O corporativismo mata. Ou: como Brasil se tornou fragmentos e não um país

Como na canção “Esmola” do excelente grupo mineiro Skank, se o País não for para cada um, pode estar certo, não será para nenhum

Imagem: Google

O que defendem sindicalistas senão benefícios e privilégios a si mesmos? O que defendem ambientalistas senão um mundo baseado em suas próprias crenças? O que defendem lobistas senão leis que favoreçam o setor que representam?

O corporativismo é uma praga em todo o mundo, é verdade. Mas no Brasil assume contornos de drama. Taxistas espancam motoristas de Uber, estudantes tomam para si escolas, Sem-Terras invadem propriedades privadas, professores paralisam cidades, grevistas guerreiam com a polícia.

Vivemos em um país dominado pela pouca representatividade de alguns em detrimento da falta de representatividade da maioria.

Grandes empresários reúnem-se sob as siglas FIESP, FIEMG, FIERJ etc. Com acesso irrestrito e ilimitado aos palácios (municipais, federais e estaduais) conseguem, de alguma forma, sobreviver e crescer em meio ao caos.

Já os pequenos e médios empreendedores, pulverizados por natureza, padecem de qualquer representatividade e tombam como moscas a cada dia.

Grandes bancos, associações comerciais, entidades de classe… todos têm uma sigla para chamar de sua. E essas siglas nunca querem saber para quem vai a conta, desde que não seja para si mesmas.

Associação de juízes, de fiscais, de delegados, de ministros, de vereadores…

Petroleiros, bancários, metroviários, aviadores, professores… Ruralistas, dentistas, médicos, advogados. Evangélicos, espíritas, católicos… Pretos, gays, deficientes, indígenas… A relação de grupos com representatividade no meio político e em busca de um benefício é infinita.

Todos imaginam-se merecedores de direitos e regalias. Todos apresentam argumentos e teses em defesa. Mas nenhum mostra quem, ou porque, deverá arcar com a conta. Num país em que a maioria absoluta dos habitantes é órfã de qualquer tipo de representatividade, o menor dos privilégios recai justamente sobre ela.

O auxílio-moradia de alguns significa o olho da rua de milhões.

Preciso desenhar?

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2 thoughts to “O corporativismo mata. Ou: como Brasil se tornou fragmentos e não um país”

  1. Você disse tudo nesse artigo!

    O pior que quem se sobressai nesse ambiente é quem tem representatividade! É isso mesmo, poucos tem representatividade e com isso tenta mais privilégios para si. E a conta? O resto (maioria) vai pagando, seja por meio de mais impostos para pagar ou por meio do desemprego, as pessoas perdem os empregos porque as empresas não representadas pagam mais impostos, e assim, esse ciclo vicioso negativo vai cada vez mais aumentando!

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