Receita Federal, Secretarias das Fazendas do Estado e do Município, Justiça do Trabalho, Sindicato Patronal, Confederação dos Trabalhadores…
A lista acima é enorme, praticamente interminável. Ibama, Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Meio Ambiente. Somente um alucinado, em estado catatônico, resolve empreender neste país. Dois meses para abrir uma empresa; seis para fechar. Alugue ou compre um ponto comercial e boa sorte! Vai precisar, viu? Mas olha só: Depois de vencidos os dois primeiros meses para conseguir abrir seu negócio, não fique animadinho, não. O jogo empresarial no Brasil, tal qual aqueles de tabuleiro, é cheio de casas que nos mandam retroceder, pagar multas, esperar rodadas sem jogar. É de tal sorte inglório que me pergunto: Por que ainda (os pequenos empreendedores) insistem?
Não que o inferno seja exclusividade dos pequenos, não. Mas diferentemente dos grandes, não possuem recursos para advogados, capital de giro abundante, facilidade de crédito, amizades influentes. Escreveu, não leu, o pau comeu! O judiciário lhe penhora a conta e vire-se, mané. O fiscal lacra sua empresa e pronto. Ao Estado não importam os empregos que você mantém, os impostos que paga, a família que precisa sustentar. Descumpriu a letra “a”, do inciso quarto, parágrafo terceiro, artigo 102 da lei número 7.748 de 1912? Sifu, rapá! Leia-se: Você tornou-se um refém impotente perante o Estado policialesco e hostil brasileiro.
Experimente ter participado com, sei lá, meros 1% em uma empresa de um parente, apenas para compor o capital social, por singelos dois ou três anos, sem jamais ter beneficiado-se de um mísero tostão, e ver este negócio fechar, mais de três anos após a sua saída, devendo impostos e funcionários. Passará o resto da sua vida perseguido pelo fisco e pela “justiça” trabalhista. Ou experimente, ainda, prestar algum serviço para o governo, emitir a respectiva nota fiscal, gerar a obrigação tributária, não receber seu dinheiro (tomar calote mesmo) e ao final ainda ser processado e executado pelo não pagamento dos impostos do serviço que executou e não recebeu.
Fosse aqui falar da minha experiência própria, acumulada no tempo em que fui microempresário, e passaria dias e dias. Fosse ainda falar dos casos diários que os amigos contam, anos e anos. Fosse relatar tudo que vejo e leio a respeito… Vixe, chame o Einstein e reformulem a Teoria da Relatividade, pois me faltarão tempo e espaço. O mais impressionante é que 40% da economia brasileira advém destes heróis. Desde simples padarias a pequenas confecções. Pequenos açougues a lojas de veículos usados. Salões de beleza a distribuidores de material de construção. Uma lista interminável de bravos brasileiros que lutam, dia após dia, para manterem abertos os negócios e sustentarem não apenas as próprias famílias, mas as de milhões de outros bravos trabalhadores, além, claro, a própria máquina estatal, esta que ao invés de lhes ajudar, apoiar e incentivar, apenas os castigam e os esmagam diariamente. É surreal. É estúpido!
E, no momento atual, tem aqueles que, por não encontrar saída (se recolocar no mercado de trabalho com mais de 1,7 milhão de postos de trabalho fechados nos últimos 12 meses, segundo o MTE), se tornam microempresários por necessidade…
Concordo plenamente, infelizmente esta e a realidade do nosso Brasil.
A mais pura verdade.
E tem mais, não é só o estado que suga o pequeno empresário, as empresas fornecedora, no meu caso a Ambev, nos pressionam achatando a margem de lucro, tira-se as despesas fixas,nada sobra.
Perfeita a leitura da situação. Empreender no Brasil significa perseguição!
Bom falar também dos que abrem o negócio em nome de laranjas e se utilizam de várias artimanhas para aplicar golpes na praça, ficar devendo fornecedores e impostos e não serem penalizados
Sim, e que paguem sozinhos por seus crimes, e não arrastem todos, previamente, para o mesmo balaio.
Concordo em grau, numero e genero.
Ótima a abordagem. Leitura “obrigatória” de todos q insistem em acreditar em um país chamado Brasil. Meu pai tem uma empresa 54 anos de portas abertas, jamais foi homenageado por isso. Agora encheção de saco de tudo e todos…. todo mês é certo !!!!!
Quando alguém chega no escritório querendo abrir uma MicroEmpresa, dou logo um conselho, continua na ilegalidade, pois logo logo eles chegam, sindicatos e confederações estes são bem malandros, depois o governo do estado e federal, o municipio este aparece depois te importunando com taxas , que vc nem acredita que exista, ENTÃO NÃO SE TENHA E NEM ABRA UMA EMPRESA, pois assim começa o seu inferno. O texto e bem demonstrativo disto.
São por essas e por outras que após 28 anos eu estou saindo fora dessa. Nós é que geramos as maiores oportunidades de empregos e somos tratados como criminosos. E ainda há a famosa ”injustiça do trabalho” infestada de juízes esquerdistas.
Sem contar o indecente Imposto Sindical, agora batizado de Contribuição Sindical, criado por Getúlio Vargas junto com a Voz do Brasil e que ninguém consegue acabar. Se os sindicatos querem dinheiro, faça um carnê com seus associados (digo empregados e empresas) e soltem o osso do dinheiro fácil. PELO FIM DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL JÁ.
boa!