A fase do sonho e da tolerância chegou ao fim

Antes de entrar na nossa resenha, como fiz na sexta-feira, reitero que estamos – outra vez – vivendo transtorno com a TI – Tecnologia da Informação. Depois de ficar sem acessar a plataforma de quarta a sexta, sanando ainda que provisoriamente, passamos a viver outro transtorno. Foi com a falta de chamada de capa de nossas postagens. A modernidade tem um preço alto e quem paga a conta é o blog, o blogüeiro e – via de consequência – os leitores. Uma pena.

Depois de três vitórias, como dissemos aqui surpreendentes, o resultado de ontem – a meu juízo – foi absolutamente normal. Qualquer outro diferente, empate ou vitória, sim que seria fora da curva. O time do Palmeiras é infinitamente superior ao do Galo. Olhando o banco de reservas do time do Felipão, com exceção do Edu Dracena, qualquer outro seria titular no Galo.

Nosso drama começa na sede de Lourdes e repercute no Centro de Treinamento. Quem não ouviu a entrevista do Marcos Rocha ao final do jogo, posto aqui a reprodução do que ele disse, ao ser perguntado sobre o que mudou no time atual em relação ao período que ele atuou com a nossa camisa. “Tem que respeitar primeiro os companheiros de trabalho. Mudou bastante as características. O Alexandre Gallo chegou lá àquela época, em 2017, e resolveu a fazer uma revolução no Atlético. E hoje o Atlético está colhendo os frutos pela liberdade que deu para ele”.

O lateral, campeão da Libertadores, da Recopa e da Copa Brasil com o Galo, disse o que todo Atleticano sabe. Poderia parar por aqui, mas vamos prosear um pouco mais. Depois do Alexandre Tadeu, passamos pelo Marques e agora chegamos ao Rui Costa. Pois bem, mudamos de nomes, mas o roteiro e a diretoria são os mesmos. O atual diretor completou um mês no cargo e não contratou treinador e nenhum jogador. E precisamos de um comandante urgente e reforços pra chegar e jogar imediatamente.

Estamos em três competições. O Brasileiro, a Copa do Brasil e a Sul-Americana. Qual priorizar? A meu sentir, todas. Se tivéssemos conquistado o Mineiro (dois anos seguidos como vice), classificado na Libertadores e com um time decente, o Atleticano saberia entender. Mas, essa política do bb (bom e barato) não funciona. Temos um time irregular, com jogadores em fim de carreira e salários altíssimos e outros medianos que pouco ou nada produzem. Com isso, o salário da preguiça traz como resultado o campo improdutivo. Dinheiro mal gasto desde os tempos da diretoria anterior e que segue nos tempos da “austeridade”.

Os 25 mil pagantes, com o Galo liderando até então a competição, são a prova material da desconfiança do Torcedor com a situação. Seria jogo para estádio lotado. Mas, com todo respeito, ir ao jogo para assistir os dois laterais correndo sem agredir e buscar tomar a bola do adversário. Guga corre para trás. Fábio Santos, que sequer tem um Patric para ameaçar sua titularidade, corre de lado e com um trote maroto de quem não quer nada com a dureza. O segundo gol é mais um na conta do carequinha. Do Adilson também como avalista.

Victor, meu eterno ídolo, ontem errou três reposições de bola. Só um goleiro mal treinado, nem referi a sua condição debaixo do gol, erra tanto assim. Cleiton tá pedindo passagem. Outro que merece mais e melhores chances é o garoto Alerrandro. Entrando sempre no final dos jogos, ameaça mais o gol adversário que Ricardo Oliveira em 80 minutos no gramado. Deu pra perceber ontem vaias a Fábio Santos, até no momento de bater lateral, e Ricardo Oliveira quando sentiu algum incomodo na partida. Nesse caso, o Torcedor até festejou e pediu a entrada do Alerrandro.

Daí do banco vem o Nathan, que nas recentes partidas vinha mostrando qualidade, mas o treinador – a exemplo do que fazia Matter/Levir – coloca para atuar como volante. Tinha o Cazares, jogador excepcional, mas que sequer merece ser reoportunizado. Sua irresponsabilidade já definiu o futuro de sua carreira.

De tanta lambança, sinceramente, só restou ao Torcedor festejar quando o placar eletrônico anunciou o resultado do jogo do Internacional. Foi o único momento que a Massa comemorou. Muito pobre esse momento Atleticano. Se a diretoria e esse novo responsável pelo futebol não agirem com rapidez e acerto, corremos o risco de mais decepções ainda na temporada.

Se não trabalhar com celeridade, trazendo treinador que motive o grupo e ainda quatro ou cinco reforços, podemos esquecer a Copa do Brasil, buscar 45 pontos no Brasileiro e investir sim na Sul-Americana. Apesar de o Seu Sette achar essa competição sem expressão, ela pode dar vaga no Mundial de 2021 aos campeões de 2017 até 2020. Assim eu penso. Respeito quem prefere diferente, mas aí tem de contratar. Ou então trazer à baila os números reais da contabilidade do Galo e os responsáveis por um eventual desatino.

Por fim caros, para melhorar o astral, mostrando que o Atleticano é diferente e – apesar das pessoas que estão no Galo neste momento (comandando e jogando) nem tudo são trevas. Fred Neumann, nascido em Araxá (como eu), escolheu o Galo (como eu), antes mesmo de virar cidadão do mundo. Lá no Canadá, trabalhando e construindo uma nova vida naquela terra gelada, aquece lembrando-se da cidade natal e do time do coração. Mesmo com todo esse mau momento Atleticano, ele encontrou tempo e inspiração para falar sobre essa nossa Atleticanidade.

“*Torcer pro Galo é poesia*

(Fred Neumann, na noite de sexta, 10 de Maio de 2019)

 

Eu só sei que nada sei.

Tudo que vi do Galo não lamentei

Torci, xinguei, esbravejei

 

Vi grandes craques em campo

Torci por todo o tempo

Olho na tv e cerveja no copo

 

Não esperei o melhor momento

Pra mostrar meu apoio a contento

Seja na alegria ou no sofrimento

 

Torcer pro Galo é poesia

Seja na alegria ou na agonia

Nos passes mal feitos ou na maestria

 

Dos nossos grandes craques

Dos feras goleadores aos meias e beques

Dos chutões mais tortos aos mais longos piques

 

Aqui é Galo, meus amigos

Em todos os tempos, em todos os jogos

No meio do gelo, no meio dos fogos”