Rodada deixa “cheirinho” de merda

Ano após ano e nada muda. Nos jogos de ontem, ficou escancarada outra vez a manipulação a favor dos interesses defendidos pela CBF e a TV que manda no pobre futebol brasileiro. O Galo venceu, pelo placar relativamente fácil (3 x 0), o frágil adversário mineiro. Ainda assim, é inaceitável que seja escalado um trio paulista – Raphael Claus, Rogério Pablos Zanardo e Danilo Ricardo Simon Manis –, para uma partida com interesse do Palmeiras. Pior, com interesse da CBFla e da TV.

Se fosse nos meus tempos de colégio de padre, naqueles torneios internos, seria o caso de voltar para casa angustiado. Naquela época, reclamar do sacerdote que apitava as partidas era quase um pecado. Hoje, se for dizer o que acho sobre a arbitragem nacional e as inúmeras sacanagens que já fizeram com o Galo, o risco da pena não seria uma penitência, mas, sim, uma ação judicial. Portanto, “sua senhoria” erra muito, sempre em desfavor do Galo e acaba beneficiando paulistas e cariocas.

Ao final da rodada, já voltando para casa, pude ouvir o final do clássico carioca CBFla e CBFlu. Eu que, apesar da vitória, estava amargurado com a atuação marrenta da arbitragem no jogo do Galo, fiquei perplexo. Se aqui impedimentos eram marcados contra o Galo e no sentido contrário o árbitro deixava o jogo seguir, lá em Volta Redonda foi muito pior. O jogo foi no interior, pois aquela desgraça carioca nem campo tem para a disputa de um clássico que já foi o mais importante do Brasil.

Custei a entender, mais ainda a acreditar no que ouvia numa emissora carioca. O juiz Sandro Meira Ricci, mineiro e que a cada temporada usa uma federação para se abrigar, fez uma das maiores lambanças do futebol nos últimos tempos. O leitor tem que ver o lance na TV para entender melhor. Validou, consultou o bandeira que sinalizou anular, reafirmou a validade, depois pressionado pelo Flamengo e, usando informações de imagens da TV (o que é proibido), por fim anulou o gol do Fluminense.

Seria cômico se não fosse trágico. É evidente que veio ordem lá de cima (CBF e TV). Esse Sandro já decidiu outros campeonatos no passado e é useiro e vezeiro em prejudicar os mineiros. A nós foram várias, mas ao outro lado da lagoa ainda foi pior.  Lembram daquela penalidade a favor do Corinthians, cavada pelo Ronaldo Fenômeno. Foi ele, foi ele sim!

Quanto às situações envolvendo o Galo, não só ele, mas muitos outros como Wright, Aragão, Lima Henrique, Simon, Márcio Resende e tantos outros. Em 2012, um gol de falta do Ronaldinho foi invalidado sob a justificativa que Leo Silva atrapalhou a barreira. Poucas rodadas antes, um lance idêntico foi validado, mas era a favor do Fluminense, cujo interesse da dupla que comanda o futebol era evidente. Ainda sobre o Galo, aquela decisão de Campeonato Brasileiro e o jogo do Serra Dourada pela Copa Libertadores. Igualmente uma lambança a favor do Flamengo.

Não é sem motivo que tem gente da direção atual e ex-dirigentes na mira da Justiça e sob investigação judicial. Ex-presidente preso, depois em prisão domiciliar, outro também ex que renunciou e foi se esconder fora do país. Agora manda notícia que está muito adoentado. O atual sequer acompanha a Seleção Brasileira, sabe-se lá quais são suas razões de foro íntimo.

Pois bem, enquanto toda essa lambança continua no futebol nacional, o Galo – para contrariar essa gente – segue na caça aos protegidos. Ontem, apesar do elástico placar, o jogo não foi lá tão fácil quanto poderia. O primeiro gol só saiu ao final do primeiro tempo. O time não me agradava. Fez o segundo na metade da segunda etapa e continuou sem aliviar o Torcedor, que só conseguiu relaxar no terceiro tento, já no final da partida.

Victor, se é impecável quando exigido e faz defesas milagrosas, continua não sabendo repor a bola em jogo. Foram três lances bizarros, os dois primeiros no início do jogo. O Galo começou abafando, mas depois de um erro grotesco de Erazo, seguiram outros proporcionados por Otero, Clayton e Júnior Urso. Com exceção do Clayton, os demais se redimiram na partida e acabaram se destacando.

Enfim, valeram os três pontos, que serviram para colocar o Coelho no seu devido lugar. Time pequeno metido a besta, somando apenas 21 pontos em 30 partidas, com aproveitamento de 23%. Vergonha. O time em campo é a cara da sua diretoria. Medíocre!

Em tempo:

1) O Atleticano deu show outra vez e incentivou do princípio ao final da partida. Só faltam duas coisas: liberar aquele espaço atrás do gol que fica para proteger cento e poucos torcedores adversários e lançar um ingresso com preço popular. Quero abordar isso hoje à tarde.

2) Sobre o novo capítulo protagonizado pelo Cazares, vou deixar também para comentar à tarde. Ainda quero tentar continuar acreditando nele, mas sua imagem está bastante arranhada.