Crescer dói, nos diziam os pais quando éramos jovens. Envelhecer é difícil, nos dizem agora que crescemos. Afinal, quando é que vem a boa notícia?
Círculos se fecham, fases terminam, a finitude mostra as garras. O sábio Léo vive me dizendo: “a gente precisa encerrar as etapas”. Pois é. Acho que, pouco a pouco, estou encerrando várias. Ou a própria vida está. Muitas coisas não dependem da nossa vontade, mas as que dependem, quase sempre têm dia, hora e local para acabar. Duro é reconhecer o momento e ter a coragem para resolver. Fechar uma porta é mais difícil que abrir.
Tenho uma vaga ideia do meu público. Uma ferramenta do blogger me diz que são quase dois milhões de leitores pelo Brasil e o mundo. Pouco mais da metade (53%) são mulheres. Sei que usam mais o celular, a operadora, o horário de pico, etc. Mas não consigo saber a idade. No Facebook tenho uma ideia. Um rápido passeio pelos retratinhos e vejo quem são. Mas intuo que no blog o perfil não muda muito.
Estou com 50 anos e penso que parte considerável de vocês têm próximo ou mais que isso. Talvez daí tanta identificação com o que escrevo, da forma que escrevo. A idade e maturidade libertam. Por isso tenho tanto prazer em escrever aqui. Sinto que sou ouvido. Sei que sou compreendido. Num país tão hostil e tosco, isso é muito reconfortante. Tenho certeza que vocês encontram neste espaço um “porto seguro” contra a estupidez da internet.
Somos todos iguais. Só mudamos os nomes e endereços. Vocês também estão encerrando etapas, eu sei. Também estão batendo a cara no espelho, o corpo nas dores, o afeto nas despedidas. Olhar para frente nos mostra um caminho mais que curto que o que ficou. Reviver, hoje, dá mais conforto que viver. O corpo adoece e a mente envelhece, mas as respostas finalmente dão as caras. E ainda que nem sempre gostemos delas, isso traz paz e um baita alívio.
Saber é sempre melhor que desconhecer — até porque, a realidade quase sempre é menos dura que a fantasia. Pena que demore tanto, não é verdade?
Eu so venho aqui pra replicar suas asneiras. Nao confunda isso com identificacao.
Eu, hein! E o que é que te faz pensar que isso possa ter qualquer significado para mim? Se vem porque gosta, odeia, não tem o que fazer, enfim… tô cagando e andando, Jorge.
É cada doido que aparece por aqui!!!
Boa resposta ????
????
É Ricardo , não é fácil . O seguir em frente agora , apesar do privilégio é também cruel. Já não temos dúvidas quanto ao destino . Deixa prá lá ! E também de que maneira teríamos a oportunidade de conhecê-lo , privar de sua amizade ,suas opiniões . Muito bom caro amigo .desejo que você siga em qualquer idade com esse destemor e discernimento .
Poxa, obrigado!
Ricardo, ri sozinha porque a carapuça me serviu.
Genial!!!
Seus textos são diferentes, destoam do “mainstream” a que estamos acostumados e da asneira midiática a que somos submetidos no dia a dia. Este, em especial, fala não somente aos seus leitores mas à todos. A carapuça serviu para a humanidade. A noção da finitude torna a margem para erros mais curta, os bons se tornam melhores, os ruins idem. Tenho 10 anos a menos que você mas num piscar de olhos terei meus 50, você 60 e daqui a pouco sumimos do mapa. Ou fazemos esse restinho de existência valer a pena ou é melhor ir agora mesmo não é. Parabéns, continue “descendo o pau” na ignorância e nos conceitos dos ignorantes. Abraço e Feliz 2018 !!
obrigado! procê também. abrs
Eu tenho infelizmente chegado a conclusão que estou ficando velho e não sábio, como deveria ser.
O tempo tem se mostrado mais inimigo que amigo. Logo a triste conclusão de que não vale a pena!
Certamente, alguns concordam outros não.
“Se todos os nossos infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos em partes iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas, de novo, só os nossos.”
Sócrates