The Outfit traz história enxuta de máfia

No estilo clássico dos mestres do noir americano, o escritor (de livros e roteiros) Graham Moore criou uma história centrada em um alfaiate, alguém que aparentemente não oferece risco e que certamente não seria o primeiro escolhido para ser o protagonista de uma história policial. Este é o ponto de partida de The Outfit, longa que marca a estreia de Moore na direção com uma história aparentemente simples, mas muito bem contada.

Vencedor do Oscar pelo roteiro de O Jogo da Imitação (The Imitation Game, 2014), Moore parte para a direção com um filme que funcionaria bem também no teatro. Um cenário apenas, poucos personagens e uma trama que envolve gângsteres e a desconfiança sempre presente entre eles. O figurino deixa claro se tratar dos anos 50, numa Chicago marcada pelo crime onde o “Inglês” Leonard escolhe para morar. Ele monta uma alfaiataria e trabalha de maneira bem disciplinada, com apenas uma ajudante recebendo os clientes que, em sua maioria, são criminosos.

Além do suspense bem construído (co-escrito por Johnathan McClain), ajuda muito ter bons atores duelando com diálogos afiados. No papel principal, Mark Rylance, vencedor do Oscar e do Bafta como ator coadjuvante por Ponte de Espiões (Bridge of Spies, 2015), nos oferece uma interpretação meticulosa como o alfaiate, ou cortador, como prefere ser chamado. Ele de fato acompanhou profissionais da famosa rua Savile Row e aprendeu bem o ofício. Ao menos em teoria.

Outro destaque do elenco é Johnny Flynn, que faz bonito quando não tenta ser David Bowie (em Stardust, 2022). Ele tem um personagem interessante, o braço direito do chefe da família que disputa espaço com o filho legítimo. A tentação de virar um tipo caricato está logo ali, mas Flynn consegue evitá-la. Completam o elenco principal Zoey Deutch (de Zumbilândia 2, 2019), como a secretária do alfaiate, e Dylan O’Brien (da trilogia Maze Runner), como o filho impetuoso do mafioso. Todos muito bem encaixados.

Mesmo com um pequeno exagero ao final, The Outfit se sai muito bem e não deve decepcionar ninguém. E ainda dá vontade de buscar mais obras que tragam Rylance, como Os 7 de Chicago (2020) e Não Olhe Para Cima (2021), tamanha é a competência do sujeito. Após a estreia no Festival de Berlim, em fevereiro, o longa foi distribuído pela Focus Features, faturando nos EUA e Canadá US$1,5 milhão – com um orçamento de US$4 milhões. Não deve demorar a se pagar, garantindo o sinal verde para próximos projetos de Moore.

Mark Rylance faz um ótimo trabalho em The Outfit

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Programa do Pipoqueiro #76 – Filmes de 2002

Esta edição do Programa do Pipoqueiro, coapresentada pelo crítico Marcelo Palermo, traz 10 filmes lançados em 2002, celebrando seus 20 anos, com comentários e músicas boas! Aperte o play abaixo e divirta-se!

Tracklist:

1- Moby – Extreme Ways

2- Grandaddy – A.M. 180

3- Cartola – Preciso Me Encontrar

4- Iron Butterfly – In-A-Gadda-Da-Vida

5- Caetano Veloso – Cucurrucucú Paloma

6- Badly Drawn Boy – Something to Talk About

7- Stan Getz e João Gilberto – The Girl from Ipanema

8- Ruth Etting – Whose Honey Are You

9- Catherine Zeta-Jones, Renée Zellweger & Taye Diggs – Overture/And All That Jazz

10- Coldplay – Sparks

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Paramount conta como foi a produção de seu maior clássico

“Vou fazer uma oferta que ele não poderá recusar”. Em 1972, quando O Poderoso Chefão (The Godfather) chegou aos cinemas, essa frase entrou para a história da sétima arte, sendo usada frequentemente em outros contextos e obras. A referência é óbvia e marcante. Por isso, foi usada no título da minissérie que conta os bastidores da produção do longa, simplificada para The Offer. Criada por Michael Tolkin (roteirista de O Jogador, 1992), a atração é baseada nas memórias de Albert S. Ruddy, responsável pelo Chefão ter de fato sido realizado.

Muitas das histórias da atribulada produção da Paramount já eram de conhecimento público, como o envolvimento com a máfia e a insatisfação causada em Frank Sinatra (vivido por Frank John Hughes, de The Sopranos), que acreditava ter servido como base para o cantor da história, Johnny Fontane. A graça da série é ter costurado tudo e acrescentado outras muitas anedotas igualmente interessantes. E o principal problema é exatamente ser baseada no que Ruddy contou, já que fica tudo com uma tendência a valorizá-lo acima de todos os outros.

No início do primeiro de dez episódios, conhecemos o personagem Ruddy (interpretado por Miles Teller, de Top Gun: Maverick, 2022), um executivo de uma empresa de informática que não poderia estar mais frustrado. Fechado em um escritório, ele passa os dias compilando dados e entregando relatórios. Até que, através de um amigo, toma conhecimento do mundo da televisão e consegue se lançar como roteirista e produtor. À frente de uma série de sucesso, ele abandona o barco para tentar uma carreira no Cinema. Cai em seu colo um livro ainda não lançado, muito comentado, cujos direitos de adaptação foram comprados pelo estúdio.

A partir daí, diversos personagens vão passando pela tela, muitos apenas para permitir que The Offer conte todas as passagens saborosas que guarda. A trama acaba ficando nas costas de Ruddy; do vice-presidente da Paramount, o todo-poderoso Robert Evans (interpretado por Matthew “Ozymandias” Goode); e da secretária Betty (Juno Temple, de Ted Lasso), braço direito de Ruddy que se mostra muito competente. Esses três são os que a série retrata bem, com acertos e erros – apesar de Ruddy sair quase como um super-herói, tamanha a habilidade dele de contornar situações difíceis.

Muitos outros são frequentes, como o diretor Francis Ford Coppola (Dan Fogler, da trilogia Animais Fantásticos); o executivo mala de plantão, Barry Lapidus (Colin Hanks, de Elvis & Nixon, 2016); o presidente da empresa-mãe, a Gulf+Western, Charlie Bluhdorn (Burn Gorman, de Enola Holmes, 2020); e o mafioso Joe Colombo (Giovanni Ribisi, de Ted 2, 2015 – abaixo), a ligação indesejada de Ruddy com o crime. O mais estranho é ver celebridades que temos frescas na memória sendo vividos por outros atores, como Marlon Brando (Justin Chambers), Al Pacino (Anthony Ippolito) e o escritor Mario Puzo (Patrick Gallo).

A forma como alguns deles são retratados pode incomodar. Coppola, por exemplo, fica parecendo um novato bobinho que se assusta com tudo o que acontece. Ruddy precisa ficar pedindo um voto de confiança a cada problema que aparece, e não são poucos. O chefão Bluhdorn é um tanto caricato, o que não significa que ele não fosse na vida real, mas fica caricato. Assim como o chato Lapidus, destinado a estragar a festa. Alguns, no entanto, se destacam, caso principalmente de Goode e Temple, ambos em composições tridimensionais. Entre os coadjuvantes menos frequentes, chama a atenção Joseph Russo (de O Irlandês, 2019), que traz bastante intensidade ao assassino “Crazy” Joe Gallo.

Para quem nunca viu O Poderoso Chefão, The Offer pode tanto ser mais interessante, já que não se sabe os finalmentes, quanto menos, por não ter tanto apelo. Para os fãs, certamente trará histórias curiosas e metáforas discretas, comparando o filme com os responsáveis por ele. Pode-se inclusive perceber críticas feitas à Hollywood de novo, que parece hoje mais apagada do que era nos anos 70. Evita-se aqui recriar as cenas do clássico, o que seria um tiro no pé por ficar obviamente inferior. E a trilha sonora fantástica soma-se aos demais acertos, fazendo com que você não possa recusar assistir aos dez episódios.

As recriações da época ficaram fantásticas

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Programa do Pipoqueiro #75 – Rock Master

A edição 75 do Programa do Pipoqueiro convida o jornalista Daniel Seabra, criador e apresentador do programa Rock Master, para escolher alguns filmes favoritos e suas músicas, com uma seleção variada e rock ‘n’ roll. Aperte o play abaixo e divirta-se!

Tracklist:

01 – Huey Lewis & The News – The Power of Love

02 – The Wonders – That Thing You Do

03 – The Beatles – I Wanna Hold Your Hand

04 – Tia Carrere – Ballroom Blitz

05 – Peter Cetera – Glory Of Love

06 – Iron Maiden – Run to the Hills

07 – Raul Seixas – A Maçã

08 – Lulu Santos – Areias Escaldantes

09 – Titãs – Toda Cor

10 – Uns e Outros – Anjo Negro

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Programa do Pipoqueiro #74 – Séries de TV

Esta edição do Programa do Pipoqueiro traz músicas das apresentações de diversas séries de televisão, de novos clássicos, como The Office e Community, a obras recentes, como Ted Lasso e Peacemaker. Aperte o play abaixo e divirta-se!

Tracklist:

1 – Lazlo Bane – Superman

2 – The Blind Boys of Alabama – Way Down in the Hole

3 – The Office Band – The Office Theme

4 – Barenaked Ladies – The Big Bang Theory Theme

5 – The 88 – At Least It Was Here

6 – Charles Bradley – Changes

7 – Charles Bradley – Change for the World

8 – Rare Bird – Sympathy

9 – Benjamin Clementine – Nemesis

10 – Nicole Kidman – Dream a Little Dream

11 – Marcus Mumford & Tom Howe – Ted Lasso Theme

12 – Wig Wam – Do Ya Wanna Taste It

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Liam Neeson é um assassino sem rastro e sem memória

Em 2008, Liam Neeson estrelou Busca Implacável (Taken) e entrou em um caminho perigoso. Ele passou a alternar produções variadas e cuidadosamente escolhidas com longas de ação descerebrados que fazem com que muitos hoje desmereçam o seu trabalho. Nem tudo está perdido, há coisas boas que merecem a nossa atenção, como A Perseguição (The Grey, 2011) ou Caçada Mortal (A Walk Among the Tombstones, 2014). Só que aí surge um Assassino Sem Rastro (Memory, 2022) e novamente começamos a duvidar de nossa fé no ator.

Nessa nova produção, atualmente em cartaz nos cinemas, Neeson vive um assassino particular contratado por um velho conhecido para eliminar dois alvos. No primeiro, tudo corre bem, mas ele logo descobre que o segundo é uma criança. Ao se recusar a finalizar o trabalho, ele se torna o alvo de uma grande organização de tráfico de mulheres e prostituição. E há um fator complicador: o tal assassino começa a ter sintomas do mal de Alzheimer e já não pode confiar nem na própria memória.

Essa trama aparentemente interessante resultou em um filme divertido, que não é o de Neeson. O livro De Zaak Alzheimer, de Jef Geeraerts, havia sido adaptado em 2003 e originou The Memory of a Killer (ou The Alzheimer Case), do diretor belga Erik Van Looy. A Open Road Films contratou o competente Martin Campbell para dirigir a refilmagem, ninguém menos que o sujeito que comandou dois reboots de James Bond: GoldenEye (1995) e Cassino Royale (2006). Ao mesmo tempo, é o responsável por Lanterna Verde (2011), o que causa certo receio. O roteirista, Dario Scardapane, não tem créditos muito relevantes, sendo a série do Justiceiro o que chama a atenção.

Um elenco liderado por Neeson e que ainda conta com Guy Pearce (de Mare of Easttown – acima) e Monica Bellucci (de 007 Contra Spectre, 2015) certamente chamará público. Pena que são todos mal aproveitados, sem quase nenhuma história pregressa e um desenvolvimento raso de dar dó. A doença do assassino só aparece quando o roteiro precisa, com várias conveniências que começam a se tornar irritantes. Até do título nacional ela foi limada, já que preferiram o genérico Assassino Sem Rastro do que algo que girasse em torno do Memória original.

Assim como acontece frequentemente com Nicolas Cage, ver Neeson em longas como esse é uma tristeza e um desperdício de talento. Com blockbusters como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e Top Gun: Maverick ocupando quase todas as salas de cinema, é complicado que as poucas que sobrem sejam ocupadas por tragédias como Assassino Sem Rastro. Mas uma coisa é certa: é um filme para se assistir no cinema. Em casa, você vai pausar diversas vezes para fazer outras coisas mais atrativas.

A ótima Bellucci é desperdiçada por um roteiro capenga e previsível

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Stardust consegue estragar Bowie

Engraçado como cinebiografias fazem sempre muito barulho, frequentemente chamando tanta atenção que ganham até prêmios. E alguém do calibre de David Bowie ganhou uma em 2020 e passou totalmente batida. Disponível no Globoplay, Stardust acerta ao focar em um episódio específico, não cometendo o erro de abraçar o mundo. Mas comete vários outros, sendo o pior deles a façanha de transformar Bowie em um chorão maçante.

Em 1971, o cantor tinha 24 anos e um grande sucesso: Space Oddity. Promovendo o lançamento do disco seguinte, The Man Who Sold The World, ele quer se apresentar nos Estados Unidos e aumentar o seu alcance. Para os músicos ingleses, dominar a América sempre foi sinal de carreira consolidada. Seu agente, então, o manda para lá. Com um visto de turista, o que o impossibilita de se apresentar.

Com um recorte bem delimitado, o diretor e co-roteirista Gabriel Range (de A Morte de George W. Bush, 2006) busca fazer um estudo do personagem pré-fama. Algo como um “David antes de Bowie”, como diz o cartaz. A proposta é extremamente interessante, produzindo uma obra de ficção que mostra como as coisas podem ter acontecido. O problema é a forma como Range imagina isso tudo. Dá para dormir e acordar várias vezes e o filme ainda estará passando.

Para começo de conversa, a família do astro da música não aprovou o longa e, por isso, não puderam usar as músicas. O recurso usual, nesses casos, é usar músicas que o artista tocava e não eram dele, como em Backbeat (1994), a história do quinto beatle. Mas as músicas precisam proporcionar um mínimo de emoção ao espectador, e isso só acontece se elas tiverem alguma identificação com o cantor. Tê-la cantado uma ou duas vezes não atende essa necessidade.

O músico e ator Johnny Flynn (acima), visto recentemente em Emma (2019), é competente, mas o roteiro não o ajuda, retratando um Bowie inseguro, imaturo, patético. Jena Malone (de Animais Noturnos, 2016 – abaixo), vivendo Angie, é o estereótipo da esposa chata, só cobrando e reclamando, demonstrando um recalque enorme por não ter se tornado também uma estrela – algo que não faz o menor sentido. Ao veterano Marc Maron (de Coringa, 2019) cabe viver um empregado de uma gravadora com uma difícil missão: ele deve receber Bowie nos Estados Unidos, mas não pode organizar nenhum show porque o visto do britânico não permite.

Sem músicas e com um protagonista chato de doer, fica difícil assistir a Stardust até o final. Tanto a verdadeira Angie quanto Duncan Jones, filho do casal, se manifestaram publicamente contra o filme. A ex-esposa chegou a assisti-lo e criticou diversos pontos imprecisos. A questão da doença mental do irmão do cantor, Terry, ocupa um espaço grande no roteiro, e é mais uma razão para a insegurança de David: ele pensa que o próximo a ter esses problemas pode ser ele. Em 1971, o álbum Hunky Dory já havia sido lançado e Bowie já tinha uma boa experiência ao lidar com público e imprensa. O coitadinho mostrado no filme passa longe da realidade até para quem não conhece bem o personagem.

Em 72, o mundo viria a conhecer Ziggy Stardust e As Aranhas de Marte, personagens criados por Bowie numa busca por reinvenção. O interesse de Range está nessa construção, e até isso ele faz errado. É tudo muito brusco, sem sentido, fica bem complicado comprar a proposta. E Flynn é bem mais velho que seu biografado, outra fonte de estranheza. Como não há semelhança física entre os dois, fica parecendo que a mudança de Bowie será total, até o rosto vai se alterar. O cantor chegou a dizer que não gostaria de ser objeto de uma cinebiografia. A julgar por Stardust, seria melhor ter atendido o desejo dele.

Flynn X Bowie: fica muito difícil comprar essa versão

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Programa do Pipoqueiro #73 – Músicas Antigas em Filmes Recentes

Esta edição do Programa do Pipoqueiro traz filmes que usaram na trilha músicas mais antigas, a exemplo da recente série do Cavaleiro da Lua, que toca A Man Without Love, de 1968. Aperte o play abaixo e divirta-se!

Tracklist:

01 – Sam Cooke – Wonderful World

02 – Marvin Berry & The Starlighters – Earth Angel

03 – The Beatles – Twist and Shout

04 – The Righteous Brothers – Unchained Melody

05 – Sonny & Cher – I Got You Babe

06 – The Four Seasons – Walk Like a Man

07 – Chuck Berry – You Never Can Tell

08 – The Moody Blues – Nights in White Satin

09 – The Walker Brothers – The Sun Ain’t Gonna Shine Anymore

10 – Tommy James and the Shondells – I Think We’re Alone

11 – Engelbert Humperdinck – A Man Without Love

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Ewan McGregor volta ao manto de Obi-Wan Kenobi

Com três episódios exibidos (metade), já dá para dizer que a série Obi-Wan Kenobi é o melhor produto do universo Star Wars em muito tempo. Claro que ajuda ter personagens clássicos na trama, o que chama a atenção de um público mais amplo que um Mandaloriano ou Boba Fett, que são mais conhecidos entre os fãs mais aplicados. Ewan McGregor, que apareceu de corpo presente como o personagem pela última vez em 2005 (no Episódio III: A Vingança dos Sith), volta mais velho e seguro, coincidindo com a história. Demorou, mas ele finalmente descobriu que Anakin Skywalker está vivo.

O primeiro episódio da série monta o cenário com calma, sem querer apenas agradar os fãs que queriam de cara ver Darth Vader. No entanto, momentos marcantes não faltarão e todos ficarão felizes. Trata-se de mais uma obra que ocupa buracos entre os filmes, como foi com Rogue One (2016). No primeiro Star Wars (Uma Nova Esperança, 1977), a Princesa Leia manda uma mensagem de socorro para Obi-Wan, “a única esperança” dos rebeldes contra o Império. Agora, descobrimos como eles se conheceram e como a relação se estabeleceu. E algumas críticas sociais são colocadas aqui e ali com discrição, como a cena do ex-soldado pedindo esmola.

Um dos destaques de Obi-Wan Kenobi é a menina Vivien Lyra Blair (de Bird Box, 2018), que vive a pequena Leia Organa. Ela já conquista o público em sua primeira aparição com uma mistura de força e fofura e ajuda a costurar as pontas deixadas anteriormente. E é interessante também ver a relação entre ela e os pais, que a gente conhecia pouco. Entre as novidades, a grata surpresa é a Inquisidora Reva, interpretada por Moses Ingram (de A Tragédia de Macbeth, 2021), uma vilã à altura da franquia, que parece obcecada em encontrar Obi-Wan, o maior Jedi vivo.

A voz de Darth Vader, mais uma vez, é provida por James Earl Jones, e o corpo é novamente o de Hayden Christensen, dos Episódios II e III. Por que ele volta a gente não sabe, já que Anakin teve o corpo queimado e ficou desfigurado. Qualquer ator serviria. Se tiver flashbacks, justifica, ou será apenas fan service (um agrado aos fãs). Outros velhos conhecidos nossos também voltam, como Jimmy Smits (Bail Organa), Temuera Morrison (Boba Fett e seus clones) e Joel Edgerton (o tio Owen), e há mais adições, como Benny Safdie (Nari), Kumail Nanjiani (Haja) e Rupert Friend (o Grande Inquisidor). Todos funcionam muito bem.

Com cinco roteiristas envolvidos, quem brilha também é a diretora, Deborah Chow, que comandou todos os seis episódios. Ela vem de várias outras séries, como Mr. Robot, Jessica Jones e Better Call Saul, além de O Mandaloriano, e mostra ter pegado exatamente o espírito da franquia. E trouxe o Flea para o elenco, tendo assinado um clipe dos Red Hot Chilli Peppers. Cenas grandiosas, uma bela fotografia e muito suspense não faltam, mostrando que a série não é boa apenas por ter presenças queridas. Pena que alguns ditos fãs desse universo continuem a direcionar ódio a atores que eles aparentemente não aprovam, mostrando que eles não entenderam nada do que assistiram.

Umas das presenças mais esperadas da série

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Programa do Pipoqueiro #72 – Músicas Mais Tocadas Pt2

Continuando a lista apresentada na edição anterior, o Programa do Pipoqueiro traz mais músicas muito tocadas em filmes e séries, com comentários e indicações para você. Aperte o play abaixo e divirta-se!

Tracklist:

01 – E.L.O. – Mr. Blue Sky

02 – The Clash – London Calling

03 – AC/DC – Back in Black

04 – Spandau Ballet – True

05 – Leonard Cohen – Hallelujah

06 – MC Hammer – You Can’t Touch This

07 – Marky Mark and the Funky Bunch – Good Vibrations

08 – Israel Kamakawiwo’ole – Somewhere Over the Rainbow/What a Wonderful World

09 – Smash Mouth – All Star

10 – The Dandy Warhols – Bohemian Like You

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