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Derrota que não abala

Imagem: Bruno Cantini/Atlético

Apesar de ser uma daquelas partidas que o Atleticano não gosta de perder, por todas as circunstâncias e até pelo momento da competição, a apresentação (não o resultado) merece consideração do Torcedor. Ao contrário do antigo ex-treinador (no sentido duplo, defasado e demitido), com o interino Thiago Larghi percebemos alguma mudança de postura. Longe do ideal, claro. A ressalva que faço ao trabalho dele, que vejo promissor, é na demora em substituir (sempre as mesmas) e na insistência em voltar para o segundo tempo com a mesma formação.

Larghi é ainda muito jovem. O tempo vai sugerir que seja mais ousado, uma vez que vem se mostrando muito conservador. O que não é de todo mal e ontem percebi em um momento tenso da partida, chamando jogadores e sugerindo acalmar. E haja sangue frio para tolerar determinadas circunstâncias que pretendo abordar rapidamente ao final desta nossa prosa.

Dizia e insisto, perdemos no momento em que se pode perder, uma vez que o título mineiro se decide no mata-mata, a partir do final desta fase de classificação. Ao sair do Horto, me divirto ouvindo Torcedores sugerindo que o ideal seria ficar em oitavo lugar no turno. Segundo eles, assim estaria assegurada a vaga no quadrangular final, considerando que a liderança é do nosso adversário de ontem. Adoro essa irreverência Atleticana.

Como muito bem colocou ontem, aqui neste nosso espaço, o amiGalo Rogério Camilo da Silva: “A única coisa que não acaba no mundo é o amor pelo Galo”. Diria até que é “além-túmulo”. Que o diga o Ferreira, atacante do Olímpia na decisão da Libertadores de 2013. Aquele escorregão que nos garantiu a conquista é atribuído a muitos antepassados de cada um de nós. Alexandre Kalil garante que foi seu pai, Elias. Frederico Bolívar assegura que foi seu avô. Eu já tenho a certeza de que foi um cunhado (Fausto Barbosa de Paiva), que me fez Atleticano. Seja qual foi, comprova ser “além-túmulo”.

Sobre o jogo de ontem, rapidamente, asseguro que mesmo derrotado voltei para casa confiante na recuperação e no futuro crescimento do time, apesar de não deixar de considerar que conquistamos apenas 12 pontos em 27 possíveis, o que assegura (ao que me lembre) o pior desempenho de todos os tempos no Campeonato Mineiro. Faltam, claro, alguns reforços para a busca de ambições maiores. No mínimo quatro. Lateral direito, zagueiro, segundo volante (está duro de aguentar o intocável Elias) e um meia de ligação.

Imagem: Bruno Cantini/Atlético

Thiago Larghi vem conseguindo impor sua filosofia de trabalho e liderança junto ao grupo. Mas não posso afirmar que para este momento de reconstrução teria a frieza e o pulso exigidos. Afinal, assumiu em uma situação confusa e tem uma Torcida exigente, que se acostumou a grandes campanhas e títulos.

O apoio da direção e dos Atleticanos é fundamental, aliado aos jogadores demonstrarem comprometimento e desprendimento em busca do mesmo ideal. Conhecedor e estudioso, é evidente que ele tem qualificação suficiente. Vamos esperar até a Copa do Mundo, quando durante a paralisação teremos tempo suficiente para avaliar e ter uma tomada definitiva de decisão.

Quanto ao jogo, perdemos, sim, mas foi inimaginável a festa dos jogadores adversários em campo. Comemoraram como se fosse uma grande conquista. Isso – por si só – explica a razão daquele seis a um ser considerado o maior título em cima do Galo em todos os tempos. Parecia uma decisão de campeonato nacional, vencida sobre o nosso time, situação que só nós, Atleticanos, já experimentamos.

Já em relação ao time comandado pelo Mala Menezes, nada de especial tem para tanta euforia. Time violento, seguramente a cara dos seus comandantes (dentro e fora de campo), e que teve um jogador expulso, entretanto, se tivesse um árbitro decente, pelo menos outro teria sido colocado para fora. Léo, zagueiro covarde, agrediu com um soco Ricardo Oliveira, distante poucos metros do senhor Cleisson Veloso Pereira. Ele, juiz, e o bandeira, Marcyano da Silva Vicente, nada perceberam. Me engana!

Este mesmo Cleisson, que já manjo seu jeito tendencioso de apitar faz tempo, aprontou certa vez contra o time da minha cidade, Araxá Esporte Clube. Fui aos meus guardados e encontrei. Em 10 de março de 2013, quase cinco anos passados, o Ganso vencia o mesmo time azul da capital até o intervalo do jogo. Ele, cinicamente, deixou de expulsar o zagueiro Nirley do time da capital ao final da primeira etapa. De volta, em lance idêntico, não poupou Carlão do Araxá e aplicou a regra com o segundo amarelo não utilizado no lance mencionado. Final: três a dois para o time então comandado por Marcelo Oliveira. Tem histórico.

Ontem, não diria que foi decisivo, embora tenha errado em uma proporção cinco por um contra o Galo, mas mostrou ser um grande trapalhão. Seus bandeiras também não se safaram de atuação pífia. Falta no Roger Guedes, escanteio não assinalado, bola que não saiu dada como se tivesse ultrapassado a linha. Enfim, nada de novo. Desagradou até quem, a meu juízo, foi beneficiado. Haja vista as imagens captadas do treinador adversário, insinuando algo contra o árbitro. Ele, Mala Menezes, é reincidente neste tipo de atitude. Entrem no Facebook do blog, há três cenas de ontem (duas do treinador e a agressão na cara do juiz) e outra de tempos atrás, no mesmo local. Estrelando, Mala Menezes!

Rithely? Tira o tubo! Melhor, sai fora GaLLo!

Blogueiro

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  • Pessoal boa noite, sem entrar no mérito de quem venceu ou perdeu, mais uma vez o grande derrotado foi o torcedor e a violência a grande vencedora. Só gostaria de acrescentar que marginais travestidos de torcedores provocaram mais um capítulo de imbecilidade.Com este comportamento, expulsam Marias, Joãos, Pedros, Eduardos, Lurdes e famílias dos estádios. Futebol é diversão e não guerrilha. O que vimos ontem foi muito triste. Que pratiquemos o respeito e a PAZ entre as torcidas!!!!!!!!!!!

  • "Time violento, seguramente a cara dos seus comandantes (dentro e fora de campo)." Respeito sua opinião mas acho esse um comentário desnecessário meu amigo. Esse tipo de comentário leva à atitudes descabidas como as confusões que vimos ontem depois do clássico. Animosidade que é fomentada por opiniões levantadas por um clubismo sem igual. Cada um de nós deve pensar na responsabilidade social antes de expressar idéias que vão contra o senso comum, principalmente vocês da imprensa, formadores de opinião. Concordo com a deslealdade do jogador Léo sobre o Ricardo Oliveira, mas chamar de time violento, aí eu já acho demais.

    • Caro Eduardo, a violência perceptível do adversário - admitida em seu comentário - deve ser ignorada? Então o Mala Menezes pode provocar o Torcedor na arquibancada e fazer gestos insinuando "roubo", o zagueiro (conforme você admitiu) agredir ao adversário, o diretor dar entrevista desdenhando, outro diretor (em tempos passados admitir que comprou juiz) e todos devemos ficar calados? Penso diferente!

  • Pablo; boa noite.
    - Não acha que o Elias e o Érick estão jogando fora de posição ? Acho que os dois podem render bem mais se forem melhor aproveitados.
    - Quanto ao Léo Silva e Ricardo Oliveira, mantenho minha posição.
    - Adílson ( meio estabanado) e Patrick ( só falhou no lance casual do impedimento) realmente jogaram até bem.
    - Só vi, hoje, os melhores momentos. Estava viajando e a internet estava lenta demais,
    Abraços.

  • Caro Carlos, boa tarde!
    O drama ainda não acabou, agora falam em Conca. Jogador bichado e veterano. Outro ex-atleta em atividade, como Arouca e Ricardo Oliveira. Vou jogar a toalha.
    Abraços

  • Me desculpe, mas, concordo com o Cássio!... Você viu outro jogo!.... Infelizmente, com os últimos treinadores e com o atual, nosso galo sempre jogou como time pequeno. Só se defende, tem medo de atacar, fica no taca daqui, dali, e entrega de bandeja para o adversário, sem falar na mania de recuar a bola. Esse técnico atual, é horroroso, medroso ao extremo! O galo perde pra ele mesmo, não ataca! Ou melhor!.... Como os pequenos fazem, só ataca depois que a vaca vai para o brejo. Na verdade, os caras que comandam o galo, "não entendem" de futebol, estão perdidos!...Disseram em entrevista que buscariam um técnico que resgate o galo doido, completamente ofensivo!...Mas, eles só contratam treinadores medrosos, retranqueiros, e esses caras, detonaram nosso futebol. Percebo que os atletas, que inclusive, muitos foram campeões no próprio galo, mentalmente se apequenaram, não acreditam mais no potencial, por culpa dos treinadores medrosos....Com o elenco que está aí, dá sim pra montar uma equipe digna! Basta ter coragem, armar um esquema ofensivo! Viram como jogamos contra o fraquíssimo Tupi??? Só atacamos depois que levamos o gol!... Outra coisa, maioria diz que o Patrick joga nada! A coisa não funciona assim! O problema é que maioria dos treinadores implantam sua filosofia e os atletas tem que se enquadrar ou estão fora! Deveria ser o contrário, analisar os atletas, as características individuais de cada um, para depois armar esquema! Patrick é excelente no apoio!...Problema é que todos técnicos que passam pelo galo, o colocam principalmente para marcar, ou, jogar fora da função. Isso serve para outros atletas também. Então amigos, tá tudo errado em nosso galo!....Com esse time medroso.....Não dá!.... Abraços!....

  • boa tarde Eduardo e massa,na boa perder para as caloteiras me abala,do jeito que foi,o cone 2 perdeu um gol na cara do goleiro,o erick afobador também perdeu outro gol,ok vejo que não temos equipe pronta,ok temos e um monte de junta,junta de jogador,porque entra treinador e sai treinador e continua com elias,Patrick,Leonardo silva,aonde estão os jogadores da base,chega de medalhões,refugos de outra equipes,cones velhos,se não reforçar esta equipe com jogadores para ser titulares,vamos passar vergonha e vexame,reage galoooooooooooooooooo.

  • CONCA???? SE REALMENTE VIER, TEMOS QUE CONVACAR A MASSA E FAZER PROTESTO NA SEDE, ESTE ANO ESTÁ MUITO PARECIDO COM 2005!!! ATÉ AGORA SÓ GAGADA!!!!

  • Depois de assistir aquele jogo horroroso, de dar calos nos olhos, à tarde fui assistir o jogo de gambás x sardinhas. Que diferença!

  • Boa tarde; caro blogueiro, acho que abala, sim.
    Perdemos, em casa, com um jogador a mais no segundo tempo, perdendo a chance de afundar o rival que já vinha de uma derrota e só havia ganhado de times fracos.
    Enquanto este técnico bancar Patrick, Léo Silva, Adílson e Ricardo Oliveira, não iremos a lugar nenhum.
    Agora, vem mais um velhote contundido, que ninguem quer mais. Este caso é bem diferente da recuperação de Tardelli, Jô e Ronaldinho Gaúcho.

    • Genival me permita discordar do seu cometário, eu respeito mas não concordo.
      A culpa não é do Thiago Larghi e muito menos do Adilson que tem jogado bem.
      O Patric apesar de suas limitações não tá comprometendo e acabou com a avenida Marcos Rocha, na minha opinião é o melhor lateral que temos.
      Quanto ao Leo Silva e o Ricardo Oliveira concordo com você e o Thiago Larghi deveria buscar novas opções.
      Mas você esqueceu do Elias que na minha opinião tem sido o pior do time não marca ninguém e não ajuda no ataque um zero a esquerda.
      Saudações!!

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