Constituição Federal, Art. 1, Parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Aliás, o tal do “povo” também é uma grande mentira; a grande pegadinha da coisa, já que um ente subjetivo, abstrato, e que, diferentemente do Estado, este um ente de verdade disperso entre políticos e funcionários públicos, não se move organizado e em conjunto e em defesa de si próprio.
O “Estado” se constitui de alguns poucos milhões de cidadãos, possui linhas de comando organizadas e líderes ativos. Busca a autodeterminação sobre qualquer outro objetivo, não importando a forma nem tampouco as consequências. Usa e abusa das prerrogativas constitucionais e não constitucionais, pois é ele próprio quem decide o que vale e o que não vale no jogo do poder. Move-se em busca da riqueza para si próprio e para os seus, em detrimento do sacrifício e da pobreza do povo.
O “Povo” é um mito, uma ilusão. O povo somos eu, vocês e, em tese, outros 200 milhões de cidadãos brasileiros. Egoístas, individualistas, lenientes, irresponsáveis, despolitizados, desinteressados, cansados. Sem amor próprio, sem amor pela pátria, sem amor pelos semelhantes. Não possui lideranças nem líderes. Órfão de tudo! Ninguém o representa e tampouco se faz representar, como vimos na última eleição, onde metade dos eleitores ou não compareceu ou não validou seu voto. Só existe (povo), de fato, nos dicionários e no vocabulário popular.
Ninguém suporta mais os políticos, ninguém aceita os super salários e as indecorosas regalias que se autoconcedem, ninguém respeita os poderes como instituições representativas do povo e da democracia. Não há um só brasileiro, do mais rico ao mais pobre, do mais culto ao mais ignorante, do mais feliz ao mais infeliz, que acredita ser bem representado, bem atendido e bem acolhido pelo Estado. Então lhes pergunto: que raios de poder é este que emana do povo? Que poder tem este tal povo que jamais se reverte em seu próprio benefício? Do que vale tal poder se todas as suas vontades e carências são preliminarmente afastadas de si, ao mesmo tempo em que caminham no sentido contrário – ao encontro dos seus “representantes”?
Ou o tal povo se mobiliza pra valer ou nada, absolutamente nada, verdadeiramente irá mudar. Duzentos milhões de otários continuarão a carregar dois ou três milhões de espertalhões nas costas. Continuarão a servir de meretrizes para o falo estatal, cada vez maior e mais bruto, se é que entendem esta minha grosseira comparação.
Nunca li um artigo que falasse tão propriamente a respeito do que penso.
rua já
Todo poder emana do povo. Acho corretíssimo isso, desde que o povo seja politizado e tenha condições de votar, condições no sentido de educação, de escola. Não adianta termos eleitores que vendem ou trocam seus votos por saco de cimento, telha de amianto ou por 50 reais. Com qualidade no voto o poder emanaria sim do povo pois teríamos políticos afinados com nossas demandas. Todos nós (que estão lendo essa postagem aqui) morreremos sem ver este país com eleitores qualificados. O remédio tem de ser muito amargo. Corta-se o voto dos ignorantes deste país e aí sim uma nação melhor e com políticos melhores começaria a ser erguida.Essa raça política (80% deles)que aqui habita e suga seria extinta.
No geral as generalizações não correspondem a realidade e, por isso devem ser evitadas. Uma das maiores defasagem de Pindorama, ao lado da brutal concentração de renda e da corrupção é a falta de instituições. O povo, a nação e o Estado necessitam de instituições. Cito um exemplo da falta de instituição: a quebra do contrato travado com 54 milhões de pessoas que elegeram a presidente Dilma. Vide que as nações mais organizadas não fazem uma barbaridade dessas. É certo que as instituições não surgem ao acaso. Elas precisam ser construídas no dia a dia. Essa construção cabe a aqueles que possuem o mínimo de consciência, de ética e de compromisso com o próximo. Tivemos no passado e temos no presente pessoas que abraçam esse projeto. Temos de perseverar e ir identificado os inimigos e algozes do exito de nós o povo. A constatação das mazelas é apenas o primeiro passo. A partir disso temos de unir meditação e ação e iremos avançando e isolando os falsos heróis do naipe de Sergio Moro e demais enganadores, mistificadores e alguns inocentes úteis a serviço dos primeiros. Grato.
Também acho. O primeiro passo é acabar com enganadores do naipe do Sr. Lula e companhia. Quem quebrou o contrato de 54 milhões de pessoas foi ela. Agora, concordo que alguns magistrados tipo Levandowisk, Toffoli e principalmente Marcos Aurelio, devam ser banidos.
Brilhante, Kertzman.
E dentro da estrutura do Estado há um segmento que me deixa perplexo e indignado: os Conselhos das profissões regulamentadas.
Excetuada a OAB, que mantém uns convênios mequetrefes para ajudar o advogados, os demais, todos os demais, apenas arrecadam milhões anualmente dos profissionais compulsoriamente neles registrados, sem qualquer contrapartida e sem explicarem que fim é dado à fortuna amealhada anualmente.
Isto mesmo. Fim da obrigatoriedade de pertencer a um conselho. Isto parece corporação de ofício da idade média. E aproveita e acaba com o imposto sindical.
Todos os conselhos e sindicatos são verdadeiras enganações e cabide de espertalhões que se beneficiam do trabalho alheio. Não existe um quer que seja que realmente luta pela classe que representa. Se forem extintos não farão falta nenhuma. Se não fosse obrigatória a sua filiação estariam fadados ao limbo e muitos, muitos, perderiam a sua boquinha. Teriam que trabalhar para sobreviver!
Sempre fui um cara muito positivo em relação nas nossas dificuldades (sociais, econômicas e etc.) defendo ou defendia (não sei qual tempo eu devo empregar) a teoria de que o Brasil é um país jovem e que aprenderia com os seus erros até alcançar sua maturidade Institucional. Porém, quando vejo o nosso presente e projeto o futuro começo a titubear quanto as minhas convicções e me aproximando da teoria dos meus amigos pessimistas de que o país não tem jeito, o POVO não tem jeito e etc. Você pergunta “que raios de poder é este que emana do povo?” A resposta é simples e já foi citada no texto. O poder que emanamos é o poder de um povo “Egoístas, individualistas, lenientes, irresponsáveis, despolitizados, desinteressados, cansados. Sem amor próprio, sem amor pela pátria, sem amor pelos semelhantes.” Talvez este seja o principal motivo da minha descrença no país e no POVO.
Somos dois, amigo!
Três, então!
Ricardo, continue sendo esse jornalista fiel ao seu juramento de formatura, sempre na defesa daqueles sem direito a voz. Orgulhoso deve estar os seus professores, que encaminhou um defensor dos direitos a quem precisa.
José, muito obrigado pelo elogio. É um baita incentivo! Mas olha só: Eu não sou jornalista, não. Cursei Comércio Exterior e sou da iniciativa privada. E agora me tornei blogueiro também. Mas compreendi perfeitamente o intuito do seu comentário e lhe agradeço muito por isto. Grande abraço!
Já lhe dirigi muitas criticas e numa delas disse que você tinha potencial para mais. E hoje você justificou minha tese. Excelente texto, com uma abordagem certeira e uma pitada de refinado humor no final. Parabéns. O “povo” precisa ser inflamado desta maneira.
Valeu, Cleuber! E critique o quanto achar necessário, viu? Sendo crítica de opinião, e não mera ofensa ou juízo de valor, estarei sempre atento e responderei da melhor maneira, que é me aprimorando. Abraço!
Esse cara so pode ser doido!!!
Ricardo, li não sei onde, “A ciência poderá ter achado a cura para a maioria dos males, mas não achou ainda remédio para o pior de todos; a apatia dos seres humanos”.
boa!!
Muito bom o seu texto. Só não gostei de ser chamado de irresponsável, pois me vejo extremamente responsável pela minha família. Posso sim ser chamado de egoísta, por não separar parte do meu tempo para ações sociais. É por que não sou hipócrita. Não que os que façam ações sociais o sejam, mas não está no meu espírito. Não fujo do debate político, porém reconheço que é pouco. Sinto muito. No entanto, não culpo os outros por não se engajarem. Pelo contrário, aplaudo os altruístas. Em tempo, não acredito em movimento de massa, pelo contrário, fico com medo deste tipo de coisa por dar espaço a populistas.
Obrigado, Marco.