por Marcelo Seabra

Que o Will Smith tem uma queda por projetos edificantes, já sabíamos. Quando consegue ficar sem closes em seus músculos, o ator quer passar uma mensagem bonitinha, beirando a auto-ajuda. Para seu novo trabalho, ele se juntou a um elenco estelar e temos Beleza Oculta (Collateral Beauty, 2016), drama que traz um Smith quase catatônico cercado por gente bacana que vai fazer maldade com ele. Ou é isso que fica parecendo.
Logo no início, temos um vislumbre do grande profissional que Howard (Smith) é: num discurso motivador, ele menciona a importância de três termos para a vida de todo mundo: o tempo, o amor e a morte. Depois de uma rápida explicação sobre cada um, há um salto e reencontramos o sujeito calado, amuado, com lágrimas nos olhos 100% do tempo. Entendemos que houve uma tragédia na vida dele e, desde então, ele vai ao escritório apenas para montar dominós, sem conversar com ninguém. O que, percebe-se, não é bom pra empresa.

Nesse momento, conhecemos os colegas publicitários, vividos pelos ótimos Edward Norton (de Birdman, 2014), Kate Winslet (de A Vingança Está na Moda, 2015) e Michael Peña (de Perdido em Marte, 2015). O roteiro, assinado por Allan Loeb (que tem filmes do Adam Sandler e do Kevin James no currículo), quer provar que esses três são boa gente, cada um com uma pendência em suas vidas pessoais que os torna mais humanos. No entanto, querem convencer Howard de uma coisa com a qual ele não concorda. E vão colocar em ação um plano no mínimo ridículo, que pretende pegar um cara numa crise brava de depressão e jogá-lo ainda mais longe num mundo irreal. Não sou da área da saúde, mas a ideia me parece terrível.
Como parte do tal plano, entram em cena Helen Mirren (de Trumbo, 2015), Keira Knightley (de O Jogo da Imitação, 2014) e Jacob Latimore (de Maze Runner, 2014). O rapaz é correto em sua tarefa e Mirren é sempre fantástica, mesmo com um texto duvidoso. Knightley, no entanto, não costuma ser boa nem com diálogos brilhantes, mantendo a mesma expressão o tempo todo. Ela parece achar que arregalar os olhos é suficiente, a sua beleza vai resolver a questão. Completando o elenco, temos Naomie Harris (de 007 Contra Spectre, 2015) numa parte mais interessante da história, como uma mãe que lida um pouco melhor com seu luto. As coincidências que envolvem os personagens são outro alvo de críticas, umas mais forçadas que outras. E o clima de que pode haver algo de sobrenatural na história não ajuda em nada. Do além, só se for a bicicleta, que reaparece repentinamente.
O diretor, David Frankel, que tem o peso de alguns sucessos de bilheteria (como Marley e Eu, 2008, e O Diabo Veste Prada, 2006), mostra uma grande tendência ao melodrama. Em Beleza Oculta, temos um combinado de elementos cênicos que buscam uma reação apenas: lágrimas. Smith volta e meia procura trabalhos assim, às vezes sendo bem sucedido (À Procura da Felicidade, 2006), em outras, não (Sete Vidas, 2008). Ele ficou famoso em projetos divertidos, que misturavam comédia e ação, e seus dramas mostram que não é exatamente um intérprete de recursos, dificultando a identificação do público com ele. Aqui, em especial, ele parece mais um adulto mimado que alguém em crise.

Latimore, Mirren, Smith, Harris e Norton no lançamento do longa, em NY





No elenco, além de Affleck, temos outras presenças fortes. Chandler vive Joe, o irmão de Lee, como um sujeito correto, amoroso e admirado pela comunidade. O ator passa simpatia pelo olhar, assim como entendemos quando há algo errado. Hedges (ao lado), como Patrick, o filho de Joe, também consegue demonstrar várias emoções e completa bem a dinâmica entre os três, o cerne do filme. As duas esposas têm participação importante: Michelle Williams (de 





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Melhor Atriz de Drama
Melhor Roteiro
Melhor Ator de Série de Comédia








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