Fidel: Em Miami, festa dos cubanos

Enquanto isso, no Brasil, nossa imprensa e políticos lamentam a morte do “grande líder”

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Carnaval da Democracia

Os cubanos, refugiados em Miami, estão em festa. Mas quem são eles, não é verdade? Quem são esses traidores da pátria, americanizados, para representar o sentimento do povo rico, desenvolvido, feliz e livre de Cuba?

Quem realmente entende da Ilha e está intelectualmente embasado a opinar são os artistas, os jornalistas, os políticos, as personalidades mundiais. Aquela turma, lá de Miami, que apenas perdeu algumas posses e familiares são uns mal-agradecidos, uns reacionários capitalistas que não reconhecem a grande obra humanitária dos irmãos Castro.

Só porque sofreram alguma torturadinha ou outra, porque não puderam expressar-se livremente, porque não puderam ler livros, ter acesso à internet ou mesmo viajar para fora daquele paraíso, logo fugiram da pátria amada deixando tudo e todos para trás. Covardes, isso sim!

Fidel matou algumas dezenas de milhares? Fidel torturou algumas centenas de milhares? Fidel prendeu outros tantos milhares? Ora, Ricardo, o que é tudo isso diante dos benefícios experimentados pela população após a Revolução?

Fidel desapropriou, confiscou, roubou propriedades privadas? Claro! Afinal eram o símbolo do capitalismo americano que estava destruindo os valores morais cubanos. Eram o símbolo deste tal Capitalismo, sistema falido que só produziu desgraça e misérias nos países onde existe.

Fidel era riquíssimo, viveu como um nababo enquanto o povo sobrevive numa miséria de fazer corar as piores ditaduras africanas. Sim, e daí? É justo! Ele é gente boa, eloquente (né, Aécio Neves?), um líder carismático (certo, FHC?), um revolucionário de seu tempo (não é isso, Globo News?), peitou os EUA, levou saúde e educação à 100% dos cubanos (uma tremenda duma mentira, aliás).

Cuba é um lixão em forma de país. Pobre, desolada, “ilhada”, presa, amedrontada, infeliz. Uma prisão tiranizada por um facínora assassino e cruel. Um excremento de gente, um porco vilão que matou a esmo, que escravizou todo um miserável povo.

Cuba é uma ilha onde as meninas se prostituem a partir de dez ou onze anos — Muito bonito, né, Chico Buarque?

Onde garotos com doze ou treze anos fazem michê com os turistas europeus ávidos por um corpo latino — Um exemplo, certo Caetano Velloso, Gilberto Gil, Michel Temer?

Onde praias e resorts paradisíacos são fechados à população local e exclusivos aos endinheirados, protegidos por seguranças — Como não amar, né, Bono Vox e Mick jagger? 

Há seis, sete milhões de miseráveis católicos, tementes a Deus e fiéis a Jesus Cristo. Ai, de quem falar em aborto ou homossexualismo. Será por isso, Papa Francisco, toda sua tristeza pela morte do Comandante? Aliás, Vaticano, cadê a porra do discurso sobre direitos humanos, hein? Só vale para os ditadores de direita? Pinochet era o Anticristo, né? Fidel, o salvador.

Mas Trump festejou a morte de Fidel. Por aqui, Bolsonaro também. Os reaças brasileiros Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Olavo de Carvalho, Diego Casagrande, Felipe Brasil, Joyce Hasselmanm e outros estão satisfeitos, então Fidel era mesmo um líder maravilhoso, já que estes cães raivosos sempre estão do lado errado.

Aliás, os cubanos exilados estão errados também, pois não entenderam a grandeza do mártir quando matou seus familiares, torturou seus pais e filhos, tomou suas propriedades. Certos estão os nossos intelectuais de esquerda.

Viva Cuba! Viva Fidel! Viva La Revolución!

2 thoughts to “Fidel: Em Miami, festa dos cubanos”

  1. Quando eu vejo gente usando aquelas camisetas vermelhas com a estampa do Che Guevara e seus dizeres que ‘representam’ a revolução cubana, “hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” (lindo, ne’?), eu me pergunto qual seria o significado de ‘ternura’ num governo brutal como foi o de Fidel Castro?

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