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Vagabundos somos todos nós

O destempero do treinador Cuca ao final da partida que decretou outra derrota do Galo, frente ao galático Ceará, me trouxe sentimentos inimagináveis. Desde vagabundo, como ele chamou o árbitro Vuaden, passando por otário, retrógrado, caduco e outros do gênero. Em meus 63 – bem vividos anos –, já experimentei sentimentos diversos em minha vida pessoal, notadamente de Atleticano.

Sobre a vagabundagem oficial da CBF, onde a arbitragem é um detalhe, uma vez que a sacanagem começa naquela sala onde já teve assento Ricardo Teixeira, Zé das Medalhas, Del Nero e esse Caboclo – todos eles farinha do mesmo saco podre – não é nenhuma novidade. Já vi esses mecenas da CBF mudando regulamento no meio da competição para beneficiar interesses do eixo e até do regime político que agonizava nos anos 80. Já vi tribunal tirar jogador do Galo, com a intenção evidente de prejudicar campanhas irretocáveis que vínhamos fazendo.

Essa vagabundagem é antiga e não apenas nessa partida reclamada. O próprio Vuaden, em passado não tanto recente, já prejudicou ao Galo inúmeras vezes. Foi um entre diversos protagonistas, em alguns jogos de 2012, que tiraram o título em favor do FluminenC. Em 2014, foi com ele no apito, que – prejudicados na final – perdemos o título mineiro. E Cuca, depois da reação intempestiva, afinou e pediu desculpas. O Vuaden e seus similares – como Wright e Simon – não merecem essa “amarelada”. Prejudicaram o Galo mesmo.

Porém, com o coro grosso de tempos nas arquibancadas, diria que o treinador aguçou a nós todos com esse sentimento de vagabundagem que nos vitimiza. Notadamente do time, por ele dirigido, que não vem convencendo ao sofrido Torcedor. Ele pediu dez partidas para mostrar a que veio, já estamos em torno de 30 e o Galo – em seis jogos no Brasileiro – perdeu oito pontos para Fortaleza e Chapecoense – ambos em casa – e agora o Ceará no campo do adversário. Assim, com esse desempenho, Nossa Senhora não vai te ajudar.

Sérgio Coelho (esquerda) e José Murilo Procópio vão comandar o Atlético (Foto: Divulgação/Atlético)

Time vagabundo esse dirigido pelo Cuca, que vem cometendo equívocos na escalação e substituição, partida a partida. A começar pelo sistema suicida de toques no setor defensivo com a participação do goleiro, que erra na reposição e coloca o Atleticano em apuros. Insistência com jogadores que não correspondem ao alto salário que recebem. No caso, essa responsabilidade – ou vagabundagem – deve ser compartilhada por todos. Além dele e jogadores, também a diretoria, os capitalistas e até nós, os Torcedores.

E o sistema de jogo que, diferente da nossa história – incluindo os tempos dele, Cuca, no Galo que conquistou a Libertadores – vem optando por um futebolzinho conservador. A começar dos meio campistas, que ao invés de agredir o time adversário, tocam bola para trás até voltar ao goleiro. E os escanteios? Antes perigo de gol pela presença dos zagueiros altos dentro da área e que agora são tocados para o lado, dali para o meio e até de volta para nosso setor defensivo.

Tudo isso, sob o olhar passivo da diretoria. Estes, por sua vez, desde o presidente, vice e diretores – remunerados ou não – obedientes às determinações daqueles que na verdade mandam no Clube Atlético Mineiro. Refiro ao que vínhamos chamando carinhosamente de “mecenas”. Que são, nada menos, que pessoas ricas protetoras e financiadores de homens da arte, das letras, ciências e no nosso caso patrocinadores das compras e salários em dia no Galo. Era o momento deles, caso estejam – despretensiosamente –, investindo no nosso time, exigirem maior respeito com a camisa preta e branca.

Não vemos nada disso. Ao contrário, vi nosso benfeitor mór em vez de cobrar – reservada ou publicamente – esse compromisso, ir para as redes sociais defender lado dessa radicalização que vem destruindo nossas relações pessoais. Ele mesmo, que tempos atrás, em gestão passada defendia – por razões de seu próprio interesse – o lado antagônico do Brasil da atualidade.

Ao meu modesto jeito Atleticano de ser – me parece – aquele benfeitor que ajuda a alguém ou instituição e depois – sorrateiramente – sugere determinado tipo de comportamento. Tipo um pai que salva um filho da falência e passa a querer determinar sobre seus passos na vida. Em outras palavras, “ajudar e mandar a conta”. Somos todos Atleticanos, independente de crença religiosa e opinião sobre economia e/ou política.

Não tenho nenhum tipo de relação com os financiadores dessas loucuras de contratações recentes e construção de estádio, apenas comprei cadeiras, assim como tenho GNV – categoria Forte e Vingador – e nada mais. Sei, entretanto, que não consigo idolatrar quem quer que seja que possa nos arrastar para qualquer ausência ideológica, que não se relacione ao Galo. Nada tenho contra quem prioriza “ganhar dinheiro”, mas meu mundo é o Galo. Por melhor que seja um eventual amigo desde os tempos da adolescência, sei que a atração pelo poder é sedutora. Mas nunca me perverteu…

*fotos: 1) Bruno Cantini/Atlético; 2 e 3) Divulgação

Blogueiro

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  • Prezados Amigalos,

    Tudo que eu já tinha que falar sobre esses miseráveis eu falei aqui ao longo do tempo, sendo acusado de corneteiro.
    Agora vou dizer apenas LUCAS GONÇALVES JÁ.

  • Fui em 71,77,80 e mais de 100 jogos não m'intentifico com este cenário de alucinações .Se for para impressionar 500 bi de dólares muito longe da saga Nelson Campos/ Telé e & , estive no Hotel Miramar no Rio dezembro de 1971, começo de uma década com pura alegria e grandeza. Último domingo GEsporte fez uma reportagem do camisa 7 , excluindo o Ronaldo e Vaguinho vai saber o que passa na cabeça destes loucos!

  • Fora Cuca!
    Fora Allison!
    Fora Tchê Tchê!
    Não precisa nem mandar os outros engodos embora. Só aí já dá uma melhora drástica.

    Galo rico ou pobre não faz a menor diferença pra mim. O que me mata é ver um paupérrimo futebol sendo apresentado pelo meu time por culpa desse ultrapassado treinador.

    O nobre Guru não entendeu quando o Cuca disse que precisava de dez jogos...na verdade o time do Cuca joga dez partidas horrorosas e uma boa (enganadora). Um bom exemplo disso é esse Allan. Desde que chegou ao Galo, quantas partidas boas esse inútil fez? Uma e olhe lá.

  • Everson ter pedido pra falar logo após o jogo e assumir os erros não melhora em nada sua relação com o torcedor Atleticano...

    Esse cara nunca mostrou segurança debaixo das traves e vai continuar assim, fato...

    Se lá dentro do nosso CAM, querem rever algumas contratações, comecem pelo gol e tragam um goleiro de primeira linha!!!!!

  • Em casa que falta pão, todo mundo grita, ninguem tem razão. Ditado surrado, clichê , mas que cabe como uma luva no momento atual do time (vagabundo , com salario inflado em dia) A nossa justa indignação, a nossa metralhadora giratória tem que ser precisa, acertar o alvo. O alvo: este treinador instavel, com grande problema de carater, estes jogadores, que deitam e rolam num lugar sem comando, sem regras, sem cobranças , um exemplo atual e recorrente, o numero de afetados por covid. Não vou falar dos mecenas, estes entendem de futebol como eu entendo de pilotar um foguete pra ir a Marte, pra ir na lua. Não, amigos, não vamos cuspir no prato que comemos, ate agora a ajuda, substancial e valiosa dos empresarios , não é, mil vezes não, o fator de cuçpa do que estamos assistindo. Não tem racha, não tem vestiario , nada disto. Sabemos muito bem de quem é a culpa , deste treinador e de jogadores medianos, indolentes e que não possuem identidade com nossas cores, a maioria, malditos mercenarios meia bocas e, repito, deitam e rolam neste lugar sem cobrança , com esta péssima diretoria que afronta nossa torcida

  • Penso que é um erro jogar nas costas do treinador ou da diretoria o fracasso do galo nos últimos jogos do brasileiro. Lembrem se de que esse mesmo tome foi campeão mineiro e o melhor da fase de grupos da libertadores. Acho que os desfalques vem fragilizando o desempenho do time, porém vejo falta de empenho de alguns jogadores, que me deixam com uma saudade imensa do Luanda Maluquinho nos seus melhores anos. Me desculpem aqueles que querem abandonar o Galo, mas vocês não são atleticanos.

  • Bom Dia!
    Já escrevi aqui e vou escrever de novo:
    Numa competição de corrida ou natação o cara compete ele com ele mesmo, na sua estratégia e técnica. Vence o melhor, mais rápido, mais forte.
    Em esportes que envolvem embate, é diferente: se um é MUITO superior técnica e fisicamente, ele vence de qualquer modo, basta atacar. Se há apenas razoável superioridade, vencerá aquele que erra menos e/ou que saiba atacar mais eficientemente o erro do outro. Simples assim.
    O Galo ainda não é muito superior a nenhum time da série A. É apenas algo superior em relação a vários.
    O Ceará de hoje é o Botafogo de ontem; o Chapecoense, o Vasco. Não ficaríamos revoltados se o Galo perdesse para o Botafogo no Engenhão 10 anos atrás. Não nos enganemos. O Fortaleza, por exemplo, passa por um processo de estruturação e crescimento progressivos ao longo dos últimos anos, e está meio que "garantido" na série A.
    Então, o Galo tem que jogar minimizando seus erros e atacando os erros do outro. Inventar menos na saída de bola e na troca de passes na intermediária; fazer falta no lugar certo para trancar o jogo; marcar mais sob pressão no campo adversário para causar o erro que vai gerar o gol.
    O Galo não é excepcional, não é o melhor, mas tem time para ser campeão de tudo este ano. Basta focar em errar menos, e atacar mais o erro do adversário.

    • LUIZ HENRIQUE ,

      " ...saiba atacar o .. o erro do outro "

      Corria as finais de 71 e no Mineirão recebíamos
      o São Paulo , time fechado e batendo até na mãe .

      Beto Arantes , ótimo meia atacante , habilidoso ,
      procurava se safar das porradas distribuídas com
      gosto pelos paulistas .

      Telê conversava com seus jogadores no banco e
      o Spencer e ele chegaram à conclusão que umas
      faltas ali na entrada da área poderiam ser a arma
      para aproveitar a excelência do chute de Oldair .

      Spencer, jogador com mais força que o Beto para
      segurar as porradas , entrou em seu lugar e na
      segunda bola que prendeu ali na meia-lua já veio
      a marcação pra cima dele fazendo falta .

      Oldair foi lá e o resto a história conta .

      Portanto , você está certíssimo em sua assertiva ,
      coisa que o Mágico de Oz nunca vê , nunca sabe
      e jamais vai mudar um jogo .

  • Bom dia a todos! Calma gente, se é possível pedir calma para esta torcida tão sofrida. A nossa impaciência e ansiedade pra sair da fila do brasileiro é muito grande e, isso acaba se transformando em pressão. Falando dos dias atuais, nenhum time consegue se manter equilibrado com tantos desfalques. Quanto ao chamados mecenas, podem ter certeza que não existe almoço grátis e isso tudo pode virar pesadelo, até porque, ninguém é eterno. Sei lá, entendem.

  • Bom dia !

    Nunca me entusiasmei com a contratação do Cuca. Como disse antes, não vejo que ele esteja focado em fazer um grande trabalho no Galo. O pior é que, além da falta de foco, talvez por problemas particulares, está mostrando toda essa destemperança no trato com as pessoas, e isso é transmitido a todo o plantel.

    • Segundo o Superesportes, o árbitro registrou o seguinte na súmula do último jogo: "Expulsei com cartão vermelho direto, após o término da partida, o técnico da equipe Clube Atlético Mineiro, senhor Alexi Stival, por adentrar ao campo de jogo e vir em minha direção proferindo as seguintes palavras 'você me dá azar na vida, ainda bem que vou largar para não precisar conviver com pessoas como você. tenho nojo. você é um gaveteiro".

      Essa parte "ainda bem que vou largar" me chamou a atenção. Para mim, reforça esta possível/suposta falta de foco.

  • Bom dia, Eduardo, atleticanas e atleticanos.
    Vagabundo, eu? De jeito nenhum. Não aceito essa alcunha, mas aceito a de otário, pois, é assim que me sinto toda vez que me refiro a esse time ridículo oriundo de um elenco ruim e desequilibrado.

    Tão otário eu sou que gasto dinheiro com coisas relativas ao Galo pensando que assim demonstro a minha atleticanidade. Mas como tudo na vida a condição de otário também tem fim. Cancelei o Premiere e a Conmebol TV. Não tenho coração para ser exposto a esse infame futebol apresentado por esse time ridículo e distante dos ideais da autêntica atleticanidade. Não me interessa mais o que esses mercenários fazem ou deixam de fazer em campo. Só lamento que estejam usando uma camisa que para mim continua sagrada.

    Chega. Cansei de mediocridade.

    • Paulo Silva, sempre admirei seus comentários, inteligentes e sensatos. E hj a história se repete. Inclusive fiz o mesmo que vc: cancelei comebol tv, premiere não tinha, cancelei galo na veia. Não pegam mais um centavo meu, até tomarem vergonha na cara.

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