“Não tenho tudo o que quero, mas quero tudo o que tenho”

A frase acima é velha conhecida dos fãs dos para-choques de caminhão. Quando criança, na estrada, a diversão era garantida

Foto: http://showroomimagensdopassado.blogspot.com.br

Adorava viajar de carro. Mesmo quando adulto, não perdia uma oportunidade. Trocava o avião fácil, fácil. Infelizmente, de uns, sei lá, 20 anos para cá, viajar de carro por algumas estradas tornou-se uma roleta russa. Salvo as estradas paulistas e raríssimas exceções em outros estados, não há mais prazer em se pegar o “estradão”, só mesmo medo e um desejo imenso que o destino chegue logo.

“A inveja é uma merda; dirigido por mim, guiado por Deus; mulher feia e limão, só com cachaça; é triste a dor do parto, mas tenho que partir”. Feche os olhos, concentre-se e tenho certeza que se lembrará de alguma. Todos nós guardamos nossas memórias afetivas. Basta procurá-las. E as viagens de outrora com os pais, naqueles Fusquinhas ou Variantes, sem cinto de segurança, ABS ou Airbag, certamente habitam nosso parquinho de diversões do inconsciente.

Um bobo, destes que não sai do blog, mas diz me detestar, zurrou pensando que me ofende: “você não é nada, não é ninguém. Seus posts recebem 15 ou 20 comentários. Logo você desaparece”. Não foi exatamente isto, já que esta turma não sabe escrever, mas o sentido era este. Pela primeira vez, confesso, em pouco mais de um ano e meio de blog, um comentário raivoso me atingiu, me fez pensar a respeito.

Eu poderia lhe dizer que são muito mais que 15 ou 20 comentários, principalmente no Facebook. Poderia lhe dizer que estamos perto de atingir 2 milhões de usuários únicos (leitores diferentes). Poderia lhe dizer que o Opinião Sem Medo! é, sem chance de eu estar errado, um dos dois ou três blogues mais lidos de Minas Gerais. Mas querem saber? Ainda assim ele estaria certo, estaria coberto de razão.

Diante dos grandes jornalistas e blogueiros dos maiores portais do Brasil, sou tão relevante quanto o gato miando na garagem. Ocorre que não sou jornalista, não vivo do blog e sou assumidamente um amador na área. Escrevo porque gosto e porque tenho de tempo de sobra, graças — aí, sim — ao sucesso que obtive na minha atividade profissional. Ou seja, pouco me importa a audiência, já que não dependo dela para nada, inclusive ter o blog.

Mas o que isto tem a ver com o título e o início do post? Logo saberão! Não quero nem nunca quis “ser alguém”. É o anonimato e o amadorismo que me permitem fazer o que mais gosto, o que fiz hoje: ir almoçar com um querido amigo de adolescência e ficar com ele até às nove da noite conversando. Não troco isto por nada neste mundo! Só não foi um dia ainda mais perfeito por causa dos R$ 60 que o BH shopping me cobrou de estacionamento, hehe.

Amigos: não tenho todos os leitores que quero, mas quero todos os que tenho. Entenderam agora? Mesmo os doidos que me amam odiando, como o sujeito do comentário. Afinal, como bem diz a frase do caminhão de hoje cedo: “Quem tudo quer, nada tem”. Leiam mais os para-choques por aí. São mais sábios que a maioria das pessoas que conhecemos. E por fim, “levem a vida sorrindo, que é para ela não os levar chorando”.

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8 thoughts to ““Não tenho tudo o que quero, mas quero tudo o que tenho””

  1. Fico feliz de ser um dos 2 milhões de leitores únicos.
    Temos de agradecer ao Uai por hospedar este blog.
    É uma oportunidade única de poder conviver diariamente com a direita tupiniquim e seus pensamentos.
    O blogueiro nos brinda diariamente com mentiras, manipulações, preconceitos e uma agressividade de adolescente.
    Acompanho diariamente as “aulas” do blogueiro professor, com a certeza de que após a aula diária terei mais firmeza e convicção sobre o tipo de idéias que não se deve seguir.
    Gosto de fazer comentários. Não para que sejam necessariamente lidos por terceiros.
    São sempre para o blogueiro. Só para ele perceber que alguém pensa diferente dele.
    Isso basta para irrita-lo, naturalmente.

  2. Cara, vou matar sua curiosidade.
    Defendo a democracia, a tolerância, o respeito às diferenças e a pluralidade de idéias.
    Para não lhe parecer muito genérico, mesmo achando a democracia brasileira frágil e com defeitos faço sua defesa.
    Defendo a existência de partidos políticos e das organizações da sociedade civil.
    Ah, prá ser mais claro ainda: irei votar em Lula ou em quem ele apoiar.
    Não pense que tenho bandido de estimação.
    Simplesmente o acho honesto e o melhor presidente que o país já teve.
    E você, além de babar para o blogueiro, tem alguma idéia?

    1. Olá Marcelo, se me permites, abono seu pensamento e, se a canalhinha não proibir a eleição apertarei garbosamente o treze.

  3. Já viajamos de pampa – Ipatinga – Vitória e Ipatinga – Mucuri – na carroceria com capota de fibra um colchão de casal acomodava 5 crianças; na frente iam meus pais. Bons tempos, era início dos anos 90 e tínhamos esperança na redemocratização, sonho jogado no lixo por estas quadrilhas q disputam o poder sem limites

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