito produtivos e, com base nessa premissa, ouso debater os itens elencados e enumerados por você.

      PRIMEIRO – Aqui, concordamos integralmente!

      SEGUNDO – Acho (quer dizer, acho que acho) que os caras já sabiam que o valuation era algo próximo de R$ 2,1 bilhões, mas sob a expectativa do surgimento de um investidor, “jogaram o valor pra cima” para tentar algo melhor (ingenuidade minha?). E só não deu certo porque o tal Peter Grieve não conseguiu captar o recurso, o que reputo algo muito normal, haja vista o cara pertencer, com maior ênfase, ao mercado norte-americano que culturalmente, é avesso ao nosso futebol (o soccer deles).

      TERCEIRO – Concordo com todos os seus argumentos, mas fico a ruminar e proponho a você um esforço de pensamento e conjectura: e se esses valores fossem para o mercado e alguém, POR HIPÓTESE, ligado a grupos hostis ao Atlético, fizesse a proposta de compra? Como ficaria a situação desses caras (os tais investidores ou 4r’s)? Outro aspecto: e a desconfiança, não continuaria a mesma? Algo do tipo, “combinaram com os compradores” para salvar a grana que eles colocaram no Atlético. Não é isso que temos observado, por exemplo, quando falam que o Shopping valia R$ 1 bi e foi vendido por valor inferior?

      QUARTO – Sou fã de dois esporte americanos (basquete (NBA) e futebol (NFL); o primeiro acompanho desde o longínquo 1978. Digo isso para argumentar: Jordan vendeu o Charlotte Hornets, antigo Charlote Bobcats, por US$ 3 bilhões, após tê-lo comprado, há 10 anos, por US$275 milhões. Na época, ninguém “esculachou” o Jordan por ter comprado aquela franquia na baixa, como estamos fazendo hoje com os tais 4R’s (estamos = figura de linguagem). O meu maior medo? Que esses caras, amanhã, ou semana que vem ou daqui 10 anos, “vendam a SAF para qualquer um”.

      QUINTO – o torcedor que só se interessa pelo que acontece no campo e abomina as decisões que influenciam o desempenho esportivo do time se assemelha ao cidadão que “bate no peito’ e diz que não gosta e não se envolve com política, mas se sente no direito de cobrar a melhora do país (acho que exagerei, mas não encontrei argumento melhor).

      Abraços!

      1. Teobaldo, Boa Tarde!
        São bons os seus argumentos. Vou refletir sobre eles aqui mesmo, embora “vencida” a coluna do Eduardo por uma mais recente, apenas para deixar a resposta no mesmo ambiente.

        Em primeiro lugar, preciso deixar claro que, como não tenho números para avaliar (e nem sei se conseguiria fazer uma boa avaliação), as questões que levanto é quanto à falta de transparência do processo e do atropelo final para aprovar a proposta dos 4 R’s. Portanto, não tenho condições e não faço juízo de valor quanto ao resultado final, se foi bom ou não para o clube. Porém, como compradores e vendedores são os mesmos, é legítimo desconfiar que algo de errado aconteceu.

        Com relação ao valuation do clube. Se de fato valia apenas $ 2,1 bilhões, a tentativa de ‘inflacioná-lo’ para $ 2,8 bilhões só podia mesmo redundar em fracasso na venda. Será que um eventual interessado não perceberia um injustificável acréscimo de $ 700 milhões no valor do clube? Será que alguém tentaria vender um carro usado, com valor de mercado de $ 100 mil, por $ 133 mil para ver se iria colar?

        E com essa hipótese, surgiria uma nova dúvida. Não seria então esse o verdadeiro propósito? “Alguém finge que compra e a gente finge que vende”? Para depois colocar as nossas condições e fechar o negócio rapidamente? Nesse caso, a tentativa de venda anterior teria sido, na verdade então, uma simulação (para não dizer, uma fraude). Só que nunca saberemos. Ninguém viu os números do valuation de $ 2,8 bilhões e nem do de $ 2,1 bilhões e, menos ainda, a justificativa para essa mudança no seu valor.

        Aí entra a segunda questão. Ainda que o valuation fosse reposicionado em $ 2,1 bilhões por que essa pressa em vender para eles mesmos? Depois de mais de um ano “empurrando” um valor que sabidamente não seria interessante, trazem para o valor “correto” e sem dar tempo ao mercado para permitir uma eventual proposta melhor, correm e vendem para eles mesmos? Não é estranho isso?

        Essas são as questões principais: a falta de transparência no negócio e a injustificável pressa em concluí-lo após a mudança do valor de venda.

        E eu não acredito que alguém iria entrar em um negócio de $ 2,1 bilhões como ‘grupo hostil’ ao clube para sacaneá-lo. É muito dinheiro para ser rasgado por ‘hostilidade’ ao clube. E de qualquer maneira, uma improvável proposta nesse sentido poderia ser desmascarada e rejeitada pelo Conselho.

        Com relação ao shopping, o seu valor foi reduzido porque trazido a valor presente, uma vez ele estava sob a posse da Multiplan até o final do contrato. Isso, além de reduzir o seu valor, causou desinteresse de concorrentes, o que contribuiu ainda mais para reduzir o seu valor. Não entendi a pressa em vender a primeira parte do shopping se ele estaria sob plena posse do clube em poucos anos. E entendi menos ainda a prorrogação do contrato com a Multiplan que diminuiu ainda mais o valor da segunda parte do bem. Mas essa é outra história muito mal contada que nunca saberemos ao certo o que fizeram. Talvez um dia o Nepomuceno possa explicar melhor tudo isso.

        Eu não sei como foi o processo de compra feita pelo Jordan nos EUA. Agora, se houve transparência no processo e o valor foi reconhecido como justo por todos, não haveria mesmo motivo para esculacho e o lucro que ele obteve agora é legítimo. Quanto aos 4 R’s, eles poderiam ter optado por dar transparência ao negócio e dar tempo para o amadurecimento da proposta deles. Em respeito à torcida e para afastar desconfianças, até porque eles eram vendedores e compradores. Se assim fizessem, provariam que de fato esse era o melhor negócio para o clube. No entanto, conforme procederam, desconsideraram a opinião dos torcedores, daqueles que acompanham esses negócios, não deram satisfação a ninguém, mesmo o Conselho recebeu os documentos em cima da hora. Por isso, se houve e se houver esculacho, é pelo procedimento que adotaram. E é inevitável a suspeita de que eles manipularam o processo para levarem vantagem, uma vez que tudo poderia ter sido feito de outra forma.

        Quanto a vender “amanhã, na semana que vem ou daqui a 10 anos” para “qualquer um”, não duvido que com um lucro de dez vezes como no caso do Jordan eles deixariam de fazer o negócio porque o comprador não é atleticano. A diferença é que quando os negócios são feitos às claras, o lucro é legítimo. Quando e se venderem no futuro, sobretudo se com lucro muito grande, será inevitável associar esse futuro resultado ao negócio obscuro realizado nesse momento com a compra da SAF. E se a transação de agora foi boa e justa para o clube, por que eles optaram por fazer um negócio obscuro ao invés de transparente e com tempo suficiente para amadurecimento? Cada um tire suas próprias conclusões inclusive, por hipótese, de que talvez não tenha sido assim tão boa e tão justa para o clube. Lembrando que um negócio abaixo do valor justo, o grande e único prejudicado é o clube que todos nós amamos.

  14. Bom dia Avila, bom dia a todos: cada umnsabe a dor e a delicia de ser o que é, diría o poeta, ou cada qual com o seu cada qual, diría o Barata. Divergencia de opinião, Divergencia de motivação ou de interesse, deveriam ser natural. Mas, parece que perdemos um pouco a paciência com as pessoas que vivem, pensam e agem diferente da gente. Esta é uma reflexão necessária. Parabéns pelo seu texto. Todos temos o direito de escolha. Por que nos incomodar com as escolhas dos outros, se nós também fazemos nossas escolhas? Quem optou por largar o Galo, eu respeito, mas tenho uma pessima notícia, por experiencia pessoal: eu tentei, mas o Galo fez, faz e fará parte da minha vida. Hoje, terei que acompanhar pela televisao, mas participar das resenhas do Galo, recordando as proezas e fracassos do passado, comemorando nas vitória e cornetando nas derrotas com os amigos, eu acho muito legal. O Galo não é minha vida, mas fez e continuará fazendo parte dela. Todavía, nada contra quem resolveu ficar pelo caminho. Tá tudo certo, se bem que muitos fazem e farão falta nessa nossa resenha virtual diaria. Os cornetas, os autenticos, os corvos, os seguidores da filosofia lugaliana ( forjado na dor, no amor e na injustiça), é que sustentam os debates, pela divergencia de visão. As vezes extrapolando, quem nunca o fez, mas depois a racionalidade nos faz reconhecer os erros, pois além de atleticanos, somos humanos. Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra. E viva o Galo! E VIVA os atleticanos! E viva a tolerancia e o respeito. Como dizia o saudoso Peter Joviano Coutinho: enternureça- te!

    1. O ano era 1979 e estávamos na sala de aula, à noite, no 1º Ano Científico, antigamente o 2º Grau e hoje o Ensino Médio.

      Pois bem, a escola era de disciplina muito forte e o professorado exigente e muito rígido. E o alunado, grande maioria, era devotado ao estudo e buscava nele uma saída para definição profissional futura e daí grande empenho em aprender o que se ensinava.

      Voltando àquela noite na sala de aula e eis que de repente, no fundo da sala, na “turma da cozinha”, reparei uma cena inusitada e que nunca me saiu da cabeça..

      Um aluno, colega nosso, estava com um rádio (Motoradio) com antena esticada e colado ao ouvido para não perturbar a aula. Aí pirei naquela cena e pensei comigo de mim para mim mesmo: “como assim, véi, o Xista com um rádio no ouvido? E o professor não fala nada?!!!”.

      Quando deu o intervalo entre uma aula e outra, o que era rápido, a curiosidade era tanta que fui lá perguntar: “que p@44@ é essa aí, maluco, quê que o cê tá fazendo com esse rádio no ouvido?!!! E o professor, se te der uma queixa disciplinar na Secretaria uma suspensão é certa!!!”.

      “E daí”, disse o colega, “estou ouvindo o jogo do GALO”…

      E quem era esse colega? Era o DOMINGOS SÁVIO, um cara atleticano demais e tão inteligente quanto, um dos alunos mais inteligentes daquela turma, se não o mais.

      E o DOMINGOS SÁVIO, sempre muito emocional com o ATLÉTICO, sempre foi isso que ele escreveu ontem e hoje aqui no CANTO DO GALO!!!

      A frase mais ouvida hoje em dia no ATLÉTICO, a de que “não tem atleticano mais atleticano do que outro”, sendo todos iguais, a mim não me parece verdadeira.

      Tem uns que são atleticanos frios; outros mornos; e outros viscerais, emocionais e que torcem para o ATLÉTICO de corpo, alma, espírito e coração!!!

      O DOMINGOS SÁVIO é desse último tipo!!!

      E como ele disse aí no texto de hoje: “Quem optou por largar o Galo, eu respeito, mas tenho uma péssima notícia, por experiência pessoal: eu tentei, mas o Galo fez, faz e fará parte da minha vida. Hoje, terei que acompanhar pela televisão, mas participar das resenhas do Galo, recordando as proezas e fracassos do passado, comemorando nas vitórias e cornetando nas derrotas com os amigos, eu acho muito legal. O Galo não é minha vida, mas fez e continuará fazendo parte dela.”…

      Esse é o DOMINGOS SÁVIO…

      1. E eu ficava com um “egoísta” no ouvido. Até que um dia, um dos meus colegas, sorrateiramente, tirou o contato do rádio… foi aquele auê dentro da sala, que ficou com um aluno de menos… saiu da sala, sob riso geral da galera, mas levou o rádio com ele. Rsssss!!!

        ps.: Para quem não sabe “egoista” era o “RÉDIFÔNI” daquela época…

      2. Obrigado grande amigo, gostei do Xista, um eufemismo para nao revelar meu apelido na época de escola: Xistose. Valeu demais irmão. Agora só não vale contar o nome do río em que eu contrai a xistose. E o Dr Genesio, revelando públicamente que eu tinha a doença. Ai a galera não perdoou…Bons tempos em que não tinha esse Treim de Bolinng. Kkkkkkkkkkkk

      3. Amigalo Ernest

        Preocupa não, os que pularam do busão voltarão tão logo as vitorias começarem a surgir. E vamos recebê-los de braços abertos como sempre fizemos.

  15. Bom dia. Como eu disse aqui ontem, nada disso estaria acontecendo se no campo, os jogadores estivessem fazendo o seu papel. Pois bem. Acompanho o relator no sentido de que continuo atleticano e não torcedor. Mas pode ter certeza que xingarei até a alma do responsável, caso essa situação que estamos vivendo não.mude.
    Domingo, ao fazer uma caminhada, até pensei em ir c a camisa do galo, mas usando a do lado avesso, para demonstrar minha indignação c o time no momento. Faltou me coragem. Não consigo prestar uma humilhação ao meu time de coração. Fui sem a camisa do galo. A dor é tanta que até na hr de fazer um.manifesto a esse danado de time nosso coração não deixa. So espero uma reação já. Ainda mais contra quem. Xô flamerda.

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