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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Tradição X aristocracia & vaidade

Não diria que foi uma segunda-feira atípica, pois, afinal, já virou rotina a alternância de adversários na decisão do Campeonato Mineiro com o Galo. O Coelho, em dez anos, vai para a sua segunda participação, enquanto Ipatinga – agora rebaixado para a série C de Minas Gerais – e Caldense foram uma vez.  Já quem, pela segunda vez consecutiva, sequer chega à partida final, esteve em seis decisões. O Galo, nas últimas dez, chegou em todas. Isso é o que chamo de tradição.

Aqui pelo blog, isoladamente, aconteceu manifestação contestando essa afirmação. Ora, se, em dez anos seguidos, chegar ao jogo final e liderar as conquistas de Mineiro com ampla vantagem sobre o segundo colocado não é tradição, o que seria então?

galo- fidusi 01

Outro dado interessante, embora eu não seja de tirar sarro sobre adversários, mas talvez pela minha assumida condição de apaixonado pelo Galo, sugere a reação alheia. São poucos os amigos – torcedores do outro lado – com os quais converso e ainda assim com muita reserva.

Não curto essa coisa de tripudiar, embora até reconheça que gosto de vencer clássicos e conquistar títulos sobre adversários mais ferrenhos. A Copa do Brasil de 2014 que o diga. Foram quatro adversários, três entre eles com vitórias épicas, notadamente as viradas. Na final aconteceu o que todos esperavam: foram duas vitórias e a comemoração do título.

Mas, de volta ao foco inicial da nossa conversa de hoje, o que percebi por onde passei é que a derrota não tirou a arrogância e a empáfia de alguns torcedores adversários, mas doeu. Logo, bem cedinho, na minha atividade em academia, sem que eu dissesse nada, ouvia pelos cantos reação à precoce eliminação. Precoce? Nem tanto!

galo - fidusi 03
Ilustrações de André Fidusi (gentilmente cedidas ao blog)

Uns diziam aos outros, “6 a 1”. Outros se referiam a um “bi recente do Brasileirão”. Alguns prosseguiam com o “45 anos sem título brasileiro”. Eu, do meu canto, ficava pensando nos 9 a 2, na Copa do Brasil, na Libertadores e nas dez finais do Campeonato Mineiro. Como eu só pensava e não dizia nada, continuavam na tentativa de dissimular a dor e a ressaca.

Até minha filha, me contou no final do dia, passando pela rua com uma camisa do Galo acabou sendo provocada por um senhor, aparentemente da minha idade. O incauto esbravejou para ela “monotítulo”.

Enquanto isso, nós, Atleticanos, seguimos triunfalmente – sem “vaidade” e nem como “aristocrata” – em busca de novas e inesquecíveis conquistas e fazendo história.

Lembrete

Será hoje, a partir das 17h, na Loja do Galo da Savassi (ao lado do Café Três Corações) o lançamento oficial da obra do genial Lobo Mauro. “Quando se sonha tão grande, a realidade aprende”.  Eu tive o privilégio de assistir e confesso, chorei e muito.

São mais de 90 minutos com a participação de ídolos atuais (Léo Silva e Victor) e do passado (Reinaldo), além de uma nata de convidados especiais, como o mito Fred Melo Paiva.

Outra dezena de jornalistas Atleticanos presta depoimento sobre o ano e o momento que mudou, definitivamente, as nossas vidas para todo o sempre e “assim seja”, “amém”, “em nome de J” ou qual seja a sua convicção religiosa.

A nossa, em comum, é o Galo!

16 thoughts to “Tradição X aristocracia & vaidade”

  1. Ser atleticano é vangloriar-se em cada vitória como se fosse uma conquista definitiva; é estar certo de que o maior de todas as conquistas está na alma e no valor dessa torcida que não abandona os guerreiros.

  2. É isso aí! Ser atleticano é vangloriar-se em cada vitória, vibrando como uma conquista de título e certo de que o melhor dos títulos está no valor dessa torcida.

  3. Eduardo não sei se pode, masssss … em véspera de jogos do GALO em que por um motivo ou outro, não posso estar presente,busco inspiração em partidas passadas do GALO .Hoje deparei-me com este documentário … https://www.youtube.com/watch?v=UUAJFlVY6gw … de arrepiar caro ! E no minuto 7:11 tem uma fala vossa em que a emoção de tua fala sobre o CAM,causa-lhe um engasgo que vou te falar ( ….. ) desculpe engasguei aqui tbm … Veja você mesmo , Atleticanismo puro , puríssimo meu caro ! . GALOOOOOOOOOOOÔ

  4. Sugestão para a diretoria do Atlético:
    Coloquem os dois jogos da volta, Mineiro e Libertadores, no MINEIRÃO.
    Preço único: Libertadores $50 e final do Mineiro $30.
    Só assim veremos a verdadeira e fanática torcida do Galo de volta, entupindo o estádio! Chega de torcedor mimado, que só sabe vaiar e tirar selfie na arquibancada, ao invés de gritar pelo time.

  5. Boa tarde Canto do Galo ! E essa agora hein ? Racing não sabe o bem que está fazendo ao CAM,
    – catimba argentina ? vai saber ! – não permitindo nosso time de reconhecer o gramado de El Cilindro. Talvez aí esteja o motivo que faltava para que a união da Massa seja ainda mais forte no combate ao nosso inimigo comum. Os caras não sabem o tamanho da sarna que arrumaram para se coçar. Bilhetes para visitante por 150 picanhas,a recusa ao reconhecimento do gramado,promessas de foguetório em frente ao hotel do GALO , algumas catimbas aqui ,outra acolá, não vão adiantar, qdo estiver valendo a cuíca vai roncar.
    Off: sendo hj o dia dedicado ao goleiro – Victor é all concours – queria deixar meu reconhecimento ao Miguel Ângelo Ortiz ( * 1947 + 1995 )um dos maiores goleiros de todos os tempos que defenderam nosso GALO .Figuraça … Rest in peace !!! GALOOOOOOÔ…..

  6. O glorioso CAM está perto de se sagrar bicampeão mineiro pela segunda vez nos últimos dez anos (12-13; 15-16?), além de quatro vice-campeonatos, contra dois do rival. Estatisticamente, quem é bi vai ser tri. Hegemonia estadual se resume assim, títulos conquistados (43 x 37). Número de sócios torcedores crescendo avassaladoramente (60.064), não se sabe onde vai parar, é a massa, é o povo aderindo ao maior de Minas.

    1. Contesta o 9 a 2 que está inclusive numa publicação oficial do adversário (almanaque cujo autor Henrique Ribeiro na página 15 faz referência) e com direito a telegrama da diretoria derrotada cumprimentando o time Atleticano pela vitória. Pra fazer qualquer afirmação tem de conhecer a história, não precisa ter vivido. Mas, em sua missiva, fica evidente o reconhecimento ao grande craque do futebol mineiro de todos os tempos. José Reinaldo de Lima, o Rei do Galo. ObriGalo!

    1. Caro, como dez finais com sete participações? E as duas do América e uma da Caldense e outra do Ipatinga? Faça e refaça as contas, matemática se aprende no pré-primário. Some-se aos 36 títulos, o fato de que em 1956, ambos foram declarados campeões. O Galo venceu no campo e o adversário requereu no tapetão, senão seriam apenas 35, ObriGalo, volte sempre!

    1. Nas nove anteriores, cinco. Confirmando 2016, serão seis. Na história, exatos 43 títulos (devendo chegar a 44 conquistas), já o que nos segue apenas 36 e o coelho 15. Depois Villa Nova, cinco; Siderúrgica, dois e com um título Caldense e Ipatinga.
      Seguindo, agora falando sobre vice-campeonato. Galo 36, igual o número de conquistas de outro, totalizando – em tese – 79 decisões. Essa gente – 24 -segunda colocação, num total de 60 vezes entre os dois primeiros. Já o coelho está na sua decisão de número 31 (rompeu as 30 anteriores) sendo até o momento, 15 vice-campeonato. Deve chegar a 16 agora.
      História e tradição, caro. ObriGalo! Volte sempre, o “Canto do Galo” tem orgulho (nada de vaidade) em recebê-lo?

  7. Espetacular como só um atleticano é capaz de sentir e expressar o que é amor de verdade por um time que joga o futebol arte. Aqui é Galooooo, o rei da bola

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