Os destaques do ano, na TV e no Cinema

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

20132013

Esse foi um dos anos em que menos freqüentei as salas de cinema, por motivos diversos. Por outro lado, e talvez por causa disso, foi também o ano em que mais assisti a séries de TV. Assim sendo, essa lista com os destaques positivos e negativos do ano, tanto no Cinema quanto na TV, terá mais exemplos vindos da segunda do que do primeiro.

Thor 2Thor 2Em 2013, vimos mais um round da eterna briga Marvel/Warner DC no cinema. Enquanto que em 2012 a briga se mostrou equilibrada, com a Marvel se destacando com Os Vingadores e a Warner com seu Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, esse ano a coisa pendeu mais para a casa de Stan Lee, não só pelo número quanto pela qualidade do que se viu nas telas. Enquanto a Marvel nos apresentou três produções – Homem de Ferro 3, Thor: O Mundo Sombrio e Wolverine: Imortal (ainda que essa seja uma produção Fox) – a Warner/DC trouxe apenas o segundo reboot da franquia Superman com O Homem de Aço. Homem de Ferro 3 e Thor cumpriram bem o papel que lhes fora reservado no sentido de manter o interesse ao redor do universo coeso que a Marvel pretende criar no Cinema; Wolverine Imortal, apesar de ser um esforço decente e que apaga um pouco a péssima imagem de seu predecessor, ainda está longe de transpor o personagem dos quadrinhos para a tela grande. Vale mais pela cena escondida do que pelo filme em si. Finalmente, a Warner/DC erra novamente em seus esforços cinematográficos e O Homem de Aço, apesar de ser um bom filme de ficção e aventura, falha em mostrar o Superman ao qual os fãs se acostumaram no cinema.

Outros destaques positivos do ano ficam para a segunda parte de Jogos Vorazes, apesar de que a primeira parte do filme parece bastante arrastada; O Hobbit: A Desolação de Smaug, que também sofre um pouco com a questão de ritmo em alguns momentos; Além da Escuridão – Star Trek; e o bobinho, mas bastante divertido, Círculo de Fogo. Por outro lado, o badalado (pelo menos por aqui, por ter dois brasileiros em seu elenco) Elysium, Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer e Guerra Mundial Z são filmes que, ao meu ver, ficaram abaixo da expectativa e se encaixam na categoria “eu não pagaria para vê-los de novo”. Todos têm seus méritos, mas não superam suas falhas.

VikingsVikings

Quando o assunto é TV, preciso dividir meus destaques em duas categorias: de um lado, temos aquelas séries cuja primeira temporada foi veiculada esse ano; e temos aquelas que têm algum tempo de estrada e continuam merecendo menção (até porque só descobri algumas delas em 2013). Das séries que começaram a ser produzidas esse ano, merece destaque Vikings, do History Channel, que apesar de ser bastante fictícia usa resultados de pesquisas arqueológicas e históricas para jogar um pouco de luz sobre o modo de vida das pessoas daquela época. Hannibal, que mostra a vida de Hannibal “o Canibal” Lecter antes de sua primeira aparição no Cinema, também é um esforço interessante a ponto de superar minha cisma com esse tipo de produção, as prequels.

Outro ponto positivo vai para The Following, com Kevin Bacon e James Purefoy, cuja premissa é bastante interessante. O mesmo vale para versão americana de The Bridge, cujo destaque é a atuação convincente de Diane Kruger. Atravessando o oceano, a série The Fall, com seus cinco episódios, também merece menção principalmente pela performance de Gillian Anderson, a eterna Dana Scully de Arquivo X. Por outro lado, séries como Crossing Lines e Dracula ficaram abaixo da expectativa. A primeira por ser apenas mais do mesmo, enquanto a segunda poderia se aproveitar mais da censura mais alta e do protagonista carismático. Finalmente, há aquelas séries que não se destacam nem positiva nem negativamente, valem mais pela curiosidade do que por sua excelência. Nesse quesito, vale mencionar Under the Dome e Agents of S.H.I.E.L.D.

Com relação a séries cujas novas temporadas estrearam em 2013, não há muito do que reclamar. Spartacus: War of the Damned deu um fim bem digno à série, sendo o último episódio, Victory, um dos melhores; Luther, com o grande Idris Elba, foi outra série que encerrou seu ciclo na TV, depois de apenas 4 temporadas e um total de 14 episódios, de forma bastante satisfatória;  The Walking Dead, depois de alguns trancos e barrancos na segunda metade de sua terceira temporada, começou devagar na quarta, mas engrenou e teve três belos episódios fechando os primeiros oito; Whitechapel, outra série britânica de detetives, se mostrou a grande surpresa do ano, e aguardo sua quinta temporada com uma certa ansiedade.

O grande destaque do ano, no entanto, não poderia ser outro e vai, novamente, para Game of Thrones. Impressiona como a HBO consegue manter o nível da série lá em cima e, mesmo com a concorrência da aclamada recém-findada Breaking Bad (que seria um dos destaques do ano, mas, como não a acompanhei, prefiro me abster), teve o nono episódio de sua terceira temporada, The Rains of Castamere, como o episódio de série televisiva que mais repercutiu na Internet.

Game of Thrones continua sendo o recorde de buscas na rede

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é mestre em Design na UEMG com uma pesquisa sobre a criação de Gotham City nos filmes do Batman. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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