Vitória, liderança & time mal treinado

Dormimos líderes, salvo melhor juízo, seremos ultrapassados pelo Palmeiras à noite. Em seu campo, frente ao Cuiabá, basta um empate para nos deixar na segunda colocação. A lógica é mesmo que os paulistas vençam e mantenha os dois pontos de vantagem. Mas, meu coração Atleticano, amanheceu sonhando com a zebra nessa partida que fecha a 17ª rodada do Brasileirão

Esse ano, o campeonato nacional, até o momento tem se mostrado entre os de mais baixo nível de todos os tempos. Vejamos. Palmeiras, ainda sem o jogo de logo mais, tem 63% de aproveitamento. O Galo 61%. Abaixo Corinthians e Internacional com 57%. Em anos anteriores os campeões fecharam a 38ª rodada com 74% (Galo/2021), 79% (Flamídia/2019). Em 2020, embolado e nível técnico baixo como agora, só foi decidido na última rodada. Flamídia, 71 pontos e 62%; seguido pelo Internacional, 70, 61% e pelo Galo, 68, 60%.

Vale dizer, se tivéssemos com esse elenco um treinador de ponta e que treinasse a equipe, seguramente estaríamos numa dianteira invejável. Pois que, embora essa liderança ainda que transitória, pudesse ser motivo de comemoração para o Atleticano, diferente vem sendo de grande preocupação. O treinador, que insisto como já disse no meio da semana, pode ser muito bonzinho e amiguinho, mas não deu liga com a garra e a raça Atleticana. Essa imagem acima, extraída da tv ainda no primeiro tempo, comprova que falta um comandante que incendeie o time no gramado.

Tem sido tônica, a exceção foi na partida que ele escalou uma aberração de time contra o Fortaleza, o argentino/turco não modifica a equipe que está mal na partida durante o intervalo. Foi assim que perdemos pontos imperdoáveis até o momento, fomos eliminados numa atuação vergonhosa da Copa do Brasil e perdemos oportunidades de melhor classificação e decidir em casa na Libertadores. Time mal treinado.

E não foi diferente ontem no Engenhão. Vencemos, com um gol casual – Zaracho tentou o cruzamento – o péssimo time do Botafogo. Meu receio é que essa vitória magérrima resulte na permanência dele no comando até que não tenhamos mais tempo para qualquer reação. Na Libertadores, daqui duas semanas, vamos ter a final antecipada da competição. Se o time estivesse bem preparado e convencendo, como no ano passado, o Atleticano estaria confiante. Fato que está na contra mão dos nossos sonhos.

Sobre o jogo e o time, assim como o desempenho deles em campo, serei econômico. Mais uma apresentação horrorosa, a cara do time é o retrato do treinador na frente do banco de reservas. Apático, sem vibração, sem vontade e sem treinamento. Como já disse, vencemos e trouxemos os três pontos e a liderança temporária, mas nosso desempenho é preocupante. Destacaria, tão e somente o goleiro Éverson, que garantiu nossa meta não ser vazada pelo inoperante ataque do Botafogo que ameaçou nossa vitória.

Dito isso, vou tentar sintetizar o que penso sobre a organização da competição e seus asseclas amestrados. A cbf, ao longo de décadas e – ao que parece – atendendo aos interesses comercias da tv, privilegia aos clubes do eixo Rio de Janeiro e São Paulo. São as duas praças de maior interesse dos anunciantes. Como consequência disso, as tabelas e mesmo adiamento e marcação de jogos, arbitragem, stjd seguem essa cartilha – eminentemente comercial – em prejuízo aos demais clubes brasileiros.

Com relação a arbitragem, assunto que conheço razoavelmente bem – estou com quase 65 anos e já vi aberrações patrocinadas por Aragão, Wright, Simon e outros tantos. Ano passado, diretoria e Torcedores, ligaram o alerta e tiveram cuidado com aquela brutalidade. Resultado, Galo campeão de tudo. Nessa temporada, com a cbf sob nova direção, mudaram toda a comissão de arbitragem.

Taí o resultado. Quando um profissional assume uma missão, deve ele fazer suas alterações lentamente. Pois o Seneme chegou e colocou todo mundo pra fora. Levou alguns, ao seu gosto, que ainda não sabem ao que vieram. Não deveria ter dissolvido, mas a pressa ou intenção falaram mais alto. Afirmo, estamos vivendo o pior momento da arbitragem brasileira. Dois deles, Daronco e Claus, que sempre tive na mais alta conta, estão nivelados por baixo. Aquela lambança do Claus ontem, em nada é diferente da que ele mesmo proporcionou, ano passado na partida entre Galo e Atlético GO. O outro, que tem algo inconfessável contra o Galo e/ou Hulk, segue apitando normalmente.

Enquanto isso, essa famigerada comissão de arbitragem, até hoje não liberou os áudios dos nossos jogos com Avaí – esse já tem meses – São Paulo e agora com o Flamídia pela Copa do Brasil. Esses áudios, em nome da transparência, deveriam ser liberados ao final de cada partida. Se não o fazem sugerem todo devaneio e motivo de desconfiança.

Sobre Claus ontem, além de não marcar a penalidade – um gol pode fazer diferença nos critérios de desempate (quem sabe foi a motivação), deixou de dar cartões no mínimo a dois botafoguenses que com dois amarelos receberiam o vermelho. Luís Oyama e Del Piage mereciam chuveiro mais cedo. Claus contemporizou. Será que é pelos nomes mais complicados pela grafia, talvez tenha ficado com receio de errar na hora das anotações. Mas, no caso, valeria – como eu – colar e não redigir errado.

*imagens: 1) da tv e extraída das redes sociais; 2 e 3) Pedro Souza