“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” (Voltaire, 16974-1778, ou Evelyn Beatrice Hall)
Me digam: há princípio mais basilar para o crescimento intelectual senão a liberdade de opinião e expressão em debate franco, aberto e honesto?
“Ricardo, tem um retardado no UAI defendendo Lula”. “Olha aí, blogueiro de merda, seu colega Evaristo te colocando no lugar”.
Estes dois exemplos de intolerância intelectual, para não dizer pura selvageria mesmo, estão no devido lugar deste blog: na lixeira. E sabem por quê? Nem eu sou um “blogueiro de merda”, nem meu colega de UAI — que não conheço — é um “retardado”.
Agora vejam este cometário publicado no blog do mesmo Evaristo:
Geraldo Magno (sim, ele se chama mesmo Geraldo Magno, é de Dom Silvério, MG e filiado ao PT. Tenho cinco ou seis comentários dele devidamente arquivados. Sei os seus endereços comercial e residencial. Se — e quando — me der na telha, lhe envio um belo presente com o Brasão da Justiça estampado no envelope)
24 de janeiro de 2018 às 03:52
“Enfim achei um cidadão sensato neste site. Seu texto vai de contraponto ao blog do judeu errante e sionista que carrega um ódio e uma inveja do Lula que tanto me assusta. valeu Evaristo,enfim uma voz dissonante desta imprensa calhorda e alimentada com dinheiro publico.A família do site terá seu nome devidamente recolhida ao lixo da história.”
Confesso que não li o texto do meu colega, mas só de estar hospedado no Portal UAI, me merece o maior respeito e absoluta confiança no seu caráter. Conheço o rigor moral de quem gerencia os blogueiros parceiros do Portal.
A questão é que pouco me importa o conteúdo do texto do Evaristo, se a favor ou contra Lula, com ou sem fundamento, etc. O que me importa é o direito dele de opinar o que quiser e como quiser. O que me importa é fazer parte de um Portal onde não exista barreira ideológica para impedir a troca de opiniões diversas, ainda que opostas à linha editorial do Grupo.
Pessoalmente, não admitiria o tipo de comentário publicado acima. Não por me incomodar, pois não me incomoda. Ser judeu, para mim, é como ser careca e ter os olhos verdes. Uma realidade! Em nada me rebaixa nem me faz me sentir melhor ou pior que um, sei lá, cristão, muçulmano ou espírita. Mas eu sou eu, e conheço um monte de gente que se sentiria ofendido de alguma forma, por isso não os publico no meu blog.
Evaristo pensa como o tal Geraldo? Não sei. Mas se pensar, é um direito dele, ora. Ele aprovou o comentário? Também não sei. Não sei como gerencia o blog ou mesmo se passou despercebido — eu mesmo já publiquei coisas horrorosas e quando alertado por leitores fui lá e excluí. Acontece.
Mas o que eu sei, meus caros, e é esta a mensagem deste post, é o seguinte:
“Evaristo, parabéns por dizer o que pensa sem se deixar levar pelo medo da patrulha ideológica. Conte sempre com meu apoio para isto. Ainda que seja para vê-lo defender o Lula. Grande abraço!”
Aproveito esse post para pedir desculpas ao Evaristo pelo desrespeito cometido por mim em outro post do Ricardo. Não foi desmerecimento da profissão, mesmo pq não li por completo o texto (realmente por preguiça). Foi uma mensagem impensada e desnecessária, então faço das palavras do Ricardo (se for permitido) as minhas palavras.
“Evaristo, parabéns por dizer o que pensa sem se deixar levar pelo medo da patrulha ideológica. Conte sempre com meu apoio para isto. Ainda que seja para vê-lo defender o Lula. Grande abraço!”
Ricardo Kertzman
Que horror Sr. Ricardo, que horror, o senhor fala como se fizesse parte dos 75.000 mais ricos brasileiros que conspiram contra a nação, fala com a segurança de quem leu um livro e sabe a biblioteca, quanto ganhas para falar isto? Também defendo o seu direito de dizer impropérios, mas não os abono. Até nunca mais.