Ricardo Galuppo
Nacho Fernández faz a diferença. Habilidoso sem apelar para firulas, rápido sem ser velocista, centralizador sem ser fominha, ele tem todas as qualidades de que um craque precisa para se tornar peça fundamental num time de primeira grandeza. A visão de jogo do argentino é espetacular e não é exagero algum afirmar que o time é um quando ele está em campo e outro quando ele não entra.
Diante de tudo isso, é possível afirmar que a partida contra o River Plate, que amanhã decidirá o destino do Galo na Copa Libertadores deste ano, será muito mais sofrida do que poderia ser caso Cuca pudesse contar com ele. Se Nacho não tivesse sido expulso no primeiro jogo das quartas-de-final, na semana passada, o humor da torcida, com toda certeza, estaria muito diferente a esta hora.
Não digo que estaríamos mais tranquilos, porque ninguém pode relaxar na véspera de uma partida decisiva contra a equipe argentina, treinada pelo eficiente Marcelo Gallardo. Mas, com certeza, estaríamos menos apreensivos… Isso é obvio. Mas daí a dizer que a ausência do craque argentino elimina qualquer chance de seguirmos em frente, vai uma diferença enorme.
O Atlético tem tudo para seguir em frente. Não só ela pequena vantagem que construiu na partida de ida, em Buenos Aires. Mas principalmente porque tem um elenco capaz de impedir que a lacuna aberta pela saída de Nacho se transforme num abismo intransponível.
CHANCES DE CONQUISTA
Ao contrário de situações anteriores, em que a ausência de um craque num momento decisivo tirou do Atlético uma chance importante de conquista, a de Nacho, desta vez, tem um peso diferente. O Atlético tem plenas condições de seguir em frente mesmo sem contar com um jogador da dimensão de Ignácio Martin Fernández. Mas houve momentos, que ainda estão presentes na memória de todo Atleticano, em que ausência de jogadores importantes deixou clara a fragilidade do elenco.
A primeira lembrança que me vem à cabeça quando penso na ausência de um craque num momento crucial é a de Sua Majestade José Reinaldo de Lima, o Rei, na decisão de 1977. Impedido de jogar por uma decisão até hoje obscura da antiga CBD (quem suspeita da honestidade da CBF não imagina do que aquela corja era capaz!), o Rei havia marcado pelo menos um gol em todas as partidas que disputou naquele certame. Era àquela altura, com uma folga enorme, o melhor jogador não só do Galo, mas do Brasil…
Não havia, claro, um substituto à altura do Rei entre os jogadores de 1977. Mas a distância entre ele e os suplentes não precisava ser tão quilométrica. Com ele fora de jogo, o Galo entrou em campo, naquela decisão, com uma nulidade chamada Caio Cambalhota no comando do ataque. A diferença entre ele e o titular era abissal. Querer compará-los seria o mesmo que, hoje em dia, querer por na mesma balança o time que ocupa a 16ª posição da Série B e o líder da primeira divisão do campeonato brasileiro…
Não havia comparação possível entre um e outro. Tanto assim que, no intervalo daquela partida, o técnico Barbatana ainda substituiu o previsível e atabalhoado Cambalhota por outra nulidade: Joãozinho Paulista. O resultado é o que se sabe.
Outra ausência que nos custou a chance real de conquistar um título importante foi a de Marques, na decisão do Brasileirão de 1999. Craque de primeira grandeza, de quem a massa será uma eterna devedora pelo papel que exerceu num dos momentos mais difíceis da história do clube, Marques compunha, com Guilherme, uma dupla de ataque afinada e eficiente. Era o coração, a alma e a inteligência daquele time.
A lesão muscular que sofreu na primeira partida daquelas finais doeu em toda a torcida que, ao vê-lo deixar o campo sobre a maca, sentiu a possiblidade do título escorrer entre os dedos. São casos emblemáticos e que refletem momentos em que ausências importantes aniquilaram as chances alvinegras. Momentos em que o otimismo e a esperança de conquistas se transformaram em dúvidas; e as dúvidas, em frustração.
TODAS AS FICHAS
Lembro um último exemplo, mais recente, que só vale a pena citar para deixar clara a incrível transformação por que tem passado o Galo da temporada passada para cá. Não faz tanto tempo assim que o Galo, por falta de opções, era o tipo do time que obrigava a torcida e a comissão técnica a depositar todas as fichas numa única aposta.
Em 2018, o time ia bem no Brasileirão e ocupava a liderança quando o Palmeiras, que detinha os direitos sobre Roger Guedes, o negociou com o chinês Shandong Taishan. Sem o jogador, que na época fazia a diferença no ataque alvinegro, o Galo tornou-se um time previsível. Caiu de produção e terminou em 6º lugar uma competição que poderia ter vencido se Guedes não tivesse ido embora.
O que o grande Nacho tem a ver com isso? Depende. Assim como os três nomes citados — cada um com sua característica, dimensão e momento —, Nacho é o tipo de jogador que desequilibra. Sua presença em campo aumenta as chances alvinegras, sem dúvida. Mas, ao contrário das outras vezes em que se viu privado de uma estrela, na partida contra o River Plate na próxima quarta-feira, o Galo vive uma situação muito diferente.
Desta vez, existem alternativas — e isso faz toda diferença. Em 1977, o Galo teve um dos melhores times de sua história e qualquer torcedor que viveu aquele momento ainda tem na ponta da língua os nomes dos onze que Barbatana punha em campo a cada partida. Mas não tinha alternativas de banco nem de alterações táticas. Em 1999, a diretoria comandada por Nélio Brant, juntando os cacos que restaram após a era de rapinagem que foi a passagem de Paulo Cury pela presidência, conseguiu formar um time eficiente. E os jogadores, sob o comando de Humberto Ramos na reta final, levaram aquele time desacreditado à final do campeonato.
E 2018? Bem… o Galo começou aquela temporada com Oswaldo Oliveira no comando (uma tragédia de que todo torcedor deveria se lembrar e bater na madeira antes de abrir a boca para falar mal de Cuca). Substituído por Thiago Larghi — ex-analista de números que assumiu como interino e foi ficando até ser efetivado e, depois, substituído por Levi Culpi — o time se acertou e fez uma campanha maiúscula enquanto pôde contar com Roger Guedes.
Nacho Fenandez, respeitadas as diferenças de posição e de adequação ao esquema tático, é muito mais jogador do que Roger Guedes. Entretanto, faz menos falta ao time do que o atacante de 2018. Não pelo que faz em campo, mas pelas alternativas de que hoje o elenco dispõe para substitui-lo.
O craque argentino não esteve presente, por exemplo, nos 2 a 1 sobre o Flamengaço Classificadaço — a terceira da sequência de nove vitórias que levou o Galo à liderança do Brasileirão. Os titulares àquela altura foram Allan, Tchê Tchê e Zaracho. Também não jogou contra o América (1 a 0 para nós), contra o Corinthians (2 a 1, de virada) nem mais alguns jogos que conduziram o Galo à liderança.
Não menciono esses jogos com a intenção de comparar qualquer um desses adversários ao River Plate de Gallardo. A ideia é apenas mostrar que, ao contrário do que havia no passado, o Galo não é um time que se desmantela com a saída de qualquer titular importante. E parte de sua força consiste justamente em dispor de tantas alternativas que nem permitem à torcida saber os nomes dos onze que estarão em campo na próxima partida. Eu acredito!
EVANDRO ,
“… enxergo aqui excesso de vaidade … ” .
Cada um com sua própria avaliação…
É… mas de corneta, agora foi alçado à posição de dedos nervosos. Vou ter que pesquisar calmante pra dedo procê! Kkkkkkkkkk…..
Voto com o relator
bom dia Eduardo e massa e Ricardo Galuppo . o nacho Fernandes vai fazer muita falta esperamos que o cuca já tem jogador que vai fazer esta função. eu sempre pedir aqui no blog falta este reserva para o nacho Fernandes penso eu que seja zaracho se for jogar ou Vargas mas não tem esta quilidades que tenha o nacho Fernandes. minha tenção ja esta controlada para amanhã. rsrs.a ja coração. a galo nos deixa sonhar. vai galooooo.
Bom dia!
Antes do Rei…naldo, eu era um torcedor do Galo, tipo cruzeirense, mas o Rei me tornou um torcedor, tipo atleticano. Na verdade, Reinaldo se confundia com o Galo. Quando ele não jogava o Galo não jogava. Jorge Kuri, grande narrador da Rádio Globo, Rio, falava que a seleção era Reinaldo e mais dez.
Nacho é tudo isso muito bem dito pelo Galuppo, mas nós temos o maior do Brasil, no momento, que é sem dúvidas, Hulk. Além dele temos Mariano, Nathan Silva, Arana, Allan, Zaracho, Savarino e a volta do Keno. Todos esses tem condições de decidir favoravelmente ao Galo.
Concordo.
Bom dia para todos!
Para amanhã não temos ninguém pra substituir o Nacho,mas com planejamentos futuros podemos substituir os salários de Yorran,Natan pescador,Sacha, Quero Quero e mais outros que nada acrescentam, por jogadores de verdade ,como foi no caso do Diego Costa, que espero ser um jogador de verdade e não engodos como os citados acima.
Saudações atleticanas!
Bom dia!
O Atlético já perdeu muitos títulos por amadorismo. E , também, gastou muito dinheiro pelo mesmo motivo. Contratação de Jogadores sem muitos critérios. O trabalho da fisiologia na recuperação dos jogadores e governança do grupo.
Atualmente, vejo melhorias. Estamos antenados em todas as frentes. No campo e extra campo.
“Mundo de Huxley”
“Admirável Mundo Novo, escrito por Aldous Huxley e publicado em 1932, narra a história de uma sociedade futurista, em que seus habitantes passam por um pré-condicionamento biológico e psicológico para que vivam em harmonia com as leis sociais e com um sistema de castas. O objetivo maior é manter a ordem, mesmo que para isso todos passem por uma grande lavagem cerebral, eliminando qualquer senso de individualidade ou de consciência crítica sobre a realidade.”
Lembrar do Rei equivale a uma facada no meu coração… Rei, você jogou (ou melhor encantou) na época errada. Se você jogasse (encantasse) nos tempos atuais, nos quais os atacantes são mais preservados, certamente estaria na galeria dos maiores de todos os tempos do futebol mundial…
Quanta maldade, GaLoppo, transportar-me àqueles tempos… fiquei imaginando o Sacha (o filho da Xuxa) engraxando as chuteiras do Rei… KKKKKKKKK! Será que o Sacha teria qualificação para tão nobre tarefa? Com a resposta aqueles que viram os dois jogarem!
Por fim: Que camisa maravilhosa essa na foto do Rei, sem as horrorosas logos dos patrocinadores que “enfeiam” o nosso manto.
Abraços!
Desde quando um plebeu pode tocar a coroa (chuteira) de Vossa Majestade????
O jogo de amanhã será duríssimo, talvez dos mais complicados da história do Galo.
Muita humildade, pés no chão e muito trabalho. É preciso estudar o River,
A história nos mostra que jogos fora de casa eles se superam. Vejam contra o Palmeiras. Linhas altas, marcação agressiva, não deixa o adversário respirar. Está aí Cuca, hora de trabalhar a transição ofensiva, encaixar os contraataques.
…
IMPORTANTE: Não podemos entrar na pilha deles. Acho que vão abusar das faltas, vão enervar o Galo. Tomara que o Galo tenha sabedoria para não cair na catimba. É um jogo difícil, regulamento só faltando 10min pra acabar. Tem que matar o jogo, porque não acredito em muitas chances.
Prezado Andrade, meu único receio é repetir aquilo que foi feito contra o Bahia no segundo jogo da copa BR. Tipo 3 zagueiros e 3 volantes, os dez atrás da linha da bola. Pracabá! Jogando no modo Galo normal, mineirão, aí é mais confiável. 3×1.
Tambem tenho este medo
Bom dia xará, Galuppo e amigalos!
O time do GALO vai encontrar o caminho da vitória sem Nacho Fernandez. Os atalhos são conhecidos por Cuca e isso será decisivo na nossa classificação. Para os jornalistas do “eixo do mal” o GALO tem “dependências” de jogadores. Já falaram da “Nachodependência”, da “Hulk dependência”, agora estamos na fase da “Savarino dependência”. O fato é que estamos no topo do Brasileirão, a um passo das semifinais da Libertadores e Copa do Brasil!!!! O time está jogando um futebol solidário defensivamente e ofensivamente. Solidariedade nos leva à regularidade. Seja bem vindo Diego Homem de Ferro Costa!!! A Massa te aguarda!!!!!!!!!!!!!!!!!
Bom dia Massa, Galuppo e Guru,
Ainda repercutindo sobre as declarações e latidos da imprensa do eixo do mal, ontem tivemos a entrevista de Rubens Menin à Rádio bandeirantes, quando ele esclareceu todas as questões sobre pagamento de dívidas, contratação de Diego Costa e principalmente novas fontes de renda que estarão sendo viabilizadas para o clube.
Fiquei pensando depois, o quanto éramos amadores em administração anteriores e hoje capitaneado por pessoas que entendem de gestão, finanças e empreendimentos, como estamos bem direcionados.
Nós mineiros somos conhecidos pelo trabalho em silêncio, sem alarde e sem a pirotecnia costumas de outros estados, e com certeza daremos a respostas a quem ainda duvida de nossa capacidade.
Para estes, vou pegar uma famosa frase de ex presidente Kaliu na apresentação do Bruxo:
“…é importante dizer que nós estamos no mapa, Minas Gerais está no mapa, então nós queremos avisar pro Brasil inteiro, que aqui atrás da montanha, tem um clube grande, organizado, capaz e competente…”
O resultado todos viram.
Bom dia a todos!
Ducha de água fria na empolgação da torcida Atleticana, caro Galuppo. Entendi o que você quis dizer, mas, ao mesmo tempo, a ausência do Nacho em caso de eliminação já será uma desculpa pronta para justificar a derrota. Ah, se Nacho tivesse em campo a história seria outra. Ah, o Atlético contratou o Diego Costa mas não tem substituto para o Nacho.
Como você bem disse no texto acima, hoje a saída de um grande jogador não faz tanta falta como já fez em outros momentos, porém, a saída de um grande jogador enche o rival de confiança, ainda mais quando o rival é super competitivo e qualificado, como é o caso do River.
Espero que todo o time faça mais um grande jogo e nos brinde com a classificação.
Ah, um último ponto, achei muito acertada a não apresentação do Diego Costa para a torcida amanhã. É muito importante manter a concentração na véspera e no dia do jogo tão grande quanto o de amanhã.
Isso aí. Um jogo do Galo é mais importante que o anúncio de uma contratação.
ZEOVALDO ROCHA ,
como você pode observar na minha postagem
usei o termo eugenia nas arquibancadas entre
aspas .
Isto significa dizer que usei a expressão fora
de seu contexto habitual .
A metonímia me permitiu emprestar o termo
para dizer que se prepara uma geração que
virá de uma seletividade no seio da torcida .
Serão os torcedores , vamos dizer , que farão
parte do mundo de Huxley .
Questão de interpretação , meu caro Rocha .
Nos meus delírios petulantes eu diria , por
outro lado , que usei de uma licença poética
para expressar o meu pensar .
APENAS UM ESCLARECIMENTO !
Eugenia , metonímia (?), delírios petulantes ( enxergo aqui excesso de vaidade), seletividade no seio da torcida ( futebol de agora em diante somente para arianos de olhos azuis, homens e mulheres , de preferencia, loiros , ricos e durante intervalo , chá com torradas. Assim caminha o futebol no admiravel mundo novo , dominado por nutelas e youtubers de dedos nervosos, fazendo do teclado sua arena sangrenta. Assim caminha o futebol no admiravel mundo novo , esta é a triste realidade. Na ficção , nos nosso sonhos e devaneios , nosso time está arrebentando, passando como trator por cima de todos e recebendo mais uma fera top de linha. Nacho, Hulk, Savarino, Mariano , Allan , kEno são frutos de nossa imaginação , assim como a liderança do brasileirão e a fome por titulos. CremDeuspai.
“de dedos nervosos, fazendo do teclado sua arena sangrenta…”;
“(?), delírios petulantes ( enxergo aqui excesso de vaidade)….”
Cara, mandou bem no autoretrato!!!
Bom dia, Eduardo, atleticanas e atleticanos.
Belo texto, Galuppo. Só faltou dizer quem vai substituir o Nacho. O resto é isso mesmo. A história, o momento, tudo muito bem lembrado e narrado. Mas quem vai carregar o sininho?
O Diego Costa chegou. Já é quase uma realidade atleticana. Falta só o DM dizer que ele ainda está vivo. Estou torcendo para ele ter trazido na mala um monte de gols e muita vontade de gritar Galo.
O River é só o River. Nada mais. E o Cuca já conhece bem esse time e o pensar de seu treinador. Foi assim que venceu lá na Europa sudamericana e venceu na vila com um time de meninos. Então, todo respeito ao River é válido e como diz o filósofo Luxa, respeita-se o adversário fazendo muitos gols nele.
Um abraço para toda a feliz massa atleticana.