Como (sobre)viver em um lugar assim

O que segue abaixo não é apenas injusto; é indigno. O que segue abaixo não é apenas imoral; é desumano. O que segue abaixo é trágico

chega
Como os senhores podem fazer isso conosco?

O presidente do TJ/RJ, desembargador Luiz Fernando Ribeiro autorizou pagamentos de auxílio-educação e auxílio-locomoção a juízes, desembargadores e demais servidores. Somente para o primeiro semestre de 2017, a quantia passa dos R$ 33 milhões (auxílio-educação) e de R$ 25 milhões (auxílio-locomoção). Ou seja, quase R$ 60 milhões transferidos dos bolsos dos trabalhadores para uma elite dominante e privilegiada.

O tal auxílio-educação é concedido a quem tem até três filhos, com idade entre 8 e 24 anos. 225 magistrados e 3.172 servidores receberão a bolada. Agora eu lhes pergunto: Por que raios a sociedade brasileira, especificamente neste caso, a fluminense, tem de arcar com a escola dos filhos dos magistrados, caramba?

E isso repete-se por todo o país. Isso repete-se por todos os malditos Três Poderes! Como poderemos acreditar em um futuro melhor, enquanto este estado de coisas permanecer igual? Enquanto formos massacrados e subjugados por uma dúzia de Barões do Poder? Que maldita JUSTIÇA é essa, que transforma gente, até então comum, em seres supremos, dotados de privilégios e poderes infinitos, tão logo passem em um concurso público?

[Sim, infinitos! Pois quem os regulam, os julgam e os recriminam — quando raramente recriminam — são eles próprios]

É desesperador, amigos! A mim me causa uma sensação de absoluta desolação; um sentimento de tristeza e de medo incomuns, de tão forte que é. Uma desesperança e uma raiva, por ter nascido neste lugar, que sinceramente beira o pânico. Dá uma tremenda vontade de chorar ou de, sei lá, sair por aí quebrando tudo, implorando para que as pessoas reajam, que façam alguma coisa contra.

Empresas fechando e falindo; mais de 20 milhões de desempregados; famílias inteiras destroçadas por dívidas impagáveis. Medo do presente, medo do futuro, de não dar conta de criar os filhos, de não conseguir pagar um maldito plano de saúde — já que o Sírio-Libanês é para poucos — e uma casta de funcionários públicos rindo da nossa desgraça, enquanto comem lagosta e passeiam em carros blindados e levam os filhos para a Disney.

Sinceramente, eu não sei quanto a vocês, leitores amigos, mas já não sei mais o que pensar! E olhem que estou longe do retrato pintado acima, viu? Mas ao meu lado, bem pertinho… bem queridos…

Leiam também, se ainda tiverem algum ânimo.

28 thoughts to “Como (sobre)viver em um lugar assim”

  1. E nada disto foi imposto por uma ditadura, mas. sim, pela democracia do voto popular. E por mais que os políticos eleitos — chamados de “nossos representantes” (seus, não meus) — metam a mão no dinheiro nosso em benefício próprio, criando mil penduricalhos para si mesmos, o povo amestrado vai às urnas regularmente e vota neles.
    Dado que só eles mesmos determinam quem poderá ser votado — deixando-nos sem opção de renovar a classe política — e, por lei, nos obriga a comparecer às votações para referendar os que eles escolheram, só nos resta um caminho:
    O boicote — entendam, o NÃO COMPARECIMENTO — às eleições, até vir uma verdadeira reforma política que livre o país da obrigação do voto e da permanência de parentes até o 100º grau das famílias Barbalho, Sarney, Calheiros, Collor de Melo, Magalhães, Lobão e vai por aí.

    1. Olá Veneto, a ditadura instalada no dia da mentira, o primeiro de abril de 1964, jogou muito dinheiro fora com Transamazônica e Ferrovia do Aço, para ficar em dois exemplos e perseguiu muita gente boa como Darcy Ribeiro e Victor Leal, para citar só mineiros, então seus males se prolongam em nossos dias, evidente, que a ditadura não teve o monopólio de todos os males. Ha muitos ingênuos que não percebe a contínua exibição do desimportante para manter latente o relevante.
      Quem se lembra que a Inglaterra, em nome da defesa da dignidade das pessoas, forçava o Brasil a extinguir a escravidão e ao fiscalizar o Atlântico quando encontrava navio negreiro o vazia voltar, porém muito antes das margens de África despejava a “carga” no mar (o custo até lá era levado em consideração).
      É por essa e outras que é fácil deduzir que o juiz da roupa preta esta, a pretexto de combater corrupção, destruindo as construtoras e a Petrobras o que resulta em prejuízo do povo brasileiro. Sorte, Saúde e Soberania.

      1. Cici,

        Tempos passados, trabalhou na Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais um cidadão muito simpático, de sobrenome Moraes. Nunca soube por que, o Moraes era tratado pelo apelido de “C* d’água”. E algum tempo depois, o Moraes conseguiu a designação do filho dele para também trabalhar lá. Nunca soube o nome do filho, que o pessoal carinhosamente chamava de “d’agüinha” (o trema é só para realçar a pronúncia).
        O Moraes, além de figura simpática, tinha uma característica pouco comum: de quase nenhum estudo formal e de alguma leitura de História Antiga e Medieval. Lia e memorizava alguns fatos históricos e datas. E nas conversas fora do ambiente de trabalho, em encontros com os colegas, sempre forçava o assunto, qualquer que fosse ele, para o campo da História. E, então passava a discorrer sobre o tema, sobre o qaul ele acreditava ter domínio.
        Tenho lido alguns comentários seus e vejo neles duas coincidências: o Moraes no nome e a incapacidade de se manter dentro do assunto, forçando um desvio insano para o lado que sua mente confusa indica no momento. E você se repete incansável, de forma enfadonha, quase doentia.
        Então, seguindo sua “lógica” tresloucada – que não tem semelhança com a Lógica, a ciência – me permito concluir: você é o “D’Agüinha”, forma apocopada de “C* d’agüinha”.
        Assim, caro “C* D’Agüinha” respondo seu texto escalafobético, a mim dirigido.
        Comentei o texto do Ricardo Kertzman, para o Ricardo Kertzman e para quem queira ler e possua mínima capacidade de interpretação. Não para “debates” com terceiros, pois o blog é o Kertzman, não nosso.
        Ademais, debater com você está fora do meu alcance mental, pois há muito deixei para trás meus 3 anos de idade.

        1. Olá Veneto, você nem me conhece a já chama de Cici, intimidade costuma resultar em briga ou em neném. Não quero desavenças e nem herdeiro e, em atenção a sua negativa não comentarei seus escritos.
          Entrevi no seu parágrafo final a demonstração de ajuste entre tú e o titular do blog, coisa tipo assim, um levanta e o outro chuta. De toda sorte registro um seu equívoco, pois, o blog é uma coisa e o Kertzman é uma pessoa, logo, não podem ser a mesma coisa, portanto, contraria a lógica a qual veneras tanto! Inté!

          1. Viu como não raciocina? Não percebeu a falha da digitação?
            “pois o blog é o Kertzman, não nosso” deve ser lido como “pois o blog é DO Kertzman, não nosso”. Deu para entender, ou quer que desenhe?
            Mamma mia, che confusa la mente!

  2. Li em algum lugar que os juízes do Paraná recebem o auxílio livro. Você, você não, o meritíssimo vai à livraria, escolhe o quer ler e o pobre coitado, imbecil, surrado, sofrido, babaca, paga o livro para ele. Ainda bem que o vale é uma mixaria, apenas R$ 3.000,00 por ano. Kkkkkk. Toma brasileirada fudi@*)_%¨!

  3. Salve Salve, Alvíssaras, não é que o Distinto depois de reivindicar para si uma viçosa e vistosa coroa de louros pelo fato de atuar na iniciativa privada e de colaborar na criação de emprego de quatrocentas pessoas ele abre o dia de hoje escrevendo algo de relevância. Sim, a concentração de riqueza e de poder é algo escandaloso, aviltante e ofensivo ao povo brasileiro. O PMDB de Pesão e de Sergio Cabral de Gedel, Moreirel, Michel e Padilhel é mestre nessa matéria. Claro que existe a honrosa exceção na pessoa de Roberto Requião.
    Neste país muitos e muitos, uns desinformados outros maliciosamente gritam contra os benefícios da bolsa de família, mas não se importam com os milhões gastos com a nata do funcionalismo público e com o pagamento de juros (o qual inviabiliza a canalização de recursos para as atividades produtivas e só faz alimentar os rentistas de cinco séculos).
    Para não alongar: porque será que um professor universitário com especialização e um general qualificado ganham muitos menos que um desses procuradores do MPF? Vamos conversar! Sorte, Saúde e Sabedoria?

  4. Ricardo, compartilho com você desse sentimento inominável que essa casta nos faz sentir! Estão brincando com a população brasileira (até quando?)! Mas enquanto tivermos aqui no Brasil carnaval, futebol e telenovelas para engodar a realidade, as coisas continuarão como estão!

  5. Eu sempre me lembro de um mangá (quadrinhos japoneses) em que um caderno sobrenatural chamado “Death Note” pode matar pessoas se os nomes forem escritos nele enquanto o portador visualizar mentalmente o rosto de alguém que quer assassinar. Imagina a limpeza que daria para fazer nesse país (quem sabe até no mundo) com uma belezinha dessas. Ai, ai.

    Só devaneios mesmo, porque esse país aqui não tem jeito.

    Bom post Ricardo. Abraços.

  6. Prezado Ricardo; dá vontade de desistir e deixar de se preocupar. Mas… não nÃO, NÃO! definitivamente NÃO! Não há lugar para desânimo, nem covardia. Temos que continuar a nos indignarmos, a nos revoltarmos. Gritar, gritar, gritar, mesmo que se tenha certeza da pouca eficiência da atitude. Jamais amaldiçoar a terra em que nascemos; jamais desdenhar do povo, dos hábitos e costumes; respeitar os símbolos nacionais – Hino Nacional, Bandeira, etc. Não podemos jamais, perder a capacidade de nos INDIGNARMOS, mesmo que seja apenas, o que nos seja possível fazer. Desprezarmos o pessimismo – e os pessimistas – não dar ouvidos aos críticos cheios de más intenções. Vai demorar para que seja modificada esta situação? É claro que vai e que ninguém duvide. Se estamos no fundo do poço eu ainda não sei, porém, se estivermos tanto melhor, pois, para sairmos só há uma direção: PARA CIMA!!!

  7. Cada representante político que você elege, tem obrigações e compromissos com você, porque ele só está lá em função da sua confiança. Eça de Queiróz já dizia; “políticos e fraldas devem ser trocados frequentemente e, pelos mesmos motivos”.

  8. Muito bom os seus textos Ricardo. Na verdade, a sua opinião expressa de maneira franca e sincera os sentimentos que possuímos e não temos como expressar, ao menos, como queríamos. Sim…a sensação de injustiça, de banditismo, de canalhice é grande. É desalentador vivermos em um país como este. O que fazer? Como mudar está comédia de mal gosto chamada Brasil?…Realmente, não sei. Impotência, este é o sentimento que faltava!

  9. Professores movidos a questionamento de genero e quase nada mais.
    Pais “terceirizando” socialização dos filhos com o poder público (creches) e quase nada mais.
    Filhos ditando as regras e prioridades nas famílias (mutantes intocáveis, por sinal, esses seres).
    Governos, eleitos democraticamente, nos apunhalando e saqueando há décadas.
    É … sofro pelas/com as mesmas dores que você, meu caro …
    … mas chegou o carnaval pessoal !!! … Ufa !!!
    Oligopólios da mídia televisiva, da cerveja e da cultura (axé e derivados, recebem verba pública, inclusive) se alegram e em contagem regressiva.
    Redes sociais em delírio … (sociais? .. ah tá, diz respeito a “coletivo” é isso!
    Dengue, Febre Amarela, desemprego, desesperança, corrupção, assassinatos, deboche, redes sociais, falta de caráter, de atendimento médico, violência e tudo mais, que tudo espere … e se não se resolvermos nos próximos meses, que não atrapalhe o próximo carnaval .. e assim vai.
    Nação indigna a que “cultua” festas, sem mesmo ter o que comemorar, merece cada mazela que se apresente!
    No primeiro mundo, guerras e conflitos internos sanearam suas culturas e seu povo e alijaram delas a parte podre e não conforme ao bem da maioria (bandidos e criminosos).
    Aqui … minorias que mal se sustentam emperram o país culturalmente e nos afastam cada vez mais de uma solução pacifica e tudo pela “tolerância” aos erros que é inerente da população brasileira (ia dizer “raça” .. mas não seria verdadeiro).
    Cultuar o criminoso é nossa sina e venerar seus feitos é nossa maior desgraça.
    Aos 54 anos, já espero pela minha aposentadoria (forçada ou não, seja qual for o formato) … e me vejo espectador dessa desastrosa e cruel saga brasileira.
    Um personagem conhecido brada “para o alto e avante” … que inveja!!!

  10. É devastador! É triste! Más verdadeiramente real. Isso ocorre pelo País afora, os deuses da justiça, os deuses da politica e os deuses executivos. Para eles todas glórias e todas honrarias, más cá pra nós simples sobreviventes somente as migalhas, se sobrarem as migalhas. O bolsa família a comparar com tais privilégios é nada, nadica de nada.

  11. Obrigada Senhor, por ter me dado condições de vazar do Brasil quando pude e vir morar num país como o Canada. Nao deixo entretanto de ficar triste pelos milhões de brasileiros que nao tiveram as mesmas oportunidades que eu tive.

  12. Compartilho do mesmo sentimento. Não sei que fazer. As vezes a gente faz piada e rir de nervoso. Não vejo solução. Não tem. O país deu errado. Não dá para aceitar uma coisa dessas. Os três poderes se valem em corrupção, ineficiência, ineficácia e desperdício de dinheiro. Dinheiro seu, meu, nosso. Pra quem já teve a oportunidade morar fora do país e ver o tamanho do buraco se assusta. Estamos muito, mas muito, mas muito anos atrasados. Não sei explicar o porquê. Não dá pra entender o motivo pelo qual as pessoas não se mobilizam e protestam contra isso. As pessoas tem que pagar a escola do filho do juiz e não consegue pagar a do seu próprio filho. Como eu já disse em outro post, estamos na era feudal. Somos os vassalos, que se matam para sustentar a monarquia (políticos safados que não fazem nada), a nobreza (juízes, procuradores e alto escalão do serviço público que estão lá para manter a monarquia), o exercito (que não luta em batalha alguma) e os bobos da corte (empresários e afins que se aliam a monarquia e a nobreza para poder usufruir do oba-oba).

  13. Nada que venha de cima resolverá nossas dores. Nada que congressistas e chefes de gabinetes acarpetados apresentarem será suficiente ou moralmente aceitável. Roubaram, vilipendiaram e jogarão a conta nas costas do trabalhador. E mesmo assim, como num desprezo total, continuam a mamar nas tetas do Estado que dizem estar falido. Não acredito nos nossos governantes. Nenhum deles possui idoneidade moral para exigir qualquer sacrifício do povo. Vide o Rio de Janeiro. Duzentos milhões desviados para contas no exterior e, pelo acordo com a União, servidores mais pobres pagarão a conta. Não acredito em solução humana para isso tudo. A não ser que se levante um líder e coloque toda essa gente pra correr. Infelizmente!

  14. Lamentável esta nossa sociedade enquanto a maioria sofre com o descaso na saúde, educação, moradia, segurança neste país uns poucos tem privilégios as custas do povo ou melhor da maioria populacional oque será de nós??

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