Roberto Caldeira
Nos últimos dias acompanhamos o sucesso nas vendas do Manto da Massa. Enquanto escrevo esse texto, o Clube se aproxima da marca de 50mil camisas em pouco mais de 3 dias. Comentários nas redes, dizem que isso mostra a força da Massa, que nossa Torcida é foda, e coisas do tipo. Ouso dizer que a Massa vai comprar 100mil camisas. Por que ainda se surpreendem?
O resultado dessa campanha é digno de aplausos. Entretanto, uma camisa escolhida por mais de 50mil torcedores, dentre 13 criações fruto de uma campanha que gerou 1.500 peças feitas pelo próprio torcedor, não dava pra esperar um resultado diferente.
Mesmo se sentindo orgulhoso com a participação da nossa torcida, algumas questões me intrigam. Por que o Galo não faz mais iniciativas democráticas como essa? Por que o torcedor, a razão de existir do Clube, o responsável por sustentar todo o sistema (GNV, ingressos, camisas, audiência, etc) ainda fica de fora da maioria dos processos? Por que o torcedor é relegado da vida do Clube?
Já escrevi sobre isso outros vezes e sempre vale a pena repetir: já pensaram como seria se o Galo fosse um clube de gestão moderna, transparente e democrática, que reconhecesse o torcedor como sócio e parceiro de verdade?
Enquanto falam em austeridade, que fracassou, e na venda de um valioso e altamente lucrativo Shopping como justificativa para sanear o Clube das dívidas, o futebol e as receitas do Galo despencaram. O barato que custou caro. Mas quando é que vamos começar a trabalhar e debater as receitas, que podem realmente levar o Clube a outro patamar?
“Nosso maior problema não está no endividamento, mas na incapacidade de gerar receitas comerciais, de matchday (bilheteria e GNV) e premiações pelos resultados esportivos,” disse o Prof. Denilson Rocha em artigo publicado recentemente, comparando a situação e resultados financeiros do Atlético com outros grandes Clubes, conforme estudo da Ernest Young.
Outros bons exemplos no futebol Brasileiro estão aí para provar que democratizar compensa. O Grêmio vem aumentando suas receitas, acumulando superávits e reduzindo suas dívidas por 4 anos consecutivos. O Bahia, que passou por uma democratização radical, também vem apresentando excelentes resultados, ou seja, receitas crescentes e redução das dívidas.
O estudo da Ernest Young não deixa dúvidas do quão distante se encontra o Atlético de outros Clubes e de escancarar a possibilidade de crescimento, caso soubessem explorar bem a marca e, principalmente, uma nova forma de relacionamento com o torcedor.
Parafraseando o Prof. Denilson Rocha, “a solução está na ampliação das receitas geradas no relacionamento com a torcida.” O resultado da campanha do Manto da Massa comprova isso e fortalece quem defendem a modernização do Galo, pensando exclusivamente num futuro melhor para o Clube e nossa torcida.
- Ser Democrático, reconhecendo o sócio torcedor na Assembleia do Clube, criando o sentimento de pertencimento e responsabilidade do torcedor junto ao Clube.
- Ser Transparente, gerando mais credibilidade junto ao torcedor, investidores, Conselheiros e todas as partes interessadas.
- Ser Profissional, em todos os cargos, incluindo o Presidente (CEO) com dedicação exclusiva e devidamente remunerado.
- Ser Responsável, estabelecendo regras rígidas de Governança e Compliance.
Democratizar compensa sim e muito. Democratizar é possível, e viável. Basta querer fazer e dar o primeiro passo. Que o Manto da Massa possa ter sido um embrião para escancarar à Diretoria e ao Conselho do Clube que não há mais tempo a perder fingindo não reconhecerem a força da Massa do Galo.
Boa noite a todos.Muito oportuna esta matéria. O sucesso de vendas desta camisa, muito linda por sinal, mostra a importância de se envolver a torcida na vida do clube. Isto me leva a 2013, quando ganhamos a Libertadores, morando em Itabira, lamentava com amigos porque o Galo não faturava em cima deste momento, lançando produtos como miniatura da taça e outros. Ou mesmo com a conquista da Copa do Brasil. Ou ainda quando vivemos o sonho de ter um artista da bola, Ronaldinho Gaúcho, desfilando sua arte em nosso terreiro. Uma infinidade de situações e produtos, renderiam milhões ao nosso Clube. Nestes momentos em que temos que nos readequar todos a um novo modelo de vida, pensem no envolvimento da torcida na vida do Galo. Pensem também em nós torcedores que moramos no interior que nem sempre podemos estar presente nos jogos, mas estamos sempre vivendo a emoção de gritar: Aqui é Galo.
Prezado Ricardo, ótima noite
A resposta é simples. O CAM não tem uma área de marketing atualizada.
Bom dia
Tão importante quanto democratizar é não explorar o torcedor. Os produtos do Galo e de outros clubes são absurdamente caros. Daí fazem uma camisa de 170,00 (menos cara que as outras de diversas coleções) e sem patrocínio então a torcida compra 60K. Simples assim, quantos agasalhos e jaquetas de 400 e burduadas reais foram vendidos? Não sou a favor de excluir os produtos mais caros com melhores acabamentos, mas sim a favor de criar produtos alternativos oficiais com preços atraentes, margens menores mas com potencial de venda muito superior aos atualmente comercializados. O Atlético precisa entender que está no Brasil onde a população não está nadando no dinheiro, pois a torcida tem um perfil fanático e consumista é tão difícil assim explorar esse potencial? Só descobriraram agora?
Um grande abraço!
Bom dia Caldeira. Bom dia a todos. Bem, na minha opinião, o aumento de receitas deve ser focado, mas a redução das despesas também. Segundo noticias recentes a Kroll está auditando o Galo e teremos uma transparência total, com a divulgação completa dos dados apurados. A partir dessas auditorias, medidas deverao ser implementadas. Mas tem outra situação que nao pode ser desconsiderada: a contratação do Sampaoli, a limpeza do plantel( ficar livre do Patrick, Elias, Fabio Santos, Vitor, Pastor, Di Santo e Ze Wellisson no time é muito bom), a contratação do Alexandre Matos e a busca dos jogadores indicados pelo técnico certamente criaram novo ânimo na torcida. Esse Sampaoli enxergou os problemas do time: ao que indica teremos um goleiro diferente( as reposições de bola do Vitor ninguém merece, aqueles chutoes para lateral era o fim do mundo). E a zaga? Gols e mais gols de cabeça. Zagueiros lentos também.. atacantes sem velocidade e que nao pressionavam os defensores do time rival e principalmente jogadores descompromissados em campo ( perder ou ganhar parecia irrelevante). Vamos aguardar os resultados em campo. Espero que consigam regularizar o pagamento dos salários, e se for verdade que venderão o Igor Rabelo por 10 milhões de euros ai a coisa vai clarear bem. E quando irao demitir o Eder Aleixo da função de auxiliar técnico e sumir com o Cazares???