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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

AS DUAS ÚLTIMAS VITÓRIAS NÃO DEVEM E NEM PODEM ESCONDER QUE NEM TUDO AINDA SÃO FLORES NO ATLÉTICO

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

Enquanto o Atlético parece se reencontrar e as vitórias dentro de campo voltam a acontecer, fora das quatro linhas o clube se prepara para tomar as decisões mais importantes de sua história e dar uma cartada que, certamente, transformará radicalmente a vida e o futuro do Glorioso.

Assim como Everson foi o grande nome do time diante dos Santos na Vila Famosa, defendendo na grama com brilho e eficiência para muitos insuspeita os interesses da equipe atleticana, fora de campo é preciso que outros Everson’s defendam o clube e cuidem para que a alteração do modelo societário em gestação não leve a entidade Atlético Mineiro a colher no futuro derrotas amargas e até mesmo irreparáveis.

Assim como no futebol as vitórias e o sucesso nos jogos e nas competições dependem bastante da consistência do sistema defensivo das equipes e do saber onde e como construir as jogadas e atacar o adversário, fora das quatro linhas as medidas devem ser definidas, as decisões devem ser tomadas e os caminhos devem ser percorridos de forma estratégica, segura, cuidadosa e planejada.

Assim como dentro de campo o time precisa que cada jogador faça a sua parte individual, coletiva e taticamente e que o treinador saiba e consiga preparar a equipe para enfrentar e superar todas as adversidades que os jogos e os adversários criarem, fora das quatro linhas é preciso que todos os envolvidos, cada qual nos limites de seu poder de decisão e de atuação, joguem juntos harmônica e coletivamente afim de que as alterações estatutárias e de modelo societário em curso não coloquem a associação em risco, nem corrompam a sua identidade e, tampouco, rasguem a sua história. E envolvidos aqui compreende, dirigentes desde o alto escalão até o funcionário mais humilde, passando pelos colaboradores de todas as áreas fim e meio, ligadas diretamente ou não ao futebol, atletas, comissão técnica, treinador e, claro, a própria torcida, que deve funcionar como um fiscal cioso e responsável.

A lei nº 14.193, de 6 de agosto de 2021, que institui a Sociedade Anônima do Futebol e dispõe sobre normas de constituição, governança, controle e transparência, meios de financiamento da atividade futebolística, tratamento dos passivos das entidades de práticas desportivas e regime tributário específico; e altera as Leis nºs 9.615, de 24 de março de 1998, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), traz inovações para o futebol que, para o bem ou para o mal, irão mudar definitiva e radicalmente a face do esporte no país.

E por isso, não canso de repetir que todo cuidado é pouco. Essa lei, a partir do momento em que a SAF for constituída e se torne uma realidade, prescreve uma série de procedimentos e diretrizes compulsórios e outro tanto de caminhos opcionais. Uns e outros requerem muita atenção, diligência e discernimento. A SAF, por exemplo, tanto pode ser resultante de uma transformação da associação, como de uma cisão, com o futebol e seus ativos (atletas, particularmente) passando para o controle, exploração e domínio da nova empresa, ou ainda pode resultar de uma iniciativa diversa da entidade originária, como os clubes associativos passam a ser denominados.

Arenas, centros de treinamentos e demais patrimônios poderão ou não ser transferidos para a SAF a termo ou em definitivo e, para que essa transferência se realize é necessário que os seus termos sejam definidos em contrato. E se as instalações desportivas, como estádio, arena e centro de treinamento, não forem transferidas para a Sociedade Anônima do Futebol, o clube ou pessoa jurídica original e a SAF deverão celebrar, na data de constituição desta, contrato no qual se estabelecerão as condições para utilização das instalações.

Já os direitos e deveres decorrentes de relações, de qualquer natureza, estabelecidos com o clube, pessoa jurídica original e entidades de administração, inclusive direitos de participação em competições profissionais, bem como contratos de trabalho, de uso de imagem ou quaisquer outros contratos vinculados à atividade do futebol serão OBRIGATORIAMENTE transferidos à Sociedade Anônima do Futebol.

E tão importante quanto os pontos levantados acima, o $ 4º do art. 2º estatui que além de outras matérias previstas no estatuto da Sociedade Anônima do Futebol, depende da concordância do titular das ações ordinárias da classe A, independentemente do percentual da participação no capital votante ou social, a deliberação, em qualquer órgão societário, sobre a alteração da denominação a modificação dos signos identificativos da equipe de futebol profissional, incluídos símbolo, brasão, marca, alcunha, hino, cores e mudança da sede para outro Município.

E quem é ou deve ser o titular das ações da Classe A da SAF? Segundo o inciso VII do parágrafo 2º do art. 2º, a Sociedade Anônima do Futebol emitirá obrigatoriamente ações ordinárias da classe A para subscrição exclusivamente pelo clube ou pessoa jurídica original que a constituiu.

E mais: o estatuto da Sociedade Anônima do Futebol constituída por clube ou pessoa jurídica original pode prever outros direitos para o titular das ações ordinárias da classe A. E, depende de aprovação prévia do clube ou pessoa jurídica original, que é titular de ações ordinárias da classe A, qualquer alteração no estatuto da Sociedade Anônima do Futebol para modificar, restringir ou subtrair os direitos conferidos por essa classe de ações, ou para extinguir a ação ordinária da classe A.

A Lei da SAF prevê ainda uma serie de outras condicionantes e normas. Mas, só os exemplos aqui citados demonstram à larga porque o time que atua fora das quatro linhas deve estar tanto ou mais organizado, coeso, atento e estratégico do que normalmente se exige do time dentro de campo, vez que as derrotas que podem advir de uma má e infeliz condução, podem não ser recuperáveis e os danos insanáveis.

Ainda que as legislações de cada país guardem entre si diferenças em razão dos espectros culturais e econômico-financeiros próprios de cada lugar, são fartos os casos de fracassos e de falências de clubes empresas. Uma verdade surrada e inquestionável: o pulo do gato não está no modelo estatutário da instituição e sim na qualidade da gestão.

Assim, além do potencial financeiro de quem for investir e controlar a SAF, a sua capacidade gerencial e a sua expertise no trato com o mundo da bola também devemser um critério fundamental para a sua escolha. Portanto, ainda que mais vitórias advenham dentro de campo, mais do que nunca se deve ter em mente que nem tudo ainda são flores no Atlético e que todo cuidado ainda é muito pouco.

8 thoughts to “AS DUAS ÚLTIMAS VITÓRIAS NÃO DEVEM E NEM PODEM ESCONDER QUE NEM TUDO AINDA SÃO FLORES NO ATLÉTICO”

  1. Nesses tempos modernos de exaltação à mediocridade e entrega da paixão futebolística a indivíduos sem história e sem tradição na construção da mística alvinegra quero trazer aqui o que realmente me comove e me acalenta como atleticano :

    Meu galinho carijó
    É doido prum forrobodó
    Bate na raposa , no coelhinho e no leão
    O meu galinho não é sopa não

    Procurem ouvir na voz de Dircinha Batista .
    É emocionante !

  2. Prezado,vosso 5º parágrafo é mais ou menos isso:
    Papo entre dois compadres:
    – Sabe uma coisa? O fulano é um tipo muito mentiroso!
    – Não me diga! Mas, tem certeza?
    – Tenho ! Mente por tudo e por nada!
    – Olha, o compadre fez muito bem em me avisar. Já não lhe pago os 500 real que ele diz que me tinha emprestado.
    >> Trocando em miúdos: – saf(adeza) é a forma do caloteiro dar ‘migué” num mentiroso, com bastante classe!
    Falando em classe! Como vai ser aprovada essa tal saf SEM ANTES haver a TÃO PROPAGADA REFORMA ESTATUTÁRIA do Clube? Ah…esqueci! Tá tudo dominado ah ah hú hú
    Saudações Atleticanas ( por enquanto )

  3. Bom dia !
    A SAF é a bola da vez ou a solução da vez. Já foi a construção do estádio, a venda do Diamond para solução das dívidas e agora é a vez da SAF. A verdade é que a confraria de Lourdes decidiu e decide os rumos do clube. Nessa escolha o capital venceu, não sobrou voz para torcida. Perdemos o Diamond e ganhamos um tímido estádio, já endividado e com receitas comprometidas. Do torcedor só querem sugá-lo _ quem é GNV é bombardeado por falsas vantagens de descontos dos patrocinadores do clube, quando na verdade precisamos é de facilidade na compra do ingresso. Ano passado era uma saga conseguir comprar um ingresso para um estádio de 60 mil de público, imagina como será para comprar no novo estádio. Qual a verdadeira homenagem que a torcida terá nesse novo estádio? Compre seu pedacinho de terra da nova Arena, compre uma cadeira, compre um tijolinho, compre a inscrição de seu nome no estádio….. Pelo menos poderiam chamar o novo estádio de Arena da Massa, essa que foi fiel ao clube nesses mais de cem anos. Alguns privilegiados puderam comprar sua cadeira cativa, mas a grande massa de torcedores terá que se estapear na Internet para conseguir um ingresso, se for GNV é claro.
    Com todo respeito a boa intenção dos 4Rs, mas o Galo poderia ter caminhado com as próprias pernas, afinal seu patrimônio poderia ter sanado as dívidas, o clube ter mudado o estatuto para não permitir gestões perdulárias e seguir em frente como sempre fez. O que vem se desenhando é a eliminação do torcedor mais sofrido de ter acesso ao estádio e parece que com a vinda da SAF esse processo será acelerado. Viva o capitalismo selvagem.

  4. A ida ao modelo SAF é inexorável, principalmente para clubes endividados como o Atlético que, mantidas as normativas atuais, terá o benefício do calote institucionalizado pela lei. E quem não quer mamar nessa teta? Vejam o exemplo do CSA-MG: vem dando calote em todo mundo (e agora, de forma desavergonhada se propõe a pagar com 75% de desconto, com o beneplácito da lei é preciso ressaltar), e o dono é tido e havido como gênio da gestão… piada!!! Em relação ao Atlético, o que me interessa, de fato, é ver 11 jogadores correndo atrás da bola, vestindo a camisa preta e branca. E mais nada!

  5. Alô DOMINGOS SÁVIO ,

    nada a acrescentar à sua argumentação no tocante ao HULK ,
    o cara que tem um “vasto repertório na bola parada” , segundo o narrador Rogério Corrêa , e que , por este motivo , o MANSO determinou que ele fosse para o escanteio .

    Normalmente , a função era dos pontas , que trabalhavam incessantemente nos treinos para que as cobranças se tornassem uma jogada complicada para os adversários .

    Mas quem somos nós para discordarmos das decisões do maior gênio em estratégias que o Atlético já teve em seu comando , não é mesmo ?

    1. Boa tarde Barata, boa tarde a todos. O que mais assusta é a falta de crítica e independência dos Comentarista. Teve gente afirmando que a defesa do Galo esteve bem contra o Santos. A diferença de análise entre as atuações do Alonso é do Natan Silva São gritantes. Eu queria ver o Kafunga analisando esse time do Galo no programa Papo de bola: haja cabeça de bagre. Os erros de passes do Otávio na partida contra o Santos, a falha do Alonso no gol do Santos e a lambança da zaga do Santos no gol do Hulck, foram lances típicos de cabeças de bagres. Agora hilariante foi aquela expulsão do treinador de goleiro, querendo passar informações para o Everson no Pênalti. Agora o lançamento do Alan Kardec para o Nascho, no lance do pênalti, salvou o jogo, além das defesas di Everson. 4×2 para o Santos placar moral do jogo. Vitória maiuscula. Atuação medíocre.

  6. Prezados Ávila, atleticanas e atleticanos!
    Não meto o meu bedelho em assunto que não domino! Portanto, dou o meu “pitaco” apenas quando se trata de jogo dentro das quatro linhas. Fora delas, deixo para quem entende discutir o que é melhor para o galo: SAF ou SIFU.
    Por falar em jogo jogado, o galo precisa urgentemente dizer ao que veio. Estamos ganhando sim, mas não convencendo…Vieram 6 pontos nas últimas 2 partidas as quais não merecemos ganhar. Mas a sorte e não a competência parece ter virado em favor do galo. Vamos continuar apostando que dias melhores virão, apesar de não estarmos merecendo, pois nãos estamos fazendo por onde. Sorte é situação de risco e o que precisamos mesmo é de competência. Estamos naquela “não há vento favorável para quem não sabe para onde vai”. Precisamos urgentemente definir o nosso rumo se quisermos disputar a libertadores no próximo ano. Do jeito que as coisas andam, nada nos assegura tal pretensão. Mas ainda temos um caminho a percorrer e dependendo do resultado no próximo domingo, uma luz pode aparecer no fim do túnel.
    Hoje e sempre, galo!!!

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