O saco cada vez mais cheio disso tudo

A cada dois anos, uma parcela do país atua como âncora e impede a outra parte de subir como um balão.

Mais uma chance

A locomotiva anda não dando mais conta. Por falta de combustível ou por excesso de peso dos vagões. Ou ambos. O fato é que a cada novo par de anos, onde eleições apenas ratificam o estado miserável do país, a única coisa que se renova é a completa ignorância de boa parte do eleitorado brasileiro. O duro é que esta parcela, mesmo que minoria às vezes, não arca sozinha com o peso da sua escolha. Ao contrário, divide a carga do atraso com quem não tem “nada a ver” com isso.

Qualquer país possui suas locomotivas: indústria, tecnologia, agronegócio, serviços, turismo, etc. Igualmente possui maquinistas, que pilotam a estrovenga, a tal elite intelectual: engenheiros, economistas, médicos, empresários. Este conjunto carrega os numerosos vagões, importantes não só por aquilo que transportam, mas também por garantirem a existência da própria locomotiva e maquinistas. Quando há equilíbrio — como nos países desenvolvidos — a composição segue adiante. Quando não há…

Os empresários, profissionais liberais e trabalhadores são a locomotiva do país. O Estado, com seu peso e ineficiência mastodônticos, é a grande parte dos vagões. A parcela improdutiva da sociedade, notadamente aquela em condições plenas, completa o Trem-Brasil. E essa parcela possui o condão de diminuir o peso dos vagões. Como? Trabalhando, produzindo e — mais que tudo — impedindo que o Estado continue sendo o que é. Deixando as metáforas de lado: só o “tal povo” pode impedir o Estado a continuar com seu parasitismo inacabável.

Ocorre que o “tal povo” não aprende. Como eu disse, a cada dois anos, só ajuda a manter vigaristas no comando da nação. E se é a camada que mais sofre (e é!), é também a responsável por tudo. Vejam:

69% dos eleitores com curso superior querem ver Lula preso. Isso mesmo: 69%. Já entre aqueles com nível fundamental, o número despenca para 37%. Na média, 54% querem justiça; 40% ou não querem ou, o que é pior, nem sabem. Entre os mais ricos, 76% expressam esse desejo (Lula preso); entre os mais pobres, apenas 42%. No Sudeste e Sul, são, respectivamente, 65% e 61%; no Nordeste, 34%. Entenderam a metáfora acima?

A parcela que carrega o Estado e o “tal povo” nas costas já não aguenta mais. Não é esta parcela que elege e mantém Renan Calheiros, Sarney e companhia no poder. A prova se dará em 2018: beijo a barba imunda do condenado a nove anos de prisão se Aécio Neves conseguir se reeleger. No cenário nacional, caso um nome de consenso não apareça, corremos o risco de substituir uma besta corrupta por outra, talvez não corrupta, mas igualmente besta. Outro exemplo: acaba de sair uma pesquisa que indica que a criminosa maluca Dilma Rousseff conta com 16% das intenções de voto caso concorra ao senado por Minas Gerais.

“A Democracia é o menos pior dos sistemas de governo”. Sim, eu sei. E é mesmo! Com todas as imperfeições, nada surgiu de melhor. Mas que aqui no Brasil tá pesada demais, isso, meus caros, não dá para não dizer que não está.

Mas… Bola pra frente.

Leia mais.

7 thoughts to “O saco cada vez mais cheio disso tudo”

  1. Ricardo, o tal povinho, não sabe o que é DEMOCRACIA.
    Se fosse comida ou roupa, saberiam.
    Se a ruminANTA for eleita a culpa é de vocês, mineiros.

  2. Democracia é bom, viabiliza a imprensa livre, as opiniões divergentes, os blogs…
    De saco cheio estamos todos? Sim; mas da impunidade e hipocrisia

  3. Qual a proposta do Blogueiro? Proibir voto de pobre? Estabelecer um percentual de valor do voto do pobre em relação ao do rico?
    Quem disse que o voto do pobre ou pouco escolarizado vale menos do que o de alguém rico ou escolarizado.
    Na democracia, todos são cidadãos e o voto de um vale o mesmo que o de outro.
    Fora disso é barbárie e não saber lidar com as diferenças.

  4. Acho que nem eu sei o que é democracia na prática…. 🙁

    Momento cultural (1/2 off topic): Preciso perguntar para entender e é realmente uma pergunta pois tenho ‘conflitos’ na escrita e interpretação, todas as respostas são bem-vindas se esclarecerem a dúvida, podem dar ‘aula’ se necessário for:
    No texto consta “NADA A VER”!
    Para mim, ‘NADA A VER’ é quando não se tem nada pra ver e entendo que o correto seria:
    “NADA HA HAVER” que mostra que uma ‘coisa’ não tem conecção com outra.
    Estou correto ou estou ’emburrecendo’ de tanto ler comentários vermelhos?!?

    Por favor esclareçam, realmente agradeço! 🙂

    p.s. a todos: minha neta dá aulas de redação para alunos que querem fazer ENEM em uma escola e vive escrevendo em emails e facebook como está no texto mas não tive oportunidade de pergunta-la, só lembro do caso ‘fora de hora’ quando ela está ocupada(ela mora em BH e eu não…mas não escrevo onde moro senão o cidrac pode mudar ‘pra cá’ e aí….zanga tudo)

  5. Ricardo, me permita responder ao comentário do cidadão Marcelo Campos que me parece não entendeu o seu texto.
    Pelo que lí você não está fazendo proposta nenhuma. Você está afirmando que o povão não se interessa em votar acertadamente em candidatos que não nos enganaram, que não foram denunciados e condenados por roubo e por incompetência ou que não destruíram o estado ou o país.
    Eu sim gostaria de fazer uma proposta ao povâo: Parem de ser idiotas, procurem estudar ao invés de ficar torcendo para times de futebol, assistindo novelas, assistindo shows de cantores sem talento nenhum de ficar acreditando em mentiras e comecem a entender que tudo que fazemos irresponsavelmente acaba prejudicando a nós mesmos.
    Abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *