por Marcelo Seabra
É uma pena que animações ainda tragam aquele estigma ridículo de que sempre seriam destinadas ao público infantil. Com O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas, 1993), as animações em stopmotion atingiram um outro patamar, e se seguiram A Noiva Cadáver (Corpse Bride, 2005) e Coraline (2009), para ficar nos principais. O tema mais sombrio foi comum a todos os longas mencionados e agora temos mais um belo exemplo: ParaNorman (2012).
Quando a vida parecia seguir seu caminho normal, Norman é procurado pelo doidão da cidade, um sujeito solitário e mal vestido que comunica ao garoto que ele será o próximo a lutar contra a maldição da bruxa. Norman descobre que não só a história contada na cidade é verdadeira como a bruxa está prestes a acordar, e ele deverá colocá-la para dormir novamente. E, teoricamente, sozinho, já que ele não é um cara muito popular.
Como acontece com outros desenhos produzidos recentemente, como a franquia Shrek, há referências curiosas e outros atrativos para o público mais velho, e a jornada de Norman rumo ao mundo adulto deve interessar aos adolescentes (e pré). Mas não é um programa muito adequado para os mais jovens, que poderão ser assombrados pelas imagens de zumbis ou pela simples ideia da morte, que está sempre presente durante a exibição. A abordagem do além-túmulo poderia ter ido mais longe, os temas relacionados poderiam ter sido melhor explorados, mas não deixa de ser uma história simpática com um personagem com o qual o espectador pode se identificar.
Lamentavelmente, é impossível ver uma animação nos cinemas com o áudio original. Se com filmes tidos como adultos já anda complicado, imagine com um desenho! Dessa forma, o público brasileiro não pode conferir o trabalho do jovem Kodi Smit-McPhee (de A Estrada, 2009), que dá voz e personalidade a Norman. Além dele, John Goodman, Leslie Mann, Anna Kendrick, Casey Affleck, Bernard Hill e Christopher Mintz-Plasse também estão no elenco. Muitos podem rejeitar o longa por não poderem apreciá-lo na íntegra, o que é compreensível, e deverão recorrer futuramente ao DVD. Não deixa de ser uma injustiça, mas as distribuidoras criam essa situação e resta ao público buscar saídas.
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Oi, gostei muito de seus artigos,bem informativos.
Vou recomendar parabéns