Henrique Meirelles enquadra os governadores

Pela enésima vez na história, os governadores quebram os Estados e mandam a conta para a União. Mas…

meirelles
Agora a banda toca diferente

Pois é. Outra vez os estados quebraram! Todos? Não. Apenas aqueles administrados por irresponsáveis populistas e/ou corruptos seriais. O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul são os dois maiores exemplos. Como previ aqui a história se repetiu e a União correu para socorrer os bandalheiros. Um absurdo! Mas desta vez há uma significante diferença: o fator Meirelles.

HM — se Deus for bonzinho! — será o próximo presidente do Brasil. Se for ainda mais bonzinho, Antônio Anastasia será seu vice. Já escrevi aqui e aqui o que penso a respeito. É certo que a União está socorrendo os gastões, algo que não concordo. Acho injusto que governadores responsáveis sejam tratados como os irresponsáveis. Mais injusto ainda é a população de todo o país pagar as dívidas de um ou outro estado. Mas quem disse que o Brasil é justo? Além disso, de nada adiantaria a aprovação da PEC 241, que trará estabilidade ao país, com dois ou três estados quebrando.

O fato é que Meirelles não só já é uma espécie de presidente, como também está dando uma enquadrada sem precedentes nesta turma. As condicionantes impostas para salvar os governadores da bancarrota é de tal sorte inédita, que faz a PEC 241 parecer economia de pinga. Pelo que vi até agora, finalmente esta turma terá de apertar o cinto. Parece que a farra acabou; pelo menos por enquanto.

Isso já aconteceu antes e os caras deram um jeito de burlar? Sim. Vai acontecer de novo? Não sei, até seria bem provável. Mas qual a diferença, então? As amarras jurídicas que estão sendo impostas. E elas serão suficientes para a história não se repetir? A depender dos próximos presidentes, sim. Por isso citei o “fator Meirelles”. Se no futuro contarmos com um presidente firme, os governadores não arriscarão e cumprirão as metas de economia e “produtividade”.

Vejam só: Michel Temer já contava com larga maioria no Congresso. Porém, as reformas mais cruciais e polêmicas — a trabalhista e a previdenciária — sequer foram apresentadas. Conhecemos bem a mobilização dos bate-paus do PT, dos soldados do atraso, dos corruptos e corporativistas que quebraram o país. Seria briga de foice no escuro. Pois bem. Com este gesto, agora, seguramente o governo contará com apoio quase irrestrito no Congresso. As propostas serão aprovadas com menos dificuldades e o Brasil poderá enxergar, finalmente, uma luz no fim do túnel, que não seja o trem no sentido contrário.

Assim, as condições para uma recuperação econômica estarão mais bem postas. A chance de chegarmos em 2018, em situação muito melhor que hoje, fica cada vez mais possível e viável. Tudo o mais constante, Meirelles sairá muito fortalecido para a disputa da presidência. HM está matando dois coelhos com uma só cajadada: está enquadrando os governos estaduais e está garantido amplo apoio político. Ganham todos! Os Estados, o Brasil e os brasileiros.

É tacada de mestre. Com o nosso dinheiro, claro — e sempre é –, mas é um golaço de HM. Posso lhes dizer uma coisa: estou com raiva, sim, mas… Desta vez está bem menor!!

Leia mais, aqui.

6 thoughts to “Henrique Meirelles enquadra os governadores”

  1. Em se tratando de política, não há verdade que dure 24 horas, portanto, tudo pode ser também jogada para lá na frente, alguém pagar novamente a conta, já sabendo que somos os grandes financiadores de tudo e toda politica. Vamos aguardar para ver no que isso vai dar. Sobre a Pec 241, que agora no Senado Federal virou 55, não acredito que ela seja a solução, pois o principal, que é o excesso de gastos, não esta sendo coibido, muito pelo contrário, estão sempre dando um jeito de arrancar “algum”. Assim como acontece na nossa economia doméstica, os supérfluos devem ser cortados. A máquina pública deve funcionar dinamicamente, sem este monte de penduricalhos que encarecem nosso custo Brasil e fazem a bur(r)ocracia aumentar, travando processos e tornando muito dispendiosa a manutenção de tudo isso. Mas, como tudo tem um fim, isso faz com que alguém enriqueça. Ontem foram alguns, hoje são eles, amanhã outros serão. Parafraseando o poeta; estamos com a bunda exposta na janela para quem passar, passar a mão nela. Toca pra frente! Abraço.

  2. A verdade que sempre arranjam um jeito de proteger os políticos,vemos casos absurdos e o que acontece no final tem sempre a mão amiga de alguém ou uma brecha na lei.
    Como disse aqui hoje temos a midía como a arma mais poderosa contra esses bandidos, algo que não tinhamos nos governos de decadas atras.
    Acredito que essas propostas serão aprovadas mas cheias de emendas e restrições,sobre 2018 vamos ter na eleição muito lixo pesado de candidatando para senadores deputados governadores e presidente.
    Não se asssustem se MALUF,Fernado Collor e muitos outros re reelegerem.

  3. Prezado Ricardo; o que vou afirmar aqui poderá provocar a revolta de urubus lulopetistas. Mas, vamos aos fatos: depois que o Plano Real estabilizou a economia brasileira e que as medidas saneadoras, principalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal foram adotadas, uma onda de prosperidade poderia ter tomado conta do Brasil, pois estávamos prontos para um crescimento vertiginoso. Aí, surgiram tenebrosas nuvens negras no horizonte. Quando o analfabeto de Garanhuns assumiu a presidência, alguém – sei lá quem – fez com que um lapso de bom senso imperasse e colocaram Henrique Meireles na direção do Banco Central. Pelo menos no 1º mandato do “gênio” pernambucano analfabeto, a economia permaneceu estabilizada. No 2º, porém, passaram “MANTEGA” – provavelmente para que escorregasse com mais facilidade – e lá fomos nós ladeira abaixo. Quando exoneraram HM, a estupidez tomou conta e tudo que foi conseguido com austeridade e controle escorreu entre os dedos. Como prá baixo todo santo ajuda, o resultado da imbecilidade e incompetência, nos acompanha nos dias atuais. O mais grave, no entanto, são os reflexos na vida dos brasileiros, principalmente os mais humildes. Quantos desempregados temos agora… Não estou, ao contrário de você, tão otimista quando o assunto é estabilidade econômica. Espero que os que nos governam, tenham pelo menos a capacidade de administrar a vaidade dos apoiadores, a ganância por cargos – PUDER – de outros, e, principalmente a estupidez reinante nas casas legislativas. Já será um bom início.

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