Que os chorões nem comecem a ler!

Se você é um chorão como eu, sugiro que pare por aqui! Do contrário, pegue logo seu lencinho e boa sorte!

 

Zé Roberto, treinador da seleção brasileira de vôlei consola o neto após a derrota para as chinesas

Foi de partir o coração! A inesperada derrota da equipe brasileira de vôlei feminino me lembrou a copa do mundo de 82. Obviamente não em importância, claro. Mas há uma tremenda semelhança nos dois casos: ambas equipes foram brilhantes e ambas equipes eram favoritíssimas ao título. Mais ainda! As meninas do Zé Roberto, assim como os meninos do Telê, conquistaram também o coração das crianças. E foi aí que me comovi de verdade. Ao ver uma criança chorar meu coração derrete! Sim, amigos. O Ricardo contundente, brigão e desbocado é também um “manteiga derretida”. Daqueles que choram por tudo. Até inauguração de McDonald’s. Quando os geniais garotos do Mamonas Assassinas morreram, parte de mim morria junto a cada gota de lágrima, de cada criança desolada.

Por força do meu trabalho viajo muito. Sobretudo para as regiões norte e nordeste do país, inclusive para o interior dos estados. Na boa… Se há cenas mais tristes e mais tocantes que o flagelo das famílias sitiadas nos sertões destes estados, eu desconheço. E não faço a menor questão de conhecer! O fato é que é de uma amargura terrível, e talvez seja um dos maiores motivos pelos quais eu detesto tanto político ladrão. Estes miseráveis matam pessoas todos os dias. Isto me revolta de tal maneira, que muitas vezes não me contenho e xingo sem parar mesmo. Vocês não têm ideia do que é ver criancinhas de cinco ou seis anos, peladinhas, barrigudas de tanto verme nos intestinos, largadas à beira das estradas em busca de alimento. Qualquer alimento! É arrasador, é desolador, é muito mais do que revoltante! É ultrajante e incompatível à condição de sentir-me humano. Mas voltando ao vôlei…

Ao final do jogo, um garotinho de uns seis anos invade a quadra e parte correndo em direção ao treinador da seleção brasileira. Pula no seu pescoço e as lágimas rolam fartas. Era o netinho do Zé Roberto, que não entendia como o time que nunca perdia um mísero set sequer, havia sido eliminado pelas chinesas. Através de um abraço que só os avós sabem dar, Zé Roberto acalmou e consolou seu neto, sendo que ele mesmo precisava ainda mais de consolo. Pergunto: Como não chorar até desidratar?!?

Um dia após a deplorável demonstração de falta de educação e de espírito esportivo demonstrada por um bando de adultos, um garotinho de seis anos renova nossa esperança em um futuro melhor e nos ensina: Perder dói, sim. Mas faz parte da disputa. Ao invés de vaiar, xingar ou brigar de raiva, que tal um choro abundante e um colo querido?

9 thoughts to “Que os chorões nem comecem a ler!”

  1. Uai, mas não foi a própria imprensa Bra71leira que massacrou os desequilibrados “chorões” da copa de 2014??? Quanto a vaiar e talvez esteja se referindo ao Francês do salto com vara, foi merecido! Cara arrogante, estava rindo do Brasileiro achando que já tinha ganho, e não teve a mínima humildade em cumprimentá-lo pela vitória, e a nossa cultura de torcer é essa!! O mundo que se adapte a nós pois as Olimpíadas é na nossa casa, e não nós nos adaptarmos a eles. Tem uns Brazucas que é f&%@!!

    1. Concordo, não, Guilherme. A Olimpíada não veio para o Brasil, o Brasil é que se candidatou a hospedá-la. Assim nós é quem devemos nos adaptar, não o contrário.

    1. Caramba!! Este é um post bem antigo. Nem me lembrava dele. Pior é que cheguei há pouco, vinho na cachola, mensagem tão bacana de alguém que gosto tanto e pronto!! Tome lágrima, hehe. Abração meu caro, e obrigado pela mensagem

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