Queriaaas, mas o Galo é o time da virada!

Nessa sopa de letrinhas de Minas Gerais, a exemplo da URT, também o CSA ameaçou a reconhecida hegemonia do Galo em território mineiro. Apesar da vitória, de virada que é mais gostoso, não gostei do desempenho do Galo. Desfalcado apenas de Zaracho, o time não esteve bem, embora para a tabela o que interessa são os três pontos conquistados.

Nacho, Godín e Nathan – que o treinador inventou de inverter os lados -, até Arana (embora o segundo gol tenha sido de uma assistência milimétrica) estavam irreconhecíveis. Outra situação, preocupante, que cabe ao El Turco refletir e trabalhar. A saída de bola, aquela que sobe a adrenalina do Atleticano, estava horrorosa. Sem ter feito escalte disso, arriscaria em dizer que erramos a maioria dessa jogada.

O começo da partida foi estimulante. Parecia que ia massacrar. Nos primeiros minutos, antes de o adversário chegar na nossa área, perdemos gols em sequência. Depois desse início avassalador, com o CSA abusando da virilidade nas jogadas sob o olhar contemplativo da arbitragem, deixamos o jogo se igualar sem reação. Essa permissibilidade do árbitro, acabou obrigando a mudar de postura e passou a distribuir cartões tentando acalmar os ânimos exaltados, exatamente por ter sido frouxo no início.

Assim, em zero no placar encerrou a primeira etapa do jogo. O time que se mostrava distante daquilo que o Atleticano está acostumado a ver em campo, volta para a fase final sem alterações. O Turco não tem o hábito de corrigir a equipe no vestiário, diferente do que aconteceu – com frequência – na época do Cuca. Apesar da virada e dos três pontos, a meu juízo, o Galo deixou a desejar no desempenho.

Nosso time é indiscutivelmente superior ao adversário, que fazia o jogo do ano. A temporada do CSA, a exemplo das duas últimas, tem no jogo com o Galo que aconteceu uma única vez em 2020 e 2021, a oportunidade de ser considerado como uma decisão e especial motivação. Quem não se lembra ano passado, quando perdemos esse confronto, só faltou volta olímpica. O então presidente entrou em campo e foi um verdadeiro carnaval. Ontem, ao final do jogo, mesmo com a derrota, os jogadores do antigo rival foram saudar os menos de 10% de torcedores presentes no Mineirão.

Vale dizer, o jogo que para o Galo era mais um da fase de classificação tem sabor especial, assim como o que mencionei acima com a URT e foram com Vila, Uberlândia, Pouso Alegre e outros. É a chance única que adversários menores tem de enfrentar o multi campeão brasileiro no campeonato regional. Ao final, apesar do desempenho reclamado da atuação do time Atleticano, prevaleceu o peso da camisa do maior de Minas.

Sobre a arbitragem, do nível das demais da fmf, muito fraca. Conseguiu desagradar aos dois times. A penalidade, claríssima que vem sendo contestada pelos derrotados, não fosse assinalada era caso de parar a partida e tomar o apito do juiz. Foi conivente o tempo todo com a demora do adversário em repor a bola em jogo, desde laterais e até na cobrança de tiro de meta. E deu dois míseros minutos de desconto, acrescidos de mais um na primeira etapa. No final do jogo, igualmente, deu oito e depois mais um, entretanto só com a paralisação para a ambulância levar jogador contundido, foram seis minutos. Vale dizer, novamente dois e mais um minuto. Tempo insuficiente só pelas substituições em cada tempo, desconsiderando o anti jogo de quem sonhava em segurar um empate.

Por fim, reitero que valeu a vitória que praticamente assegura ao Galo a primeira colocação da fase classificatória. Faltam dois jogos, e uma vitória praticamente garante essa condição. Ao que vi, o melhor em campo foi o goleiro do CSA que fez defesas inacreditáveis e ainda contou com a sorte de uma bola no travessão. Seria de bom grado que o treinador tirar a mão do bolso, uma vez que está ainda no início de seu trabalho, veja e reveja o teipe da partida. Tem muita coisa a ser corrigida. Saída de bola, calibragem do passe e força no pé em chute ao gol adversário. Em abril começa Libertadores, série A do Brasileiro e Copa do Brasil para os principais clubes brasileiros.

Em tempo: lamentar a violência entre torcedores pelo Brasil e no mundo. Episódios recentes como no México, Salvador/Bahia, Porto Alegre/Rio Grande do Sul e ontem nas ruas de Belo Horizonte merecem o repúdio quando as diretorias sugerem a paz. E o desejo de pronto restabelecimento ao jogador Edu, que saiu de campo, numa ambulância, direto para atendimento hospitalar.

*fotos: Pedro Souza/Atlético