Vaias merecidas e liderança sem mérito

Com todo o respeito que me merece o campeão mundial, treinador Luiz Felipe Scolari, quando ouço suas respostas em coletivas percebo que vivemos em mundos diferentes. O universo meu ou o dele é paralelo. Evito voltar dos jogos com o rádio ligado, por razões que me são convenientes. Gosto de postar no blog com o meu olhar e entrevistas costumam tirar esse foco. Na era Felipão, some-se a mesmice de suas respostas, sempre atribuindo o mal desempenho do Galo à performance que elogia dos adversários. Mas, ontem a pedido de um amigo caroneiro, tive de ouvir o blá blá blá do treinador.

Antes de entrar no que pretendo, só espero que o cara do penta mundial não tire o quinto título consecutivo (igualmente penta mineiro) do meu Galo. Que a mim e para muitos Atleticanos vale muito mais que o time da cbf. Pois bem, mais uma vez ele reclamou das vaias do Torcedor – no caso ao Edenílson – defendendo o contestado jogador. Segundo ele – Felipão -, que disse recentemente que nem ouvia as reclamações das arquibancadas no banco, são injustas e rasgou elogios ao jogador. Interessante, ouviu as vaias, mas afirmou recentemente usar um ponto no ouvido e que isso não lhe afetava.

Na sua reação em defesa do meio campista, afirmou que o jogador vinha de uma sequência muito boa desde o ano passado. Chegou a dizer que até marcou gol nos últimos dias – na verdade foi na goleada sobre o fraco Democrata em 28 de janeiro – como se um mísero tento fosse álibi ao fraco desempenho do profissional. Ao ser anunciada a escalação, pude perceber a indignação por preterir Bataglia por Edenílson.

As vaias, nem foram nesse momento e tampouco na falha que culminou no gol adversário. Tiveram início ao final do primeiro tempo, quando o jogador – bisonhamente – fez opção errada de um passe do lado esquerdo da nossa defesa. Era para ter tocado em busca do nosso ataque e atrasou a bola. A partir daí, somatizado com outros lances e jogos ruins do jogador, só teve fim quando foi substituído. Natural! Baixa o tom, Felipão.

Sobre o jogo, o gol no início, claro que desestabiliza a equipe. Entretanto, mais um tento contrário em bola alçada sobre a nossa área. E a dupla de zaga não tinha o vilão Jemerson. Mas a falha também não foi do Rabello e nem do Fuchs. Já disse acima e não vou repetir, o treinador não gosta que seus pupilos sejam criticados. Atrás no placar, o Galo não tinha inspiração para buscar a igualdade e tentar virar o placar. Ao contrário, era um time mal em campo, tal qual vem sendo desde a derrota para o Bahia na última rodada do Brasileiro e em todos os jogos do mineiro. Voltou sem Mariano e Otávio, amarelados e o primeiro infantilmente, mas manteve o seu predileto jogador em campo. Atuou na lateral direita em detrimento de usar – imediatamente – o Saravia.

Mas foi a outra substituição, quando finalmente deu chance a um dos meninos da base – Alisson -, que entrou e colocou um pouco de fogo no frio time Atleticano. E esquentou o jogo também. Foi numa linda jogada que ele próprio empatou a partida. A meu juízo, até o momento, o gol mais bonito do Estádio do Galo. Poderíamos ter virado, como também tomado o segundo gol, mas a pontaria do Paulinho – que até agora está devendo muito – não estufou as redes numa assistência do mesmo Alisson. O adversário também perdeu dois gols feitos. Alívio geral nas conclusões erradas dos atacantes da Tombense.

O time todo está em débito com o Atleticano. Em que pese o fato de o Éverson, mais uma vez, salvar o time da derrota. Já no sábado, lá em Brasília (vergonha campeonato mineiro fazer jogo fora de Minas Gerais), pegamos o bom time do Itabirito. Que em terceiro lugar na sua chave (A), tem a mesma pontuação que o Galo. Além de Galo e Itabirito, também somam 7 (sete) pontos o Vila Nova que é o segundo do nosso grupo (B). Ainda Athletic e Patrocinense em segundo e terceiro lugar na sua chave (C). Tombense, em segundo (A), tem 9 (nove) pontos e os outros dois de Belo Horizonte – que se enfrentam hoje (A e C) estão com 10 e um jogo a menos que os demais.

Vale dizer que esse regulamento é injusto. Por fim, não só o futebol no Galo tá pífio, ontem ocorreram situações estranhas no acesso ao estádio, inclusive com jornalistas credenciados. Se tiver tempo, amanhã, trago esse relato e outros dessa triste quarta-feira de cinzas. Até porque no sábado tem Galo na capital federal.

Acorda Felipão! Reitero meu respeito ao vitorioso treinador, mas o Torcedor está vendo diferente da sua pregação. Aqui é Gaaalooo, po##@! Entenda o que é ser Atleticano.

*fotos: Pedro Souza\Atlético