Aqueles que desrespeitam as leis, não podem exigir que a mesma lhes seja rigorosamente justa. Pau que dá em Chico…
O Brasil vive, sem dúvida, dias de exageros. À esquerda e à direita, na legalidade e no crime, na condenação e no perdão. O equilíbrio se foi e os extremos parecem não ter fim. Ou prende-se por uma briga de trânsito ou solta-se o Bruno. Cobra-se punição a Tony Ramos e Fátima Bernardes enquanto aplaude-se um comício ilegal de Lula. Outro dia mesmo escrevi aqui: o brasileiro está como o Asno de Buridan. Não sabe o que quer e corre o risco de padecer pela indecisão.
Há um flagrante exagero nas condutas praticadas pelo MPF e pela PF em suas últimas espetaculares operações. Do powerpoint do Dallagnol à pirotecnia desta última operação batizada Carne Fraca, a cada dia mais fraca mesmo — de consistência! Nós aplaudimos porque, em princípio, nos interessam. Estamos com sangue nos óio, querendo mais é que o circo pegue fogo. O perigo é quando não mais nos interessarem, como naquela célebre passagem atribuída a Martin Niemöller (1892-1984):
“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para eu reclamar.”
Ocorre que o Brasil tornou-se uma verdadeira Terra de Ninguém. A partir do momento em que os responsáveis pelas leis e pela ordem se articulam em torno da autopreservação, em detrimento da legalidade e da democracia, aí, senhores, sinto muito, mas é “bola pro mato que é jogo de campeonato”. É tiroteio de cego mesmo. E salve-se quem puder.
O MPF e a PF estão exagerando? Sim, estão. Isto é bom para o Brasil? Não, não é. Mas os políticos e governantes não estão igualmente? Essa gente não está fazendo gato e sapato do país e suas instituições? Acaso já não ultrapassaram todos os limites aceitáveis do decoro e da lei? Pois então.
E um erro justifica o outro, Ricardo? Não, não justifica. Acontece que, quando só um lado estala o chicote, ou o outro reage ou só um lombo leva chumbo. A população, no caso em tela, só apanha. E os algozes são sempre os mesmos. Daí, quando surge uma turma de “justiceiros”, as favas são contadas. A lei torna-se relativizada e os aplausos surgem fartos. Seguramente não é o ambiente ideal, mas o anterior — sem o justiçamento — era?
Se é para viver num país em constante desordem institucional e franco desrespeito ao Estado democrático, que então eu possa assistir aos tiranos serem castigados também. É o tal negócio… Dos males, o menor. Neste caso, o mais igual.
O de sempre. Quando as leis interessam a eles, invocam as leis.
Quando não interessam, mudam-se as leis.
Cuidado Ricardo,
Vai que alguém te considere tirano.
eu não corro esse risco
Hoje de manhã fiquei sabendo que é o DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE e que estamos em 25 lugar. Na frente da França, Italia e muitos paises latinos americanos.
Na verdade não somos felizes, mas conformados com qualquer mixaria. Estamos conformados com nossos politicos, os impostos que pagamos e os serviços publicos que recebemos. Reclamamos mas não agimos. Tem gente que está feliz com esmolas.
Ricardo, o Gianfranco escreveu pouco e disse tudo.