A onda agora é tirar sarro da cara de quem se dá mal. Talvez seja exatamente isso que alguns políticos fazem conosco
Espíritos de porco (http://vestibular.ne10.uol.com.br/2017/11/05/blogueiro-faz-camarote-para-recepcionar-atrasados-do-enem/)
Como sabem os leitores frequentes deste blog passei alguns dias fora, numa espécie de retiro espiritual. Não daqueles onde se reza e se medita o tempo todo, mas num onde come-se, bebe-se, namora-se e ri-se com extrema abundância, com amigos seletos. Durante estes dias, procurei me afastar ao máximo do cotidiano e me concentrei no desfrute da ocasião. Mas, de vez em quando, abria uma exceção e me atualizava sobre o mundo real.
Um dia, li que se tornou prática, nos dias de ENEM, grupos de idiotas concentrarem-se à porta dos locais de prova apenas para zombar daqueles que chegam atrasados. Confesso que iniciei um texto sobre isso, mas logo me policiei e sabiamente não troquei minutos de lazer por outros de raiva. Havia me esquecido do assunto até hoje, quando uma matéria da FSP me trouxe o tema de volta.
Não sei o que faz uma pessoa sair de casa e enfrentar sol e chuva apenas para curtir e comemorar a dor alheia. Talvez seja exagero da minha parte, mas logo me lembrei do Coliseu, em Roma, onde no início dos anos d.C., milhares de romanos se aglomeravam em busca de diversão. Qual? Lutas homicidas, execuções, tortura e afins. Em suma: sangue alheio. Ver um leão devorar alguém era como assistir a uma final de Copa do Mundo.
Imagino um rapaz (ou uma moça), desesperado, após anos de estudo sério e sacrifício pessoal, preso em um congestionamento imenso causado por uma manifestação qualquer, assistindo impotente o caminhar dos minutos em seu relógio de pulso, olhando pela janela do ônibus lotado. Imagino também um outro, que por ter de esperar a mãe chegar do trabalho (uma enfermeira noturna), já que o irmãozinho recém-nascido não tem com quem ficar, acaba saindo de casa atrasado. Ambos perderam a hora e a prova. Imbecis querem também lhes tirar a dignidade.
Casos assim, propositadamente dramatizados neste texto, são reais. Não são apenas os “filhinhos de papai”, que dormiram demais após a balada da noite anterior, que perdem o horário e chegam atrasados. Não são apenas as “riquinhas da zona sul”, que passaram mais tempo se maquiando e se produzindo, que recebem um portão fechado na cara. Não são apenas os irresponsáveis, os boêmios, os dorminhocos que perdem um ano na vida. Ao contrário. As histórias por trás dos atrasos são mais comuns e presentes no nosso dia a dia do que se pode imaginar. Banalizar a dor pessoal e humilhar aquele que encontra-se no chão é tão cruel quanto revoltante.
Eu não sei o que leva um inútil destes a agir desta maneira, mas sei bem o que ele merece. Tomara que encontre. Quem sabe, um dia, um atrasado qualquer não resolva lhe mostrar? Nada como um bárbaro para civilizar outro. Será memorável. Aí veremos quem rirá por último, se a caça ou o caçador.
Olá Distinto, pelo que tem dito a imprensa marrom o mininu que exigia ventilador ligado para empinar pipa dentro de caso cresceu. Cresceu e virou coronel, porquanto além de abafar a imprensa das Alterosas agora deu para escantear brutalmente outro senado, o Gereissati. Com isso o partido dos tucanos que já era um arremedo vai sumindo igual água pouca no terrenos pedregoso. Boa semana, com a necessária relativização do momento!
Isso em alemao se chama "Schadenfreude".
Nao sei para onde voce foi mas voltou melhor agora ta quase um ser humano. Continue assim!
Olá Distinto, dias depois que a lama desceu de Mariana retirando vidas e soterrando esperanças e dignidades houve uma partida de futebol disputada em São Januário na qual se abriu uma grande faixa de solidariedade pelos mortos... ... de um atentado em Paris! É como diziam os Mestres Machado de Assis e Ariano Vilar Suassuna: a elitizinha brasileira é caricata e grotesca. O maior desastre havido em Pindorama, havido entre as montanhas, quase não aparece na imprensa local, neste espaço então nem um til. Vigora os métodos de Assis Chateaubriand, fala-se do Macaco Elétrico e da Xoxota Pestana, mas daquilo que tem pertinência com nossas vidas, necas de pitibiriba!
Eu não entendo, os horários são amplamente divulgados, basta sair de casa mais cedo. Típico de brasileiro se atrasar. Eles não conhecem relógio.
Você leu o texto????????
Sou na maioria das vezes crítico a seus comentários mas não posso deixar de concordar e reconhecer que nessa você foi certeiro.
O que me deixou assustado no seu texto é que voçê disse que estava namorando,quem é a DOIDA?
alguém que escreve você sem ç
Cuidado, Ricardo, com sua mania de corrigir o Português dos seus críticos. É comum encontrarmos derrapadas gramaticais em seus textos. Veja que, no antepenúltimo parágrafo desse ótimo texto, você escreveu "Banalizar a dor pessoal e humilhar aquele que encontra-se no chão é tão cruel quanto revoltante."
Semanticamente, concordo com você no que se refere às ideias expressas neste trecho.
No entanto, pelo que consta nos compêndios gramaticais (D. P. Cegalla, por exemplo), a ênclise usada está incorreta. Trata-se de um caso típico de próclise (que se encontra).
A gramática da Língua Portuguesa é cheia de armadilhas e todos nós estamos sujeitos a cometer equívocos gramaticais em nossos textos, afinal, errar ainda é humano.
Mas isso não prejudicou nem a coesão, nem a coerência da sua exposição. Quando você não fala de política, seus textos são bem mais agradáveis.
Concordo com o PETERS. O descanso foi muito bom para você.
Quando eu começar a escrever "voçê" eu paro. Até lá, ênclise, próclise ou semântica não me importam
Realmente isso é coisa de um imbecil mesmo.
Prezado Ricardo, compartilho da opinião de que falta a essas pessoas empatia para com aqueles que chegam atrasados. Também não vejo graça na dor alheia.
Por outro lado, acho que o comportamento daqueles que se atrasam e se desesperam, choram e imploram pela abertura de um portão reflete algo muito típico do brasileiro: a tentativa de "dar um jeitinho", de dobrar as regras em benefício próprio. O fato de algo acontecer no horário previsto no Brasil merece aplausos. Na época em que fiz vestibulares, era comum que as provas começassem com pelo menos uns 15 a 30 minutos de atraso.
O que esses atrasados deveriam fazer é encarar o que aconteceu de forma um pouco mais estoica. Chegou atrasado? Aceite sem chorar, ao invés de dar espetáculo se debatendo nas grades e implorando pela abertura de um portão. Se for dar espetáculo, é natural que haja gente que se divirta com isso...
"Nada como um bárbaro para civilizar outro". Estranho como essa frase, que deveria ser tão grotesca aos nossos olhos, é tão coerente em todos os aspectos no Brasil atualmente.
Ricardo, gosto muito do seu blog. Leio sempre que possível, algumas vezes concordo, outras não, mas uma coisa é inegável: Você sempre apresenta bastante coerência em suas opiniões, exercendo algo que, independente de partido político, é o ápice do conceito de democracia: a liberdade de expressão. Infelizmente, algumas pessoas que não respeitam suas opiniões (não estou falando em discordar, sim em agredir), curiosamente, são as mesmas que defendem aqueles que, em determinado momento da nossa História, "lutavam" por essa mesma liberdade democrática.
Continue com seu blog, pois dentre tanta "porcaria " produzida hoje em dia na Internet, você faz o trabalho que todos deveriam fazer dentro dos meios de comunicação: O convite para o debate de ideias e o pensamento crítico.
Abraço.
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Olá Distinto, pelo que tem dito a imprensa marrom o mininu que exigia ventilador ligado para empinar pipa dentro de caso cresceu. Cresceu e virou coronel, porquanto além de abafar a imprensa das Alterosas agora deu para escantear brutalmente outro senado, o Gereissati. Com isso o partido dos tucanos que já era um arremedo vai sumindo igual água pouca no terrenos pedregoso. Boa semana, com a necessária relativização do momento!
Isso em alemao se chama "Schadenfreude".
Nao sei para onde voce foi mas voltou melhor agora ta quase um ser humano. Continue assim!
Olá Distinto, dias depois que a lama desceu de Mariana retirando vidas e soterrando esperanças e dignidades houve uma partida de futebol disputada em São Januário na qual se abriu uma grande faixa de solidariedade pelos mortos... ... de um atentado em Paris! É como diziam os Mestres Machado de Assis e Ariano Vilar Suassuna: a elitizinha brasileira é caricata e grotesca. O maior desastre havido em Pindorama, havido entre as montanhas, quase não aparece na imprensa local, neste espaço então nem um til. Vigora os métodos de Assis Chateaubriand, fala-se do Macaco Elétrico e da Xoxota Pestana, mas daquilo que tem pertinência com nossas vidas, necas de pitibiriba!
Eu não entendo, os horários são amplamente divulgados, basta sair de casa mais cedo. Típico de brasileiro se atrasar. Eles não conhecem relógio.
Você leu o texto????????
Sou na maioria das vezes crítico a seus comentários mas não posso deixar de concordar e reconhecer que nessa você foi certeiro.
O que me deixou assustado no seu texto é que voçê disse que estava namorando,quem é a DOIDA?
alguém que escreve você sem ç
Cuidado, Ricardo, com sua mania de corrigir o Português dos seus críticos. É comum encontrarmos derrapadas gramaticais em seus textos. Veja que, no antepenúltimo parágrafo desse ótimo texto, você escreveu "Banalizar a dor pessoal e humilhar aquele que encontra-se no chão é tão cruel quanto revoltante."
Semanticamente, concordo com você no que se refere às ideias expressas neste trecho.
No entanto, pelo que consta nos compêndios gramaticais (D. P. Cegalla, por exemplo), a ênclise usada está incorreta. Trata-se de um caso típico de próclise (que se encontra).
A gramática da Língua Portuguesa é cheia de armadilhas e todos nós estamos sujeitos a cometer equívocos gramaticais em nossos textos, afinal, errar ainda é humano.
Mas isso não prejudicou nem a coesão, nem a coerência da sua exposição. Quando você não fala de política, seus textos são bem mais agradáveis.
Concordo com o PETERS. O descanso foi muito bom para você.
Quando eu começar a escrever "voçê" eu paro. Até lá, ênclise, próclise ou semântica não me importam
Realmente isso é coisa de um imbecil mesmo.
Prezado Ricardo, compartilho da opinião de que falta a essas pessoas empatia para com aqueles que chegam atrasados. Também não vejo graça na dor alheia.
Por outro lado, acho que o comportamento daqueles que se atrasam e se desesperam, choram e imploram pela abertura de um portão reflete algo muito típico do brasileiro: a tentativa de "dar um jeitinho", de dobrar as regras em benefício próprio. O fato de algo acontecer no horário previsto no Brasil merece aplausos. Na época em que fiz vestibulares, era comum que as provas começassem com pelo menos uns 15 a 30 minutos de atraso.
O que esses atrasados deveriam fazer é encarar o que aconteceu de forma um pouco mais estoica. Chegou atrasado? Aceite sem chorar, ao invés de dar espetáculo se debatendo nas grades e implorando pela abertura de um portão. Se for dar espetáculo, é natural que haja gente que se divirta com isso...
"Nada como um bárbaro para civilizar outro". Estranho como essa frase, que deveria ser tão grotesca aos nossos olhos, é tão coerente em todos os aspectos no Brasil atualmente.
Ricardo, gosto muito do seu blog. Leio sempre que possível, algumas vezes concordo, outras não, mas uma coisa é inegável: Você sempre apresenta bastante coerência em suas opiniões, exercendo algo que, independente de partido político, é o ápice do conceito de democracia: a liberdade de expressão. Infelizmente, algumas pessoas que não respeitam suas opiniões (não estou falando em discordar, sim em agredir), curiosamente, são as mesmas que defendem aqueles que, em determinado momento da nossa História, "lutavam" por essa mesma liberdade democrática.
Continue com seu blog, pois dentre tanta "porcaria " produzida hoje em dia na Internet, você faz o trabalho que todos deveriam fazer dentro dos meios de comunicação: O convite para o debate de ideias e o pensamento crítico.
Abraço.
Poxa, César, muito obrigado! Abração
Auto elogio detectado.