Universo de The Boys ganha reforço com Diabolical

Para quem está na expectativa da estreia da terceira temporada de The Boys, em junho, uma opção é conferir a antologia derivada The Boys Presents: Diabolical. A atração expande o universo da série contando novas histórias sobre aqueles personagens e introduzindo outros. Em meio à sangueira, aproveita para tocar em assuntos delicados, como a solidão, a velhice, as redes sociais e as relações humanas.

Os oito curtos episódios de Diabolical, em torno de 13 minutos, estão disponíveis no Amazon Prime e mudam radicalmente de tom. Mas isso não significa que peguem leve na violência. Afinal, é um spin off de The Boys, não poderíamos esperar menos. O fato de se tratar de uma animação elimina restrições orçamentárias e permite aos envolvidos irem à loucura. Os criadores da revista em quadrinhos, Garth Ennis e Darick Robertson, estão envolvidos em tudo, assim como o produtor e criador da série mãe, Eric Kripke.

Interessante notar que, entre os dubladores, são mantidos alguns dos originais, como Anthony Starr, Elizabeth Shue e Giancarlo Esposito. E boa parte é alterada. Temos, por exemplo, Jason Isaacs como Butcher, ao invés de Karl Urban. E Hughie é dublado por Simon Pegg, que inspirou o personagem nos quadrinhos (e vive o pai dele na série). Entre os roteiristas, não faltam nomes famosos, como Awkwafina, Andy Samberg e os também produtores Evan Goldberg e Seth Rogen.

Para quem não conhece, a série original nos apresenta a um mundo onde seres superpoderosos usam fantasias para salvar as pessoas, mas, nos bastidores, são crápulas preocupados com a própria imagem e com o próprio bolso. Uma corporação bilionária, a Vought, banca um supergrupo chamado Os Sete e é um grande prestígio fazer parte. Só que quem entra fica imediatamente refém da diretoria e passar a servir a eles.

Billy “Açougueiro” Butcher é alguém que tem algo contra o principal herói, e o pior deles: o Capitão Pátria (ou Homelander). Por isso, reúne um grupo informal e talentoso para tentar derrubar todos eles. A série principal foca nesse antagonismo e desenvolve os dois lados. Diabolical, mantendo a mesma lógica, tem liberdade para mostrar aspectos que normalmente não vemos.

Algo importante a ser mencionado (que pode ser um spoiler para quem não assistiu a The Boys) é que a Vought desenvolveu um composto para criar esses heróis. Com ele, qualquer um pode se tornar superpoderoso. E isso é mote para metade dos oito episódios, que mostram pessoas comuns em situações extraordinárias. Como seria passar a ter poderes? A pessoa se tornaria mais popular? Tiraria vantagens disso? Poderia ajudar outros? Essas são algumas das questões levantadas.

Se a parte filosófica existe, há também equilíbrio. A série traz ação, humor, tiros, explosões e suspense. Para os fãs de The Boys, é uma experiência interessante que traz mais elementos para enriquecer o universo já conhecido. Para os novatos, é um passatempo divertido que certamente vai instigá-los a procurar as duas temporadas disponíveis do live action.

Será que todo superpoder é bom e bem-vindo?

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é mestre em Design na UEMG com uma pesquisa sobre a criação de Gotham City nos filmes do Batman. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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