Schwarzenegger revive o T-800

por Marcelo Seabra

Terminator Genisys poster

“Velho sim, obsoleto não”. Esse é o mantra do famoso T-800, personagem já consagrado de Arnold Schwarzenegger que agora está com uma idade avançada, assim como seu intérprete. A desculpa foi boa para conseguir envelhecer o robô, mas a verdade é que a franquia O Exterminador do Futuro não tem como se sustentar desde o terceiro filme, que é fraco e não chega a lugar nenhum. Nos cinemas, O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, 2015) é mais um a falhar na missão de renovar a série, apesar de alguns momentos mais inspirados.

Depois de dirigir Thor: O Mundo Sombrio (Thor: Dark World, 2013), Alan Taylor assumiu a responsabilidade de revisitar o clássico de James Cameron, o Exterminador de 1984. O roteiro de Laeta Kalogridis (de Ilha do Medo, 2010) e Patrick Lussier (de Fúria Sobre Rodas, 2013) cria uma situação que permite recriar algumas cenas do original, ampliando o conceito e distorcendo certos pontos, a maioria com justificativas plausíveis dentro daquele universo. A trama começa no meio da guerra entre humanos e máquinas, a Skynet contra a turma de John Connor (Jason Clarke, de Planeta dos Macacos, O Confronto, 2014). O líder rebelde está prestes a vencer quando um exterminador é enviado ao passado para matar Sarah Connor (Emilia Clarke, de Game of Thrones), ninguém menos que sua própria mãe.

John precisa proteger a mãe e a si próprio, e envia de volta o soldado Kyle Reese (Jai Courtney, de Divergente, 2014), e quem sabe um mínimo sobre a franquia sabe de quem se trata. A partir daí, o que sabemos vai sendo alterado, já que viagens no tempo são possíveis. Uma dessas liberdades tomadas é estragada pelo trailer e até pelo cartaz do filme, o que é inconcebível: como que o próprio estúdio resolve estragar umas das surpresas que eles programaram? De resto, bons efeitos visuais e a velha sensação de que nada vai mudar radicalmente, como nos episódios anteriores. Piadas requentadas e repetidas, momentos de humor um pouco forçados, fora de hora.

Terminator Genisys scene

O carisma de Schwarzenegger continua em alta, e ele salva várias cenas da mesmice. Courtney continua um ator no limite do risível, só a presença da “Khaleesi” Emilia para causar uma impressão forte. A nova versão do T-1000 (Byung-hun Lee, de RED 2, 2013) não tem tempo suficiente para chamar atenção, mesmo porque não acrescenta muita coisa. Quem surpreende sendo um alívio cômico um pouco fora de lugar é J.K. Simmons, o oscarizado professor de Whiplash (2014). É um ator que merecia muito mais espaço, mas fica apenas sendo a piada entre os colegas. Outro que praticamente entra mudo e sai calado é Matt Smith, uma das muitas encarnações de Doctor Who.

Outras tramas recentes que tratam de viagem no tempo, como X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, 2014) e No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014), conseguiram um resultado bem mais interessante. Esse novo Exterminador do Futuro comprova mais uma vez o esgotamento da fórmula da franquia, que deveria ter parado quando James Cameron parou. Mas, ganhando alguns milhões de dólares pro caixa, não há dúvidas de que o T-800 terá vida longa, mesmo dependendo de botox.

Schwarza entrou na onda da selfie em seu Facebook

Schwarza entrou na onda da selfie em seu Facebook

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Reese Witherspoon e Sofía Vergara são as belas perseguidas

por Marcelo Seabra

Hot Pursuit

É de se pensar o que teria feito a premiada e respeitada Reese Witherspoon, que recentemente fez o bom drama Livre (Wild, 2014), aceitar participar de Belas e Perseguidas (Hot Pursuit, 2015), besteira que estreia essa semana nos cinemas. Não só como atriz, mas também como produtora. Usando uma variação de uma ideia já muito explorada nas telas (de Fuga à Meia-Noite, 1988, a Uma Loira em Apuros, 1994), com um título nacional que não ajuda nada, a trama usa as mesmas piadas o tempo todo e faz parecer que o resultado é muito mais longo que seus 87 minutos.

A protagonista, Cooper (Witherspoon), é uma policial que está acostumada com a profissão desde que era pequena e rodava com o pai na rádio patrulha, e seguir os passos dele era o caminho óbvio. Depois de um fiasco profissional, ela é colocada na geladeira e tem sua grande chance ao precisar acompanhar uma testemunha que irá depor em outra cidade. Começam aí as perseguições e confusões que vão tentar manter o espectador acordado e interessado. E a aposta dos realizadores fica na química entre Witherspoon e sua colega, a colombiana Sofía Vergara (da série Modern Family), que carrega no sotaque, abusa de diálogos em espanhol e continua sendo apenas linda.

Hot Pursuit scene

Roteiristas em várias séries de TV, como Ben and Kate, David Feeney e John Quaintance criam duas ou três piadas com as características das atrizes e dependem delas, caindo numa repetitividade sem tamanho. Mais incompreensível é brincar com o suposto bigode de Witherspoon, que simplesmente não existe, mas é mencionado várias vezes. As situações vividas pelas personagens beiram o ridículo e muitas vezes nem fazem sentido, elas teriam que ser no mínimo imbecis para tomarem tais atitudes. Alguns trechos até funcionam, mostrando a fragilidade de um roteiro que serviria para, no máximo, esquetes do Saturday Night Live.

Apesar do carisma e da beleza, Vergara continua não sabendo atuar. Como ela, vários outros membros do elenco deixam a desejar, e Witherspoon se limita ao que o texto propõe, carregando tudo nas costas. A policial Cooper tem uma jornada previsível desde o primeiro momento, com todas as mudanças mapeadas logo após o contato inicial. Vários filmes da diretora Anne Fletcher, como A Proposta (The Proposal, 2009), trazem personagens femininas fortes, mas unidimensionais e até irritantes. Parece que há uma necessidade de afirmação de algo como um poder feminino, o que seria interessante e bem-vindo se acertasse o alvo. O Cinema precisa de fato de personagens femininas fortes, e de atrizes, diretoras e todos os demais profissionais também. Mas apenas defender essa proposta não é o suficiente para salvar uma produção ruim.

Não podia faltar uma piadinha de mal gosto com as belas atrizes

Não podia faltar uma piadinha de mal gosto com as belas atrizes

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Série visita episódio desconhecido da Segunda Guerra

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

Kampen om Tungtvannet 00 Em 1939, a Alemanha invadiu a Polônia e iniciou aquele que seria conhecido como o pior, maior e mais impressionante conflito da história da humanidade. A Segunda Guerra Mundial durou praticamente seis anos, ocasionou um número de mortos e desaparecidos que supera a casa dos 80 milhões, sem contar os prejuízos materiais e as consequências políticas advindas de seu resultado.

Apesar do grosso do conflito ocorrer nos campos de batalha, nos bastidores a guerra também ditava o ritmo de praticamente tudo. Campos científicos muito afetados pelo conflito foram as ciências exatas e biológicas. Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Japão, todos eles se empenhavam nessas áreas com o intuito único de sobrepujar o inimigo, fosse criando armas mais poderosas, fosse descobrindo formas de tornar seus armamentos mais resistentes e seus combatentes mais difícieis de matar. A minissérie norueguesa Kampen om Tungtvannet (em inglês: The Heavy Water War: Stopping Hitler’s Attomic Bomb, ou, simplesmente, A Guerra da Água Pesada) se foca justamente nesse aspecto da guerra, recriando um episódio que, muito provavelmente, poucos conhecem. Kampen om Tungtvannet 01 Pouco depois do início do conflito, os protagonistas da guerra logo se empenharam em criar uma arma de poder destrutivo que, em essência, poderia acabar com qualquer guerra. Do lado dos alemães, essa responsabilidade coube ao Prêmio Nobel de Física Werner Heisenberg (Christoph Bach), cujo objetivo era criar uma nova forma de geração de energia baseada na fissão nuclear. Seus superiores, obviamente, queriam que Werner e sua equipe explorassem o uso da então quase desconhecida energia nuclear de forma bélica, para terem uma arma que garantisse que a Alemanha vencesse a guerra e instituísse seu Reich de 1.000 anos.

Apesar de não ser simpatizante do nazismo, Werner, sob o qual pesavam alegações de homossexualismo (um crime aos olhos do regime de Hitler), é questionado pela Gestapo e selecionado para ir para os campos de concentração. Graças a seus contatos – sua mãe e a do braço direito de Hitler, Himmler, eram amigas –  ele escapa desse destino e entra no projeto da bomba atômica alemã. Havia um obstáculo, no entanto: um dos ingredientes principais para que os nazistas conseguissem o que queriam era o óxido de deutério, ou a água pesada do título, que era produzida apenas por uma empresa norueguesa. Logo, a Alemanha não só encomendou o produto como, ao invadir o país nórdico, fez de tudo para garantir que a água pesada tomasse o caminho de Berlim.

A fábrica que produzia água pesada, no entanto, teve muita influência do químico noruguês Leif Hans Larsen Tronstad (Espen Klouman Høiner) que, ao saber do interesse da Alemanha no produto, parte para a Inglaterra com o objetivo de, com a ajuda do exército inglês e da resistência norueguesa, impedir que os nazistas colocassem as mãos naquele produto. Paralelamente a isso, um dos principais executivos da empresa, o norueguês Bjørn Henriksen (Dennis Storhøi) se vê em um dilema: ceder às pressões cada vez maiores dos invasores alemães ou fazer aquilo que, de acordo com sua esposa, era a coisa certa e se afastar de tudo aquilo?

Kampen om Tungtvannet tem, então, o trio acima citado como os protagonistas de sua história. Cobrindo um período de praticamente cinco anos, do fim de 1939 até meados de 1944, a série mostra as tentativas de Leif, em conjunto com o exército inglês e a resistência norueguesa, de levar a cabo as operações Gunnerside e Grouse, ao mesmo tempo em que analisa os sentimentos contraditórios de Heisenberg e Diebner, obtendo um resultado bastante satisfatório, especialmente para aqueles que são fãs do período. O que torna a série mais interessante, no entanto, é lembrar que ela foi baseada em fatos, e joga luz em uma das (pelo menos para muitos) histórias mais obscuras da Segunda Guerra Mundial. É estranho pensar que um conflito de tamanhas proporções poderia ter tido um final bem diferente caso aquele pequeno grupo de noruegueses não tivesse obtido sucesso em sabotar os planos do Führer.

Exibida na Noruega em janeiro de 2015, infelizmente, até o momento, não há previsões de Kampen om Tungtvannet ser transmitida por aqui. Independente disso, vale à pena procurar pela série, que já está disponível em DVD e Blu-ray em sites como o Amazon.

Os três personagens principais da série

Os três personagens principais da série

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John Boorman continua sua saga autobiográfica

por Marcelo Seabra

Queen-and-country

Em 1987, John Boorman escreveu e dirigiu Esperança e Glória (Hope and Glory), uma comédia de costumes com bastante teor autobiográfico. O longa nos apresentou ao pequeno Billy Rohan, um garoto inglês em plena Londres no início da Segunda Guerra. Agora, Boorman retomou a história dos Rohan, dez anos depois, e nos mostra Billy indo servir na Guerra da Coréia. O diretor mantém o mesmo bom gosto ao tratar tanto dos momentos engraçados quanto dos mais dramáticos, evitando os extremos. Rainha e País (Queen and Country, 2014) bem poderia ser o meio de uma trilogia, seria um prazer continuar acompanhando estes personagens.

É bom esclarecer que não é obrigatório ter assistido a Esperança e Glória para conferir esta nova história. É apenas recomendado, já que trata-se de uma obra tão agradável – e não necessariamente na ordem. Podemos ver várias rimas, como a imagem de Billy saindo do lago onde nada todos os dias. Um filme é a expansão do universo do outro sem que haja dependência entre eles. Dá para entender melhor, por exemplo, a irmã do protagonista, Dawn, ou o vizinho Mac. E até mesmo o porquê da família morar à beira do lago. E Boorman afirma se tratar da verdade, já que ele de fato passou por aquelas experiências, salvo algum exagero para fins dramáticos.

Queen-and-country scene

Já formado na escola, Billy (Callum Turner, de Os Bórgias) passa seus dias na expectativa de ser convocado para o serviço militar obrigatório, o que parece ser o destino de todo cidadão inglês, especialmente em época de guerra. Quando a cartinha chega, ele tem que deixar sua vida idílica nos arredores de Londres e ir para um acampamento militar, onde conhece Percy Hapgood (o exagerado Caleb Landry Jones, de X-Men: Primeira Classe, 2011). Juntos, os dois passam pelos dias de serviço militar dividindo alegrias e tristezas, e até garotas. Mas Billy fica fascinado pela misteriosa Ophelia (Tamsin Edgerton, de Toque de Mestre, 2013), que conhece em uma de suas folgas, e a estranha relação entre eles vai consumi-lo.

Usando os Rohan e seus amigos, Boorman aproveita para revisitar a vida naquela época e lugar e coloca suas memórias na tela. Em entrevista à Variety, ele diz que um dos motivos para tanta demora para uma sequência foi a preocupação dos advogados com possíveis processos das pessoas retratadas. Hoje, elas estariam mortas ou muito velhas para se importarem. Figuras de alta patente estariam nessa lista, como os personagens de David Thewlis (de A Teoria de Tudo, 2014) e Richard E. Grant (de Downton Abbey).

Tendo completado 82 anos em janeiro, o diretor, roteirista e produtor Boorman fala em se aposentar. A não ser que resolva filmar seu último projeto, Halfway House, que não tem ligação alguma com os Rohans. O que é uma pena, já que é pouco provável termos um longa com o adulto Billy entrando para o mundo do Cinema e fazendo a ponte para a parte da história que conhecemos. A do responsável por fiascos como Zardoz (1974) e O Exorcista II (1977), mas também por obras memoráveis como Amargo Pesadelo (1972) e Excalibur (1981).

Ao invés de se aposentar, Boorman poderia escrever a terceira parte

Ao invés de se aposentar, Boorman poderia escrever a terceira parte

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Chris Evans e Michelle Monaghan deixam rolar um romance

por Marcelo Seabra

Playing it CoolTem gente que começa a ver uma comédia romântica já com os dois pés atrás. É inevitável esperar mais do mesmo, com aquelas situações de desencontros de sempre. A repetição é tão grande que até as próprias comédias românticas apontam esses problemas, numa tentativa de serem mais descoladas que as demais e chegarem na frente. Deixa Rolar (Playing It Cool, 2014) é um exemplo recente, em cartaz atualmente, e comete os erros da maioria. Mesmo fazendo piadas com os clichês usuais, os repete, deixando o resultado no meio do caminho.

Várias obras vêm à mente durante uma sessão de Deixa Rolar. Pegando elementos aqui e ali, o texto de Chris Shafer e Paul Vicknair (de Before We Go, 2014) nos apresenta a um roteirista que topa escrever uma comédia romântica apenas para garantir o trabalho em um importante longa de ação que será produzido em breve. O problema é que ele, desde que abandonado pela mãe, se orgulha de nunca ter se apaixonado ou ter tido qualquer tipo de sentimento nessa área. Em meio ao branco que o acomete, aparece a mulher que vai virar esse jogo. Aí, entra o desencontro providencial: ela é comprometida.

O diretor estreante Justin Reardon usa umas boas ideias visuais e o fato de várias histórias citadas serem representadas movimenta as coisas um pouco. Mas o ponto forte do filme fica nas mãos de Chris Evans e Michelle Monaghan, o casal protagonista que demonstra muita química e simpatia, mesmo o sujeito sendo bem detestável. Evans, dando um tempo como Capitão América, sempre dá um jeito de encaixar um projeto menos trabalhoso que os da Marvel (e ainda encontrou tempo para fazer sua estreia na direção, com Before We Go). Monaghan, um dos destaques da primeira temporada de True Detective, não precisa se esforçar para ser a pretendente perfeita. Era de se esperar que uma mulher como ela já tivesse namorado (o almofadinha de Ioan Gruffudd, de Terremoto, 2015).

Uma das boas ideias do roteiro é o grupo de amigos do personagem principal, formado por colegas de profissão dele. Cada um tem uma característica marcante, ou melhor dizendo, é um estereótipo que vai dar palpite no improvável romance central. E cada história contada por eles, recriada pelo casal, dá uma ideia ou direção a Evans, que ainda é seguido de perto pela personificação de seu próprio coração, um detetive fumante no melhor estilo noir. Esse clube é formado por uns rostos facilmente reconhecíveis da TV ou do Cinema: Topher Grace, Aubrey Plaza, Martin Starr e Luke Wilson. E o elenco ainda traz Anthony Mackie (o Falcão da Marvel), Philip Baker Hall (de 50%, 2011) e Patrick Warburton (de Ted, 2012).

Alternando clichês e boas tiradas, Deixa Rolar consegue se salvar dos piores, mas fica longe dos melhores. Mediano é uma boa definição. A não ser que você seja um(a) ávido(a) devorador de comédias românticas. Mas, nesse caso, recomendo Harry e Sally (When Harry Met Sally…, 1989), ou Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill, 1999), Questão de Tempo (About Time, 2013) e vários outros trabalhos de Richard Curtis. Bons exemplos não faltam, só são raros.

Grace é o amigo e Hall é o avô do protagonista

Grace é o amigo e Hall é o avô do protagonista

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Charlize Theron investiga a chacina da própria família

por Marcelo Seabra

Charlize Theron

Lembra daquela história dos três de West Memphis? Garotos bestas que se diziam satanistas, vestiam preto e ouviam heavy metal foram acusados de assassinatos e estas preferências foram o suficiente para condená-los. É fácil supor que esse fato – terrível, claro! – tenha inspirado Gillian Flynn a escrever Lugares Escuros, que agora chega aos cinemas (Dark Places, 2015) seguindo o sucesso de Garota Exemplar (Gone Girl, 2014), também escrito por ela. E é exatamente por isso que a história chega com um ar de requentada. Logo percebemos as similaridades com o caso famoso que inclusive foi retratado recentemente no Cinema em Sem Vestígios (Devil’s Knot, 2013).

Ter Charlize Theron a bordo garante uma parte do sucesso do projeto. A atriz, que também é produtora do longa, traz muita paixão às personagens que vive, e com Libby Day não seria diferente. Sem chamar muita atenção, na medida do possível, ela passa o filme inteiro no modo econômico, falando o mínimo e demonstrando mais. Não tão desconstruída quanto em Mad Max: Estrada da Fúria (Fury Road, 2015), ela fica de jeans, camiseta e boné, linda como sempre (OK, exceto em Monster, 2003, com toda aquela maquiagem). E competente, como vem mostrando a cada novo trabalho. Também do novo Mad Max, Nicholas Hoult é o outro nome principal do elenco, que inclui ainda Chloë Grace Moretz (de O Protetor, 2014), Christina Hendricks (de Mad Men), Corey Stoll (de The Strain), Drea de Matteo (de Sons of Anarchy) e Tye Sheridan (de Amor Bandido, 2012).

Family

A história é a seguinte: uma menina e seu irmão adolescente são os únicos sobreviventes da chacina da família Day numa cidadezinha rural do Kansas. O garoto é logo apontado como responsável e encarcerado. Era a época do pânico contra satanistas e ser acusado disso era o suficiente para acabar com a sua vida. Vinte cinco anos depois, Libby Day é procurada por um grupo de investigadores amadores que estudam o caso e oferecem dinheiro se ela se dispuser a falar sobre o assunto. Precisando pagar o aluguel, ela topa e entra de cabeça numa trama que a assombra desde sempre e da qual ela nunca teve certeza alguma. Ela e seu jovem contratante vão levantar dados e entrevistar pessoas na esperança de trazer alguma luz ao acontecido.

Durante a investigação, fatos vão surgindo e trocando a identidade do suspeito número um, que pode ser Ben Day ou qualquer outro personagem. Conhecemos uma fartura de gente, que vão entrando e saindo à medida que são necessários, e acaba se tornando uma questão de tempo chegar ao final, sem suspense ou tensão. A fotografia mais crua de Barry Ackroyd (de Capitão Phillips, 2013) dá uma ideia de sujeira, de algo escondido, o que funciona bem. Mas não é o suficiente para fazer funcionar a adaptação do diretor e roteirista Gilles Paquet-Brenner (de A Chave de Sarah, 2009).

Lugares Escuros, o livro de Gillian Flynn, foi publicado antes de Garota Exemplar, que virou um ótimo filme nas mãos de David Fincher. Sobrou apenas uma obra da escritora sem adaptação, a primeira, mas isso já foi anunciado: Objetos Cortantes vai para a TV. Hora de procurar outra fonte. Ou de escrever outro livro.

Theron e Hoult repetem a dupla de Mad Max: Estrada da Fúria

Theron e Hoult repetem a dupla de Mad Max: Estrada da Fúria

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Pixar desvenda os mistérios da mente

por Marcelo Seabra

Inside Out banner

O décimo quinto filme da Pixar pode muito bem ser o melhor da empresa. A ideia por trás de Divertida Mente (Inside Out, 2015) é explicar como se dá o rodízio entre emoções em uma pessoa. Parece muito simples: todos temos na cabeça uns seres que controlam tudo, desde a alegria sincera de um dia bem vivido à tristeza de uma perda, de qualquer natureza. E eles tentam nos dar o melhor, mas nem sempre é possível. Ou o melhor para um pode não ser lá essas coisas para outro, e as emoções vão se alternando. Pra o público também. Não se surpreenda se você entrar e sair sorrindo do cinema, mas com algumas lágrimas derramadas no processo.

Divertida Mente controleA pequena Riley (voz original de Kaitlyn Dias) muda-se, com os pais (Diane Lane e Kyle MacLachlan), para São Francisco e precisa se adaptar à nova vida, além de passar pelas transformações normais da adolescência. Para balancear tudo isso, há cinco criaturinhas dentro dela – como acontece com qualquer um de nós – que vão dando direções para evitar acidentes e problemas das mais diversas naturezas. A “chefe” Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Medo (Bill Hader), Raiva (Lewis Black) e Nojinho (Mindy Kaling) são tudo que Riley precisa para ter uma vida normal. Mas um incidente faz com que Alegria e Tristeza saiam da sala de controle e os outros três fiquem responsáveis por tudo. Enquanto tenta buscar uma forma de voltar, Alegria ajuda Tristeza a se encontrar, a descobrir o seu papel nisso tudo.

É sempre uma pena que animações sejam tratadas como “coisas de crianças” e só cheguem no Brasil versões dubladas de Divertida Mente. Não que os dubladores nacionais sejam horrorosos, e a Disney inclusive se orgulha do elenco reunido, que inclui Miá Mello, Dani Calabresa, Otaviano Costa, Katiuscia Canoro e Léo Jaime. Mas perdemos não só diversas piadas que funcionam (melhor ou apenas) na língua em que foram concebidas como também o trabalho muitas vezes árduo de preparação pelo qual os atores passam para chegarem àquele resultado. Podemos ter uma amostra no trailer.

A trilha sonora do onipresente Michael Giacchino (de Jurassic World, 2015) casa muito bem com o tom e as cores da animação. Pete Docter, diretor e roteirista de diversas obras do estúdio (e Oscar de Melhor Animação por Up, 2009), mais uma vez está à frente, com o também experiente e premiado John Lasseter como produtor executivo. Ele divide a direção e a criação da história com Ronaldo Del Carmem. O roteiro, bastante criativo, traz algumas ideias bem interessantes sobre o funcionamento da nossa mente e entretém tanto crianças quanto adultos. Os conflitos das emoções demonstram bem o que vemos no olhar das pessoas e só imaginamos o que está ocorrendo dentro. Os bichinhos engraçadinhos criam uma ideia de que é algo simples e bobinho, mas a Pixar mais uma vez acertou em misturar temas adultos e infantis e consegue agradar a todos.

Os principais nomes do elenco brasileiro

Os principais nomes do elenco brasileiro

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Dinossauros voltam à vida para um quarto Jurassic Park

por Marcelo Seabra

Jurassic World

O primeiro filme veio em 1993 e revolucionou os efeitos especiais no Cinema. Jurassic Park mostrava dinossauros andando, correndo e matando pelos campos de um parque de diversões, interagindo uns com os outros, na chuva, em diversas situações. Foi possível acreditar que Steven Spielberg tinha trazido as criaturas de volta, e a aventura era bem satisfatória, com humor, suspense e ação em doses bem equilibradas. Em 1997, chegou a inevitável sequência, cansativa e com cara de caça-níqueis. Em 2001, Joe Johnston deu um novo ar à franquia e o universo dos dinossauros de Michael Crichton ganhou vida novamente.

Mais de uma década depois, o ocupado Spielberg consegue reunir o necessário para levar outra história do parque para as telas. Como estava atolado de projetos, entregou Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015) para o novato Colin Trevorrow, que chamou a atenção do veterano com sua estreia na direção de um longa, Sem Segurança Nenhuma (Safety Not Guaranteed, 2012). Com uma nova história escrita a várias mãos, era hora de enfrentar dinossauros novamente. Utilizando a moda do momento, o 3D, com o mesmo resultado insosso que tem-se conseguido, o filme chega essa semana aos cinemas brasileiros – e em mais um punhado de lugares, e um dia antes dos Estados Unidos!

Jurassic World

Com o sucesso de Guardiões da Galáxia (2014) no currículo, Chris Pratt se mostrou uma escolha acertada para o principal papel masculino, um militar experiente que trabalha com comportamento de animais no parque. Quase como um Indiana Jones moderno e aperfeiçoado, Owen Grady é durão, pilota uma moto como ninguém e tem uma relação próxima com os dinossauros, principalmente um grupo de velociraptores criados por ele desde o nascimento. A mulher importante da trama, balanceando a batalha dos sexos, é Claire, a poderosa executiva que gere o parque para o bilionário que decidiu comprar a ideia de John Hammond (Richard Attenborough, falecido no ano passado). Como Claire, Bryce Dallas Howard (de 50%, 2011) é doce e forte, tentando ao máximo evitar a incômoda posição de mocinha em perigo. E o indiano Irrfan Khan (de As Aventuras de Pi, 2012) vive o chefe dela, alguém que quis trazer diversão para famílias mesmo a um custo astronômico.

De uma forma geral, o elenco é muito bom e começa a funcionar melhor a partir da metade do filme. No início, a impressão que dá é que todos estão se acostumando, ou que o diretor não sabe bem como orientá-los. Muito artificialismo, falas ensaiadas para se alternarem no tempo certo – com esperas entre elas – e dois jovens aborrecidos vivendo clichês ambulantes. Com o tempo, Ty Simpkins (dos dois Sobrenatural) e Nick Robinson (de Os Reis do Verão, 2013) deixam de ser tão chatos, mesmo que a relação entre eles tome caminhos previsíveis e forçados. Aliás, previsibilidade é a palavra de ordem. Sabemos de antemão até quem vai morrer.

Jurassic World Irex

O grande problema que a trama traz, aquele que coloca a roda pra rodar, é a existência de um novo dinossauro, totalmente manipulado em laboratório, denominado Indominus rex. Afinal, depois de alguns anos, o parque cai na mesmice e precisa de uma novidade, ou assim os gestores pensam. E o mesmo Dr. Henry Wu do primeiro filme (B.D. Wong) é capaz de uma estupidez enorme: buscar uma mistura genética olhando apenas as vantagens, sem considerar as demais consequências. Uma equipe da InGen (empresa paramilitar de Hammond), liderada por um intragável Vincent D’Onofrio (da série do Demolidor), tem um propósito escuso.

Essa fórmula tem como objetivo divertir o público sem que se tenha que pensar muito, como um típico blockbuster. Um furo de roteiro logo é encoberto por um dinossauro bacana, uma cena criativa, efeitos mais avançados, uma bela tomada, e tudo com a trilha majestosa de Michael Giacchino (Oscar por Up, 2009), que segue os passos do premiado John Williams. Todos esses elementos juntos não fariam nunca um filme ruim. Jurassic World tem seus bons momentos e cumpre sua função como entretenimento. Como o próprio parque, o filme não tem o frescor do original e faz malabarismos para tentar manter o interesse do público.

A clássica cena do carro ganha uma homenagem

A clássica cena do carro ganha uma homenagem

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Netflix apresenta Amaldiçoado e The Babadook

por Marcelo Seabra

Babadook poster

Duas estreias recentes do Netflix devem agradar os fãs de filmes de terror. Um dos destaques do Cinema australiano recente, The Babadook (2014) recebeu mais de 50 indicações a prêmios variados, levando 40 deles. À moda antiga, o longa cria uma atmosfera aterrorizante utilizando as partes escuras de uma casa e o relacionamento entre mãe e filho, marcado pela morte do pai e pela chegada de um ser misterioso. E a outra é a primeira adaptação cinematográfica de uma obra do escritor Joe Hill e traz o eterno Harry Potter Daniel Radcliffe no papel principal. Amaldiçoado (Horns, 2013), assim como The Babadook, não teve um lançamento decente no Brasil, e ambos são agora reabilitados pelo Netflix.

Depois de um violento acidente de carro quando ia ao hospital para o parto, Amelia (Essie Davis, da série Miss Fisher’s Murder Mysteries) teve um filho e perdeu o marido. Os conhecemos quando o pequeno Samuel (Noah Wiseman), com seis anos de idade, começa a ter problemas cada vez mais sérios de comportamento. E um livro aparece na casa deles contando a história do Sr. Babadook, uma criatura sinistra que inferniza quem a conhece. Coisas estranhas começam a acontecer e mãe e filho começam a achar que o tal Babadook é real, e essa crença muda ainda mais as reações deles, tornando difícil o convívio deles com outros e até entre eles mesmos.

A questão do monstro é apenas uma oportunidade para trabalhar a relação da mãe traumatizada com o garoto. O marido morreu há anos, mas ela não superou, e olhar para o filho parece trazer lembranças dolorosas, o que leva a sentimentos confusos. E o espaço físico é bem explorado, com os cômodos servindo para criar a tensão e ocultar algo que não sabemos se está lá. A paranóia crescente dos personagens começa a levar a extremos perigosos e envolve cada vez mais o espectador. A diretora e roteirista Jennifer Kent aproveitou bem a oportunidade de transformar seu curta em longa e estendeu o conceito que havia criado, e não perde a mão na condução.

Horns

Outro conto sobrenatural é Amaldiçoado, história que nos apresenta ao jovem Ig Parrish (Radcliffe) pouco após a morte da namorada em circunstâncias não explicadas. Merrin (Juno Temple, de Killer Joe, 2011) foi assassinada e Ig é crucificado pela sociedade em geral. Um par de chifres que começam do nada a crescer na cabeça dele tem o poder de fazer as pessoas revelarem seus segredos mais íntimos. Ig vê aí a oportunidade de descobrir o que houve com Merrin, investigando por conta própria o que houve naquela fatídica noite.

Apesar de alguns caminhos duvidosos que o roteiro toma, a trama é bem criativa e Joe Hill mostra que é muito mais que apenas o filho de Stephen King. O diretor Alexandre Aja (de Piranha 3D, 2010) faz aquele que deve ser seu melhor filme até então, com roteiro de Keith Bunin (da série Em Tratamento). Radcliffe segue tentando se desvincular de seu papel mais famoso e duradouro, mostrando coragem na escolha de papéis (assim como em Versos de um Crime, 2013). Os demais nomes do elenco também abraçam o absurdo da premissa e tornam as coisas mais fáceis de serem aceitas.

O Netflix já é uma potência no serviço de distribuição de diversas outras obras áudio-visuais e se mostra a forma ideal de nos permitir conferir filmes que não tiveram uma distribuição apropriada. Não fosse assim, The Babadook e Amaldiçoado estariam relegados à internet e à pirataria e muita gente não teria a oportunidade de ver.

Uma historinha e você não vai mais dormir

Uma historinha e você não vai mais dormir

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Warner/DC tenta alcançar o público feminino com Supergirl

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

Supergirl

Quando a CBS liberou o primeiro trailer de sua nova série baseada na personagem Supergirl, da DC Comics, dois pensamentos me vieram à cabeça: 1) quem em sã consciência libera um trailer de uma série de TV com quase 7 minutos de duração? 2) Isso está com uma tremenda cara de Smallville (série da Warner que durou 10 anos e mostrou como o jovem Clark Kent se tornaria o Superman) para meninas. Depois do “vazamento” do piloto (sim, entre aspas mesmo, porque o número de episódios-piloto que anda vazando ultimamente dá muito a entender que isso tem sido proposital), o segundo pensamento se manteve relativamente firme. Pelo menos em seu episódio piloto, Supergirl parece-se muito com Smallville, ainda que menos voltado para o público feminino do que o trailer deixa transparecer. Ao contrário de The Flash – que tem essa mesma semelhança -, Supergirl parece algo feito meio às pressas e, pelo menos pelo que mostra o piloto, não deve ter uma vida longa na TV.

O episódio começa de maneira bem didática, explicando detalhadamente o passado da personagem, ainda que alguns detalhes sejam praticamente de domínio público. O planeta Krypton estava condenado e, pouco antes de sua explosão, Kal-El, o futuro Clark Kent/Superman, foi colocado em uma nave e enviado à Terra onde, duas décadas depois, se tornaria o maior herói do planeta. Ao mesmo tempo, sua prima Kara, então com 13 anos, também seria enviada para lá com o intuito de proteger o jovem Kal-El. Enquanto a nave de Kal segue seu trajeto sem problemas, aquela com Kara se desvia e ela é enviada à Zona Fantasma, um setor do espaço para onde os criminosos de Krypton eram enviados e que seria, tecnicamente, à prova de fugas.

Supergirl-Superman

Anos depois, um fenômeno não explicado faz com que a nave de Kara escape da Zona Fantasma e finalmente chegue à Terra, onde ela encontra seu primo mais famoso, já adulto e com total domínio de seus poderes. Kara (Melissa Benoist, de Glee e Whiplash, 2014) é entregue então a uma família adotiva, os Danvers, e cresce com plena consciência de seus poderes e de que deve mantê-los em segredo. Aceleramos um pouco e, cerca de uma década depois, Kara é uma frustrada secretária na CatCo, um conglomerado de mídia comandado com mão de ferro por Cat Grant (Calista Flockhart, a eterna Ally McBeal). Kara sente que não está explorando todo o seu potencial, a exemplo de seu primo, mas é sempre desencorajada de tal ideia por sua irmã adotiva Alex (Chyler Leigh, de Grey’s Anatomy), uma bioengenheira que diz temer pelo futuro de Kara caso sua verdadeira natureza seja revelada. Quando o avião em que Alex está viajando sofre uma pane e ameaça cair sobre National City, Kara resolve usar suas habilidades adormecidas e começar a jornada de heroína que acredita estar reservada para si.

Isso tudo acontece nos primeiros 17 minutos do episódio, o que dá aquela impressão de coisa feita às pressas. Daí pra frente, o episódio pisa um pouco no freio, mas o roteiro não ajuda e, além de alguns buracos bizarros, abusa de uma série de clichês aos quais todos estamos acostumados em séries do gênero, na qual uma série de coincidências – como o fato de o mesmo acidente que tirou a nave de Kara da Zona Fantasma também permitir que a nave-presídio Forte Rozz, contendo alguns dos mais perigosos criminosos do universo, não só saísse da Zona Fantasma como caísse na Terra – se sucede. Até mesmo a revelação no final, que deveria ser surpreendente e o principal motivador para a série, não surpreende e, sinceramente, faz pouco sentido, além de retornar o pior clichê de qualquer história em quadrinhos: o vilão com ambição de domínio mundial e que, de alguma forma, tem uma ligação íntima com a protagonista da série.

Desde o lançamento de Arrow, a DC/Warner vem tentando construir um universo DC nas telas de TV, a exemplo do que a Marvel tem feito no cinema. Arrow e The Flash, as primeiras séries dessa iniciativa, têm alcançado bons frutos e deram origem até mesmo à uma série derivada, Legends of Tomorrow, com estreia prevista para 2016. Já Constantine, apesar das boas tramas, não obteve o mesmo sucesso e acabou cancelada após apenas uma temporada de 13 episódios. E esse deve ser o mesmo destino de Supergirl, caso seus produtores e roteiristas não encontrem o tom adequado rapidamente.

TV Warner DC

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