Beleza Oculta é o novo drama de Will Smith

por Marcelo Seabra

Collateral Beauty

Que o Will Smith tem uma queda por projetos edificantes, já sabíamos. Quando consegue ficar sem closes em seus músculos, o ator quer passar uma mensagem bonitinha, beirando a auto-ajuda. Para seu novo trabalho, ele se juntou a um elenco estelar e temos Beleza Oculta (Collateral Beauty, 2016), drama que traz um Smith quase catatônico cercado por gente bacana que vai fazer maldade com ele. Ou é isso que fica parecendo.

Logo no início, temos um vislumbre do grande profissional que Howard (Smith) é: num discurso motivador, ele menciona a importância de três termos para a vida de todo mundo: o tempo, o amor e a morte. Depois de uma rápida explicação sobre cada um, há um salto e reencontramos o sujeito calado, amuado, com lágrimas nos olhos 100% do tempo. Entendemos que houve uma tragédia na vida dele e, desde então, ele vai ao escritório apenas para montar dominós, sem conversar com ninguém. O que, percebe-se, não é bom pra empresa.

Collateral Beauty Smith

Nesse momento, conhecemos os colegas publicitários, vividos pelos ótimos Edward Norton (de Birdman, 2014), Kate Winslet (de A Vingança Está na Moda, 2015) e Michael Peña (de Perdido em Marte, 2015). O roteiro, assinado por Allan Loeb (que tem filmes do Adam Sandler e do Kevin James no currículo), quer provar que esses três são boa gente, cada um com uma pendência em suas vidas pessoais que os torna mais humanos. No entanto, querem convencer Howard de uma coisa com a qual ele não concorda. E vão colocar em ação um plano no mínimo ridículo, que pretende pegar um cara numa crise brava de depressão e jogá-lo ainda mais longe num mundo irreal. Não sou da área da saúde, mas a ideia me parece terrível.

Como parte do tal plano, entram em cena Helen Mirren (de Trumbo, 2015), Keira Knightley (de O Jogo da Imitação, 2014) e Jacob Latimore (de Maze Runner, 2014). O rapaz é correto em sua tarefa e Mirren é sempre fantástica, mesmo com um texto duvidoso. Knightley, no entanto, não costuma ser boa nem com diálogos brilhantes, mantendo a mesma expressão o tempo todo. Ela parece achar que arregalar os olhos é suficiente, a sua beleza vai resolver a questão. Completando o elenco, temos Naomie Harris (de 007 Contra Spectre, 2015) numa parte mais interessante da história, como uma mãe que lida um pouco melhor com seu luto. As coincidências que envolvem os personagens são outro alvo de críticas, umas mais forçadas que outras. E o clima de que pode haver algo de sobrenatural na história não ajuda em nada. Do além, só se for a bicicleta, que reaparece repentinamente.

O diretor, David Frankel, que tem o peso de alguns sucessos de bilheteria (como Marley e Eu, 2008, e O Diabo Veste Prada, 2006), mostra uma grande tendência ao melodrama. Em Beleza Oculta, temos um combinado de elementos cênicos que buscam uma reação apenas: lágrimas. Smith volta e meia procura trabalhos assim, às vezes sendo bem sucedido (À Procura da Felicidade, 2006), em outras, não (Sete Vidas, 2008). Ele ficou famoso em projetos divertidos, que misturavam comédia e ação, e seus dramas mostram que não é exatamente um intérprete de recursos, dificultando a identificação do público com ele. Aqui, em especial, ele parece mais um adulto mimado que alguém em crise.

Latimore, Mirren, Smith, Harris e Norton  no lançamento do longa, em NY

Latimore, Mirren, Smith, Harris e Norton no lançamento do longa, em NY

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La La Land é outro acerto musical de Chazelle

por Marcelo Seabra

La La Land banner

Nunca antes, na história da Internet, um filme deu origem a tantos textos em redes sociais. É o que confirma um estudo inventado nesse momento, feito com espectadores de La La Land (2016), que no Brasil ganhou o subtítulo Cantando Estações. A experiência é tão agradável que o público parece impelido a dar sua opinião, e muitas discussões interessantes têm surgido. O longa homenageia o Cinema, principalmente os musicais clássicos, mas trata de temas atuais também, sempre com leveza e com o carisma do casal principal.

Da abertura com a marca do Cinemascope, já sabemos que a nostalgia fará parte do programa. E ela realmente permeia o longa, até na mentalidade de seus personagens. Novamente juntos na tela (depois de Amor a Toda Prova, 2011, e Caça aos Gângsteres, 2013), Ryan Gosling e Emma Stone dão show cantando, dançando e interpretando duas pessoas que acabam se cruzando na Los Angeles atual. Ela é uma aspirante a atriz que, escapando do seu emprego em uma lanchonete, participa de audições para diversos papéis, impulsionada pela lembrança de uma tia querida que tinha essa profissão. Ele é um pianista talentoso que se considera um músico sério, daqueles que querem manter viva a tradição dos figurões do jazz. Nostalgia pura, que está claramente presente até na peça que ela escreve.

La La Land

Novamente contando uma história no mundo da música (como em seu Whiplash, 2014 – e com J.K. Simmons), o diretor e roteirista Damien Chazelle escancara sua outra paixão: o Cinema. Com diversas referências aos grandes do passado, umas mais discretas que outras, ele lamenta também, além do jazz, o fim dos cinemas de rua, como o Rialto, que levam consigo uma parte da memória da sétima arte. Ao contrário de outra pérola mais recente, O Artista (The Artist, 2011), La La Land se passa nos dias de hoje, mas alguns anacronismos dão um charme extra – como o painel do carro de Sebastian, que mais parece uma jukebox.

As homenagens prestadas não ficam apenas nas referências, no conteúdo. Elas acontecem por dentro e por fora, por assim dizer. Não falta a dança em torno de um poste de Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain, 1952), para ficar num exemplo mais óbvio, mas estão lá os cenários típicos da Califórnia, com aquelas casas luxuosas e as colinas em volta, e os números musicais são simples e eficientes. Gosling e Stone não são Fred Astaire e Ginger Rogers, eles sabem de suas limitações, e nem por isso deixam de encantar. A química entre eles funciona bem e as paisagens capturadas por Linus Sandgren (de Joy, 2005) reforçam a magia de Hollywood. E as músicas, escritas e arranjadas por Justin Hurwitz (de Whiplash), vão ficar na sua cabeça por dias, levando inclusive a buscas na Internet.

Apesar do clima descontraído, o filme toca em assuntos mais sérios, mesmo que numa abordagem leve. Não só o fim do jazz e dos cinemas de rua, mas a dificuldade dos relacionamentos nos dias de hoje, principalmente no showbiz; o contraste entre tradição e revolução, reforçado numa fala de John Legend; a barra enfrentada por quem vai às audições e não é respeitado; e a necessidade de se despedir de um sonho para buscar algo mais palpável, que ponha comida na mesa. A metalinguagem no diálogo também é muito bacana. Quando eles falam sobre conversar por cima da música ambiente, o mesmo pode hoje ser observado nas sessões comerciais de Cinema. Gente gritando, como se estivesse no sofá da sala. Em meio a tudo isso, temos aqueles dois tentando se encontrar e alcançar suas aspirações. Nada mais tradicional.

Com essa cara de adolescente, Chazelle já acumula ótimos trabalhos

Com essa cara de adolescente, Chazelle já acumula ótimos trabalhos

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Manchester vira personagem em drama premiado

por Marcelo Seabra

Manchester by the sea poster

Um filme sobre nada em especial. Mas, ao mesmo tempo, sobre tudo. Pode parecer contraditório, mas essa é uma boa forma de descrever Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea, 2016), drama que chamou bastante atenção em festivais, deu um Globo de Ouro a seu protagonista e promete emplacar algumas indicações no Oscar. O filme engana em sua simplicidade, tratando de temas complexos, e consegue inserir um humor discreto e bem-vindo em meio a momentos mais pesados.

Conduzindo a trama está Casey Affleck, há dez anos atrás indicado ao Oscar como coadjuvante por O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007). Já acostumado ao papel principal (como em Medo da Verdade, 2007), ele vive aqui Lee Chandler, um zelador de um conjunto de prédios que parece se esconder da vida. Bom no que faz, ele se contenta em desentupir pias e privadas, tirar o lixo e atividades similares, mesmo demonstrando potencial para ir além. Seu temperamento não é dos melhores e vez ou outra ele tem problemas de relacionamento com algum morador. Ou por ter arrumado briga no bar próximo. Sozinho em uma Boston cinzenta, ele mora em um quarto cedido pela administradora dos prédios.

Manchester by the sea scene

Em meio a essa mesmice, Lee é surpreendido pela notícia de uma morte em família e precisa voltar a Manchester, onde moram seu irmão (Kyle Chandler, de Bloodline) e o sobrinho (Lucas Hedges, de Moonrise Kingdom, 2012). Entre flashbacks e o presente, acompanhamos os fatos que levaram Lee à situação atual e o que ele faz frente à tragédia que abateu sobre sua família. A montagem ágil de Jennifer Lame (de Cidades de Papel, 2015) não deixa o público perdido e revela as informações quando são necessárias, montando o quadro dos Chandlers. O diretor e roteirista Kenneth Lonergan, originalmente um dramaturgo, tem um texto afiado, diálogos enxutos e consegue passar longe do dramalhão no qual o filme poderia ter caído.

Manchester by the sea HedgesNo elenco, além de Affleck, temos outras presenças fortes. Chandler vive Joe, o irmão de Lee, como um sujeito correto, amoroso e admirado pela comunidade. O ator passa simpatia pelo olhar, assim como entendemos quando há algo errado. Hedges (ao lado), como Patrick, o filho de Joe, também consegue demonstrar várias emoções e completa bem a dinâmica entre os três, o cerne do filme. As duas esposas têm participação importante: Michelle Williams (de Oz: Mágico e Poderoso, 2013) demonstra a competência de sempre nos poucos minutos em que aparece, fazendo a personagem que consegue balançar Lee em seu estupor, dividindo com ele uma cena particularmente emocionante; e Gretchen Mol (de Mozart in the Jungle) é a mãe de Patrick, que retoma contato com o filho depois de colocar a vida em ordem – e se tornar uma estranha para ele.

Outra figura importante a ser mencionada é a própria cidade de Manchester. Contrastando com as nuvens de Boston, ela sempre aparece ensolarada, mesmo no frio, metáfora interessante para a alternação constante entre tristeza e alegria no roteiro, bem como acontece na vida. A fotografia de Jody Lee Lipes (de Descompensada, 2015) reforça essas diferenças e torna a sessão ainda mais prazerosa. Um pouco longo, com seus quase 140 minutos, o filme não se torna cansativo, fechando suas pontas e abrindo outras possibilidades. Como na vida.

Lonergan apresenta seu elenco principal

Lonergan apresenta seu elenco principal

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Elenco fantástico não salva Assassin’s Creed

por Marcelo Seabra

Assassins Creed poster

Depois de nove videogames na cronologia oficial, mais outros tantos derivados, e livros e revistas em quadrinhos, já era hora da Ubisoft lançar seu produto de maior sucesso no Cinema. E eis que surge Assassin’s Creed (2016), aventura que marca a chegada da franquia à tela grande e parte para uma história nova, nos apresentando a personagens inéditos. Mas a preocupação dos realizadores com a fidelidade ao jogo parece tão grande que eles se esquecem que, antes de mais nada, estão fazendo um filme, uma obra que deve existir por si só e deve agradar a todos os públicos, e não apenas àqueles que vão ficar procurando elementos conhecidos e se divertindo com isso.

Para os fãs do jogo, que estão acostumados a “viver” aquelas figuras e criar suas histórias de acordo com os rumos que tomam, deve ser cansativo ficar assistindo a tudo mastigado. E quem não é fã fica se perguntando como o sujeito deu aquele pulão de uma construção enorme e sobreviveu, já que não conhece o recurso do “salto de fé”. Ou não entende pra quê toda hora aparece uma águia sobrevoando e levando a câmera consigo se não sabe o que é a “visão aquilina”. As missões eram geralmente divididas em dois tipos: matar alguém ou recuperar algo. A história do filme, mesmo sendo nova, segue exatamente os passos das antecessoras, com um homem no presente acessando as memórias genéticas de um antepassado e revivendo tudo aquilo na busca por um artefato.

Assassins Creed Animus

O novato, no caso, é Callum Lynch (Michael Fassbender, o Magneto mais jovem dos X-Men), um condenado à morte do qual sabemos pouco. O vemos quando pequeno e logo ele está aguardando sua execução. No entanto, ele é recrutado para um projeto bilionário que busca as memórias genéticas das pessoas, chegando aos antepassados delas para conseguir informações importantes. Aqui, o objetivo é achar a maçã do Éden, aquela do pecado original, que traria a semente para a desobediência civil e permitiria acabar com a violência. Sim, essa é a trama do longa. Nesse ponto, já dá vontade de sair correndo – mesmo que você seja criacionista, é muito difícil comprar essa ideia.

A ingênua cientista Sofia Rikkin (Marion Cotillard, de Era uma Vez em Nova York, 2013) está à frente do projeto, desenvolvendo a tecnologia e o conceito por trás da Animus, máquina que permite a recuperação das informações. Ao ser preso à Animus, Lynch se conecta ao ancestral Aguilar de Nerha e vai parar na Inquisição Espanhola. É quando ele toma conhecimento de um embate milenar: Assassinos contra Templários. E, desde o início, vemos Jeremy Irons (o novo Alfred de Batman vs Superman) onde não deveria, o que deixa claro suas intenções. Ele vive o pai de Sofia, Allan Rikkin, o Templário que controla as indústrias Abstergo, bancadas pela fortuna da classe secreta para descobrir a tal maçã do Éden. E o elenco ainda desperdiça Brendan Gleeson (de No Coração do Mar, 2015) e Charlotte Rampling (de 45 Anos, 2015).

Assassins Creed Cotillard Irons

O diretor, Justin Kurzel, vem do bem sucedido Macbeth (2015), no qual trabalhou com a dupla Fassbender-Cotillard. Um dos roteiristas, Michael Lesslie, também vem de lá. Já os outros dois (Adam Cooper e Bill Collage) são parceiros habituais e respondem por bombas como Convergente (da franquia Divergente) e Carga Explosiva: O Legado (2015). Por mais talentoso que seja o cineasta e seus atores, a falta de um roteiro que preste sempre será sentida. Que o diga Duncan Jones e seu Warcraft (2016), outra adaptação recente de jogo. É impressionante como, com tanta informação jogada na tela, o roteiro escrito a seis mãos ainda seja uma colcha de retalhos. Além de furado, tudo é extremamente previsível, o que acaba com qualquer possibilidade de suspense ou tensão. Várias perguntas surgem na cabeça enquanto a ação se desenrola, quando a trilha sonora altíssima te deixa pensar – cortesia do irmão músico do diretor, Jed Kurzel, muito mais discreto e certeiro em Macbeth.

Para não dizer que tudo em Assassin’s Creed é uma porcaria, sobram os efeitos visuais. Esses, sim, fazem valer os US$ 125 milhões do orçamento. A fotografia de Adam Arkapaw (de A Luz Entre Oceanos, 2016) se mistura bem aos elementos inseridos posteriormente e nos dá imagens impressionantes, que funcionam ainda melhor nas salas IMAX. O tamanho da tela e a profundidade do 3D permitem ver os detalhes da cidade espanhola do século XV, tudo muito rico e criativo. Mas estilo é o que não falta à produção: os personagens caem e lutam como super-herois, sempre com direito a pausas dramáticas. Algo que funcionava, por exemplo, em The Matrix (1999), mas não aqui. Os golpes desferidos e as caretas que os seguem só tornam a falta de sentido do roteiro mais triste. É mais um filme cercado por expectativas, inclusive dos estúdios que bancaram a produção, que deve dar em nada.

O filme é bem fiel à estética do jogo

O filme é bem fiel à estética do jogo

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Globo de Ouro 2017

por Marcelo Seabra

Jimmy Fallon

Neste domingo, 08/01/2017, foi realizada a entrega dos Globos de Ouro de 2017. Com cerimônia apresentada por Jimmy Fallon, o resultado foi o seguinte:

— Cinema

MoonlightMelhor Filme de Drama
*Moonlight
Até o Último Homem
A Qualquer Custo
Lion – Uma Jornada para Casa
Manchester à Beira Mar

Melhor Filme de Comédia ou Musical
*La La Land – Cantando Estações
20th Century Women
Deadpool
Florence: Quem É Esta Mulher?
Sing Street

Melhor Diretor
*Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Mel Gibson (Até o Último Homem)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)

Melhor Ator de Drama
*Casey Affleck (Manchester à Beira Mar)
Joel Edgerton (Loving)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Denzel Washington (Fences)

Isabelle HuppertMelhor Atriz de Drama
*Isabelle Huppert (Elle)
Amy Adams (A Chegada)
Jessica Chastain (Miss Sloane)
Ruth Negga (Loving)
Natalie Portman (Jackie)

Melhor Ator de Comédia ou Musical
*Ryan Gosling (La La Land – Cantando Estações)

Colin Farrell (O Lagosta)
Hugh Grant (Florence: Quem é Esta Mulher? )
Jonah Hill (Cães de Guerra)
Ryan Reynolds (Deadpool)

Melhor Atriz de Comédia
*Emma Stone (La La Land – Cantando Estações)
Annette Bening (20th Century Women)
Lily Collins (Rules Don’t Apply)
Hailee Steinfeld (Quase Dezoito)
Meryl Streep (Florence: Quem é Esta Mulher? )

Melhor Ator Coadjuvante
*Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)
Mahershala Ali (Moonlight)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Simon Helberg (Florence: Quem é Esta Mulher?)
Dev Patel (Lion – Uma Jornada Para Casa)

Melhor Atriz Coadjuvante
*Viola Davis (Fences)
Naomie Harris (Moonlight)
Nicole Kidman (Lion – Uma Jornada Para Casa)
Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
Michelle Williams (Manchester à Beira Mar)

Damien ChazelleMelhor Roteiro
*Damien Chazelle (La La Land – Cantando Estações)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira Mar)
Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)

Melhor Trilha Sonora Original
*La La Land – Cantando Estações
Moonlight
A Chegada
Lion – Uma Jornada Para Casa
Estrelas Além do Tempo

Melhor Canção
*City of Stars (La La Land – Cantando Estações)
Can’t Stop the Feeling (Trolls)
Faith (Sing – Quem Canta Seus Males Espanta)
Gold (Ouro e Cobiça)
How Far I’ll Go (Moana – Um Mar de Aventuras)

Melhor Filme de Animação
*Zootopia – Essa Cidade é o Bicho
Kubo e as Cordas Mágicas
Moana – Um Mar de Aventuras
Ma vie de Courgette
Sing – Quem Canta Seus Males Espanta

Melhor Filme Estrangeiro
*Elle (França)
Divines (França)
Neruda (Chile)
O Apartamento (Alemanha)
Toni Erdmann (Alemanha)

— Televisão

The Crown

Melhor Série de Drama
*The Crown (acima)
Game of Thrones
Stranger Things
This Is Us
Westworld

Melhor Série de Comédia ou Musical
*Atlanta
Blackish
Mozart in the Jungle
Transparent
Veep

Melhor Minissérie ou Filme para Televisão
*The People vs. O.J. Simpson: American Crime Story
American Crime
The Dresser
The Night Manager
The Night Of

Melhor Ator de Série Dramática
*Billy Bob Thornton (Goliath)
Rami Malek (Mr. Robot)
Bob Odenkirk (Better Call Saul)
Matthew Rhys (The Americans)
Liev Schreiber (Ray Donovan)

Melhor Atriz de Série Dramática
*Claire Foy (The Crown)
Caitriona Balfe (Outlander)
Keri Russell (The Americans)
Winona Ryder (Stranger Things)
Evan Rachel Wood (Westworld)

GloverMelhor Ator de Série de Comédia
*Donald Glover (Atlanta)
Anthony Anderson (Blackish)
Gael Garcia Bernal (Mozart in the Jungle)
Nick Nolte (Graves)
Jeffrey Tambor (Transparent)

Melhor Atriz de Série de Comédia
*Tracee Ellis Ross (Blackish)
Rachel Bloom (Crazy Ex-Girlfriend)
Julia Louis-Dreyfus (Veep)
Sarah Jessica Parker (Divorce)
Issa Rae (Insecure)
Gina Rodriguez (Jane the Virgin)

Melhor Ator Coadjuvante em Série Minissérie ou Telefilme
*Hugh Laurie (The Night Manager)
Sterling K. Brown (The People vs. O.J. Simpson)
John Lithgow (The Crown)
Christian Slater (Mr. Robot)
John Travolta (The People vs. O.J. Simpson)

Melhor Atriz Coadjuvante em Série Minissérie ou Telefilme
*Olivia Colman (The Night Manager)
Lena Headey (Game of Thrones)
Chrissy Metz (This Is Us)
Mandy Moore (This Is Us)
Thandie Newton (Westworld)

Melhor Ator de Minissérie ou Filme para Televisão
*Tom Hiddleston (The Night Manager)
Riz Ahmed (The Night Of)
Bryan Cranston (All the Way)
John Turturro (The Night Of)
Courtney B. Vance (The People vs. O.J. Simpson)

Melhor Atriz de Minissérie ou Filme para Televisão
*Sarah Paulson (The People vs. O.J. Simpson)
Felicity Huffman (American Crime)
Riley Keough (The Girlfriend Experience)
Charlotte Rampling (London Spy)
Kerry Washington (Confirmation)

La La Land foi o recordista da noite, com sete prêmios

La La Land foi o recordista da noite, com sete prêmios

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Aaron Eckhart cai na roubada de Dominação

por Marcelo Seabra

Incarnate poster

Duas coisas são incríveis em Dominação (Incarnate, 2016), longa que chega aos cinemas nacionais essa semana. Uma é a presença de Aaron Eckhart como o protagonista. O bom ator já errou feio em suas escolhas, mas nunca com tanta vontade. E a outra é a possibilidade de que essa aberração chegue a ter uma sequência, como mencionado recentemente na mídia estrangeira. Trata-se de um terror dos mais fracos, com uma premissa louca ditada por uma teoria dita científica que vai se adaptando de acordo com a necessidade do roteiro. É difícil prever o que vai acontecer porque é igualmente complicado entender o que está acontecendo.

Eckhart (de Sully, 2016) vive uma espécie de cientista que, há alguns anos, descobriu um talento raro: enquanto dorme, ele consegue entrar na mente de pessoas possuídas e convencê-las a expulsar o demônio. Ele próprio reforça que não se trata de um exorcismo e não há religião alguma envolvida. É como se ele aliasse sua habilidade à ideia de A Origem (Inception, 2009) para, ao invés de plantar uma ideia, ajudar a pessoa contra o capeta. O que ele ganha com isso? Como ele sobrevive e ainda mantém uma equipe de dois? Como ele descobriu esse talento? Essas são apenas algumas das perguntas que podem surgir. E elas permanecerão sem resposta.

Incarnate Eckhart

Quando a bagunça começa, conhecemos o jovem Cameron (David Mazouz, o Bruce Wayne de Gotham). O pai (Matt Nable, de Arrow), alcoólatra, sumiu no mundo após machucá-lo. A mãe (Carice van Houten, de Game of Thrones), assustada, não atende as ligações do ex e correu com o filho para uma vida nova. Acontece de um demônio que passa através do toque (tipo Possuídos, de 1998) se apossar do menino. Quando o tal Dr. Ember concorda com uma enviada do Vaticano (Catalina Sandino Moreno, de O Ano Mais Violento, 2014) e vai ver o menino, confirma suas suspeitas: o demônio é um velho conhecido dele.

Vários detalhes são inseridos na trama principal na tentativa de dar profundidade aos personagens – como a situação entre os pais de Cameron. Mas isso não serve para nada quando se tem um roteiro estapafúrdio que nunca passa perto de fazer sentido. O passado de Ember vai aparecendo aos poucos, e o público se importa cada vez menos. A coisa mais relevante do currículo do roteirista, Ronnie Christensen, é o drama Passageiros (Passengers, o de 2008, não confundir com a estreia da semana), que não é grandes coisas. Com o diretor, Brad Peyton, não é diferente: em meio a sequências insignificantes, vem um Terremoto: A Falha de San Andreas (2015), uma bobagem com The Rock.

Tentando dar um clima de terror de décadas passadas, o filme lembra produções que conseguiram isso, como Sobrenatural (Insidious, 2010), o que apenas o enfraquece mais. Mas o pior em Dominação é a cara de possível franquia que Peyton lhe dá, tentando estabelecer uma mitologia que poderia ter vida longa. Pior que Dominação seria um Dominação 2.

O capeta se manifesta como o câncer negro, de Arquivo X

O capeta se manifesta como o câncer negro de Arquivo X

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Chris Pratt e Jennifer Lawrence vão pro espaço

por Marcelo Seabra

Passengers

A maior estreia no Brasil dessa primeira semana de janeiro traz juntos dois dos protagonistas da Marvel Comics: Chris Pratt (de Guardiões da Galáxia, 2015) e Jennifer Lawrence (a Mística dos X-Men). Com dois fortes status de celebridade no cartaz, a Columbia Pictures conseguiu tirar do papel Passageiros (Passengers, 2016), roteiro de Jon Spaihts (de Dr. Estranho, 2016) que já rodava entre estúdios há dez anos. Ajudou também ter a bordo o diretor do badalado O Jogo da Imitação (The Imitation Game, 2014), Morten Tyldum.

Com grandes filmes de ficção-científica pipocando nas telas (A Chegada em cartaz, Interestelar ainda na memória de todos), chegou o momento para Passageiros. A história acompanha duas pessoas que acordam dentro de uma nave décadas antes do que deveriam. A viagem duraria 120 anos, levando mais de 5000 pessoas adormecidas em cabines para uma colônia distante. Após 30 anos, problemas técnicos despertam Jim (Pratt), e Aurora (Lawrence) logo se junta a ele. Com a companhia apenas do robô-garçom Arthur (Michael Sheen, de Animais Noturnos, 2016), eles pensam no que fazer e acabam achando um problema na nave.

Passengers scene

O roteiro demora uma hora para chegar em algum lugar, e não se trata de um lugar particularmente interessante. Situações éticas são colocadas e nunca tratadas com o devido respeito e o tal problema na nave só aparece para que houvesse algum conflito. E as coisas seguem de forma conveniente, com o diretor em modo genérico. A única cena mais relevante, que causa algum espanto, é vista no trailer e envolve uma piscina sem gravidade. Tyldum, sabendo da beleza de Lawrence, não economiza nas cenas de maiô e explora o corpo dela. Sem um roteiro decente, esse é o único talento da atriz que aparece, com alguns poucos momentos mais iluminados de inteligência ou humor.

Comentar todos os problemas do filme traria um texto repleto de spoilers. Por isso, fica apenas o aviso de que eles são muitos, apesar de não serem listados aqui. A química entre o casal não é das melhores e Pratt se mostra incapaz de dar mais dimensões a seu Jim. Nenhuma questão filosófica é trabalhada, como observamos nos bons longas de ficção-científica, aqueles dos quais a gente se lembra. E Passageiros segue como a nave que leva os dorminhocos ao espaço: em piloto automático.

O diretor levou seus astros à CinemaCon, em Las Vegas

O diretor levou seus astros à CinemaCon, em Las Vegas

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O melhor do Cinema em 2016 – e o pior

por Marcelo Seabra

Hateful Eight Poster

Para o Cinema (entre outros aspectos), 2016 não foi um ano memorável. Tivemos algumas boas opções, mas a contraparte negativa é enorme. Por sorte, passei direto de muita coisa ruim e, infelizmente, não vi tudo de bom. O balanço segue abaixo. Repassando anotações, concluo que 2016 evitou extremos, com poucos ótimos e alguns horríveis. Os medianos e medíocres reinaram, engrossando a coluna do meio.

  • Melhores

Os Oito Odiados

A Chegada

Animais Noturnos

NOCTURNAL ANIMALS

A Grande Aposta

CreedSpotlight

Aquarius

Creed

Ave, César

Capitão Fantástico

A Bruxa

Joker

  • Piores

Esquadrão Suicida

Invasão de PrivacidadeO Vendedor de Sonhos

A Bruxa de Blair

Invasão de Privacidade (I.T., 2016)

Independence Day 2

Tartarugas Ninjas 2

Caçadores de Emoção

Joy

Tirando o Atraso (Dirty Grandpa, 2016)

Dominação

Entre várias bombas, De Niro fez esse Tirando o Atraso

Entre várias bombas, De Niro fez esse Tirando o Atraso

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Surpresas e decepções de 2016

por Marcelo Seabra

The Witch

Por mais que sempre tentemos não criar expectativas sobre novos filmes, basta um trailer, ou uma campanha de marketing mais insistente, para surgir aquela ansiedade. Se o filme é bom, todos ficam satisfeitos e o problema está resolvido – caso de Rogue One (2016), que traz uma carga enorme por ser parte do universo de Star Wars. Mas, se o filme não é bom, é aquela decepção! Não necessariamente o pior do ano, mas um golpe nos espectadores.

Outros projetos parecem ser desenvolvidos na surdina, sem elementos que chamem muito a atenção. Ou, às vezes, são baseados em material não muito querido, do qual se espera pouco. E eles chegam arrebentando, crescendo na propaganda boca a boca e viram inesperados sucessos na temporada.

Abaixo, seguem as cinco maiores surpresas e decepções de 2016, todos com uma rápida explicação do porquê de estarem na lista. Para a crítica completa, clique no título.

Surpresas

A Bruxa (acima) – um dos independentes mais comentados do ano, ganhou prêmios em festivais e começou a chamar a atenção a cada nova cidade aonde chegava. O diretor estreante Robert Eggers cria um clima de tensão e suspense que muito veterano não consegue na história do desaparecimento de um bebê numa floresta, onde mora uma família religiosa extremista.

10Cloverfield

Rua Cloverfield 10 (acima) – com uma ótima trilha e John Goodman num grande momento, o longa prende a atenção do espectador e torce sua percepção, brincando com as coisas que parecem e podem não ser. Seria uma catástrofe ou aquele simpático sujeito é um psicopata que aprisiona pessoas? O mistério durante a produção escondeu os segredos a sete chaves.

The Invitation – outro longa a brincar com a expectativa do público, The Invitation troca os papéis entre os personagens à medida em que avança, nos fazendo duvidar do que está acontecendo. Nunca um jantar foi tão tenso! Produção pequena, chegou timidamente ao Netflix.

Quando as Luzes Se Apagam – o diretor David F. Sandberg conseguiu levar seu curta para o Cinema sem perder força, o que não é comum. Ele desenvolve bem a premissa de terror sobre uma entidade que vive nas sombras e atormenta uma família.

O Homem nas Trevas – depois da elogiada refilmagem de Evil Dead, o diretor Fede Alvarez partiu para um material inédito e simples, sobre um assalto à casa de um cego. As coisas obviamente dão muito erradas e Alvarez explora uma casa e seus cantos como poucos, deixando o público na beirada da cadeira.

Menções Honrosas

Bidget Jones

O Bebê de Bridget Jones (acima) – depois de uma segunda parte ruim e um longo hiato, ninguém esperava nada da pobre Bridget. O humor inteligente e o ótimo timing para comédia dos atores resultaram num divertimento sem restrições.

Ouija: Origem do Mal – um terror, baseado em um jogo, que conta uma história anterior a um outro filme que é bem ruim? Não tinha como dar certo, não é? É aí que desponta o talento do diretor, roteirista e editor Mike Flanagan, que consegue fugir de clichês ao contar a história de uma mãe vidente e suas filhas após o contato com uma tábua Ouija.

Animais Fantásticos e Onde Habitam – quem não é fã de Harry Potter não esperava muita coisa. Quem é, não achava que esse spin off seria à altura da série do bruxo juvenil. Mas a roteirista J.K. Rowling tratou muito bem seu material e vimos uma aventura criativa e divertida, que nos apresenta a uma nova franquia, expandindo o universo de Potter.

Dr. Estranho e Deadpool – quando achávamos que já tínhamos visto tudo em matéria de super-herói, mais especificamente da Marvel, vêm essas duas produções que não são exatamente no padrão. Deadpool traz um humor inédito em um longa desse tipo, fazendo justiça ao personagem, e Dr. Estranho é uma viagem psicodélica construída por vários elementos de qualidade, como diretor, ator, montagem e efeitos visuais.

Decepções

Suicide Squad

Esquadrão Suicida (acima) – ao contrário da Marvel, a DC parece perdida no Cinema, nos fazendo passar raiva com coisas como esse Esquadrão Suicida, que trai as próprias premissas que estabelece. Uma burocrata do governo resolve reunir um grupo de criminosos para combater uma ameaça que acaba surgindo deles mesmos, algo que faria os Power Rangers ficarem envergonhados.

Batman vs Superman – mesmo depois do fraco Homem de Aço, um encontro entre ícones da infância de muita gente joga nas alturas as expectativas. Mas a mão de Zack Snyder foi mais forte e BvsS conseguiu desapontar, resultando num embate vazio e confuso, com vilões ruins e conclusões piores.

O Caçador e a Rainha do Gelo – parecia uma boa ideia se afastar da Branca de Neve e contar uma história à parte, ainda que no mesmo universo. Com três ótimas atrizes, o cenário era melhor ainda. Mas o resultado é uma canseira confusa, que não traz novidade alguma e tenta fazer graça com um humor rasteiro e fora de lugar.

Cafe Society

Café Society (acima) – um elenco fantástico nas mãos do prolífico Woody Allen não necessariamente resulta em algo marcante. Com uma média de um novo filme por ano, o diretor e roteirista é lembrado por ótimas produções, mas as medíocres continuam rondando seu currículo. Assim como a série que lançou esse ano, Crisis in Six Scenes, esse Café Society não chega a lugar nenhum, contando histórias que se encavalam e não se resolvem.

Assassino a Preço Fixo 2 – o dinheiro falou mais alto e uma aventura bacana de 2011 ganhou uma continuação formulaica na qual o protagonista, um assassino do mais alto gabarito, aceita uma missão… por que mesmo? Furado de um lado a outro, o longa não empolga nem mesmo seus atores, que parecem constrangidos e doidos para passarem logo para o próximo projeto.

Menção Desonrosa

A Última Ressaca do Ano – com alguns atores aparentemente engraçados no elenco, era de se esperar ótimas piadas. Mas passamos a sessão toda com aquele projeto de sorriso no rosto, esperando que ele se confirme, mas nada que justifique acontece. A festa de Natal do escritório só consegue produzir violência e situações previsíveis, nada nem perto de engraçado.

Essa festa deu errado de várias formas

Essa festa deu errado de várias formas

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Animação homenageia Batman dos anos 60

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

Batman Return of the Caped Crusaders

Batman, série cômica produzida entre 1966 e 1968, foi um fenômeno cultural da época. Apesar de ser odiada por fãs mais modernos, a série foi uma das principais catapultas para a popularidade do futuro Cavaleiro das Trevas. Prova disso é que, nos últimos anos, a DC resolveu revisitar essa versão do personagem em uma série de minisséries em quadrinhos lançados inicialmente em formato digital e, posteriormente, em edições físicas encadernadas. A boa repercussão dessa iniciativa, somada ao fato de as disputas relativas aos direitos sobre a série terem sido resolvidas e permitido que ela fosse lançada em DVD e Blu-Ray, atiçou o interesse da nova geração por essa versão mais leve do herói. Isso fez com que a divisão de animação da Warner Bros. resolvesse lançar uma animação baseada nela e, no mesmo ano do sombrio (e decepcionante) Batman vs Superman, chegou às lojas tupiniquins Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica (Batman: Return of the Caped Crusaders, 2016). De cara, fica o aviso: se o único Batman que você considera “o verdadeiro” é aquele estabelecido após a reformulação de Frank Miller ou o que estrelou a trilogia de Chris Nolan, passe longe desse longa.

Batman WestBatman: O Retorno da Dupla Dinâmica é praticamente uma continuação da série camp dos anos 1960, mas com possibilidades que uma série live-action, com um orçamento limitado, não poderia explorar. A animação começa como quase todos os Robin Wardepisódios da série. O milionário Bruce Wayne e seu protegido Dick Grayson (respectivamente dublados pelo Batman e Robin originais, Adam West e Burt Ward) estão na Mansão Wayne acompanhados de seu mordomo Alfred (Steven Weber, de séries como NCIS: New Orleans e Duas Garotas em Apuros) e da tia de Bruce, Harriet (Lynne Marie Stewart, também de Duas Garotas em Apuros), que desconfia da natureza da relação da dupla, quando o telefone vermelho toca. O comissário Gordon (Jim Ward, de Pets: A Vida Secreta dos Bichos, 2016) e o Chefe O’Hara (Thomas Lennon, de Transformers: A Era da Extinção, 2016) precisam da ajuda de Batman e Robin quando descobrem que o Coringa (Jeff Bergman, de Uma Família da Pesada), o Charada (Wally Wingert, também de Uma Família da Pesada), o Pinguim (William Salyers, ator especializado em dublagens de jogos) e a Mulher-Gato (Julie Newmar, reprisando seu papel na série dos anos 1960) se uniram para um plano diabólico que apenas a Dupla Dinâmica pode deter.

A animação segue uma fórmula conhecida dos fãs da série em seu primeiro ato, com Batman e Robin enfrentando os quatro em meio a angulações estranhas de câmera e onomatopéias que explodem na tela – “POU!” “SOC!” e etc -, Batman tentando dar lições de moral no meio das brigas e Robin soltando seus bordões (santo isso, santa aquilo) a todo o tempo. Ao fim dos primeiros vinte minutos, a exemplo do que acontecia na série, Batman e Robin estão presos em uma armadilha excêntrica enquanto o quarteto de vilões se afasta, deixando a Dupla Dinâmica a seu próprio destino. Desnecessário dizer que, a exemplo da série, Batman e Robin conseguem escapar e, daí em diante, a animação toma um rumo relativamente surpreendente, ainda que não se afaste muito da premissa da série original. Apesar do visual de Gotham lembrar muito o de diversas animações de Batman e os cenários não serem tão excêntricos e coloridos, isso não traz nenhum demérito à animação.

Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica acaba sendo uma animação leve e divertida que deve despertar a nostalgia dos mais velhos e o interesse da nova geração em ver essa versão do herói. Lançada diretamente para o mercado de homevideo, ela já está disponível no Brasil. Vale a pena dar uma conferida.

Ward e West hoje

Ward e West hoje

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