Em agosto passado, tivemos, com grande atraso, a estreia de X – A Marca da Morte (X, 2022), longa de terror que prestava homenagem aos slashers dos anos 70 ao mesmo tempo em que trazia uma história original e curiosa. Um dos personagens vistos nesse filme chamou a atenção do público o suficiente para que o diretor e roteirista Ti West criasse uma história de origem. E a intérprete da tal personagem, Mia Goth, ajudou no roteiro, trazendo suas ideias a bordo.
Pearl, a velhinha de X, ganhou tamanho destaque que mereceu um filme homônimo (2022) para contar a história dela, e Goth foi mais uma vez convocada. Quando a encontramos, ela é uma jovem reprimida pela mãe (Tandi Wright, de Amor e Monstros, 2020) e obrigada a cuidar do pai doente (Matthew Sunderland, de Z: A Cidade Perdida, 2016). Morando em uma fazenda afastada, ela não tem muito com o que se ocupar além dos afazeres domésticos e de esperar pelo marido, que foi para a guerra. Seus únicos amigos são os animais da fazenda.
Duas possibilidades de mudança se abrem para Pearl e ela vai tentar de tudo para sair daquela cidadezinha. O galante projecionista do cinema local (David Corenswet, da série Hollywood) pode ser uma saída para a Europa, enquanto a cunhada (Emma Jenkins-Purro) traz a notícia de uma seleção de talentos de um grupo de dança da igreja. Os pais de Pearl, no entanto, são o entrave para que ela se torne a grande estrela que ela já se sente.
West e Goth parecem ter uma ótima sintonia, ele conduz a trama contando com o talento hipnótico dela. Juntos, eles criam uma atmosfera de suspense muito adequada e sabem bem onde querem chegar. A trama de Pearl é mais rica que a de X, apesar de mais lenta, e é igualmente satisfatória. Agora é esperar pela terceira e última parte da trilogia, MaXXXine, atualmente em produção.