Veremos em campo o Galo ou um tubo de ensaio?

Por José Roberto

Inconsistência, desconfiança, falhas defensivas gritantes, repetições de erros e rendimento aquém do esperado. Esse é o cenário do C.A.M após a Copa do Mundo. Vivemos um primeiro semestre um tanto curioso e/ou decepcionante, pode-se dizer assim.

Na última temporada, prá lá de conturbada, passamos por troca de treinadores, ausência de rendimento – com um time recheado de medalhões – e bastidores confusos. Teve até diretor de futebol tampão. Com exceção dessa trágica temporada, descrita acima, vale lembrar que entre 2012 e 2016, o C.A.M sempre esteve em evidência, brigando nas cabeças, conquistando títulos importantes e tocando o terror nos demais times de camisa feia.

Com todo este cenário positivo, a sensação que ficou é que tudo parecia dar certo e que o C.A.M poderia mais, muito mais!

Dizer isto parece um pouco piegas, mas o discurso justifica as críticas que temos feito por aqui. Elas podem parecer excessivas, mas não estão de todo erradas – são justas! Pelo enorme investimento feito nas temporadas em que o C.A.M esteve em evidência, ver o time hoje oscilando feito gangorra, demonstra que as diretorias passadas sentaram em cima do bom momento vivido pelo Clube achando que ele seria eterno.

A ausência de projeto para o futuro deu no que deu, pois o futebol é cíclico e o hoje é diferente do amanhã. O desempenho do time não deixa mentir. Criou-se uma expectativa bacana com a chegada da nova gestão, esperava-se o início de uma nova era, vencedora e que recolocasse a Instituição nos trilhos, mas o que se vê não é bem isto, pelo contrário, até então o que se vê é o futuro repetir o passado, simples assim!

Contamos hoje com um elenco desequilibrado, com várias opções ofensivas e muitas incógnitas na defesa e meio de campo. O talento individual acaba decidindo alguns jogos ao contrário de uma organização tática – o que realmente queremos. O trabalho do Thiago Larghi tem méritos, mas também muitas falhas a serem corrigidas e esta é uma delas: nosso Galo decepciona coletivamente.

As linhas táticas não existem, a defesa comete inúmeros erros de posicionamento e várias falhas individuais e a cobertura é inexistente. Trocando em miúdos, o time é inconstante.

Falhas que impedem a boa performance do time

Elas se explicam. Afinal, foram vinte e dois gols sofridos em quatorze jogos – cinco nos dois últimos. Desses gols, treze foram feitos em bolas paradas; dez em bolas alçadas na área, dois de pênalti e um de falta.

Seguimos, portanto, como a 2ª pior defesa dos times da Série A. E não é de hoje, viu?! São quatro temporadas nessa batida. Em compensação, fomos até o momento, o melhor ataque da competição com vinte e seis gols assinalados – o que demonstra o desequilíbrio  das peças e também do sistema de jogo implementado pelo time.

Vários erros individuais e coletivos nos custaram pontos importantes, que, se conquistados, poderiam sinalizar que neste ano estaríamos fortes na briga pela tão sonhada taça de campeão brasileiro.

A falta de cobertura, defensores que não passam a mínima confiança – o único que temos, Léo Silva, não tem físico para atuar em todas as partidas, a falta de atenção nos lances capitais – domingo levamos um gol faltando seis segundos para o término da partida e a desorganização defensiva têm sido os grandes problemas que se repetem durante os jogos do Galo.

O desmanche somado à chegada de novas peças em meio a competição já em andamento são fatores decisivos, os quais além de prejudicar a boa performance do time, deixa o torcedor apreensivo e desconfiado. Nosso Galo, que perdeu peças importantes, passa por outro momento de transição, alguns chegando e outros saindo. Por conta disso, quanto mais nosso treinador simplificar, menos riscos o time irá passar. Neste caso,  menos é mais – principalmente no sistema defensivo, o nosso calcanhar de Aquiles.

Uma defesa considerada eficiente e bem ajustada supera qualquer deficiência individual quando o coletivo se destaca. Defender envolve uma estrutura completa do time – não que seja a solução de todos os problemas e da falta de técnica de alguns jogadores, mas uma defesa eficiente começa no ataque.

Esse é o ponto chave, em que o nosso treinador deveria usar todos os recursos disponíveis, buscando rapidamente uma nova formatação tática, uma nova filosofia e um novo comportamento do time em campo. De nada irá adiantar ir ao mercado buscar peças novas para nossa zaga sem um esquema de jogo bem definido e que funcione. Precisamos contratar sim, mas antes precisamos repensar nossa forma de jogar, pelo e para o bem do C.A.M.

O que se espera ver no jogo frente ao Paraná, logo mais no Horto, é uma boa atuação e uma evolução clara do time.  Saudações.

PS: Leandro Pedro Vuaden será o dono da latinha nessa partida. O histórico deste sr. em jogos do C.A.M  é, no mínimo, desastroso. Só para relembrar: em 2014, final do Estadual, um pênalti escandaloso em Jô nos custou o campeonato.  Portanto, de @OlhoNoApito moçada. Depois, não adianta ir nas redes sociais reclamar!