Apelando em busca de reação

Decepcionados com a diretoria e com os jogadores, ainda que com a fé Atleticana abalada, seguimos sonhando com tempos melhores no futuro.

Lendo, entre nossos companheiros que frequentam esse cantinho – exclusivamente nosso – tento amenizar essa frustração que toma conta da nossa alma e coração.

Por mais que os responsáveis pelo momento de horror que estamos vivendo demonstrem total apatia e insensibilidade com nosso sentimento, eles jamais irão conseguir matar esse fogo.

Muitos entre nós, já viramos metade de um século de existência – praticamente todo – convivendo com essa magia de ser Atleticano.

Outros, ainda jovens e até crianças e bebês, que seguem com essa crença e herança familiar. Conheço pessoas que tem três, quatro e até mais gerações de Atleticanos.

Não tive pais que me ensinaram esse caminho, foi um saudoso agregado familiar quem me deixou esse legado. Passei para minha filha, que junto comigo, sofre neste momento.

Recentemente mencionei aqui parte do “poeminho do contra” de Mário Quintana, hoje vou completar. “Todos esses que ai estão … Atravancando meu caminho, … Eles passarão… Eu passarinho!”

O presidente, eleito legitimamente pelo Conselho (não entro no mérito da formação desse colegiado), tem mandato até o final do ano.

Os jogadores estão no pleno exercício de seus contratos, se foram bem ou mal elaborados, o representante legal do Galo firmou esse compromisso.

Enfim, é com isso que vamos ter de conviver até que esse pesadelo tenha um final. Se vai ser feliz ou não, só o tempo vai responder.

Estou entre aqueles que se sentem inseguros com os rumos do nosso time. Entrevistas vazias, onde muito se diz e pouco se explica. Queria números dessa tal austeridade, mas só ouço que estão pagando contas do passado. Quais valores e responsáveis nunca são mencionados.

“Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”, nos traz a letra e música de Chico Buarque, que ainda menciona: “hoje você é quem manda, falou tá falado” e ainda: “como vai proibir, quando o Galo insistir, em cantar”. E ainda: “onde vai se esconder, da enorme euforia”. Pois bem, Quintana e Chico me confortam nesse momento, pois tudo isso haverá de passar.

Tomara que o presidente, insisto, legitimamente ocupando o cargo, num regime presidencialista consiga tirar o Atleticano dessa depressão que sua gestão nos condenou.

Já disse aqui, por diversas e repetidas ocasiões, se o time mostrar resultados em campo – vitórias e títulos – não me acanhará em saudar o Sette. Até mesmo, como ele tanto sonha, ovacionar seu nome das arquibancadas. Desde que assim entenda ser ele merecedor. Por hora não!

E é com essa vontade de que as coisas reacomodem, que o Galo volte a vencer que vou acompanhar a partida de hoje à noite frente ao Boa. Entre as que faltam, talvez seja a menos complicada, mas considerando a campanha pífia até o momento, o time pode complicar e ainda muito mais as possibilidades de entrar no G4 do Mineiro.

Para o próximo sábado, vamos para um dos três clássicos mineiros de todos os tempos. Com isso que o time vem mostrando, temo por um Mineirão completamente vazio sem a presença da desconfiada Massa.

Depois ainda pegamos Vila Nova e América, completando os maiores e históricos jogos de Minas Gerais, ambos na condição de visitante. A situação no Mineiro é complicada, as taças Sul-Americana e do Brasil já foram para o esgoto (a céu aberto), pouco podemos sonhar ainda para este 2020.

Pra fechar, recorro agora ao Fernando Pessoa em tom de apelo, dirigido à direção e elenco, considerando que – mais uma vez na atual gestão – não temos treinador. “Matar nossos sonhos é matarmo-nos… É mutilar a nossa alma… O sonho é o que temos realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”, Chega de nos maltratar!

Em tempo: senhor presidente, quando o Atleticano questiona sua gestão a motivação é a incompetência – notadamente nas contratações – nada fora disso. Não vi, li ou incentivei qualquer atitude de violência que sua excelência reclamou durante aquele “pronunciamento oficial”.

Uma lista que circula nas redes sociais, seguramente fará sua gestão entender. Leandrinho, Geuvânio, Zé Welison, Denílson, Edinho, Erik, Arouca, Tomás Andrade, Juninho, Martin Rea, Galdezani. Tem mais: David Terans, Samuel Xavier, Ricardo Oliveira, Ramon Martinez, Maidana, Vinicius Goes, Lucas Hernandez, Papagaio, Maicon Bolt, Wilson, Hyoran e Di Santo. Entendeu? Ou quer que desenhe?

Ontem, em Recife, o Sport (série A) goleou o Afogados (série D) por 4 a 0. Resultado totalmente dentro da lógica.

*fotos: Bruno Cantini/Atlético