Universo Marvel nos apresenta a seu próprio Lobisomem

Os estúdios Marvel seguem inovando em formato e conteúdo. Nada muito extravagante, mas diferente do que estávamos acostumados. O especial Lobisomem na Noite (Werewolf by Night, 2022), já disponível no serviço de streaming Disney+, não chega a ser um filme, tem cara de episódio. Mas um independente, não pertencente a uma série, e nos apresenta a um personagem novo nesse Universo Cinematográfico: o lobisomem Jack Russell. E faz isso homenageando os clássicos filmes de monstro da Universal Pictures.

Depois de dirigir dois curtas, o compositor Michael Giacchino, figurinha fácil nas trilhas da Marvel (como na trilogia do Homem-Aranha), decidiu aceitar o desafio de comandar uma produção dessa magnitude. E deu conta satisfatoriamente. O roteiro, escrito por Heather Quinn (de Gavião Arqueiro) e Peter Cameron (de WandaVision e Cavaleiro da Lua), não se preocupa com muitas explicações, o espectador pode até ficar um pouco perdido quanto aos personagens utilizados. Nada que afete a sessão ou a experiência. Muito pelo contrário, é tudo muito enxuto e direto.

De cara, descobrimos que o lendário caçador de monstros Ulysses Bloodstone faleceu e haverá uma disputa para que outro caçador seja escolhido para carregar o legado dele: uma pedra que dá poderes a quem a leva. A filha de Bloodstone, Elsa (Laura Donnelly, de Outlander), deixou a casa há anos e será tratada como uma mera competidora. Entre eles, temos Jack (Gael García Bernal, de Wasp Network, 2019), um sujeito misterioso que entra na competição.

A escolha da fotografia em preto e branco (assinada por Zoë White, de Handmaid’s Tale) é acertada por várias razões, além da óbvia: aproximar o especial dos filmes das décadas de 30 e 40, que fizeram escola no gênero terror. Dessa forma, não há o carnaval de cores e formas de um Thor: Amor e Trovão (Thor: Love and Thunder, 2022), por exemplo, e o designer de produção pode se focar em criar a mansão, seus arredores e desafios. A trama consegue ser mais objetiva e é possível usar uma carga de violência maior sem que a censura cresça, já que é tudo muito estilizado.

Há filmes da Marvel que se aventuram em gêneros mais específicos, como espionagem e assalto. Fora o ensaio em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness, 2022), essa é a vez em que o estúdio entrou a fundo no campo de terror, e esta pode ser a porta para diversos outros personagens serem introduzidos, o que já é o caso de Ted Sallis, o Homem-Coisa. Vamos ver o que a Fase 5 do MCU nos reserva, já que a 4 está se encerrando.

Giacchino compôs a trilha e dirigiu “uma carta de amor ao terror clássico”

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
Esta entrada foi publicada em Adaptação, Estréias, Filmes, Homevideo, Indicações, Quadrinhos e marcada com a tag , , , , , , , , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *