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Ciclo virtuoso

Imagem: Bruno Cantini/Atlético

Por Paulo Silva

Vários comentários já foram feitos aqui, onde eu abordava a falta de fôlego do time do Galo e a alta incidência de contusões e lesões musculares e mostrava que a causa estava na desordem em campo. O Departamento Médico do Galo vivia cheio e o time cansava na metade do jogo. Ao mesmo, tempo eu dispunha formas de alterar essa situação a partir do ordenamento do time dentro do campo.

Um dos diferenciais de um time consciente e bem treinado é o reflexo na condição física e psicológica dos jogadores. Em time arrumado, os jogadores têm funções definidas, correm menos e rendem mais, além de não sofrerem com ansiedade e estresse.

Com esse princípio de arrumação que o interino fez, já podemos notar a diminuição da correria e dos choques por chegar atrasado nas jogadas, o acerto maior de passes, a diminuição das faltas desnecessárias e mais fôlego e vontade dentro do campo. Notamos ainda que os jogadores estão mais alegres e confiantes, o que significa que estão produzindo mais serotonina e dopamina do que adrenalina.

Quando o time estiver definitivamente entrosado e com o padrão de jogo definido, teremos mais passes certos porque os jogadores vão se conhecendo melhor e tendo mais facilidade para encontrar uns aos outros e a diminuição da ansiedade facilitará a complementação das jogadas. Haverá mais objetividade em busca do gol e melhorarão as finalizações. É notório, em que pese toda a melhoria visível no time do Galo que ainda falta muito para se considerar consolidado o trabalho do interino.

Imagem: Bruno Cantini/Atlético

No estágio em que se encontra o time, é elogiável o trabalho do treinador e a sua capacidade de bem direcionar o esforço dos jogadores se mostra a cada jogo. O resultado desse conjunto de ações positivas tem reflexo não só nos resultados das partidas como também no ânimo dos atletas que a cada dia assimilam melhor as técnicas propostas pelo treinador.

Com isso as condições físicas e psicológicas dos atletas se solidificam, pois, a organização em campo diminui o esforço físico elimina a ansiedade e aumenta o rendimento dos atletas. E no DM os profissionais da área física e fisiológica estarão mais tranquilos para desempenhar o seu trabalho, pois será cada vez menor a demanda de seus serviços.

Como até a atividade psicológica dos jogadores tem melhorado e isto é visível em seus semblantes mais alegres, o Galo seguirá nessa trajetória de recuperação e sucesso. Organização, repito, traz todas essas melhorias.

Quando o Galo era aquele bloco Unidos da Confusão, os jogadores corriam quase o dobro do necessário, se desgastavam rapidamente por que além do maior esforço físico tinha a ansiedade provocada pela falta de resultado positivo e o desequilíbrio psicológico. A adrenalina produzida nessas condições tem efeito negativo, pois, altera o metabolismo e faculta o aparecimento das lesões musculares.

O Leonardo Silva é um exemplo de como a desorganização em campo era prejudicial. Tudo bem que ele marcou vinte e tantos gols, mas alguém parou para contar quantos gols o Galo sofreu por falhas dele exatamente por não estar bem posicionado e ter que correr atrás de atacantes? E não foram falhas técnicas, porque sabemos bem de sua capacidade. Foram motivadas pelo excesso de esforço físico que lhe roubavam a mobilidade e rapidez. Quantas vezes ele ficava além do meio de campo ou corria para a área adversária nas cobranças de escanteio e faltas?

Uma continha básica mostra que cada vez que ele sobe ao ataque ele corre quase duzentos metros entre ida e vinda. Durante uma partida ele chegava a fazer isso mais de dez vezes, ou seja, eram no mínimo dois quilômetros percorridos sem nenhuma necessidade e com poucos resultados práticos.

Com o time um pouco organizado já dá para perceber que ele corre muito menos, recebe os atacantes de frente e se antecipa na jogada, tem melhor visão do jogo porque não está correndo atrás dos adversários, mas vendo o campo todo à sua frente e não é driblado com facilidade porque menos cansado as suas pernas respondem melhor e mais rápido para roubar bolas. Esse exemplo é cabível a todos os demais jogadores do Galo que hoje correm menos e jogam mais.

Resumindo, a organização dentro do campo trouxe benefícios que transcendem a parte técnica e reflete em todo o conjunto de atividades do time. Hoje o Galo está quase pronto técnica, física e psicologicamente, com poucas lesões e contusões e para nossa alegria com um jogo que melhora a cada partida. Mas, ainda falta muito para ser completo.

No último jogo ficou evidente que apesar da maturidade de vários atletas e do progresso técnico e físico do time o equilíbrio emocional precisa ser trabalhado com mais cuidado. Futebol não se joga só com os pés e a cabeça não serve só para cabecear. Ela tem que ser trabalhada internamente e diariamente para proporcionar equilíbrio emocional.

Com bom equilíbrio os jogadores produzirão mais serotonina, mais dopamina e a adrenalina na dose certa e eficaz. Os bons hormônios aceleram o prazer e a alegria e dão confiança aos atletas que mais seguros e felizes alcançarão mais sucesso.

É um ciclo virtuoso construído com ordem e talento.

Blogueiro

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  • Bom dia! Mesmo com a arrumação do interino o Gabriel continua chegando atrasado. Vide o segundo gol do rival. É muito fraco esse jogador. O problema é que ilude muita gente.

  • Meus parabéns pelo belo texto Paulo Silva e você demonstrou ser um bom entendedor de futebol. Concordo plenamente nas suas colocações e espero que a nova metodologia do TL continue a surtir efeitos, pois ficou nítido aos nossos olhos, que houve uma grande melhoria tática e tecnicamente na postura do time, principalmente na saída de bola como também na marcação da saída de bola do adversário. Conceitos estes que não víamos há muito tempo e que sistematicamente melhorou muito a dinâmica do time jogar e que era cobrado por todos nós.
    Saudações atleticanas!

  • Grande Paulo!
    Excelente texto e análise.
    Há muito tempo não vemos o Galo jogar de forma organizada como joga atualmente.
    Mas como colocado, ainda falta muita coisa pra evoluirmos e, mais ainda, faltam bons jogadores pra fortalecer o time titular e principalmente o elenco.
    E outra coisa que devemos levar em consideração, a temporada está só começando. Até o momento o Galo fez 21 partidas, das quais nem a metade teve grande nível de exigência (finais do mineiro e Copa do Brasil).
    Ainda teremos pela frente:
    38 rodadas do BR
    9 decisões pela CB (até a final)
    12 decisões pela Sula (até a final).

    Podemos ter até o final do ano mais 59 jogos e desses ai, contando por baixo, uns 40 jogos com nível de exigência altíssimo.

    Se não contratar, nem organização tática vai nos salvar...

  • Eu concordo com a análise de que a organização do time melhorou muito após a entrada do Thiago Larghi, entretanto o Atlético vem apresentando uma falha esse ano que nos tem castigado, e muito, que é quando a sua defesa é colocada a prova.
    Considerando os jogos decisivos contra times de série A e série B, com exceção em 1 jogo contra o América e no 1° jogo contra o Figueirense, a defesa não entregou a paçoca nos momentos de pressão do adversário; com isso eu receio em dizer que temos essa organização também, pois num passado recente apesar de termos esse mesmo problema na defesa fazíamos muitos gols já esse ano a quantidade de gols principalmente com bola rolando diminuiu enquanto os "gols que não poderiam tomar" se mantém os mesmos.

    Acredito que para uma efetiva organização devemos passar por uma reformulação da defesa, seja com 3 volantes, seja troca de zagueiros ou algo que nenhum treinador dos últimos anos conseguiu fazer para melhorar o setor. Não crio expectativa com o Larghi, afinal Geninho, Leão, Luxemburgo e Dorival também chegaram as finais do mineiro com times até mais acertados, eu diria, e quando começou o brasileiro foram só decepções.

    Espero estar errado !!!

  • Caros,
    Fico impressionado com as chamadas chapa branca, imparciais, do blog Aqui é Galo. Vcs tem medo, são covardes? Acham q é só um jg? Otero, já tão escrachado pelos alvinegros, pq foi infantil, e ele q pague os seus pecados...eu concordo. E nem acho o venezuelano suprassumo...O cara foi vilipendiado pelo mariposa otário e nenhuma nota, nem do AQUI É GALO. Claro, eles tão deitando e rolando no poder pelo GOLPE, aos poucos reconhecido pelo Br. Ou vcs acham q ninguém reclamaria veementemente da agressão a Otero no lance da expulsão? Pq aceitamos? Tem uma turma aqui apenas pq se intitula DIREITA, acha q pode inverter os fatos. Vamos defender Otero, ñ por isso, ao menos pq jg por nós. Ñ podem invocar a nacionalidade do cara para agredi-lo...
    INDIGNIDADE DO MARIPOSA VAGABUNDO! Vamos reagir, ao menos por ombridade!
    GALO SEMPRE!

    • Concordo em partes.

      Fugindo do cunho político, essa ameba desgraçada que joga na lateral do timinho azul já está marcada.

      Que a nossa diretoria está sendo muito passiva com os desenrolares do clássico, isso não tenho dúvidas. Estão chamando nosso time de pequeno, falando que tem que dar porrada pra resolver as coisas do jeito deles e usando de artifícios xenofóbicos para atingir nossos jogadores. Fora o assalto no clássico. E nossa diretoria calada. ESTÃO ATACANDO A INSTITUIÇÃO ATLÉTICO MINEIRO E A DIRETORIA CALADA.

      Não estou aqui pedindo violência. No mínimo uma demonstração de aversão a esse tipo de jogo sujo. Algo nos bastidores. QUALQUER COISA!! Menos o silêncio. O silêncio, sinceramente, tem sido a melhor forma de nossa diretoria se expressar nesse início de ano.

      O que cabe ao nossos jogadores é encarar os próximos clássicos como verdadeiras finais e com o devido sangue no olho. Encarnar o espírito General. Deixar o outro lado da lagoa se borrando de medo. Quando meter 3 gols, procurar o 4o, 5o, 6o, 7o. Sempre no intuito de humilhá-los. Nunca parar e tirar o pé, não importa a situação do jogo. Se eles tentam nos humilhar na baixaria e no jogo sujo, nós os humilharemos na bola.

      E cabe a nós, torcedores, fazermos a vidas desses seres minúsculos um inferno. Vaiar, cantar, xingar (por que não). Não deixá-los jogar em paz.

      Temos que ensiná-los a sempre TREMEREM quando jogarem com o Galo. E que isso sempre fique claro!

  • boa tarde Eduardo e massa,grande texto amigalo paulo silva,se o galo não reforçar vai ser mais um ano no meio da tabela para baixo,este diretor do galo e muito fraco,o elias doido para ir para o gambas,porque não tenta uma troca com o gabriel meia esquerdo,e com esta zaga,lateral esquerdo,direito que vamos disputar a copa sulamericana,copa do brasil,brasileirao,etc,alias este presidente também já esta devendo muito explicações,se não tem dinheiro que tentam livrar das barcas e fazer trocas de jogadores com outros times,alias foi ele que contratou este fraco diretor de futebol,ja passou a hora de efetivar o thiago,que diretoria devagar,a maioria das equipes se reforçando eo galo nada,acorda diretoria,vai galooooooooooooooo.

  • Alexandre Gallo "atrapalha" a saída de Danilo pra o Sport. Ele diz que tem muitos times interessados no jogador. Tomara, viu!

  • O Roger Guedes foi um desagregador no Palmeiras. E está repetindo a fórmula no Galo. Quem viu os dois últimos jogos em que ele entrou deve ter percebido que ele jogou com enorme má vontade. E agora está brigando com os colegas. Melhor devolvê-lo para o Palmeiras. Vai dar croca se ele ficar.

  • Faço apenas uma observação direcionada àqueles que acham que "o interino" deve passar a ser "o efetivado". Em qualquer profissão, qualquer um é, apenas, "interino". Enquanto sua atividade der bons resultados, você fica. Assim que os bons resultados da sua atividade são reduzidos, você sai. Conclusão: todos são interinos. Portanto, Thiago Largui, "continue ficando". Abraços!

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