A César o que é de César! Cobrem daqueles que lhes usurpam, não de mim que só lhes pago
Escrevi dois textos (aqui e aqui) sobre a quebra do país, incluindo estados e municípios. Não existe outra causa senão a diferença entre a arrecadação e o gasto. Demonstrei a origem financeira do rombo e uma de suas principais causas, o custo da máquina. Sim, o funcionalismo público é, ao lado da previdência e dos juros, a principal razão da bancarrota. Se há funcionários públicos valorosos (e os há), que recebem pouco e trabalham muito, que juntem-se ao meu “grito” de repulsa. Ficar ofendido, sentir-se injustiçado e vir me atacar por “generalizar” não vai resolver nada; além de ser inútil, pois continuarei a escrever o que penso. O nome do Blog é claro. Não tenho medo mesmo de expressar o que acredito. Até porque, ninguém é obrigado a concordar com o que eu imagino ser o correto. Não sou o dono da verdade, afinal.
Um professor de escola pública que recebe menos que um salário mínimo e trabalha em condições precárias faz parte da mesma estrutura pesada, ineficiente e abusiva que corrói as contas do Estado brasileiro. O seu “colega” desembargador, que recebe R$ 100 mil por mês e tem à disposição carro, motorista e uma penca de funcionários, é o responsável direto por sua penúria, não eu. É o colega privilegiado quem tem de repartir o próprio butim para trazer dignidade aos prejudicados, não a sociedade, pagar mais impostos, para fazer justiça social.
O funcionalismo público é administrado pelos próprios funcionários públicos. Se uma casta ordinária e privilegiada resolve se apropriar de 90% do bolo e relegar à 90% dos trabalhadores condições miseráveis de renda e trabalho, é esta casta a inimiga a ser combatida, é esta casta a culpada pelos problemas da categoria, é esta casta que deve responder a cada um dos prejudicados. A mim e à toda sociedade civil privada, resta exigir que recebamos por aquilo que já pagamos. Aliás, muito caro por sinal. E em dobro e triplo, inclusive. Pagamos, pagamos e pagamos.
Ao apontar os privilégios e benesses do funcionalismo público, eu exerço meu livre direito de expressão e de indignação de quem cumpre os deveres sem, contudo, receber os direitos. Não cabe a mim, como pagador de impostos e “patrão”, ficar distinguindo as categorias de funcionários públicos entre os bons e os maus, os pobres e os ricos, os vagabundos e os injustiçados. Não se trata de generalização. Trata-se, sim, de indignação! Indignação em relação à uma categoria, já que não estou personalizando as críticas ou as condutas. Nem poderia ou teria como.
Se não querem fazer parte do todo, que os “justos” se separem e apontem os “pecadores” eles mesmos. Eu é que não vou ficar agora, além de tudo, procurando separar, em cada texto, garis de deputados, médicos de postos de saúde de juízes federais. Minha crítica e minha “guerra” é contra o funcionalismo, não contra o funcionário. Quem quiser levar para o lado pessoal que leve. Até porque, mimimi por mimimi, sinceramente sou mais o meu, que é o de quem só se estrepa nesta história toda.
Boa tarde Ricardo.
Lílian, mais uma vez.
Eu entendia este espaço e você deu-me a entender isto também, como um lugar de debate e de emoções em equilíbrio. Não quis ofendê-lo, apenas expus um outro enfoque dentre tantos que o mesmo tema suscita…
No meu caso em particular, não levei para o lado pessoal e não sou dada a mimimi; mas creio que aquele que se propõe e se expõe ao dar sua opinião em público e através de meios de comunicação praticamente em tempo real, deve estar aberto a receber a contrapartida e também não se sentir o alvo individualizado e crucificado dentre as assertivas.
O funcionário público é um cidadão que também paga por ‘n’ serviços que chegam a toda a sociedade. E inteligente e perspicaz como você é, sabe que também você, de alguma forma, recebe algo deste cidadão.
Com o respeito de sempre, Lílian.
Lilian, o espaço é para o debate, sim; já emoções “em equilíbrio”… hehe!!
É claro que estou aberto à críticas e até mesmo ofensas, já que é um espaço aberto. Por isso mesmo não deixo de publicar todos os comentários que me enviam, exceto aqueles com palavrões muito pesados ou ofensas a terceiros.
Obrigado mais uma vez e um grande abraço.
Realmente gosto de você, Menino!
Entretanto, este último post tinha a ‘carinha’ de alguns comentaristas que deixam aqui mensagens muito passionais.
‘Inté’ a próxima!
Lílian.
Obrigado, amiga!!
Esse governo Temer é alívio realmente. Para alguns! Agora para 99% do povo! Bem!Tem gente que adora se fazer de idiota. Outros são idiotas mesmo.
Perfeito!
Vamos e venhamos… Eu gosto de ler o Ricardo. Quase sempre concordo com tudo que ele pensa. Mas uma coisa precisa ser observada como condição “sine qua non” para todo aquele que se propõe escrever, especialmente para o grande público: a correção gramatical! Sim, nossa língua pátria não pode ser assim relegada a um segundo plano. Às vezes não é que o autor não saiba; mas pode ser falta de revisão. Um teste para todos: quantas crases erradas há no texto acima? Este é o erro mais frequente em tudo que leio.
Marcos, basta me dizer onde estão os erros e eu os corrijo na hora. Se puder me fazer esse favor sempre, te agradeço muito. Abraço.
Está maluco Marcos Pimenta, o Sr. Kertzman nunca erra. Ele sempre tem razão em tudo que escreve. Ele sempre tem razão.
Apontar um erro dele chega a ser um sacrilégio.
Eu, hein! Esse bonecão tá mais para bonequinha, viu?
“Vossa excelência desperta em mim os instintos mais primitivos”
Seu texto é pura malícia e sedução.
Dá pra perceber.
Impecável!
Gostaria de barabenisa-lo pela questão abordada, se esta distorção fosse corrigida não haveria necessidade de pec do teto. Um abraço.
Parabéns, mandou bem!
O Brasil é o paraíso do “servidor” público, excluindo-se os servidores da educação, da saúde e da segurança, o resto nada em mordomias que a sociedade que trabalha e produz sequer sonha em receber. Vou citar um exemplo: servidores do MPE (ministério público estadual) tem direito a 30 dias ÚTEIS de férias… Alguém do setor privado que sustenta essa turma já teve isso??? Ou sonhou em ter???? Além de recessos e a política do “emendar” feriado….. As mordomias tem que acabar…. Existem no Brasil mais de 10 milhões de jovens que não fazem outra coisa a não ser estudar para passar em um concurso público, para não fazer nada, ganhar bem e ter estabilidade… essa é a verdade doa a quem doer… O concurso deveria ser para a pessoa entrar e não para ter estabilidade…. estabilidade se consegue prestando serviço de qualidade para o qual foi contratado… essa é mais uma mordomia que deveria ser extinta….
Concordo com tudo que disse e, se me permite … muito mais do que 10 milhões … muito mais, mesmo. Diria que gerações estão se permitindo a ter somente isso como meta.
Primoroso!
Enquanto houver política de pão e circo do governo e enquanto o brasileiro for um alienado por esporte (na hora da copa e da olimpíada todo mundo é pseudo-nacionalista e canta o hino “a plenos pulmões” não é mesmo?), você pode secar qualquer máquina pública e colocar todo o funcionalismo público ganhando salário mínimo, que o país vai continuar na merda e os recursos públicos continuarão sendo gastos indevidamente. Problema do país é ideológico: as pessoas tendem a não levar a sério e tratam com desleixo assuntos de interesse público.
O problema é que o “brasileiro” … é mal intencionado … e oportunista!
Salvo gratas exceções, via de regra é quanto pior melhor (para os outros!!!).
No dia que você convencer o funcionário público que ele ganha mais do que deve (pelo menos neste nosso país cheio de miséria) e que seu salário é sim um dos culpados por essas contas esdrúxulas a que temos visto eu vou te pagar um doce.
É como diz aquele senhor: “o país precisa mudar sim, desde que não comece pela minha casa”.
Lúbrico!
Irrepreensível!
Parabenizo a síntese e o detalhe, prezado blogueiro.
Fui funcionário publico concursado no INSS nos idos anos 80 mas fiz opção, após passados 5 anos, por fazer minha vida na iniciativa privada. Vi a escalada dos salários dessa categoria durantes esses anos.
O que acompanho nos pedidos de aposentadoria dos servidores estaduais, especificamente, é sim, uma descabida incoerência entre o que se apregoa, por parte dos interessados e o que se trabalha para a melhoria do sistema pelo que estão lá.
Todos os que estão dentro não querem sair e/ou nem mesmo discutir o problema já criado.
Fazem parte do problema e nunca da solução.
Os causadores, como bem sabemos, fazem, usam e passam e as mazelas e o caos sempre ficam e aumentam, permanentemente, sem solução.
Os afetados/beneficiados pela Lei 100 em MG, são uma afronta ao cidadão de bem, desde a sua proposta e quanto mais na sua aviltante execução (não é matéria pacificada e ainda teremos retrocessos e permissividades).
Já passo dos 53 anos e minhas esperanças já se esvaíram de que tenhamos uma politica e ações publicas, direcionadas ao efetivo bem público, aliás, “o bem público” sempre é objeto de desejo de seus participantes nomeados e eleitos (principais, secundários e demais) para o escarnio e delapidação, recorrentes.
Desde nossa colonização, nunca tivemos as atitudes responsáveis e compromisso com o futuro e atingimos o ápice de desmando ainda em 1964 … e em pouco mais de 28 anos, pós ditadura … caminhamos novamente, a passos largos, para a desolação e sofrimento cívico.
A tolerância ao erro reside no DNA dos brasileiros e a usam sem cerimonia, em proveito próprio.
Cabe a pais e educadores (pais, não país) tratar os desvios e quebrar o ciclo vicioso.
Quando enfatizo pais … e não país … é porque o senso comum se formando é de que o estado deve mandar e direcionar a educação doméstica. Isso é o veneno do qual se alimenta corruptos e corruptores. Ver famílias implorando por creches e terceirizando a formação do caráter de seus filhos, na fase mais frágil de sua formação, é deprimente e desolador.
“O certo é certo, mesmo que ninguém o faça … e o errado é errado, mesmo que todos o façam!”.
Abraço a todos!
Obrigado, Adilson. Abraço.
Magistral!
Trabalho na Caixa e vejo , infelizmente, como lá uma grande parte dos empregados ainda defende o PT ( que podre) só porque acha que um governo de esquerda não vai privatizar a Caixa!! Que contrassenso! Parecem alienados, não veem o que aconteceu com a Petrobrás e outras empresas públicas por aí. Como se isso fosse uma garantia de emprego. Pensamentos pequenos.
Eu quero que o funcionário publico vá se lasca, esta ruim, tá ruim desde que eu entendo por gente, mas a fila para concurso publico esta crescendo. É muito vagabundo com a intenção de comer quieto crie vergonha na cara vá procurar um emprego na industria privada, aaa mas la você não quer né, se não trabalhar mostrar serviço esta demitido, então eu quero mais é que vá se fu!!!!
Se o lúbrico foi direcionado a mim, respeito sua opinião mas prefiro a minha.
Diazepínico!
Estonteante!
Salaz!
Concupiscente!
Kertzman,
No seu texto anterior entendi que você generalizou demais, dando a (falsa) impressão de estar colocando no mesmo balaio de gatos a maioria dos trabalhadores do setor público. Atribuo a falsa impressão ao fato de você ter escrito um artigo, com todas as limitações de tempo e espaço, e não um tratado que pudesse separar o joio do trigo.
Seu segundo texto veio deixar bem claros seus pontos de vista relacionados ao assunto. A generalização se desfez.
Fui servidor público durante alguns anos, em cargo de assessoria econômica no Governo de Minas Gerais. Compreendo sua indignação e assino em baixo. Aliás, se eu lhe contar metade do que presenciei (sem poder agir contra ou denunciar, por falta de uma Corregedoria) de gastos do dinheiro público, sua indignação iria às estrelas.
É isso aí, Gian. Não dá pra desenhar tudo. Abraço
Sou servidor público há mais de 10 anos e concordo com o senhor. Nós, o funcionalismo público, capturamos o Estado. Interpretamos Estatutos de Servidores a nosso favor, deixamos de instaurar processos administrativos para proteger colegas, nossas avaliações de desempenho não correspondem à realidade, as informações sobre nossas carreiras não são públicas ($$$), e progredimos por antiguidade, e não por merecimento. Sei que vou ser linchado nesses comentários por isso, mas é o que enxergo hoje. O Estado é ineficiente e muito caro. Há servidores que ganham muitíssimo bem e fazem um trabalhinho que qualquer bom estagiário ou terceirizado faria. Tenho vergonha disso. Há uma minoria de colegas que concordam comigo.
Se for linchado não se importe. Não dói. Abração
Ricardo, como você pode ser tão inteligente assim, amigo?
Muito obrigado pelos textos, fico aqui só admirando e aprendendo com você!
Eric, muito obrigado pelo elogio, apesar de, sinceramente, achá-lo extremamente exagerado. Obrigado!
Não seja modesto Ricardo. Você é o melhor! É incrível como seus textos são profundos, corretos, e cheios de análises importantes que refletem o que o cidadão de bem pensa.
Digo mais, você é o retrato do homem de bem. Nós, homens, brancos, heterossexuais, cristãos, de classe média, e de direita sofremos muito e precisamos de um representante como você. #SOMOSTODOSKERTZMAN
Verdade amigo, pode crer!
Querem realmente acabar com a bagunça nas repartições públicas?! Votem a favor da Pls116/2017. A PL propõe avaliação dos funcionários com possibilidade de exoneração para os casos de rendimentos inferiores a 30% em no mínimo 4 avaliação consecutivas. Por mim deveria ser no mínimo 50%. 30% já éum péssimo índice de eficiência.
Consulta pública está disponível no site do Senado.
https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=128876