E agora Sette?

Para onde pretende nos levar? Se – dizíamos aqui nos últimos dias – o Atleticano estava desconfiado, agora esse arremedo de time conseguiu a proeza de nos levar à indignação com esse futebol desanimador e angustiante.

Até Allan, dos poucos que mostrava alguma lucidez nas partidas, ontem, em três minutos conseguiu a proeza de errar uma penalidade, tomar um amarelo e logo depois o segundo que lhe valeu o merecido cartão vermelho.

Essa reincidência na advertência foi logo após perder bisonhamente uma jogada. Sugere um desequilíbrio emocional na equipe.

Aqueles dois resultados pífios pelo Mineiro, frente ao Coimbra e Tombense, vinham sendo creditados a um eventual bom desempenho dos dois times.

Ontem ficou comprovado que não era verdade. Empatamos pelo nosso péssimo futebol e até falta de empenho dos nossos jogadores.

Ficou tão evidente que nossa equipe não tem vontade, falta de tesão, que os argentinos venciam a partida e brigavam pela bola o que não era percebido no time Atleticano. Gana. Faltou isso. Falta muita coisa.

Desde jogadores que saibam o que fazer com a bola até comprometimento com quem paga seus salários.

Ao que vimos na Argentina, isso que vem jogando com a camisa do Galo dificilmente muda o resultado na partida de volta. Esse timinho em nada se parece com aqueles dos anos de 2013 e 2014, quando revertemos placares nas partidas de volta e ganhamos a Libertadores e a Copa Brasil. E mais, tínhamos banco, o que hoje não existe.

No Campeonato Mineiro, que a tabela mostra o Galo em segundo lugar, na verdade estamos na quarta colocação. América e URT tem índice de aproveitamento superior ao Galo.

Ambas ao lado de outras quatro equipes jogaram apenas três vezes na competição. E domingo, ao que sei com time B de novo, vamos a Patos pegar exatamente a URT. Cuidado! Será que Sette vai completar o mandato sem um mísero título?

Essa noite, a exemplo de tantas outras nos últimos anos, não consegui dormir. Foi a primeira do ano, esse medíocre time não merece isso que faz com o Torcedor.

Reclamei tanto aqui pela lerdeza no lançamento do novo Galo Na Veia, agora confesso que a motivação pelas renovações foi a índice alarmante.

Tanto na renovação do GNV quanto em relação à cadeira cativa do Estádio do Galo. Pagar essa contribuição pelo amor que sinto pelo meu time, tendo como retorno essa mediocridade? Pela primeira vez meu sentimento nessas duas adesões me leva a refletir.

Não queimo dinheiro. Sempre paguei por ter em troca um time que teve alma. Esse time do Sette não mostra isso.

Jogadores como Edinho e Di Santo, junto com aquela meia dúzia ou até mais que isso, não merece vestir a camisa do Galo. Caros e improdutivos.

Custo benefício zero. Bolt quase meio milhão por mês. É pra quem considera Torcedor um idiota. Quem trouxe isso, deveria responder sobre esse absurdo.

Foi de três, mas poderia ter sido muito mais. Gabriel errou feio no primeiro gol. Depois ainda antes do segundo gol foram Rever, Maílton e Jair, que atravessando bola no sistema defensivo já aceleraram nosso batimento cardíaco. Anunciavam a desgraça maior que estava se desenhando.

Os tentos argentinos foram ridículos, provando o quanto errei quando acreditei estar o sistema defensivo organizado.

O Torcedor está sendo desrespeitado por esse arremedo de time. O que esperar da temporada? Nada! Nem que Soteldo, absurdamente sendo aguardado pelo exorbitante valor de 51 mi de reais, tampouco o Savarino – que pouco sei a seu respeito – conseguirão dar jeito nisso que está vestindo a camisa do Galo.

E não me venham com esse tal de Ricardo Goulart. Nada em relação a aquela tal “quarta-feira”, mas o jogador não tem lá essa bola toda. Esteve no Palmeiras e foi devolvido até antes do tempo.

E mais, em 2013, esnobou o Galo e fez leilão antes de ir para o rival mineiro. Não me contagia esse tipo de perfil. Tem jogador muito mais interessante no mercado.

De volta ao time, com o dia clareando pela janela do meu quarto, faltam palavras e sobra raiva daquilo que estamos revivendo na atual gestão.

Pouparam jogadores para que? Isso é balela e domingo essa situação irá se repetir. Saudade de novo do Yustrick.

Quantos passes errados, sem direção e até pela linha lateral. Ouço sempre sobre fundamentos, esse time treina isso? Marquinhos, nitidamente, acima do peso. Difícil!

E o tal de Cazares? O que realmente está acontecendo com ele? Não viajou por quê? Algum problema de ordem médica? Publicável o que se passa com ele? Muito estranho, já foram cinco jogos, e o descompromissado jogador nunca foi sequer relacionado.

Debaixo desse angu tem caroço. O que podemos esperar para este 2020? Só nos cabe apoiar, seu Sette?

Cuidado, a Torcida dá sinais de reação. Perder de três para um time da prateleira de baixo da Argentina é desesperador.

Ainda bem que não arrisquei em pagar a transmissão. Além do placar horroroso, a transmissão é da pior qualidade, via internet.

O rádio narrava os gols dos argentinos mais de um minuto antes e ainda a imagem congelava em lances importantes. Uma lástima.

Só salvou a boa resenha antes e depois do jogo com o Domingos Sávio. Divertido, como eu não imaginava, conseguiu aliviar o mau humor da noite. E de quebra ainda levou o casal Sandra e Ernest Soares, o bom Neneth, Atleticano que mora em Uberaba.

Desculpe pelo atraso na postagem de hoje. Além da falta de sono, ultrapassei o espaço de tempo tamanho do texto. E ainda me patrulhei.

*fotos: Bruno Cantini/Atlético