Duzentos milhões sob as canetas de seis togados

Em breve, saberemos se este é um dia para ser lembrado ou jamais esquecido. De um jeito ou de outro, o caminho será longo

Temos majoritariamente um Poder Executivo porco. Em todas as esferas, aliás. Municipal, Estadual e Federal. Um bando de corruptos incompetentes,  cercados por uma casta de apaniguados que mamam eternamente nas tetas da sociedade produtiva. Pequenos, médios e grandes estados ou municípios, nada escapa à regra. Raríssimas são as exceções.

Melhor sorte não nos socorre o Poder Legislativo.  Câmaras de Vereadores, Assembleias Estaduais ou Congresso Nacional. Novamente não importam o tamanho e importância. O que sai de lá é sempre igual. Corporativismo, favorecimento próprio, escravidão e cumplicidade com o Executivo corrupto e incapaz,  que o irriga com o dinheiro de quem trabalha e produz. Sanguessugas como seus pares, novamente raríssimas são as exceções.

A cereja do “bolo de esterco” é o Poder Judiciário. Caro, ineficiente, injusto, corporativista, inchado, perdulário, autoritário e… sim! Corrompido. Pelo dinheiro ou poder, cargos ou prestígio, pouco importa. Corrompido e, por vezes, vendido.

Varas, fóruns, tribunais, conselhos, associações… disputas fratricidas pela caneta e as chaves dos cofres. Juízes, ministros, desembargadores, corregedores, procuradores, promotores. Um exército à serviço não da sociedade, mas do crime e das bancas amigas e influentes. E aqui, as exceções à regra parecem ainda mais raras e escassas.

Eis o Estado brasileiro em todo seu esplendor. Eis um grupo de pessoas que trabalham para si mesmas, em prol das próprias vidas, ainda que às custas da miséria e morte de milhões que lhes sustentam. Bandos, quadrilhas travestidos de institucionalidade, disfarçados de democracia. Supremos vagabundos, isso, sim!  Excelentíssimos crápulas.  Autoridades do crime.  Senhores da corrupção.

Como, em sã consciência, não desejar uma mudança radical? Golpe Militar, Intervenção Militar, Luta Armada, Desobediência Civil…  Pouco me importam os nomes.  Mas muito me importam os motivos. Estão todos aí, expostos, cuspidos e escarrados nas nossas fuças todos os santos dias. Entra presidente sai presidente, prefeito ou governador, vereador ou deputado.  Senador. Agora Ministros! O que sobrou, meu Deus do céu? Está tudo dominado, tudo contaminado? Está tudo irremediavelmente perdido? É isso mesmo?

Impostos, taxas, burocracia, regulações. Verbas, auxílio isso, auxílio aquilo, mordomias sem fim. Jatinhos, viagens, hotéis, banquetes. Cargos, salários, estatais, ministérios, secretarias. Caramba, será que não sai nada que presta em benefício de quem paga esta merda toda? Absolutamente nada? Nem uma mísera lei, um mísero projeto, ou uma mísera sentença judicial que coloque bandido na cadeia, cacete?!? É pedir muito aos senhores de Brasília?!?

É pedir muito ao senhor, Ministro Gilmar Mendes? Hein, Ministro Toffoli? É, Ministro Lewandowski? E ao senhor, Ministro Celso de Melo, decano (que coisa!) da Corte? É ou não é, Ministra (putz!) Rosa Weber? Diz aí, Ministro Marco Aurélio!!  Eu preciso saber, meus caros. Porque se for, ok, o babaca aqui sou eu mesmo. O babaca aqui é você, trouxa que me lê. Os babacas aqui somos todos nós, os não-amigos de vocês, não-padrinhos de vocês, não-políticos corruptos, não-ex-presidentes ladrões, não-empresários que patrocinam seus institutos, não-clientes dos escritórios de advocacia de seus familiares, não-terroristas italianos, não-assassinos, não-traficantes, não-estupradores, etc.

E aí, pessoal do STF? E aí, senhores Supremos Togados, semi-deuses que “cagam e andam” para o Brasil?

Dá para sair um sentença que mande, ou melhor, permita que um ladrão já condenado a mais de 12 anos de prisão (por duas instâncias!), siga para o lugar em que qualquer criminoso deve estar? Dá para esquecer o ego, a vaidade, o apadrinhamento, a cumplicidade, a ideologia, os deveres, os favores, os préstimos (e talvez empréstimos) pessoais?

Dá para pensar um pouquinho só em mim, na minha filha e em 200 milhões de brasileiros que estão jogados à própria sorte, neste lamaçal de corrupção, violência e criminalidade em que os senhores insistem em nos perpetuar?

Se der, muito melhor. Não direi obrigado, pois mera obrigação de quem veste uma Toga preta. Mas se não der, se proibirem mesmo a Justiça brasileira de mandar os criminosos — Lula incluído — para a cadeia, aceitem o meu mais sincero, singelo e desrespeitoso desabafo… “vão todos para aquele devido lugar!”

Leia mais.