Jogar com compromisso e raça

Chegou o grande desafio da temporada. Nos próximos 15 dias temos que vencer para habilitar a vaga na decisão do Campeonato Mineiro e consolidar a liderança da fase de grupos da Copa Libertadores. Em maio, o desafio é ainda maior. Com dois jogos na semana, o Galo precisa estrear com vitória no Campeonato Brasileiro. Estamos esperançosos para o desafio de hoje à noite, frente ao Sport Boys, da Bolívia, e de domingo, com a URT.

Nós, Torcedores, queremos goleada. No aplicativo “My Team”, usuários apostam placares amplos e inimagináveis. Sabemos da impossibilidade, mas pelo menos lá eu sonho com uma chuva de gols, a exemplo de meus anseios na loteria, como acertar a Mega-Sena acumulada. Vale arriscar. Jogadores não têm obrigação de golear, precisam mesmo é de jogar com raça e ganhar. Em 109 anos sempre foi assim, com determinação, sob as mesmas cores e o mesmo nome.

É pela tradição que o Atleticano exige qualidade dos jogadores em campo. No Horto, desde sua reabertura, em 2012, escrevemos páginas importantes de nossa história, substanciais ao futebol mineiro e brasileiro. Estamos pela quinta vez consecutiva na Copa Libertadores da América. Em 2013, o Brasil e nosso continente se renderam ao futebol alegre e envolvente do Galo. Roger Machado tem o compromisso de repetir o feito, como a habilidade e condição de Cuca.

Até o momento, nossa expectativa não foi retribuída. O Torcedor precisa ir ao campo e incentivar durante 90 minutos. Jogadores, comissão técnica e diretoria, em contrapartida, precisam trabalhar e vestir a camisa preta e branca, com listras verticais, considerada nossa segunda pele.

Não existe ser mais ou menos Torcedor, sequer “doente”, até porque tal condição pertence aos não Atleticanos. Cada um torce do seu jeito. Com os preços praticados nos ingressos, pessoas de menor renda são impedidas de ir aos estádios. Domingo, na partida com a URT, será uma boa oportunidade do antigo “geraldino” ver nosso time do coração. Vinte reais é bastante racional e facilitador.

Vou aproveitar a semana santa de modo diferente. Tradicionalmente, sempre reservo esse período para rever parentes e amigos, em Araxá. Saio na sexta cedinho, passo o sábado lá e retorno na madrugada de domingo. Se para minhas irmãs domingo é dia de missa, para o Atleticano é dia de ver o Galo. Em nome dessa devoção Atleticana, a única coisa que peço a cada jogador é compromisso.

Vencendo hoje, por dois ou mais gols de diferença, asseguramos provisoriamente a liderança do grupo. Superando a equipe de Patos de Minas, no domingo, podemos, por exemplo, preservar Luan e Leonardo Silva, imprescindíveis nas fases posteriores da Libertadores.

Vamos lá, Massa, lotar o Independência e mostrar para este ridículo Coelho que o Horto é do Galo, assim como a Pampulha, o bairro Califórnia e toda a Belo Horizonte.