Mostrem a que vieram!

 

É hora da verdade. O Atleticano manteve, até então, tolerância e paciência. Com o time, com a direção técnica e com a diretoria. No Mineiro, apesar dos dois últimos resultados, comemoramos a primeira colocação na fase classificatória. Os jogadores não demonstraram, na Primeira Liga e no único jogo da Copa Libertadores, desempenho satisfatório.

Roger Machado e seus comandados precisam mudar o comportamento a partir do jogo de amanhã, mostrar serviço e a razão de seus contratos com o clube. O Galo é tradicionalmente conhecido por ser um clube de raça, sangue e amor. Quem não se identificar com isso, passe no Recursos Humanos e peça as contas. Aqui não tem lugar para experiências e recuperação de jogadores. Queremos resultados. E títulos.

Ainda contrariado com o péssimo jogo com a Caldense, sou obrigado a ouvir cada coisa hilária. Um dos professores da academia onde estou malhando, Guilherme Augusto (ele assina Coelho de Oliveira e é alvo de confusão e gozação por isso), torcedor daquela gente, questionou: “Se o regulamento do Campeonato Mineiro fosse igual ao espanhol, o meu time seria o primeiro colocado, pelo critério de confronto direto”.

Ora, se meu pai fosse mulher, eu teria duas mães e seria órfão de pai. Regulamento é feito previamente e com aprovação dos clubes disputantes. Antigamente, para beneficiar cariocas e paulistas, a CBF ajustava as normas de competições, fase a fase. Isso acabou. Ainda falta muito, mas já foi bem pior. Assim sendo, com regras acertadas e vergonha na cara, o Atleticano exige títulos na temporada. Ficou claro, Roger Machado, Daniel Nepomuceno e jogadores?

Queremos uma dupla de zaga, volantes competentes, um ataque que funcione como o setor jurídico do Galo. Os doutores Lásaro Cândido e Lucas Otoni brilham. Fred, julgado ontem, tomou pena de quatro partidas. Numa eventual  final, ele jogará. Se chegarmos lá, bem capaz que ele atue nos dois jogos. Aguardemos!

Pitacos curtos. Embora alguns Torcedores tenham divulgado a imagem do goleiro Uilson trocando a letra do hino nacional, deixo aqui meu repúdio. Jogadores e dirigentes não têm essa premissa, não são Torcedores. Certa vez, determinado presidente, que não deixou saudade e ao qual eu tinha acesso, queria dar entrevista debochando do time rival. Sua intenção era responder ao dirigente máximo, hoje senador biônico de Minas Gerais. Por fim, convenci o então comandante do Galo a não entrar na onda. Uilson fez o contrário, “agradou” a torcida e se esqueceu das obrigações em campo.

Vocês acompanharam as decisões acerca da partida com a UTR? Eu gostei porque ambos os jogos serão em Belo Horizonte, mas atitudes deste gênero empobrecem e adiam a evolução efetiva do futebol. No mais, lá ou cá, o Galo vai atropelar mesmo. E olha, se o Barça virar diante da Juve, já poderá ser chamado de “Galo da Europa”.

Caríssimos, em meio a tanta grosseria direcionada a mim, compartilho com vocês a manifestação de um amigo, há quase meio século. O economista Dirceu Alves Pedrosa, de Belo Horizonte, morou na minha Araxá nos anos 80 e hoje está de volta à capital. Me emocionou e, por isso, me permito alongar e destacá-lo como fiel parceiro do Canto do Galo.

“Caro Du,

Com sua permissão, quero  fazer um registro de quem te conhece e faz um bom tempo. Irreverente sim, arrogante nunca! Brincalhão e alegre sempre, mas abdica da gozação para preservar o amigo, ao contrário da frase que circula nas redes sociais dizendo: “Perco o amigo, mas não perco a piada”. Sempre preserva a amizade. Discreto quando a situação assim exige que se comporte.

Conheço suas convicções políticas, religiosas e sua paixão pelo Atlético. Testemunho nunca ter assistido esses temas se misturarem em suas relações pessoais e profissionais. Penso muito diferente de você em quase tudo isso, mas nunca entramos em colisão e sempre tivemos liberdade de expor o que cada um pensa, com sinceridade e respeito.

Posso dizer – com propriedade – que conheço bem seu estado de espírito, embora você tente evitar que alguma contrariedade ou momento de euforia altere seu emocional. Acompanho suas ações com as pessoas. Seja num simples gesto de atenção até outras mais explícitas, como, por exemplo, visitar dezenas de creches vestido de Papai Noel, em dezembro, voluntariamente. É impressionante o quanto essa ação te realiza e deixa feliz. E mais, sei também que é a razão maior para cultivar essa imensa barba.

Digo isso com a intenção de fazer um registro pessoal de quem convive tem quase 40 anos com uma proximidade que poucos amigos e conhecidos tem com sua pessoa. Sinto-me autorizado a contestar alguns que, pelas redes sociais e especialmente no blog que assina no UAI, insistem em querer imputar conceito diferente e divergente ao que verdadeiramente é o amigo Eduardo de Ávila.

Teria e poderia me alongar sobre questões morais e éticas, inclusive enveredando pelo momento que exerceu mandato eletivo, mas acho desnecessário. Siga seu caminho e felicito-o pela resignação que lida com as agressões gratuitas que acaba recebendo de quem nunca teve um dedo de prosa com o cidadão de Araxá e de Belo Horizonte. Daqui sim, uma vez que é cidadão honorário da capital. Agraciado sem fazer alarde, antes mesmo de assumir a página do Galo no UAI.

Dirceu”.